Amanhecer: Novos Começos escrita por Sarah Lee


Capítulo 12
Lua - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Mais uma sexta, mais um cap saindo quentinho do forno. Vocês podem notar que esse tem um numero menor de palavras, mas é por que eu tive que novamente cortar o cap em dois. Fazer o que, é a vida.
E vamos de um dos últimos que tratarão de desenvolvimento dos personagens, acho que eles já estão em um ponto legal para eu voltar a progredir com a ação.
Então sem mais delongas, boa leitura.



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Eu sei que não deveria estar nervosa nesse momento, mas eu estava. Sinto que meus últimos anos nessa cidade, se não a minha vida inteira, tenha sido uma batalha sem fim. Só esperando a próxima oportunidade para puxar o meu tapete. A diferença é que ela havia ficado ainda mais perigosa nos últimos anos. 

De todas as possibilidades, essa não era uma que eu conseguia imaginar. Mas apesar de parecer como um sonho, era a realidade. Se alguém tivesse me perguntado anos atrás, sobre quais seriam meus planos para o agora, posso garantir que não se pareceriam nada com isso. Eu não conheceria metade das pessoas que eu conheço, aliás, garanto que nem estaria aqui, ou se estivesse, não seria do mesmo jeito. O fato de que estar viva e respirando já é um milagre a ser comemorado, e eu posso assegurar que tem mais de uma pessoa festejando isso no mundo. Mas a verdade é que eu não sinto que eu fiz por merecer esse momento, fui ajudada de todas as formas, por todas as pessoas, e no final, estou recebendo esse prêmio. Devo tudo a tanta gente, que mal sei como começar algum tipo de agradecimento se precisasse fazer um. Mas eu sei que ele viria. A Bella que existe hoje não é a mesma garota que chegou em Forks anos atrás. Essa Bella não chora tanto, ou espera ser salva por alguém mais forte. Ela luta por aqueles que ama, e agora os protege se necessário. E o mais importante, ela luta por si mesma. Eu tinha me comprometido em ser a Bella corajosa, então esse só seria mais um momento de coragem. Eu segurei forte a minha cicatriz na mão esquerda, e subi confiante no palco quando chamaram meu nome. Eu finalmente estava me formando.

Jacob se levantou ao mesmo tempo que meu pai quando meu nome foi anunciado, e foi  difícil saber quem aplaudia mais alto, ou estava mais feliz com a minha formatura. A pequena escada que me levava ao diretor estava coberta por estrelas brilhantes, e eu respirei fundo para conseguir sorrir quando apertei a sua mão. Após a entrega dos diplomas, Jessica fez um discurso longo sobre superação e sonhos, mas eu sabia que era Angela que tinha escrito ele. Jessica não usaria palavras como "excepcionalmente" em nenhuma frase que fosse. Mas é claro que ela não o leria, Angela não é do tipo que fica confortável no centro do palco. Ela estava na outra ponta da fileira na minha frente, mas eu consegui mandar um "ótimo discurso” para ela mesmo assim, o que, é claro, a deixou vermelha na hora.

Depois da cerimônia, e as diversas fotos que eu tirei com meus amigos, foi o momento dos abraços. Charlie, obviamente, foi o primeiro a me segurar. Ele estava realmente emocionado e, apesar de eu não ter uma lembrança disso antes, ele parecia prestes a chorar. Jacob foi o segundo, o calor gritando por baixo da roupa grossa que ele usava. Os Lobos realmente não deveriam vestir coisas pesadas por aí. Eu queria que minha mãe também estivesse aqui para ver, porém ela está em viagem com o marido agora, mas garanto que ela vai querer saber de todas as novidades após a cerimônia. E é claro, da festa na casa da Jessica.

