Nunca mais só. escrita por Shaina


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Volteeei!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/791187/chapter/15

 Foi uma decisão quase fácil pedir aos pais parar ficarem ali naquela semana, ela queria pensar um pouco e o lugar era incrível, então eles decidiram ficar, Bella tirou cada um dos brinquedos da estante se lembrando de todos, como James a tinha entregue, como Victória tinha juntado todos eles e os guardados quando a menina se tornou mulher. 

—É um lindo lugar. -Charlie se sentou no balanço ao lado dela, aqueles dias tinham feito uma diferença enorme nela, ela sabia como queria prosseguir dali para frente. -O que você quer fazer com esse lugar? 

—Eu nunca me mudaria para cá. -Bella contou e riu, o céu estrelado era realmente lindo ali, se perguntou se Edward estava pensando nela e olhando o céu, depois de todos aqueles anos ela tinha alguém para pensar como seu. -Não acho que Edward deixaria o castelo. 

—Edward? -O pai questionou a olhando surpreso. -Então estamos nesse pé? 

—Ele não é ruim num todo. -Ela encostou no pai acompanhando a risada que ele deu. -Eu realmente gosto dele pai. 

—Que bom! -Ele beijou seu cabelo a apertando nos braços. -Fico feliz em saber. 

—Eu pensei em manter o lugar, mas não sei o que fazer. -Bella contou. -Só para o caso um dos dois deixe a cadeia em algum momento. Eu nunca perguntei a sentença deles, mas pelo que James disse vai demorar uns longos anos. 

—Sim vai. -Charlie concordou. 

—Então quando saírem não terão para onde ir. -Ela se afastou e olhou para o pai. -Se eu mantiver esse lugar, eles podem voltar para cá, ter um fim como eles sempre sonharam. 

—Você tem um belo coração Bella. -Charlie olhou para ela admirado. -Me dói admitir isso, mas eles fizeram um bom trabalho com você. 

—O crime dos dois foi me roubar, ela pelo desespero de uma mãe, ele por amor a mulher. -Ela sussurrou pegando a mão do pai e apertando. -Eles fizeram uma coisa horrível pai, mas eles não eram monstros. 

 Os dois ficaram no balanço por um tempo olhando o céu estrelado em completo silencio, a mãe saiu e puxou uma cadeira e se sentou perto deles, os três em silencio curtindo a companhia um dos outros. 

—Talvez eu possa conseguir uma família para cuidar da casa. -Bella opinou. -Alguém da cidade que precise. 

—Mas nenhum dos Edburgue? -A mãe olhou para ela, Bella negou. 

—Se James queria que um dos parentes morasse aqui teria dado a eles. -Bella respirou fundo, pois sabia que James nunca fora fã de Irina. -Além do mais, aqueles lá nunca foram bons comigo. 

—Então não faremos a eles uma visita antes de ir embora. -O pai entendeu. 

—Na verdade eu quero, preciso ver o que fizeram com uma coisa de Victória, para entrega-la na nossa visita. -Bella tinha decidido ir ver Victória uma última vez, apenas por que quando a viu na cadeia estava machucada de mais, ela queria que a loira soubesse da casa que James tinha feito. 

 No dia seguinte Bella olhou a casa pelo que deveria ser a última vez antes de entrar na carruagem, eles pararam na cidade e ela encontrou a Velha senhora que sempre fora gentil com ela. Karoline Montana era uma senhora viúva que tinha criado os filhos sozinha vendendo bolo ou costurando roupas, ela tinha conseguido que todos os quatro fossem para a faculdade, mesmo que isso significasse que ela deveria passar fome. 

—Olá Karoline. -Bella cumprimentou, a senhora estava na sua barraca, um dos filhos a acompanhava. 

—Bella. -A mulher lhe sorriu os olhos brilhando. 

—Milady. -O filho cumprimentou. Tinham sido criados bem de mais, sendo assim nenhum dos filhos tinha dado uma segunda olhada para Bella durante todos aqueles anos, eram mais velhos que Emmett, o mais novo que a cumprimentava tinha 26 anos e 2 filhos com a esposa. 

 Então Bella se sentou e contou a eles sobre sua história, bem resumidamente ela contou tudo e contou da casa que James fez para ela. Quando decidiu por Karoline sabia que a velha senhora morava com o filho mais novo e a nora, e pagavam aluguel. 

—Assim alguém cuidaria da casa e ela não ficaria abandonada. -Bella concluiu. 

—Está nos dizendo que podemos morar lá sem pagar nada? -O filho questionou e ela assentiu. 

—É claro que devem manter o lugar arrumado. -Bella concordou. -Se quebrarem pelo uso é só concertar, e podem viver lá até bom... Até um dos dois deixar a cadeia, o que deve demorar uns bons anos. 

