A cereja do bolo escrita por annaoneannatwo, OchabowlProject


Capítulo 1
Capítulo Único




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Hoje é um dia como qualquer outro.

Muitos poderiam pensar que Neito trata o dia de seu aniversário como a data mais importante do ano, e sim, talvez seja. Ele fez questão de lembrar aos amigos durante toda a semana que o dia estava chegando, mas faz só para irritar mesmo, não é como se ele realmente fizesse questão de que todos parassem os afazeres do dia a dia para celebrar porque o loiro está um ano mais velho, então não, ele não vê a necessidade de uma festa.

Isso não significa que seus colegas concordem, eles estão planejando uma surpresa e é muito óbvio. A Kendou está bem mais paciente, provavelmente canalizando seu estresse na organização da festa, o Tetsutetsu e a Pony estão evitando-o, todos sabem que eles não conseguem manter segredo, todos estão agindo de maneira atípica, principalmente o Awase, que lhe convidou para correr com ele após os fins das aulas à tarde. O amigo é bem sociável, mas prefere treinar sozinho, então o convite só pode ser uma maneira de manter Neito afastado dos dormitórios enquanto a festa é organizada. Ahhh, seus amigos são adoravelmente previsíveis! Tudo bem, ele entrará na brincadeira.

Mas não sem provocar um pouco.

—  Awase-kun, poderia pegar um pouco mais leve com o aniversariante, por favor? —  o loiro pergunta, desacelerando o ritmo em seu trote.

—  Tsk, você mesmo que falou que não queria ser tratado diferente só porque é seu aniversário, pô. —  ele resmunga em resposta.

—  Achei que vocês ignorariam meu pedido, como ignoram quase todos os outros.

—  É, é. Menos papo, mais corrida! —  naturalmente, ele desconversa com uma bronca, que previsível.

Eles continuam o treino pela pista, e depois param para se alongar e relaxar os músculos. Bom, Neito está fazendo isso, pelo menos. Já o Awase estica os braços de qualquer jeito, os olhos dele estão fixados no ponto oposto da pista, o loiro vira-se para ver do que se trata: duas garotas. 

Turma A, hum. Yaoyorozu Momo e Uraraka Ochako, a primeira é uma das alunas mais prestigiadas da escola, entrou por recomendação, tem as melhores notas de sua classe e tem uma individualidade impressionante. A segunda é… ele não tem ideia de como são as notas dela, na verdade, não sabe muito além do que viu e sentiu: Uraraka Ochako tentou derrubar uma chuva de meteoros naquele insuportável do Bakugou no Festival Esportivo ano passado. Durante o treino de combate entre as turmas A e B, ela foi um tanto perspicaz e eficiente, conseguindo inutilizar três de seus adversários sozinha —  ele incluído. Ele a vê de vez em quando pelos corredores, achando um tanto curioso como ela está sempre sorridente demais, não parece a mesma garota que percebeu o plano dele durante aquele exercício de combate e o derrubou com um golpe preciso e forte.

—  Fica de boa. —  o Awase murmura de repente. O loiro fica se perguntando por um segundo se por acaso se perdeu lembrando-se daquele golpe novamente, acontece vez ou outra. Mais do que ele gostaria. —  Não me faz passar vergonha, falou?

—  E por que eu…

—  B-bo-boa tarde, Yaoyorozu-san! —  o garoto grita ao seu lado, chamando a atenção das duas meninas, que andam em direção a eles no gramado. Ora, por que ele só cumprimentou a Yaoyorozu, esqueceu-se que a Uraraka está aqui também?

—  Ah, boa tarde, Awase-san! Monoma-san! —  a menina de rabo de cavalo cumprimenta, enquanto Uraraka acena simpaticamente —  Que coincidência você estar aqui hoje também, não?

—  É-é, pois é… —  ele coça a cabeça, envergonhado. Hum… pelo jeito dele, isso não parece ser mesmo uma coincidência —  E-eu, hã… só queria falar “valeu” pela ajuda no treino de ontem.

—  “Valeu”?

—  Quer dizer “obrigado”, Yaomomo-san. —  a Uraraka oferece a explicação.

—  Ahhh entendo! Claro, o prazer foi todo meu! —  ela sorri polidamente.

