Seus Olhos escrita por NessCN


Capítulo 23
Capítulo XXII


Notas iniciais do capítulo

Olá, meu amores. Espero que gostem do capítulo de hoje, eu particularmente amo.
Fica a recomendação de ouvir Saturn - Sleeping At Last durante a leitura do capítulo.

ATENÇÃO!
Apesar de conter nos aviso iniciais, o capítulo a seguir contém cenas de sexo.



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Janeiro de 2021

O céu estava colorido e alegre. Os diversos fogos de artifícios traziam o novo ano que começava e a sensação de recomeço em cada pessoa no mundo. Em uma jovem sentada perto da sua janela, trazia a sensação de tristeza, mas de recomeço, um bem longe dali. Alicia se encontrava em seu quarto olhando para o céu, enquanto todos davam abraços calorosos em seus amigos e famílias.

A jovem havia ligada para mãe assim que voltou para o seu tempo e não esperou nem o ano vira, decidiu que precisava ir para casa o mais longe de Pedro e toda aquela loucura de viagem no tempo. Ele insistiu que podia levá-la, mas ela não quis ouvir. Explicou para os amigos que tinha brigado com Pedro e que não estava mais no clima de comemorar nada. Explicou para mãe a mesma coisa, que não fez muitas perguntas na volta. Agora ela estava sozinha em sua casa, enquanto seus pais passavam o ano novo com seus irmãos.

O celular dela vibrou intensamente em cima da cama. Ela não queria saber dele. Provavelmente era mensagens de Pedro, que havia tentando ligar para ela umas cinco vezes e deixado diversas mensagens. Poderia ser de seus amigos também, mas ela responderia em outra hora.

— Feliz ano novo, Lici. - Disse para si mesma forçando um sorriso.

A campainha foi ouvida e a jovem olhou para baixo para ver quem a incomodava uma hora daquelas. Seus olhos quase saíram da órbita ao ver Matheus parado em frente a sua porta. Ele olhou para cima pedindo que ela fosse abrir.

Ela mordiscou a bochecha pensativa. Poderia deixar ele lá plantado e ignorar ou poderia ir atendê-lo e ver o que ele queria.

— Merda! - Resmungou.

Ela desceu as escadas e atendeu a porta. Com seus dedos em volta da chave, pensou mais um pouco se deveria girar ou não. Girou e abriu. Viu um Matheus com um sorriso torto a sua frente.

— O que você faz aqui? - Ela olhou sem paciência para ele.

— Não vai nem deixar eu entrar. - Ele deu aquele sorriso torto mais uma vez.

— Você não tem o que fazer aqui dentro. O que você quer, Matheus?

— Conversar com você. Por favor. - Ele pediu fazendo bico.

— Isso não é do seu feitio, sabia? - Ela continuava a olhá-lo sem paciência.

— Eu sei que não deveria está aqui, mas eu queria me despedir pra valer. - Ele encarou os olhos dela.

Alicia analisou as palavras dele com cuidado. Se despedir pra valer. O que aquilo queria dizer?

— Estou sumindo, Alicia. Estou voltando para o meu tempo, antes que seja tarde. - Explicou.

Alicia ouvia tudo atenciosamente ainda na porta. Uma parte sua queria acreditar em cada palavra e se atira nele para se despedir, a parte sensata dela queria distância e que ele sumisse para bem longe dela. Ela resolveu dar ouvidos a parte sensata.

— Que você suma, então! Bem longe de preferência. - Ela começou a fechar a porta e ele segurou com força. - Matheus, você não precisa dar satisfação para mim.

— Só deixe-me despedi. - Ele pediu olhando nos olhos dela.

Alicia olhou de volta, sustentando aquele olhar que implorava por ela de volta.

Ela suspirou e deixou ele entrar. Ele entrou e fechou a porta atrás de si.

— Seja breve. - Respondeu sem paciência.

— Me dê uma chance. - Ele pediu segurando nas mãos dela.

— Eu não sei o que você quer. Você vai embora. O que quer que eu faça? Implore? Para que? Para saber que você não vai ficar aqui de qualquer forma. - Ela esbravejou soltando as mãos dele.

— Eu sinto muito que as coisas sejam assim Alicia. Mas saber que eu ia embora para sempre e deixá-la com ódio de mim, era demais. Deixe-me desculpar?

Ela andou pela sala rindo.

— Ódio? Eu queria sentir ódio de você, Matheus. - Ela parou de andar ainda de costas para ele.

— Desculpas, eu causei isso com você. - Ele tocou no ombro dela.

Alicia se virou e viu aqueles olhos cor de mel cheios de lágrimas. Ela engoliu em seco, sentindo sua garganta seca.

— Causou, mas ainda sim eu não consigo odiá-lo. - Ela estava com a voz embargada. - Ainda sim eu não consigo deitar com outro e não lembrar de você.

Ela começou a batê-lo no peito. Matheus não se importou e deixou.

— Porque você é uma droga na minha vida. - Ela gritou o batendo. - Uma droga, Matheus.

E ela deixou que as lágrimas caíssem.

— Uma droga que não vou pode ter, nunca. Sabe como é isso? É doloroso. - Ela parou de batê-lo e o abraçou.

Matheus entrelaçou os braços na cintura dela e a apertou com força.

— Eu sei, dói muito e tentamos apagar com outras pessoas. - Ele disse por fim molhando os cabelos dela com as lágrimas dele.