Eu não queria ir, realmente não me sentia à vontade em festas, qualquer que fossem. Mas Angela insistiu tanto, e Jacob também usou o meu mais novo discurso de “coragem” para me influenciar. Era horrível, e eu não estava nem um pouco no clima de festas, mas sabia por que Jacob queria tanto que eu fosse. Com certeza era um escape para a minha cabeça, e provavelmente para a dele também. A verdade é que Jacob tem se empenhado nas buscas, mesmo após esses 8 dias desde o desaparecimento de Paul. Ele organiza e lidera todos os grupos com os lobos, e vai cada dia mais longe, procurando novos caminhos e seguindo rastros. Mas ainda estamos no escuro com tudo isso. O cheiro dele havia desaparecido vários quilômetros na direção de Seattle, como se tivesse simplesmente evaporado. E o que mais me preocupa nessa história, é a palavra “evaporado” usada por Jacob. Ela me lembrava de mais do primo de Angela, que também “evaporou” e até hoje nunca foi achado. Os lobos também disseram que não podiam fazer nada, e após tantos dias a família dela já se deu por vencida. Eu não queria acreditar, mas talvez acontecesse o mesmo com Paul. Sam me contou também que por causa das tempestades que haviam ocorrido nos últimos dias, o rastro havia se perdido com muita facilidade. Mas Jacob não desistiria, ficando cada dia mais tempo na procura. E apesar de eu me orgulhar dele estar correndo para consertar seus erros, também me preocupava, pois isso claramente o estava afetando. Conforme a raiva que ele sentia dessa estúpida briga diminuía, a preocupação e o arrependimento tomavam conta do seu ser. A responsabilidade pesava em seus ombros, e eu tinha medo que algum dia, caso ele não achasse Paul, ele fosse esmagado por ela. 

A festa, por outro lado, ocorreu normalmente bem. Vários abraços e palavras foram trocadas, e Angela me fez jurar que não perderíamos o contato quando fossemos para a universidade. Eu quase fiquei feliz por realmente ter vindo, se não fosse Jessica tagarelando o tempo todo comigo sobre Mike, e ocasionalmente sobre o “amigo gostoso do seu namorado”, também conhecido como Jared. Jacob trouxe Embry e Jared para a festa, no objetivo de “socializar”, mas o jeito que os lobos socializaram era no mínimo incomum. Parecia que não tinham muitas festas na reserva, e as que tinham, sempre iam às mesmas pessoas. Então todos aqui eram uma novidade, e não posso dizer que eles não gostavam de chamar atenção. Por outro lado, Angela passou boa parte da festa conversando com Embry no canto da sala, e isso certamente não me incomodou nenhum pouco. Embry era de longe o mais bondoso da matilha, uma das muitas coisas que me fez gostar imediatamente dele.- Provavelmente ela também percebeu isso, já que tinha uma boa intuição sobre as pessoas -. O grande coração de Embry com certeza combinaria com o de Angela, e eu fiquei animada com a perspectiva de que talvez um relacionamento nascesse nesse meio tempo. Provavelmente só a velocidade de um lobisomem conseguiria acompanhá-la nos seus grandes sonhos.

Estava tudo caminhando para um bom fim, quando eu ouvi Jacob sussurrar nos meus ouvidos. — Quero te mostrar uma coisa... —. E confirmando que Angela estava em boa companhia pelo resto da noite, eu o segui enquanto ele meio me carregava, meio me puxava noite afora.

— Jacob, vai com calma. — Eu falei, tentando recobrar o fôlego. — Você sabe que não consigo correr tão rápido quanto você. — E também estava ficando difícil de enxergar quanto mais nos afastávamos da casa de Jessica, indo em direção à floresta.

 

— Nem está tão escuro assim. — Ele brincou, o sorriso acendendo um farol na noite. — Ou será que você está ficando com medo do escuro? — E em um salto ele me agarrou e me jogou no ar, me mantendo erguida em seus braços.

Apesar do pulo ter rendido um gritinho de surpresa, era novidade que realmente eu não estava com medo. Depois de tanta coisa que passamos, eu confiava plenamente em Jacob. E talvez ele também quisesse uma confirmação sobre isso ainda. — Nunca estive tão calma. — Eu disse com a maior confiança que tinha.

— Ótimo! — O sorriso se abriu mais ainda, e um pequeno frio no estômago me avisou que provavelmente eu deveria temer esse “ótimo”. — Então é bom você se segurar firme. — E antes que eu pudesse entender  completamente sobre o que ele estava falando, eu já estava em suas costas, correndo noite adentro.

A velocidade do lobo era surreal como sempre, mas mais reconfortante por causa do calor que eu sentia através de seus pelos. Eu não conseguia enxergar nada enquanto corríamos pela floresta escura, mas sabia que Jacob via perfeitamente o caminho. Quanto mais nos afastávamos da luz e agitação da cidade, mais eu me acostumava com outro tipo de claridade. A lua estava brilhando no céu, e sua luz prateada penetrava pelas fendas das copas das árvores, dando um visual único para a floresta. Um toque meio mágico, quase um filtro prateado que vemos nos filmes de fantasia. Se olhasse mais atentamente, provavelmente veria gnomos e pequenas fadas. E quem sabe, tudo me parecia possível enquanto eu estava aqui, correndo nas costas de um lobisomem noite adentro. Após alguns minutos de corrida chegamos em algum ponto mais distante da cidade, e eu conseguia ouvir claramente os sons que a floresta fazia.