—  A-ah, ok! —  o Awase se enrola todo e parece estar corando. Os rumores sobre a paixonite dele pela senhorita perfeição da turma A já correm pelos dormitórios há um tempo, mas Neito não imaginava que era tão sério assim. O amigo é sempre tão direto, até grosso por vezes, e agora não consegue formar uma frase coerente que seja. Patético.

—  Monoma-san, soube pela Kendou-san que hoje é seu aniversário. Desejo-lhe felicitações! —  a Yaoyorozu se curva solenemente.

—  Ah, sério? Não sabia! —  Uraraka arregala os olhos e abre um sorrisão na direção dele —  Parabéns, Monoma-kun!

—  Obrigado. —  ele diz secamente, não entendendo porque ela parece tão genuína em cumprimentá-lo.

—  É! É aniversário dele, e… hã… por ser em dia de aula, a gente não vai conseguir comemorar, m-mas… mas… hã… a gente tava a fim de comer bolo numa cafeteria aqui perto da U.A. só pra não deixar passar em branco, vocês… vocês deveriam vir, se quiserem, sei lá. —  o Awase limpa a garganta e tenta disfarçar a falta de traquejo, não funcionou.

—  Ora, não sabia que eu estava “a fim de comer bolo”. —  Neito não resiste e observa a expressão do colega fechar em irritação —  Não vejo problema em deixar passar em branco, é um dia como qualquer outro.

—  Ah, não acho! Acho sempre legal comemorar o aniversário, mesmo que seja algo bem simples! —  a Uraraka se manifesta, olhando-o —  É seu dia, Monoma-kun, você deveria aproveitar!

Por que essa garota da turma A está dando palpite? O aniversário é dele, ora, ele pode escolher se quer ou não comemorar, quanta presunção! Típico de um estudante daquela turma! Humph, e ele achando que, de todos, a manipuladora de gravidade talvez fosse a menos pior.

—  Uraraka-san, creio que o aniversariante decide o que mais lhe agrada em seu aniversário. —   a outra garota lhe adverte.

—  A-ah sim, Monoma-kun, perdão! É que… eu acho legal comemorar, meu aniversário é em dezembro, bem entre as festas de fim de ano, então quando eu era mais nova, passava um pouco batido às vezes, por isso acho legal comemorar sempre que possível! Mas é… isso sou eu, né? Se você pensa diferente, eu respeito. —  ela dá um sorriso desajeitado, claramente ficou sem-graça de verdade. Hum… não dá para perceber nenhuma malícia no pedido de desculpas, muito menos no comentário dela.

—  Tsk, não dá moral pra ele, Uraraka! Ele só tá enchendo o saco! —  o Awase o puxa pelo ombro, cercando-lhe no pescoço —  Você quer comer bolo, sim! Me falou que queria ir a uma cafeteria depois do treino de hoje, esqueceu? —  o olhar dele é incisivo, exigindo uma confirmação. É ridículo que o amigo esteja usando-o como pretexto para convidar a garota da turma A para um encontro, chega até a ser ofensivo.

Mas… seria bom ter o Awase lhe devendo uma. O loiro olha para as meninas, as orbes castanhas o encaram com curiosidade e até expectativa. Uraraka só está interessada no convite para comer bolo, evidentemente, não há porque ela querer comemorar o aniversário de alguém que mal conhece. E ainda assim…

—  Ah, me lembrei! É verdade! Que memória a minha, deve ser culpa da idade avançada! —  ele diz dramaticamente, ficando um pouco surpreso quando ouve a Uraraka dar uma risadinha.

A garota que o inutilizou em segundos tem uma risada bobinha dessas, é muito, muito curioso mesmo…

—  É, bora então! S-seria legal se vocês viessem, se puderem. —  o Awase amansa o tom para falar com a garota mais alta.

—  Eu adoraria, nunca estive em uma cafeteria, deve ser uma experiência pitoresca! —  a Yaoyorozu exclama. Como assim, ela nunca esteve em uma cafeteria? Em que mundo ela vive? Bom, não importa… a resposta que Neito quer ouvir é da outra menina —  Vamos, Uraraka-san? Não se preocupe, sua parte é por minha conta!

—  Y-Yaomomo! —  ela cora —  E-eu… eu, hã… —  e olha para a amiga, depois para o Awase, por fim, para ele —  Se não for problema, Monoma-kun.

