A Proposta escrita por Isa


Capítulo 18
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Notas iniciais do capítulo

Oi, como estão? Espero que todos bem e suas familias também.
Espero que não tenham desistido da fic ainda :)
Enfim, boa leitura!



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Três semanas se passaram desde o fatídico dia e desde então Ron tentava de tudo para se desculpar com Hermione. Ginny havia lhe avisado que ele tentaria, só não estava preparada para sua casa virar uma floricultura devido a todas as flores que Ron mandava com vários cartões pedindo perdão e mais uma chance.

Hermione ignorou todas as tentativas, Ron bateu na sua porta no dia seguinte a visita de Ginny, porém ela não o deixou entrar e muito menos falar nada. Ainda não conseguia olhar para ele sem que cenas dele com aquela mulher voltassem, junto com todo o sofrimento.

—Mais um? –Luna perguntou ao ver Hermione recebendo mais um arranjo de flores.

—Sim, agora além de mandar em casa está mandando aqui na escola. –Hermione bufou colocando as flores na mesa. –O que eu faço?

—Não acredito que vou dizer isso, mas o paizão está se esforçando para se desculpar. –Luna pegou o cartão e leu. –Vai continuar ignorando?

—Eu não estou pronta para vê-lo. –ela falou sincera.

—Bom, vocês moram no mesmo prédio, uma hora vão se esbarrar. –Luna sorriu. –Se não fosse assim, vocês não teriam se conhecido e não teríamos esse menino a caminho.

—Só estou sendo forte por ele. –Hermione alisou a barriga. –O bebê não tem culpa do pai que tem.

—Falando no bebê, tudo certo para o chá de bebê? –Luna perguntou animada. –Confesso que até eu estou animada, principalmente pela parte que Ginny deixou eu fazer uns drinques temáticos!

—Sim, Ginny me ajudou a organizar. –Hermione apontou o dedo para a amiga, brava. –Coisa que você deveria ter feito!

—Eu não sei sobre essas coisas de bebê! –Luna deu de ombros. –Ginny é mãe e já passou por isso, esqueceu que eu sou a tia descolada!

—Eu acho bom você começar a saber sobre bebês porque não vai demorar muito para o Neville querer ser pai! –Hermione riu da careta que Luna fez.

—Não começa, ele já veio com esse assunto esses dias! –Luna rapidamente voltou ao assunto inicial. –Convidou o Ron para o chá de bebê?

—Não, mas deixei que Ginny ou Harry o chamassem, afinal é na casa deles que vai ser. Não posso impedi-lo de ir na casa da irmã e do melhor amigo.

—Isso e também pelo fato que você não quer dar o braço a torcer. –Luna riu por ter descoberto a verdade. –Você o quer lá, mas não quer convida-lo!

—Qualquer mãe gostaria que o pai do seu filho estivesse no chá de bebê, assim como gostaria que ele estivesse comigo quando o bebê nascesse, mas Ron perdeu esse direito ao me trair!

Ron tentava ocupar o vazio que Hermione deixara na sua vida, principalmente, com o trabalho ou com visitas aos pais e Ginny e Harry. Ainda era muito difícil ficar em casa, pois cada canto o fazia lembrar de Hermione e dos momentos que passaram juntos.

—Oi, pai! –Ron chegou na garagem do pai e o encontrou trabalhando no berço.

—Oi, filho! –Arthur largou a ferramenta para abraça-lo. –Como vai?

—Indo e você?

—Tudo bem, estou quase terminando o berço do seu filho. Quer me ajudar?

—Não sou muito bom com trabalhos manuais, você sabe.

—Venha! –Arthur o chamou. –Eu te ensino.

Pai e filho passaram todo o sábado trabalhando no berço. Arthur estava quase terminando, faltava apenas lixar e pintar. Ron gostou de passar esse tempo com o pai, principalmente, fazendo algo para o seu filho.

—Ei, vocês dois! –Molly foi na garagem chama-los. –O jantar está quase pronto, melhor irem se limpar.

—Vamos antes que sua mãe venha chamar novamente. –Arthur guardou as ferramentas. –Podemos fazer isso mais vezes.

—É, foi divertido. –Ron olhou para o berço. –Será que amanhã conseguimos terminar?

—Se você me ajudar a pintar, acredito que sim!

—Pode contar com a minha ajuda!

Ron foi passar o dia na casa dos pais, mas acabou ficando o final de semana todo. Molly estava preocupada com a aparência cansada do filho e não o deixou ir embora antes de alimenta-lo várias vezes.