— Onde estamos indo? — Eu perguntei quando o vi sair de trás de uma árvore. Jacob tinha se livrado finalmente das roupas “normais” que vestia, e voltara a estar apenas com seu short, o que era muito mais adequado à sua temperatura.

— Apenas venha. — Ele estava ainda mais animado agora, e um brilho diferente aparecia entre os sorrisos que ele me dava. Jake pegou a minha mão com delicadeza, e me puxou por entre os arbustos que ainda se encontravam no caminho.

Quando finalmente a minha visão foi liberada, o que eu vi era de tirar o fôlego. Estávamos em uma pequena clareira, circulada por árvores e arbustos espessos. Era quase como um oásis no meio de tanta terra e madeira, aqui a luz da lua não tinha obstáculos, então tudo conseguia ser banhado por ela. A grama verde encobria o pequeno lugar, e as gotículas de orvalho davam a impressão que estava brilhando. No centro também havia uma grande pedra oval, e eu me perguntei se tudo isso era realmente algo natural, já que a magia parecia estar em todo canto.

— É meu local preferido de toda a reserva. — Jake falou em meus ouvidos, e só então eu percebi que ele me abraçava. — Gostou? — Perguntou com expectativa no olhar.

— É lindo. — Eu respondi, mas palavras não faziam jus ao que eu estava vendo.

— Eu sabia que você iria gostar. — Ele abriu um grande sorriso e voltou a me puxar pelo gramado. Meus pés ficaram instantaneamente molhados pelas gotículas das grama, mas eu não me importei nem um pouco. Entrar aqui parecia ser algo proibido, o que encheu meu coração de uma adrenalina animadora. — Eu encontrei esse lugar depois da minha primeira transformação. — Jacob me ajudou a subir na grande pedra no centro depois que ele subiu. E se deitou, me chamando para aninhar ao seu lado. — Eu estava tão confuso e assustado, apenas sai correndo sem rumo enquanto tentava desligar meus pensamentos... Até que eu cheguei aqui. — Estávamos deitados agora, eu conseguia observar claramente a lua brilhante no céu, e todas as estrelas que não conseguiria ver pela luz da cidade. — Não sei se foi o destino ou algo assim. — Ele riu baixinho, fazendo a barriga tremer. — Mas esse lugar me ajudou desde então. Quando eu não dou conta de algo, ou tenho muita coisa pra pensar, eu venho para cá. É silencioso, não? 

— Demais… — E concordei com a cabeça, com medo de que se eu falasse muito, o lugar todo fosse desaparecer diante dos meus olhos. Eu ainda tinha esse medo, como se fosse uma ferida que eu mantinha escondida de todos. De que, talvez essas partes boas fossem apenas um delírio, e que uma hora eu acordaria novamente na floresta. No escuro e sozinha. Eu segurei mais forte o seu peito para afastar os pensamentos da solidão e o frio. — É incrível…

— É uma pena que você não vai conseguir ver isso tudo no verão. Os vagalumes lotam esse lugar. São como estrelas que você pode tocar se quiser.  — Então estendeu a mão para cima, como se realmente pudesse tocá-las no céu agora. Mas o ato ficou em segundo plano quando eu percebi o que ele tinha acabado de falar. — Seu pai me contou que você pretende sair de Forks. — Ele completou após ver a minha cara de confusão. 

— Jake, eu… — Comecei, querendo levantar para encará-lo nos olhos e explicar toda a situação. Mas ele me segurou firmemente contra seu peito, e me deu um beijo no topo da cabeça.

— Está tudo bem, eu te entendo. Então eu queria te mostrar esse lugar enquanto ainda poderíamos aproveitá-lo. Na verdade, eu queria ter te mostrado bem antes, logo quando eu o encontrei. — Ele continuou falando, mas não olhava diretamente para mim. Apenas fitava o céu escuro em suas lembranças. — Mas parecia impossível na época… E depois tudo ficou tão complicado. — E finalmente se virando para me encarar. — Mas eu sabia que tinha que ser você quem compartilharia isso comigo. — Seus olhos brilhavam como outras duas estrelas quando ele olhava para mim. Jacob pegou a minha mão que permanecia sobre seu peito, e beijou com ternura a cicatriz.

