Pokémon - Remembrance escrita por Benihime


Capítulo 1
Rivalidade - Ash x Gary




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As duas garotas se sentavam juntas na varanda, observando os meninos que apostavam corrida na estrada. O garoto mais alto, de cabelos castanhos, foi o primeiro a voltar até onde elas estavam.

— Eu ganhei de novo! — Gabou-se. — Ash perdedor.

— Gary. — A garota de cabelos castanhos repreendeu. — Deixe o Ash em paz.

— Não valeu! — O garotinho de cabelos negros finalmente os alcançou, o rosto corado pela fúria e pela corrida. — Você trapaceou! Você me empurrou!

— Não empurrei não!

— Empurrou sim.

— Não empurrei. Seu bebê chorão.

— Você é que é chorão.

— Meninos, já chega. — A adolescente de cabelos negros interrompeu. — Nada de discussão. Já combinamos isso, lembram?

— Mas ele trapaceou! — O garoto moreno protestou de novo. — O Gary é um trapaceiro.

— Ash Ketchum, agora já chega! — A morena esbravejou. — Entre agora mesmo e vá tomar um banho antes que eu chame a mamãe.

A ameaça surtiu o efeito desejado, e Ash entrou correndo em casa.

— Acho melhor irmos também. — A garota de cabelos castanhos disse. — Não é, Gary? Ou o vovô vai ficar preocupado.

Gary assentiu, parecendo desapontado.

— Vocês vão vir jantar mais tarde, não é? — A morena perguntou.

— Sim. — A irmã de Gary respondeu. — Nos vemos depois, Caly.

— Até depois, Daisy. — Caly, ou melhor, Calista sorriu e bagunçou os cabelos castanhos de Gary. — Até mais tarde, Gary-Ados. Não dê muito trabalho à sua irmã.

— Até mais, Caly-Nite.

Os dois irmãos se despediram, seguindo em direção ao grande laboratório não muito longe. Calista os observou por alguns segundos, e então entrou em casa. Sua mãe já estava na cozinha, podia dizer pelo cheiro. Era delicioso.

— Caly? — Dehlia chamou ao ouvir a porta se fechar. — É você, querida?

— Sou, mãe. — Calista respondeu, seguindo a passos largos até a cozinha. — Precisa de ajuda?

— Não. — Dehlia balançou a cabeça, ocupada em mexer nas panelas. — Cuide do seu irmão para mim, por favor.

— Pode deixar.

A jovem subiu as escadas, ouvindo o barulho do chuveiro. Ash já estava no banho. Ela foi até seu quarto, se jogando na cama e pegando o livro que deixara em cima do travesseiro naquela manhã.

— Ei, mana. — A voz de Ash a distraiu de seus pensamentos. — Não devia se arrumar?

— Huh? — Calista ergueu os olhos do livro, surpresa. — É, devia. Valeu, maninho.

Ash simplesmente riu. Calista podia ser a mais velha, mas era tão distraída que ele se sentia o mais velho às vezes.

A morena tomou um banho rápido e trocou de roupa. Quando terminou, desceu para encontrar Ash na sala, esparramado no sofá com um video game.

— Esses jogos vão fritar seu cérebro. — Provocou.

— Cale a boca, Caly.

— Olhe a educação, maninho. — A morena riu. — Não deixe a mamãe te ouvir.

Ash nem pareceu se dar conta do que ela dissera, concentrado demais no jogo. Calista riu consigo mesma e foi até a cozinha.

— Mãe. — Chamou. — Tudo pronto. Quer ajuda?

— Sim. Pode me passar o creme de baunilha, por favor? Está na geladeira.

Calista assentiu, fazendo o que sua mãe havia pedido. Dehlia estava fazendo a sobremesa favorita de Gary: bolinhos recheados com creme de baunilha.

A morena ficou na cozinha ajudando sua mãe até ouvir uma batida na porta.

— Eu atendo. — Disse, ao que a mulher mais velha apenas assentiu.

Calista abriu a porta e sorriu para o professor Carvalho, o melhor amigo de sua mãe.

— Boa noite, professor. — Disse. — Bem na hora.

— Boa noite, Caly. Como vai?

— O de sempre. — Foi a resposta. — Mamãe está quase terminando com o jantar. Podemos esperar na sala.

— Claro, claro.

Calista observou o professor enquanto ele entrava, sem conseguir acreditar no quanto ele ficava diferente quando não estava usando o jaleco. Naquela noite, ele usava uma simples camisa preta e calças jeans. Surpreendentemente, apesar da idade, Samuel Carvalho ainda era um homem bonito.

Ash veio correndo, lançando um olhar mal humorado a Gary. Os dois garotos de sete anos se encararam por um longo segundo.

— Gary, não seja infantil. — O professor repreendeu. — Nada de brigas.

— Está bem, vovô.

— Vão brincar, vocês dois. — Calista instou. — Podem ir jogar se quiserem, só tentem não brigar.

— Não prometo nada. — Ash resmungou, enquanto ele e Gary subiam para seu quarto.

Calista riu, acompanhando os dois garotos com os olhos.

— Isso deve mantê-los ocupados. — Declarou, satisfeita.

— Sim. Boa ideia, Caly.

— Obrigada. — A morena sorriu. — E então, professor, como vai sua pesquisa?

— Muito bem, obrigada. Hoje comecei a tentar entender as propriedades do pó venenoso dos Bellsprout.

— E quais são elas?

A jovem se inclinou para frente com interesse, ouvindo enquanto o homem mais velho explicava suas descobertas. Não muito depois, Dehlia entrou na sala.

— Já está atormentando as meninas com suas palestras, Sam? — Provocou.

— Muito engraçado. — Ele rebateu jocosamente. — Para sua informação, foi Calista quem perguntou.

— É mesmo, Caly?

— Sim. Eu fiquei curiosa.

— Calista é uma das garotas mais brilhantes que já conheci. — O professor declarou. — Devia deixá-la ser minha assistente.

— Isso é uma péssima ideia. Sei muito bem como você fica quando está no laboratório.

O professor Carvalho simplesmente riu em resposta. Não muito depois, Dehlia pediu que Calista chamasse Ash e Gary para o jantar. A morena assentiu, já subindo as escadas.

Ash e Gary estavam tão concentrados no jogo que nem perceberam sua chegada. A jovem ficou parada na porta, observando enquanto os dois meninos jogavam e trocavam provocações.

— Chega de jogo. — Disse enfim. — Mamãe está chamando. Hora do jantar.

— Awn, Caly, só mais cinco minutos. Por favor!

— Não. Desçam agora. Os dois.

— Por favor, Caly-Nite! — Gary pediu — Estou quase vencendo.

— Não está nada! — Ash protestou. — Eu vou vencer.

— Não vai, não, bobão. Tenho duzentos pontos a mais do que você.

— E daí? Ainda posso passar de você.

— Vai sonhando.

— Já chega! — Calista interferiu — Desçam agora, ou arrasto os dois escada abaixo pelas orelhas.

Os dois garotos protestaram em decepção, mas obedeceram. Calista os ouviu discutindo enquanto os três desciam as escadas.

— Sorte que sua irmã apareceu. — Gary disse. — Ou eu teria acabado com você.

— Não teria nada. — Ash protestou. — Mais cinco minutos e eu teria vencido.

— Ah, claro. Vai sonhando, perdedor

— Parem com isso, babacas. — A adolescente disse ao passar por eles. — Não me obriguem a chutar os traseiros de vocês.

Os dois meninos resmungaram um "certo, Caly". Enquanto se dirigiam para a cozinha, Calista ainda podia ouvi-los discutir em voz baixa às suas costas.


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