Seus Olhos escrita por NessCN


Capítulo 21
Capítulo XX


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vocês estão? Espero que gostem desse capítulo.



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Dezembro de 2020

Alicia abriu os olhos com os raios de sol que entravam pela janela aberta. Se mexeu na cama e percebeu que estava sozinha. Sentou na cama em um pulo. Cadê o Pedro? Se levantou da cama e viu que estava nua, trouxe o lençol consigo e o enrolou em volta do corpo. Foi até as coisas deles para pegar uma roupa para si e viu que a mochila de Pedro estava revirada, até que viu dentro da mochila um objeto redondo que emitia uma luz violeta fraca.

O coração de Alicia começou a bater mais rápido e forte. Não podia ser. Era impossível que fosse. Ela pegou o dispositivo no fundo da mochila e viu ele brilhando entre seus dedos. Era o mesmo dispositivo que fazia Matheus viajar no tempo.

Ela ouviu a porta se abrir e um Pedro só de toalha entrou no quarto.

Quando ele entrou no quarto e viu o que ela carregava na mão paralisou, sua garganta ficou seca e ele não sabia o que fazer.

— Você é um viajante do tempo? - A garganta dela ficou seca.

— Da onde você tirou isso, Ali? - Ele se fez de desentendido obrigando seu corpo a responder e se aproximou dela.

— Não faça isso comigo. Eu sei muito bem o que é isso, Pedro. - Ela levou objeto até altura do olhar dele.

— Isso é impossível, Alicia. - Justificou pegando o dispositivo da mão dela.

— Não! - Ela puxou antes que ele pudesse pegar. - Eu sei o que isso faz. E se não quiser que eu gire isso agora, explique.

Ele a olhou com cuidado. Não sabia o que fazer, se contava a verdade para ela ou se inventava alguma mentira.

— Não ouse mentir para mim.

Pedro suspirou pesado.

— Me devolve isso, Ali por favor. - Pediu. - Eu te explico.

— Você é um viajante do tempo. O que faz aqui? E comigo? - Seus olhos exalavam fúria. - Como pode, Pedro? Eu confiei em você, eu me entreguei para você e você faz isso comigo.

— Não é para tanto, Alicia. - Ele revirou os olhos.

— Não é para tanto? Você nem é daqui e não pode ficar aqui. Imagina as coisas que podem acontecer com o que fizermos. - Ela voltou a se lembrar das coisas que Matheus dizia.

— Nada, nada pode acontecer. Não se sabe de nada sobre o tempo o que ele pode fazer conosco ao viajar no tempo. - Ele tentou pegar o dispositivo da mão dela.

— Mentira! Eu sei que é perigoso. - Ela gritou.

— Alicia, por favor, vão te ouvir. - Ele implorou para ela. - Me devolve isso.

— Tome! E some também. Você fez eu acreditar que poderia ter algo mais sério entre a gente e eu era só um passatempo. Uma das mulheres que você conheceu no passado. Engraçado durou muito tempo aqui. - Ela jogou o dispositivo para ele saiu batendo o pé do quarto.

Antes que ela pudesse atravessar a porta, ele segurou o braço dela impedindo.

— Você não foi um passatempo. Eu não ligo para regras da viagem no tempo ou o que quer que seja. Eu vim aqui para encontrar minha felicidade e achei em você. Tudo o que disse foi verdade, Ali. - Ele a olhou nos olhos.

Ela respirou fundo. Via em seus olhos esperança, mas sabia que aquilo, assim como foi com Matheus era impossível.

— Mas você não pode durar para sempre aqui comigo. - Sua voz estava embargada. - Uma hora você será obrigado a voltar e eu ficarei para trás de coração partido. Muito nobre da sua parte.

Ela riu com amargor.

— Não. Por que eu não vou voltar para lá. Eu não vou a lugar algum sem você. - Ele puxou o braço dela o que fez o corpo dela ir de encontro ao dele.

Ela levantou a cabeça para continuar olhando nos olhos dele. Queria acreditar naquela promessa dele, mas sabia que no fundo era mentira e ele não poderia cumpri-la.

— Não prometa coisas que não pode cumprir. - Ela baixou o olhar. - Deixe-me ir trocar de roupa.

Ele soltou ela e deixou a ir.

Alicia perdeu a noção do tempo debaixo do chuveiro. Não queria voltar e ter que encarar a realidade. Quem diabos estava guiando seu destino para fazer aquelas cagadas? Questionou. Como era possível que se envolvesse com dois viajantes do tempo, ela não sabia responder, assim como não entendi porque Pedro agia diferente, em relação a viagem do tempo, de Matheus. Logo quando ela estava começando a gostar dele para valer, aquilo acontecia.

— Merda! - Gritou do chuveiro e deixou as lagrimas caírem.

Quando voltou para o seu quarto, Pedro não estava mais lá. Colocou um vestido e penteou os cabelos molhados, fazendo tudo no automático não querendo ter que ir para sala e encarar seus amigos todos felizes porque tiveram uma noite maravilhosa. Ela havia tido, mas a manhã tinha sido terrível. Respirou fundo e decidiu sair do quarto.