No domingo, Ginny, Harry e os meninos apareceram para o almoço deixando o ambiente mais animado.

—Voltou a morar com o papai e a mamãe? –Ginny provocou o irmão ao saber que ele tinha dormido no seu antigo quarto.

—Não, só passei o final de semana. –ele forçou um sorriso. –Não consigo ficar em casa final de semana sem ela.

—Ron, desculpe. –ela não tinha a intenção de cutucar a ferida. –Nenhuma chance?

—Não, ela me ignora de todas as maneiras. –Ron falou frustrado. –As flores não deram certo, fiquei plantado na porta dela dias tentando conversar, mas ela me manda embora sem deixar eu dizer uma palavra.

—Eu não sei se deveria dizer isso, mas tenho certeza que o Harry vai te falar. –Ginny suspirou antes de falar. –Sábado que vem na minha casa a Hermione vai fazer o chá de bebê.

—Ela não ia me contar? –ele perguntou bravo. –Eu sou o pai, tenho o direito de saber!

—Ei, idiota! –Ginny chamou sua atenção, no mesmo tom usado com os filhos. –Esqueceu que você despedaçou o coração dela?

—Vou ter que viver com isso para o resto da vida. –Ron estava realmente arrependido. –Então, aposto que Hermione está nervosa com o chá de bebê.

—Consegui a tranquilizar, mas você conhece ela! –Ginny riu. –Você deveria ir.

—Não quero estragar mais a vida dela, melhor não.

—Pense como uma chance de mostrar que se arrependeu. –ela o aconselhou. –As flores não deram certo e você sabia que Hermione não é do tipo que se impressiona com flores. Mostre que quer estar presente na vida do seu filho, talvez seja um bom caminho para reconquista-la.

—Ron, vou começar a pintar o berço! –Arthur avisou o filho ao passar pela cozinha para ir em direção a garagem. –Vai me ajudar?

—Estou indo, pai. –Ron se levantou e beijou a irmã. –Obrigado pelos conselhos.

Arthur e Ron ficaram o resto do dia pintando o berço. Hermione havia pedido que fosse branco, pois combinaria com os demais móveis do quarto. Ron realmente gostou de trabalhar com o pai no berço, tanto que pediu ajuda de Arthur para fazer uma surpresa para Hermione.

A semana foi corrida para Hermione, o último trimestre escolar e da gestação a deixavam bastante ocupada. Precisava dar conta de finalizar todo o conteúdo do ano com as crianças e deixar tudo pronto para a chegada do bebê. Sentia-se tão aliviada por poder contar com a ajuda de Ginny e Molly com as coisas do bebê, pois não fazia ideia de quem um pequeno ser humano precisava de tanto. Luna também a ajudava bastante, principalmente na escola e escutar seus desabafos sobre Ron.

Até mesmo Londres resolveu amanhecer animada para o chá de bebê, os dias do inverno ficaram para trás, as flores da primavera já coloriam a cidade e deixavam os dias mais quentes, um aquecimento para o verão.

—Olá, Mamãe do Ano! –Ginny abriu a porta de sua casa animada. –Como está?

—Quer parar de me chamar assim! –Hermione a cumprimentou. –Não consegui dormir quase nada.

—O último trimestre é realmente complicado. –Ginny riu lembrando da dificuldade que era achar uma posição para dormir. –Quer descansar um pouco antes de todos chegarem?

—Não, vou te ajudar a arrumar.

—Já está tudo pronto, Harry e os meninos estão terminando de colocar os balões lá fora. –Ginny indicou que fossem para a cozinha tomar um chá. –Acho melhor te avisar que convidei meu irmão.

—Tudo bem, a casa é sua. –Hermione fingiu não se importar pelo encontro iminente. –Falei que não tinha problemas.

—Dá uma chance para ele. –ela pediu e antes que Hermione a interrompesse, explicou. –Não estou falando para que você corra para os braços dele e saiam daqui direto para o cartório para casarem, só deixe ele se explicar.

—Não é como se ele quisesse casar comigo de qualquer jeito. –Hermione respirou fundo. –Tudo bem, eu vou deixar ele se explicar, mas se ele vier de novo com aquela história que não queria transar com aquela mulher eu juro que nunca mais olho na cara dele!

—Você vai se surpreender com a mudança de Ron. –Ginny serviu o chá. –Eu mesma não acreditei vendo ele se rastejando por aí, ele sente muito a sua falta e do filho.