—Isso é muito bom da sua parte. -Karoline tocou sua mão, Bella sorriu. 

—Há muito espaço, então podem fazer o que desejarem, como talvez uma horta, ou quem sabe criar animais. -Bella riu. -Façam o que quiserem. 

—Muito obrigada milady. -O rapaz disse, Bella tirou a chave da bolsa e entregou a eles. 

—Se algo acontecer me mandem uma carta, notarão que tem alguns brinquedos de madeira em um do quarto. -Ela sorriu. -Dê para as crianças, e quando elas enjoarem dê para alguém, são muito bonitos para serem jogados fora. 

—Nós vamos cuidar de tudo Milady, e a senhorita pode visitar para checar quando quiser. -Karoline apertou a mão de Bella que beijou as mãos da velha senhora se levantando e sorrindo. 

—É algo improvável. -Ela garantiu. -Só mais uma coisa. 

—Claro. -O filho respondeu. 

—Se os Edburgue derem problemas, me mande uma carta e eu resolverei. -Ela avisou. -Aquele não é o lugar deles e eu espero que eles fiquem longe de lá. 

—Não teremos problemas com eles. -O rapaz garantiu sério. 

 Bella os deixou e seguiu para a carruagem, indicou o caminho e esperou enquanto contava aos pais que costumava andar aquele caminho até a casa, ela sabia que o pai ficara irritado com a ideia dela sozinha a noite andando por ali, mas ela apenas deu de ombros, era outra vida. 

—É aqui. -Bella apontou a casa pequena e suspirou. 

 Os três desceram e olharam a pequena casa, Bella sabia que teria problemas assim que tocasse na porta, por isso tomou uns segundos para respirar fundo e acalmar o coração, só depois bateu na porta três vezes e esperou para ver Irina abrir a porta. 

—Olá Irina. -Ela cumprimentou, a loira lhe avaliou de cima a baixo surpresa, então olhou para os pais atrás dela. 

—O que você pensa que está fazendo aqui? -Irina questionou. 

—Se importa se entrarmos? Eu não preciso de um barraco. -Ela empurrou Irina um pouco e entrou na pequena sala cozinha, os pais pararam perto da porta, a casa era menor que a do sitio. -Eu queria saber o que você fez com o porta joias de Victória. 

—Está precisando de joias? A filha de um duque? -Laurent veio do quarto e Bella o olhou de cima a baixo, ele havia engordado um pouco, ele não estava sozinho todos os quatro filhos o seguiram. 

—Eu não quero nenhuma joia, Deus sabe que Victória não tinha nada de valor. -Bella resmungou. -Eu quero algo que estava lá dentro, um colar com um pingente de coração onde tinha uma foto preto e branco de um bebê. 

—Eu joguei tudo fora. -Irina disse, Bella lhe deu um olhar gélido sabia que ela mentia. 

—Irina eu não tenho paciência para suas mentiras. -Bella avisou, e então ela fez algo que nunca fez, naqueles três anos ela nunca usou o nome dos pais para conseguir nada, ser filha do Duque era apenas um título que ela nasceu com ele, mas naquele momento ela andou na linha do deboche do jeito que ela via muitas meninas fazerem nos bailes. -Se não me entregar o que eu quero, eu vou chamar os soldados para buscar, teoricamente aquilo é meu, e será minha palavra contra a de vocês. 

—Quem você acha que é? -Carlos deu um passo na direção dela e foi parado pelo pai, o terceiro filho não herdaria nem mesmo aquela casa minúscula e mesmo assim era o valentão da família. 

—Laurent, diga a sua mulher para me entregar o colar. -Bella avisou. 

—Onde está Irina? -Laurent questionou. 

—Isso não é justo pai. -A segunda filha resmungou puxando o colar do pescoço, Bella viu o medalhão e estendeu a mão para pegar. -Por que essa vadia pode ter tudo que quer? 

—Como ousa chamar minha filha de vadia? -Renée questionou, era a primeira vez que um dos pais falava, todos se viraram para ela. -Ela pode ter tudo que quiser por que foi roubada no berço no meio da noite. 

—Não fomos nós. -Joshua a lembrou. 

—Não foram vocês que a deram amor também. -Charlie lembrou. -Na verdade o soldado Faleris tinha dito que um de vocês tinha tentado desonrar minha filha, ele deve ter falado de você. 

 Bella pegou o colar e gelou, não sabia que o pai tinha conhecimento sobre o fato, ela recuou para perto da mãe, pois não sabia o que o pai faria com aquela informação, Joshua se encolheu, Laurent entrou na frente do filho. 