Todos estavam em volta da mesa tomando café da manhã, Pedro estava em pé perto do fogão preparando alguma coisa.

— Fiz pão na chapa para você. - Ele disse.

Alicia o encarou incrédula que ela estava agindo como se nada tivesse acontecendo. Eu não vou deixá-la. Ele dizia silenciosamente para ela. Mas ela não queria acreditar naquilo. Apenas se sentou na mesa e tomou uma xícara de café.

— Está tudo bem? - Mel perguntou preocupada com a amiga.

— Ficará. - Ela deu de ombros.

— Você quer conversar, Lici?

Ela negou com a cabeça.

— Tome. - Pedro apareceu colocando o pão na frente dela.

Ela levantou o olhar para ele e encarou aqueles olhos castanhos. Sério? Mas ele apenas deu aquele sorriso de covinhas e saiu. Alicia queria tacar o pão na parede e quebrar o prato na cabeça dele, mas respirou fundo para não fazer nada.

Seus amigos terminaram o café e todos foram para piscina. Ficaram apenas Pedro e Alicia dentro da casa.

— Por que está aqui ainda? - Ela colocou o prato na pia.

— Eu não vou a lugar algum, Ali. Eu vivo aqui e quero viver com você, ter algo com você. - Ele parou o que estava fazendo e olhou para ela.

— Mas você não é daqui. Isso é impossível, Pedro.

— Eu não me importo, Ali. - Ele segurou o rosto dela.

— Finalmente o encontramos. - Uma voz feminina estridente foi ouvida.

Atenção deles foi parar na porta de entrada onde estava uma mulher de cabelos ruivos e Henrique, o qual Alicia olhou incrédula. O estava acontecendo no futuro? Não era proibido viajar no tempo? E agora todos viajam.

Henrique olhou surpreso por ver Alicia ali tão próxima de Pedro. O que significava que ela não estava com o Matheus mais. Onde estaria o amigo? Pensou.

— Henrique, fico surpreso por vê-lo aqui. O papai o mandou para limpar a sujeira que ele causou? - Pedro tinha um tom ácido na voz.

Alicia estranhou, nunca ouvirá ele falar daquela forma.

— Podemos te levar do jeito fácil ou do difícil. Você sabe que não deveria estar aqui e já passou tempo demais. - Falou Henrique sem paciência.

— Eu vou amar o jeito difícil. - Disse a mulher da voz estridente já com uma faca na mão.

— O que vocês estão fazendo aqui? - Lici perguntou já temendo a resposta.

Se eles queriam levar o Pedro de volta, coisa boa não significava eles ali.

— Se você ficar quieta, nada acontecerá com você. - Disse a ruiva sem imaginar o que Alicia já sabia.

— Vocês sabem que não vou me entregar tão fácil, né? - Pedro riu.

— Aprendeu rápido com o Matheus. - A ruiva riu maliciosa.

— Não aprendi nada com aquele. - Ele não havia gostado de ser comparado com o Matheus e Alicia percebeu aquilo.

Ela precisava começar a fazer algo, antes que seus amigos percebessem que havia mais gente na casa.

— Vamos acabar logo com isso, Mari. - Henrique disse sem paciência.

— Eu não vou a lugar nenhum. - Pedro se colocou a frente de Alicia para protegê-la.

A jovem olhou aquela cena. Pedro a sua frente e os outros dois ali perto em posição de luta. Eles lutarem ali não seria nada bom.

— Vocês não podem lutar aqui. Há mais pessoas nessa casa. - Argumentou.

Henrique analisou o que ela falava. Ela tinha certeza, ele sabia, mas sabia também que ela poderia está ganhando tempo. Mas isso seria bom para ele, afinal com eles tendo que correr ainda atrás de Pedro, não iriam atrás de Matheus.

— Ela tem razão Mari. - Ele se virou para ruiva ao seu lado.

Mari arregalou os olhos para ele.

— Eu não me importo com os outros. Temos que resolver isso agora. Se não daqui a pouco vai todo mundo vai querer viajar. - Ela deu um passo em direção a Pedro e Alicia.

— Tarde demais, Maria. - Pedro disse pegando o dispositivo em seu bolso e girando.

Não! Não! Não! Alicia repetia em sua mente, aquilo não estava acontecendo com ela de novo. Não podia. Mas antes que ela pudesse argumentar ou correr, viu a luz violeta envolvê-los e os dois saltaram.

Aquela sensação de salto, que era tão maravilhosa para ela, foi como uma tortura. Os pensamentos de Matheus viam e iam embora com uma intensidade que ela não compreendia. Sentia sua cabeça girar e quando sentiu o chão sobre seus pés, viu o mundo todo girando e ficou preto.

Antes que pudesse sair no chão Pedro pegou ela nos braços.

— Onde estamos? - Ele questionou olhando em volta.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? De volta a emoção e a viagem no tempo.
Vejo vocês no próximo ♥



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