Eles ficaram ali se abraçando por minutos. Deixando que as lágrimas lavassem suas almas e que se lembrassem daquilo como a última lembrança de cada um. Não se importavam com mais nada, era aquilo que queriam para sempre. Estarem um nos braços um do outro.

Eles saíram do abraço, ainda perto o bastante para sentir a respiração ofegante de cada um. Se olhavam nos olhos e sentiam o coração descompassado de cada um.

— Matheus. - Alicia pedia.

Ele não se conteve ao ouvir o nome dele ser pronunciado por ela. Ao ouvi-la pedir por ele. Ele encaixou sua mão na nuca dela e a puxou para mais perto, até que não restasse mais espaço entre os dois e seus lábios se tocassem. Foi calmo, um último beijo calmo, que eles se prometiam.

Mas seus corpos e o desejo que subia por suas peles não queriam aquilo. E o beijo se tornou voraz, onde suas mãos exploravam cada partes de seus corpos.

Alicia sentiu as cicatrizes dele por debaixo da camiseta. Cada parte do corpo dele ela sentia com suas mãos quentes. Ele assentiu ao toque dela, sem se importar com mais nada, apenas com aquele momento. Se fosse para sumir, que sumisse ali nos braços dela.

O beijo foi ficando mais intenso, até que ele começou a explorar o corpo dela. Sentiu os gemidos dela a cada toque gelado seu e se deliciou com aquilo. Ele deitou ela no sofá. Alicia tirou a camiseta dele e viu cada cicatriz que marcava seu corpo, desenhou com os dedos a maior de todas e ele não recuou, deixou que ela o tocasse. Ele tirou a camiseta dela e viu seu corpo nu diante de si. Tão belo.

Eles não se importaram com mais nada. Tiraram o resto das roupas ali mesmo e Alicia se abriu para cada toque dele, sem vergonha ou pudor. Queria senti-lo mais e mais profundo. Ela caminhou com suas mãos por todo o seu corpo, o sentiu como jamais havia sentido ninguém. Ouviu os gemidos dele se misturando com os seus.

Te amo. - Ele disse olhando nos olhos verdes dela.

Ela sorriu e o puxou para mais perto o sentido mais profundo e gemeu ao orgasmo.

E ficaram ali se amando naquela noite, sem se importa com outras pessoas ou com o tempo. Onde só queriam sentir o tempo parar para ter aquela sensação para sempre em seus corpos.

Te amo. - Ela sussurrou com ele ao seu lado.

 

***

 

Alicia saiu do banho e colocou uma roupa confortável. Matheus estava deitado em sua cama com os cabelos molhados e ela sorriu ao ver a cena.

— Poderia me acostumar a isso. - Ela se aproximou deitando ao lado dele.

Apoio a cabeça em seu peito e ele começou a acariciar seus cabelos.

— Eu queria me acostumar a isso. - Ele olhava para o teto triste.

— Então chegou a despedida? - Ela se sentou na cama para poder olhá-lo.

— Eu sinto muito que tudo aconteceu dessa forma, Alicia. - Ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

Ela segurou a mão dele ali perto do seu rosto, para que pudesse senti-lo.

— Eu odeio isso. - Ela murmurou.

— Eu também. - Ele chegou mais perto.

— Você irá para o futuro agora?

— Irei encarar as consequências. Chega de fugir. - Ele deu um sorriso torto.

— Você promete que vai se cuidar? - Ela tocou o rosto dele.

— Você promete que será feliz?

Alicia abriu a boca para poder falar, mas não sabia encaixar as palavras de forma certa, não sabia o que responder a ele.

— Prometa, Alicia. - Ele pediu.

Ela fechou os olhos não querendo mais ver-lo, não querendo respondê-lo e nem mais aceitar que ele tinha que ir embora. Ela não queria mais.

Ele sabia que ela não responderia, seria demais para ela. Mas deixa-la com a certeza de que ela seria infeliz, era demais para ele aguentar. Porque havia feito aquilo com ela? Ele se aproximou mais dela e deu o último beijo nela, um beijo calmo.

— Prometo. - Ela falou ao se afastar do beijo.

— Adeus, Alicia. - Ele se levantou da cama e começou a descer as escadas.

Alicia ficou ali parada em sua cama sem reação. Mas se obrigou a se mexer e o alcançou já na porta.

— Seja feliz também. É possível ser feliz no futuro. - Ela pediu com ele de costas para ela.

Ele se virou e encarou aqueles olhos verdes dela, tão tristes.

— Diga que ao menos irá tentar, por mim. - Ela andou até ele.

— Eu vou. - Ele forçou um sorriso.

Ela levou as mãos até o pescoço e tirou o colar que sua mãe a tinha dado. Se esticou nas pontas dos pés e colocou o colar no pescoço de Matheus.

— Para você sempre se lembrar de mim, assim como eu lembro de você. - Ela levantou o pulso com a pulseira dourada.

— Será difícil assim. - Ele riu.

— Será apenas uma lembrança boa que encerrou seu ciclo. - Ela forçou um sorriso.

Ele assentiu com a cabeça e abriu a porta.

— Adeus, Matheus. - Ela sussurrou e viu ele partir.

Ele deu as costas para ela antes que ficasse mais difícil aquele momento. Andou sem um rumo, segurando entre seus dedos o colar que foi da pessoa amada dele.

Ela ficou ali parada na porta vendo ele partir para sempre.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Gostaram? Choraram? Agora acho que foi definitivo essa despedida viu.
Até a próxima ♥



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