—Você tem o que quer, acho que está na hora de ir. -Laurent declarou. 

—Só avise seu filho para torcer que essa história não chegue aos ouvidos do príncipe. -Charlie avisou. -Ele não gostaria de saber que o homem que tentou encostar na futura esposa dele tivesse a mão. 

 Os três deixaram a casa, Bella a olhou pela última vez, naquela noite em que foi levada ela não tinha realmente olhado para ela, parecia bem menor do que ela se lembrava, a casa parecia mais acabada também, talvez estivesse mesmo, ou só talvez vivendo ali ela tinha se acostumado e agora era diferente, pois ela tinha vivido em um lugar melhor. 

 Dentro da carruagem ela olhou para a foto dentro do pingente sabendo pela primeira vez que aquele bebe não era ela, então ela reparou nas bochechas e no cabelo raso do bebê. Melissa parecia ter sido linda quando bebê, ela não pode deixar de sorrir em pensar na pequena criança. 

—Você está bem? -A mãe questionou, ela assentiu lhe estendendo o colar. 

—Ela não parecia linda? -A filha perguntou sorrindo. -Ela teria sido feliz. 

—Com aquela família? -Charlie apontou para trás da carruagem que já deixava a cidade. 

—Não, James e Victória nunca teriam deixado Ignis se não estivessem fugindo comigo, eles teriam a criado lá. -Bella contou. -Ele provavelmente criaria peças de madeira para a alta sociedade e daria a elas uma vida boa, talvez Victória até engravidasse de novo e então um dia sem saber nós duas nos toparíamos pela cidade, sem saber que tristezas existiam, e os dois estariam juntos e felizes. 

—É um bom sonho querida. -Renée sorriu lhe devolvendo o colar. 

 Horas depois quando chegaram na cadeia Bella tirou o pingente do colar e levou só o pingente, ela tinha perguntado o pai por que o soldado Faleris era sempre aquele por perto, ele tinha explicado que era por que ele não era um soldado qual quer, ele era um Tenente assim como Jasper, e lidava com a alta sociedade. 

—Soldado Faleris. -Bella cumprimentou quando ele a olhou, ele deu um sorriso a cumprimentando então os levou por todo aquele processo novamente, quando ela entrou na sala viu que Victória parecia melhor do que a última vez que se viram, talvez estivesse mais normal. -Eu já volto. -Bella disse aos pais. 

—Bella. -Victória levantou os olhos ao vê-la entrar pela porta, Bella lhe deu um sorriso calmo. 

—Eu não vim brigar Victória. -Bella contou, se sentou na cadeira em frente a loira e esperou. 

—Você está ficando mais linda. -Ela sussurrou e Bella não conseguiu agradecer com palavras. 

—James está preso de novo. -Foi necessário começar daquele jeito, a loira assentiu triste. -Ele me encontrou antes disso, me contou melhor a história das nossas vidas, também me contou que tinha comprado uma casa em Lapidibus, uma fazenda na verdade. 

—Uma fazenda? -Os olhos de Victória brilhavam. 

—Ele reformou a casa, 3 quartos, banheiro, sala e cozinha, uma varanda com um balanço. -Bella suspirou. -É maior que a casa de Laurent. Eu estou voltando de lá. 

—Uma casa, ele disse que um dia teríamos uma casa só nossa de novo. -Victória sussurrou. 

—Ele a deixou no meu nome. -Bella explicou. -Quando entrei naquele lugar só conseguia pensar em como você amaria, seria um lar de verdade, e seria apenas nosso. 

—Que pena que foi tarde. -Victória olhou nos olhos marrons de Bella. -Talvez se estivéssemos morando lá você teria pedido para ficar, não canso de pensar que se tivéssemos te amado mais, te dado mais atenção, você teria nos escolhido. 

—Victória. -Bella negou com a cabeça. -Eu lhe trouxe um presente. -Bella colocou o pingente na mão da loira. -Eu não sabia o que Irina faria com isso então eu pensei que você gostaria de mantê-la por perto. Melissa era um bebê muito lindo. 

—Você sabe seu nome. -Ela abriu o pingente e olhou a foto da sua filha, os olhos dela brilharam de lágrimas. 

—Eu estive em sua lápide, lhe levei flores. -Bella contou. -Deixei a casa com uma família legal de Lapidibus, pedi que eles cuidassem da fazenda já que eu claramente não vou morar lá. -Bella se ergueu e deu a volta na mesa, se abaixou e abraçou Victória pela última vez. -Quando vocês saírem aquela casa volta para vocês, um lugar para terem o final feliz de vocês. 

—Eu vou volta-la a ver? -Victória perguntou quando Bella se reergueu. 

