Aulas de Culinária escrita por nyssua
Notas iniciais do capítulo
Fiz essa one para um desafio no Spirit mas ficou tão fofa que resolvi postar aqui.
Boa leitura!
— Pai, você pode me pegar na escola no final da tarde? — Perguntei ajeitando a franja, enquanto encarava meu reflexo no espelho do quebra sol. Percebi a movimentação de meu pai ao meu lado antes de perguntar.
— Vai precisar ficar até mais tarde?
— Acabei inscrita na extracurricular de culinária. — Dei de ombros, evitando os detalhes finais da frase que seriam: por causa de um crush.
Era óbvio que papai mataria a mim, o garoto, a família do menino e ainda faria um pronunciamento sobre os motivos que o levaram a cometer tais crimes. Ok, talvez eu esteja sendo exagerada.
Ele não me mataria, certo?
O mal-humorado senhor Uchiha, era um escritor que quando não estava com sua mente brilhante e criativa trabalhando em algum livro totalmente incomum, estava revisando alguma coisa para a editora. Mamãe trabalhava no hospital municipal como diretora geral, e em dias de plantão — como hoje — papai e eu passávamos a tarde vendo filmes ou jogando videogame.
Então era tão claro quantos os olhos de minha mãe: ele estava emburrado por saber que eu quebraria os planos em um milhão de pedacinhos.
— Você não precisa de materiais específicos para essa tal aula? — perguntou, quando estacionou o carro em frente à escola.
— Vou descobrir isso hoje… Mas Chocho acha que não. — Sorri sem mostrar os dentes e curvei meu corpo, deixando um beijo estalado na bochecha do moreno emburrado. Rapidamente ele desfez a carranca e sorriu para mim. Mamãe sempre diz que eu sei desmontar o monstro e isso não é mentira. — Obrigada pela carona, papai!
Desci do veículo, ajeitando a mochila no ombro e iniciei minha caminhada até a entrada do prédio. Não encontrei minha melhor amiga assim que cheguei, como costumava ser em todos os dias, e ao tirar o celular do bolso vi que ela havia mandado uma mensagem avisando que não iria para a aula.
Ótimo Akimichi! Agora eu tenho uma porcaria de aula extra ‘pra enfrentar sozinha!
Bufei de raiva, e coloquei os fones no ouvido, com Kiss and Make Up tocando no volume máximo. Cumprimentei alguns conhecidos nos corredores e até finalmente alcançar meu armário meu corpo já reagia ao ritmo da música.
Desviei os olhos da porta de metal — agora aberta — e do outro lado do corredor vinha a razão dos meus suspiros adolescentes: Boruto Uzumaki.
Junto com ele, estavam os amigos, mas eu pouco me importava. Ele sorria e acenava como uma candidata em algum concurso de beleza. O seu caminhar era distraído, a provável conversa com os outros rapazes era descontraída a ponto de fazê-lo gargalhar. E então os olhos azuis pararam em mim, e fiquei desbaratinada, desviei o olhar rápido demais e fiquei mexendo dentro do armário como se minha vida dependesse disso.
— Bom dia, Sarada! — Bufei desacreditada que havia sido pega no flagra, e que ele estava bem aqui: parado ao meu lado, sabendo que eu entrava na lista das garotas que babavam quando ele passava. Fechei o armário com força, o que fez o loiro assustar-se brevemente, mas não ao ponto de desfazer a pose desleixada, encostado de lado no armário, com os braços cruzados e aquela cara impecável de partidor de corações. — Fiquei sabendo que se inscreveu nas aulas de culinária.
— Foi coisa da Chocho — resmunguei, abraçando meus livros e comecei a caminhar na direção contrária de onde ele havia vindo. Escutei seus passos atrás de mim, e respirei fundo, tentando encontrar calma em algum lugar.
— Fiquei interessado porque meu pai disse que eram ótimas aulas na época dele... — O Uzumaki já estava ao meu lado, com as mãos enfiadas nos bolsos na jaqueta preta e rosa escura do time de futebol. — Acabei me inscrevendo também.
— É, eu vi seu nome na lista — eu disse como se fosse um mero detalhe e não como se tivesse morrido para colocar meu próprio nome na lista. Ajeitei a armação do óculos quando parei de andar e virei meu corpo de frente para ele, visto que já estávamos na porta da sala onde assistiria minha primeira aula.
— Legal… — O loiro trocou o peso do corpo sobre os pés e me olhou com curiosidade. — E cadê a Akimichi?
— Ela não vem na aula hoje… — Estreitei os olhos para responder sua pergunta desconfiável, e o olhar azul brilhante dele se iluminou.
— Bom, te vejo na aula de culinária mais tarde, então. Podemos fazer dupla... — Ele sorriu de lado quando arregalei os olhos. — Se você quiser, é claro! — completou. Apenas acenei com a cabeça, ainda desacreditada que a “brilhante ideia de fazer seu crush te notar” da minha amiga maluca estava dando certo.
Dessa vez com um sorriso aberto, o loiro se curvou em minha direção, beijando minha bochecha e saiu; deixando para trás um leve cheiro de perfume e banho recente, além de um formigamento no rosto e uma crescente expectativa.
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Isso é tudo pessoal!