—Bom, ele...

—Eu sei, ele deveria ter pensando nisso antes de quase transar com aquela mulher. –Ginny sabia o que ela diria. –Também acho, mas é impossível não dizer que Ron se arrependeu e está fazendo de tudo para ter o seu perdão.

Hermione tinha que concordar com Ginny, pois Ron estava fazendo de tudo para conseguir o perdão dela. Todas as aquelas flores, as tentativas de se desculpar e, principalmente, as mensagens que mandava perguntando se ela e o bebê estavam bem ou se precisavam de alguma coisa.

Não demorou muito para Molly e Arthur chegarem, Molly trouxe um lindo e, provavelmente, delicioso bolo todo decorado para o neto. Luna não demorou a chegar também, como autorizado por Ginny e Hermione, ela trouxe as bebidas para fazer vários drinques dentro do tema chá de bebê.

Ron ponderou muito sobre a sua presença no chá de bebê, não tinha certeza se seria bem recebido por Hermione, afinal essa seria a primeira vez que estariam juntos desde aquele dia no seu escritório. Todas as suas tentativas de reaproximação até hoje foram um fracasso, Hermione estava sendo totalmente fria com ele, infelizmente ela tinha razão para tal indiferença.

—Oi. –Harry abriu a porta feliz em ver quem estava na sua frente. –Que bom que resolveu vir.

—Oi, não poderia perder o chá de bebê do meu filho. –Ron sorriu sem jeito. –A festa já começou?

—É, acho que a maioria das pessoas já chegaram. –Harry levou o amigo para a sala, lugar onde os homens estavam. –Nós estamos aqui e as mulheres lá fora.

—Sente e pegue uma cerveja, filho. –Arthur indicou o lugar ao seu lado. –Estamos assistindo futebol.

—Obrigado. –Ron aceitou a bebida de Harry e ficou na sala com eles, por mais que estivesse controlando a ansiedade em rever Hermione.

A sala de jantar de Ginny foi toda decorada com balões e a mesa repleta de doces e no centro o bolo feito com tanto carinho por Molly. Hermione não poderia ter escolhido uma família melhor para o seu filho crescer.

—Tia Hermione vai abrir os presentes! –James falou animado entrando na sala.

—Mamãe falou que é para vocês irem ver! –Albus repetiu o pedido de Ginny. –E falou que se vocês não vierem ela vai ficar aqui buscar vocês.

—Bom, melhor irmos! –Harry riu desligando a TV. –Vocês não vão querer ver Ginny vindo nos chamar.

Hermione estava sentada rodeada por presentes, Ron notou que ela não conseguia parar de sorrir, igual no dia que ela contou estar grávida. Foi a primeira vez em semanas que Ron sorriu genuinamente ao vê-la tão feliz.

—Então vamos ver o que o Hugo ganhou? –Molly disse animada. –Esse é meu e do vovô, o outro...

—Hugo? –Ron falou alto interrompendo a mãe. –Quem é Hugo?

—Seu filho! –Ginny respondeu por Hermione que estava constrangida demais pela cena para responder. –Foi o nome que Hermione escolheu.

—Achei que seria George. –ele falou confuso. –Por que não me disse nada?

—Depois vocês conversam, Ron. –Harry falou ao amigo, todos os convidados estavam ali presenciando a cena.

—Continuando, o outro presente será entregue assim que Arthur terminar. –Molly finalizou entregando um embrulho para Hermione abrir.

Hermione foi abrindo todos os presentes e não pode deixar de imaginar se filho usando todas as roupas que ganhou e como Harry a lembrou, todas as fraudas que ganhou seriam usadas e ficariam bem sujas. Após abrir todos os presentes, o bolo foi servido, assim como os docinhos.

Ron estava procurando uma oportunidade para se aproximar de Hermione, mas ela nunca estava sozinha, sempre tinha alguém conversando com ela. Teria que esperar até a festa acabar para conseguir um momento a sós.

—Hugo ganhou vários presentes! –James observou após todos irem embora, ficando apenas a família. –Eu também ganhei quando estava na sua barriga, mamãe?

—Ganhou! –Ginny sorriu. –Você e seu irmão ganharam vários!

—Podemos ter um chá de bebê de novo? –Albus perguntou. –Assim agora a gente pode ganhar brinquedos.

—Não, só acontece quando o bebê está na barriga da mamãe. –Harry riu da ideia dos filhos.