—  Não sei porque seria. —  ele dispara, mais ríspido do que intencionava ser —  É melhor irmos logo, então. —  Neito não sabe se isso é parte da estratégia de seus amigos de mantê-lo longe dos dormitórios ou só o Awase sendo um completo idiota por conta de uma paixonite. Em todo caso, ele irá em frente, algo interessante pode sair disso.

A caminhada pelo campus é recheada de conversas entre as duas garotas. Aparentemente, a Yaoyorozu é tão rica que tem um moedor de café em casa, então nunca teve que ir a uma cafeteria para provar da bebida. Já a Uraraka diz ter trabalhado de meio-período em uma durante as férias. O contraste entre as meninas é notável, tanto nas experiências até na forma de falar. Normalmente, Neito se sentiria mais inclinado a prestar atenção na Yaoyorozu, ela é uma concorrente a se ficar de olho, aparenta ser brilhante e seus maneirismos são mais compatíveis com os dele próprio, mas, por qualquer que seja a razão, quem lhe atrai mais a atenção é a garota mais baixa, o jeito informal de falar, a empolgação com o qual entona suas frases, o sorriso… é difícil desviar o olhar.

—  Vê se não queima meu filme. —   o Awase resmunga quando pega certa distância das meninas, que caminham um pouco à frente.

—  Você está exigindo demais de quem gentilmente está te fazendo um favor, não acha? 

—  Tsk, se era pra ficar jogando na cara, melhor nem ter feito nada!

—  Realmente, então devemos voltar? —  o amigo o olha com espanto, e Neito ri de maneira suave —  Qual é seu plano, exatamente?

—  Hã?

—  Você claramente queria encontrá-la “por acaso” na pista de corrida e usou meu aniversário como desculpa para convidá-la para sair. Ela aceitou, e agora?

—  E agora? A-ah…  —  ele coça o cabelo —  Sei lá, cara.

—  Como “sei lá”? Você não pensou no restante?

—  Não, ué. Só queria chamá-la pra sair e ver no que é que dava. —  ele dá de ombros.

Neito nunca vai entender isso de “ver no que dá”, como alguém consegue fazer algo sem ter pensado em todas as ramificações de consequências? Sem prever nenhuma, apenas observá-las? Parece-lhe tão imprudente e perigoso e… tão desprovido de preocupações e medos. Ele jamais faria algo se não tivesse a certeza de que vai se desenrolar exatamente como espera. A garota de rabo de cavalo ali também tem tudo para ser um tanto sensata e cautelosa.

E a Uraraka? Difícil dizer, ela parece ser boa em improvisar em situações complicadas, mas não aparenta ser completamente inconsequente e fazer algo simplesmente por fazer. Complicado isso de observar uma pessoa e não conseguir lê-la por completo. Se ele tivesse mais chances de analisá-la, talvez conseguisse chegar a conclusões mais contundentes.

—  Distrairei a Uraraka enquanto você tenta algum progresso. De acordo?

—  O que você ganha com isso? —  ele estreita os olhos em desconfiança.

—  Só a chance de te cobrar pelo favor no futuro. —  Neito dá uma piscadinha.

 

***

 

Assim que chegam ao café, Neito dá uma breve olhada na disposição de assentos e já se senta, indicando o assento ao lado para o Awase, dessa forma, o amigo termina de frente para a Yaoyorozu. E ele, de frente para a Uraraka, que olha para o cardápio com fascínio, também dá para perceber como ela olha para a amiga em busca de confirmação de que pode pedir qualquer coisa, e então… ela o pega observando e franze o cenho, como quem pergunta silenciosamente “Tá olhando o quê?”

E isso o faz sentir a necessidade de desviar o olhar, por algum motivo insano.

Logo os pedidos chegam. Ele não é o maior fã de doces, então quis um bolo de frutas vermelhas, por ser mais azedo. As garotas pediram fatias que chegam a enjoá-lo de tanto açúcar que parecem ter, e o Awase, talvez querendo parecer maduro e descolado, quis uma torta de café, mas dá pra ver como ele retorce os lábios a cada fatia. Tão risível que é triste.

Mas Neito será verdadeiro à sua palavra e tentará entreter a Uraraka para que o amigo tenha o mínimo de uma chance. Ele a olha se deliciando com seu bolo, as bochechas infladas e rosadas, os olhos fechados, só não há um sorriso pois ela está com a boca ocupada.