— Quando…? — Foi o que eu consegui dizer, pois o gesto me deixou completamente sem palavras.

— Faz algum tempo que eu notei que você estava estranha. Como uma criança que precisa contar aos pais que fez alguma burrada. — Ele riu novamente, brilhando mais forte que a lua. — Posso não ter uma intuição mágica como Emily, mas também não sou tão tapado quanto Jared. E seu pai terminou de contar os detalhes quando eu perguntei para ele. Aliás, ele também acha que você deveria ter me contado antes, só para dizer.

— Realmente me desculpe. — Respondi quando tomei controle novamente do meu coração gritante. Me pergunto se ele conseguia ouvir as batidas descompassadas dele agora. — Eu não sabia como dizer, ou encarar os desafios que viriam com a minha decisão. Eu acho que só estava sendo…

— Insegura? — Ele completou o meu pensamento, e eu confirmei com a cabeça. — Acho que é bom saber que eu não sou o único a se sentir assim às vezes nessa relação. — E meu tapa em seu braço o fez gargalhar novamente.

Estávamos os dois deitados de costas agora, com apenas as cabeças e mãos encostadas. Parecíamos mais como bons amigos novamente. Já a noite estava tão linda, que me parecia um desperdício apenas não ficar observando o céu infinito. A brincadeira toda terminou em um silêncio reconfortante, e foi como ficamos durante vários minutos seguidos. Eu ouvia o meu próprio coração batendo junto ao dele, misturado com os sons naturais da floresta. E eu percebi que fazia tempo que eu não me sentia assim.

 Foi inevitável eu me lembrar também de outros dias, e de outra clareira. Que era banhada pela luz do sol, e circulada de flores coloridas. Também existia outra pessoa nessa lembrança, uma que brilhava como a grama coberta pelo orvalho. Era um contraste de sentimentos, assim como esses dois ambientes. E eu fiquei feliz por perceber que, eu estava realmente bem com isso. Essas lembranças não me machucavam mais, muito menos pensar nas pessoas que não estavam mais aqui. Provavelmente elas estariam bem, assim como eu desejava que estivessem. E o processo me pareceu estranhamente natural, como se fosse inevitável que, depois do sol claro da tarde, viesse a noite fria. E a melhor notícia, era que os monstros não estariam mais me esperando quando ela chegasse. Quem estaria me aguardando dessa vez, era a Lua em pessoa.

— São seus sonhos Bella. Eu nunca impediria você de fazer o que tivesse vontade. — Jacob quebrou o silêncio, retomando a minha atenção. — É meio triste você pensar que eu faria isso com você.

— Acho que eu estava com mais medo de mim. — Admiti, pensando melhor no assunto pela primeira vez. — Caso você não conseguisse me acompanhar. Fiquei com medo do que seria de mim. — E mesmo parecendo como uma garotinha chorona outra vez, eu me permiti sentir essa minha verdade. Apesar de eu estar mais independente agora, eu ainda não estava pronta para tirar Jacob de minha vida por completo.

— Você continuaria sendo você. — Ele sorriu quando voltou a me encarar. — E eu continuaria sendo eu. E poderia demorar algum tempo, mas não é novidade que eu te seguiria para onde quer que você fosse.

— Mas tem a reserva, e os seus irmãos…

— Não pretendo ficar com eles para sempre Bella, aliás muito de nós não permaneceremos por muito mais tempo. — Ele deu de ombros. — Sam, por exemplo, já está para nos deixar de qualquer maneira. Ele pretende se casar com Emily logo, e vai abandonar a sua forma de lobo para continuar envelhecendo e ter uma família com ela. Provavelmente eles se mudarão para um lugar menos úmido no futuro, Emily está sempre reclamando da umidade e de como a madeira sofre com isso. Embry, por outro lado, também já está sentindo como essa vida é desgastante, e provavelmente sairá quando tiver certeza que tudo está tranquilo. — Ele fingiu continuar desinteressado, mas eu sabia que estava cauteloso quando completou. —  A verdade é, que não é necessário tantos lobisomens quando não se tem mais vampiros por perto.

— Mas pedir para que você desista dos seus sonhos… Eu também nunca pediria isso. — Nós voltamos a encarar o céu, pois estávamos vendo um futuro muito mais distante. Quando não estivéssemos mais aqui.

— Eu teria que me segurar por mais um ano de qualquer maneira, pelo menos até me formar na escola ano que vem. Mas nunca esteve nos meus planos ficar na reserva.

— Eu achei que você gostasse daqui.

— