Redenção escrita por Pollyanna Felberk, Salgarello


Capítulo 1
Prólogo




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Ele pegou um graveto no chão e se preparou como se houvesse um adversário digno à sua frente.

—... e então aquele enorme dragão de garras afiadas se aproxima, com suas escamas brilhando ao sol, uma majestade da natureza – continuou com convicção, como se me contasse uma história real e não mais uma de suas fantasias.

—E você o derrota... com um graveto? – Segurei o riso.

—Você me subestima demais, Aila. -Ele saiu de sua posição de batalha e se aproximou.

Encontrava-nos no bosque atrás da propriedade da minha família, ninguém ia ali já havia muito tempo e os poucos criados que ainda restavam não se preocupavam mais em me seguir para todo lado. Não era tão difícil assim fugir para encontra-lo e aqueles encontros estavam cada vez mais frequentes.

—Ainda vou viver muitas aventuras – disse me estendendo a mão, que aceitei. -E um dia irei me casar com você.

Senti minhas bochechas esquentarem, algo se aquecia dentro de mim sempre que ele dizia aquilo. Apesar de ser fácil imaginar uma vida ao lado dele, era impossível imaginá-lo ao meu lado. Eu havia nascido para a nobreza e a maior posse dele era o seu coração de ouro.

—Meu pai te pediria a cabeça do seu dragão dourado para que fosse digno de se casar comigo. -Dei-lhe as costas. Era algo que me entristecia e eu não podia demonstrar fraqueza perante alguém tão valente. Bem a tempo, pois uma fraca crise de tosse me invadiu quando senti os leves e primeiros sintomas de uma falta de ar.

—Você está bem, Lis? – Senti sua mão em meu ombro e suspirei, me acalmando.

Apenas assenti. Naquele momento seu toque parecia tão certo, sempre parecia, mas se alguém nos visse teríamos sérios problemas. Ele se aproximou tanto que eu já sentia o calor que emanava do seu corpo. Por várias vezes imaginei se não estaria falando ele de si próprio ao se referir ao dragão que combatia com tanto afinco.

—Eu faria qualquer coisa para ser digno de ser chamado de seu marido – concluiu após breves segundos. Senti o sopro das suas palavras em minha nuca e fechei os olhos. Eu não podia chorar.

Noah me virou delicadamente para encará-lo, seus olhos fixos em mim. Queria dizer que ele já era digno, não havia ninguém mais digno disso do que aquele que tinha meu coração nas mãos, mas as palavras ficaram presas na minha garganta e perdi a voz quando ele encostou de leve seus lábios nos meus.


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