E… ele não tem ideia do que dizer a ela para distraí-la.

O loiro nunca teve problema em criar assuntos, a mais simples banalidade pode se tornar uma conversa produtiva dependendo do ângulo de abordagem utilizado, e o silêncio, apesar de muito útil e necessário para se observar pessoas, tende a incomodá-lo um pouco. O Awase parece perdido demais, então cabe a Neito fazer as coisas andarem, mas…

Ele olha para ela e sua língua trava. Uraraka não está fazendo nada além de comer com muito mais felicidade que se espera, e não há nada que ele queira dizer, Neito só quer… olhá-la pelo máximo de tempo possível.

—  Monoma-kun, você não gosta de cereja? —  ela pergunta, de repente.

—  Como? —  Uraraka aponta para o prato dele com o garfo. Ela já comeu quase toda a fatia, apenas a cereja que veio no topo dela permanece intacta —  Ah… não muito. Não me parece muito uma fruta, é doce demais.

—  Não existe isso de “doce demais”. —  ela diz com muita certeza.

—  Tecnicamente, existe. Há taxas de açúcar em tudo que consumimos. —  ela parece não estar dando a mínima para a explicação dele, mas Neito não se importa, esse é um assunto meio chato, e ele não quer entediá-la —  Então… seu aniversário é quando?

—  O meu? 27 de dezembro.

—  Ah, no recesso de fim de ano.

—  Uhum, geralmente tá todo mundo na casa dos pais, e é no inverno, então está sempre frio. Fica difícil comemorar.

—  E você não comemora com seus pais?

—  Não, eles moram longe. É difícil eu viajar nessa época do ano.

Ele realmente não sabe nada sobre essa garota além de ser engenhosa e ter uma individualidade interessante e copiável, mas só consegue pensar que, mesmo que ela tenha explicado com um sorriso, há um quê de melancólico no que disse, e isso o deixa intrigado e, quem imaginaria, sem resposta.

—  Entendi. Eu, hã… não faço questão de comemorar, normalmente. É só um dia no ano, não é como se todos tivessem que parar para me tratar como se eu fosse especial para no dia seguinte tudo voltar ao normal.

—  Ah, mas é legal se sentir especial por um dia, não?

—  Ou eu posso me sentir especial todo dia, não? —  ele retruca, erguendo a sobrancelha.

—  Claro, claro. —  ela dá uma risadinha —  É sua cara falar isso, Monoma-kun!

—  Ah sim, eu não gosto de desapontar. — o loiro inclina a cabeça —  Ou você está me chamando de previsível?

—  Q-quê? Não, eu… —  ela arregala os olhos, mas logo os estreita ao perceber o que ele está fazendo —  É, você não desaponta mesmo… —  e murmura de um jeito que faz a nuca dele esquentar, como ela é ridícula e charmosa.

—  Você muito menos.

—  Quê?

—  Aqui, pode pegar. —  Neito estende seu prato para que ela pegue a cereja, na esperança de que esqueça o que ouviu dele. Que complicado, em um minuto ele não sabia o que falar, agora está falando até demais. Ela gera um efeito curioso nele, é melhor tomar cuidado.

—  Hã… sério?

—  Por favor, não gosto de desperdiçar comida. —  ela hesita, mas finalmente leva seu garfo ao prato dele e espeta a pequena frutinha vermelha, comendo-a rapidamente, a visão não poderia ser mais inocente, mas ainda assim ele tem uma sensação estranha na parte mais baixa do abdômen. Ah, os hormônios… e a tendência é piorar agora que ele está ficando mais velho e… interessado em entender tais sensações.

Ele ainda a assiste mais um pouco, até que sente o olhar fuzilante do Awase nele. Que coisa, Neito praticamente havia se esquecido de que não estava a sós com a Uraraka, de tão fácil que foi se engajar em uma conversa com ela e trocar pequenas farpas, o tempo passa mais rápido quando somos desafiados, mais ainda quando gostamos do desafio. Ele olha para o amigo e dá um sorriso pretensamente puro, não é culpa dele que o Awase não sabe conduzir uma conversa com uma garota por quem tem interesse com naturalidade e charme da mesma maneira que ele faz.