—Não, não acho que seja provável. -Bella respondeu. -Mas eu lhe desejo muita força, e muitas felicidades quando deixar esse lugar. 

—Só me responda uma coisa filha. -Victória pediu, fazendo Bella parar os passos e olhar para a mulher. -Você está feliz? Encontrou pessoas para amar? 

—Eu estou feliz, e eu encontrei um monte de pessoas que me amam e eu os amo também. -Bella sorriu. -Da última vez você disse que sonhava me ver casando, eu estou quase noiva, então saiba que eu realmente serei feliz, por mim e por ela. 

 Ela deixou aquilo para trás e saiu para encontrar os pais, sem lágrimas dessa vez, os pais e ela conversaram até a mansão, e ela disse que não via a hora da viagem deles. Quando Bella tinha decidido esperar alguns meses para casar ela convenceu os pais que queria conhecer suas origens, então o pai tinha decidido leva-la até a ilha onde morou na infância, eles tinham uma fazenda lá onde ficariam por um tempo. 

 Eles partiram com Rose e Emmett dois dias depois, Aquatilia era a ilha mais bem frequentada e era enorme, a fazenda tinha uma mansão enorme e os empregados já os esperavam, era como estar no paraíso, decidiu que reclamaria com os pais por nunca a terem levado ali, afinal era ainda mais lindo que tudo que já tinha visto. 

—Talvez eu devesse lhe ensinar a andar a cavalo. -Emmett avisou quando eles almoçavam. 

—Se não estamos na alta sociedade talvez eu devesse andar de calças enquanto me ensina a montar. -Bella gracejou, a mãe olhou para o céu em oração fazendo eles rirem. 

—Eu queria lhes acompanhar, mas me contentarei em sentar na varanda com a mãe de vocês e fazer as roupas para o bebê. -Rose cantarolou. 

 A barriga ainda era pequena, e era o período mais perigoso, por isso nada de atividades para Rose, depois do almoço Charlie e Emmett pegaram os cavalos e começaram a ensinar Bella a montar, e durante os meses que se seguiram Bella não só aprendeu como passou a amar estar em cima do animal, ela se sentia livre naquele lugar, principalmente por que o irmão a incentivava a subir em arvores mesmo sabendo que a mãe quase tinha um infarto todas as vezes. 

 Bella estava voltando da cachoeira que tinham na fazenda e estava a toda velocidade, ela viu um outro cavalo vindo em sua direção e diminuiu a velocidade, era provável que fosse o irmão a procurando para o chá da tarde, só quando se aproximou que ela reconheceu Edward que emparelhou o cavalo com o seu, o sorriso torto que ela amava nos lábios. 

—Edward! -Ela estava surpresa o vendo. -O que faz aqui? 

—Seu pai nos chamou para passar o último fim de semana com vocês, afinal a temporada irá começar em breve. -Ele segurou a rédea do cavalo dela os mantendo parado. -Você fica linda tão selvagem. 

 Ela riu sendo acompanhada por ele, o cabelo estava em um rabo de cavalo que àquela altura estava bagunçado, ela usava uma calça e botas, a blusa era de manga curta e era justa no corpo, ela viu os olhos dele deslizarem em cada parte do seu corpo a deixando quente. 

—Bom, não havia ninguém aqui além de nós e os empregados. -Ela respondeu. -Eu irei me trocar e parecer uma dama em instantes. 

—Talvez eu devesse aproveitar que ninguém está nos vendo... -Ela nunca saberia dizer como ele conseguiu a puxar para o cavalo dele a colocando em sua cela sentada de lado, os lábios dele estavam no dela no mesmo segundo. 

 Ela suspirou contra ele quando o braço a sua volta se apertou, ela o deixou beija-la, não podia negar que estava com saudades dele, e que não parava de pensar nas possibilidades de um futuro juntos. Os dois se afastaram sorrindo, ela se sentia quente perto dele e mal sabia o que faria com si mesma se ela se sentisse assim por anos depois de casada. 

—Agora como eu vou voltar para meu cavalo? -Ela questionou divertida, ele riu. 

—Talvez não devesse. -Ele murmurou beijando a bochecha dela, mas ela se afastou e pegou a rédea do próprio cavalo da mão dele puxou o cavalo para perto e montou de volta nele. -Sem graça. 

—Vamos ver se consegue me acompanhar vossa majestade. -Ela brincou, então disparou o cavalo para o caminho de casa, ela podia ouvir o cavalo dele a seguir, os dois chegaram rindo. 

 Bella nem viu ninguém, mas correu para o quarto para um banho e se aprontar, afinal não poderia aparecer na frente dos reis com calças e com a blusa justa, principalmente se tratando dos futuros sogros. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se vocês pedirem com jeitinho talvez eu volte amanhã!