—Hermione venha descansar, nós arrumamos isso depois! –Molly a chamou.

—Não quero deixar sujeira para Ginny e Harry depois. –ela respondeu tirando as coisas da mesa.

—Eu te ajudo. –Ron levantou e foi até a sala de jantar.

Ron basicamente arrumou tudo, pois não deixava Hermione fazer nada. Não queria que ela se abaixasse ou pegasse qualquer coisa que fosse pesada. Finalizou a limpeza levando o lixo para fora e organizando os presentes para serem levados para casa dela.

—Eu não tenho como agradecer todos vocês pelo dia de hoje. –Hermione falou emocionada ao se despedir. –Obrigada por tudo!

—Não foi nada. –Ginny a abraçou. –Que bom que gostou!

—Não fizemos nada além do que a família faz. –Molly a abraçou.

—Posso levar o berço sábado que vem? –Arthur perguntou, queria tanto que vissem como ficou.

—Claro, os outros móveis também chegam no sábado. –Hermione estava ansiosa para ver o berço feito por ele. –Harry, consegue pedir um Uber, por favor?

—Não precisa, eu te levo. –Ron falou, ansioso por finalmente ter um momento a sós com ela. –Nós vamos para o mesmo lugar e eu te ajudo com os presentes.

—Tudo bem. –ela concordou.

Ron conseguiu colocar todos os presentes no carro com a ajuda de Harry e Ginny. Antes de ir embora agradeceu a irmã pela festa.

—Não estraga tudo, de novo! –Ginny pediu antes do irmão entrar no carro. –Eu pedi que Hermione te desse uma chance, então se você estragar tudo é a minha reputação que vai para a lama!

—Pode deixar. –ele sorriu. –Obrigado de novo.

O caminho da casa de Ginny até o prédio deles foi praticamente em silencio. Ron tentou puxar conversa, mas Hermione apenas respondia com poucas palavras, não deixando a conversa evoluir.

Foram necessárias algumas viagens no elevador para conseguirem levar todos os presentes para o apartamento de Hermione.

—Último. –Ron entregou o presente para ela. –Quer que eu te ajude a guardar?

—Obrigada, mas antes de guardar estou lavando tudo, assim já fica tudo pronto para usar. –Hermione sorriu agradecendo.

Antes que o silencio tomasse conta e Hermione o expulsasse de casa, Ron lembrou-se do conselho de Ginny.

—Podemos conversar? –ele pediu.

—Ron... –Hermione suspirou cansada. –Ainda não estou pronta para isso.

—Tudo bem, eu não irei forçar. Só queria que soubesse que irei me arrepender pelo resto da vida por ter estragado tudo com você. –Ron a olhou diretamente nos olhos. –Me dê uma chance, por favor. É só o que peço, uma chance para consertar tudo.

—Ron, você me machucou muito. –ela tinha lágrimas nos olhos enquanto falava. –Eu já passei por isso antes, mas dessa vez foi muito pior. Não consigo olhar para você sem lembrar da cena que presenciei.

—Eu sinto muito, se eu pudesse voltar atrás...

—Mas não dá, Ron! –Hermione o interrompeu triste.

—Eu sei. –ele preferiu não insistir mais, não faria bem a Hermione ficar nervosa. –Obrigado por me deixar participar do dia de hoje.

—Você continua sendo pai dele. –ela acariciou o barriga. –Isso nunca irá mudar, você pode escolher participar ou não da vida dele.

—É tudo que eu mais quero! –Ron se apressou a falar. –Você e o Hugo são o que de melhor aconteceu na minha vida, vou fazer de tudo para provar a você que me arrependo.

Hermione não sabia o que dizer, Ron parecia estar arrependido, porém ainda estava magoada demais. Precisava de um tempo para entender e principalmente para ver até que ponto ele estava disposto a ir para reconquista-la.

—Acho melhor eu ir descansar. –ela falou.

—Claro, desculpe. –ele caminhou até a porta. –Se precisar de alguma coisa me avise.


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Notas finais do capítulo

Ron vai ter que batalhar muito por uma chance, Hermione não vai ser fácil até porque o que ele fez é quase que imperdoável. Como respondi em alguns comentários, não gosto de traição e sinceramente não sei se perdoaria uma então foi muito difícil escrever essa parte da fic... Enfim, é isso. Espero que não tenham desistido.
Beijos, se cuidem e até o próximo!



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