Mitsuri não se lembra bem. Talvez tivesse seus três anos de idade quando cortou uma franja no seu cabelo pela primeira vez; algo normal para toda e qualquer criança um pouco mais levada. Franja a qual ela manteve durante toda a vida, e não importava quantas vezes sua mãe pedisse para não cortar o próprio cabelo, Mitsuri não dava ouvidos.

Depois, aos cinco anos de idade pediu aos pais inúmeras vezes para pintar o cabelo de rosa e mesmo que isso tivesse sido negado a si várias vezes, dez anos depois ela se desfez dos cabelos castanhos pelo rosa e apelou para pontas verdes. Depois vieram as longas tranças... Chegava até mesmo ser pesado, além do fato de ser muito incomum alguém usar três tranças dispersas pelo cabelo em seu dia-a-dia. As pessoas olhavam-na como uma esquisita.

Estranha, rebelde e solitária. Não vai arranjar um namorado se continuar agindo assim. Ora! Que ousadia isso!

Era isso que escutava dos outros e ninguém parecia entender aquela necessidade que sentia: Reconhecer-se e ser reconhecida. Afinal, mesmo que não lembrasse de seu nome, o amor de sua vida passada ainda estaria a sua procura e eles poderiam ser felizes como nunca puderam ser.