A volta até o campus o deixa levemente frustrado, ele esperava manter a conversa com a Uraraka fluindo, mas ela, intuitiva demais, deve ter percebido que o Awase e a Yaoyorozu não conseguiram conversar direito, então lá foi ela puxar um assunto aleatório sobre provas e testes para fazer os dois coitados sem traquejo social se sentirem incluídos.

—  B-bom, hã… valeu por virem com a gente, meninas. —  o garoto moreno coça a cabeça e ajusta sua faixa, que não precisa de ajuste —  Agora a gente precisa voltar pros dormitórios pra es-

—  Para a minha festa surpresa.

—  Q-QUÊ??? COMO VOCÊ SABE?

—  Como eu não saberia?

—  Ah, Monoma, vai à merd- —  ele se exalta, mas lembrando-se da Yaoyorozu, acalma-se —  Você vai pelo menos fingir que tá surpreso?

—  Claro, sou um grande ator e você sabe. —  ele olha para a Uraraka, que parece estar segurando a risada —  Estão convidadas para a festa, se quiserem.

—  Ah, eu agradeço, mas preciso voltar para o dormitório e estudar. —  a Yaoyorozu recusa educadamente.

—  E quanto a você? —  ele está pensando em um misto de querer ver “no que dá” e considerar as possibilidades com cuidado —  Acredito que a Kinoko deva ter preparado diversos doces, são realmente bons. —  e ele tenta persuadi-la, não sabendo o quê, exatamente, teria a ganhar com a presença de uma garota da turma A em sua festa de aniversário.

Mesmo que não seja qualquer garota.

—  E-eu não quero atrapalhar sua comemoração com seus amigos-

—  Se estou te convidando, é porque você não atrapalharia. Não vai mesmo considerar um pedido do aniversariante?

—  Achei que você não quisesse ser tratado de um jeito especial só porque é seu aniversário.

—  Não quer dizer que não farei uso desse privilégio se julgar conveniente. —  é o que ele responde, mas a primeira resposta que lhe cruzou a mente foi “Não quero. Mas não ligaria de ser tratado de maneira especial por você”.

—  B-bom, então… tudo bem você voltar sozinha, Yaomomo-chan?

— Ela não vai voltar sozinha, Awase a levará até o dormitório. Correto? —  Neito lança um olhar assertivo na direção do amigo.

— E-eu… sim! —  e ele devolve com uma expressão decidida. Muito provavelmente continuará sem saber o que fazer, mas  o loiro fez tudo em seu alcance para ajudar o amigo.

—  Hã… Monoma-kun, se você não gosta de comemorar e sabia que estavam planejando uma festa para você, por que não falou nada pra eles? —  ela questiona enquanto eles caminham até o dormitório da turma B. Neito mantém uma certa distância, dificilmente ela ouviria, mas ele prefere não arriscar que ouça seu coração batendo acelerado.

—  Hum… é uma boa pergunta… você acreditaria em mim se eu dissesse que é porque sei que eles gostam de se juntar assim e que não me importo se estão usando meu aniversário como desculpa pra isso? 

—  Acreditaria, sim. Mas acho que não é só uma desculpa, acho que eles querem comemorar de verdade com você.

—  É, nisso eu concordo. —  ele sorri enquanto olha pra ela —  Bom, vamos indo?

Ela revira os olhos e continua andando, a luz do luar em começo de noite batendo no cabelo dela a torna uma visão etérea e agradável.

Neito pode até não fazer questão de comemorar seu aniversário, mas está grato por seus amigos quererem fazer algo por ele. É um dia como qualquer outro, mas caminhar ao lado dela enquanto percebe que não consegue decifrá-la —  e que não se importa nem um pouco em continuar tentando —  o torna um tanto especial.

E ele realmente detesta cerejas, mas contar com a presença da Uraraka em sua festa, conversando com as meninas e se sentindo à vontade como se pudesse pertencer à turma naturalmente, sem dúvidas, foi a cereja do bolo.


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Notas finais do capítulo

Monochako é um rarepair (crackship?) que muito me agrada, e tenho sentimentos complexos pelo Monoma, então aproveitei que é aniversário desse monstrinho e combinei com o tema do @OchabowlProject, que é "Que seja doce!" e nasceu essa one. Obrigada ao @Nosk pela betagem e à @OchacOmochi pela capa!
Obrigada também a você que leu! Espero que tenha curtido!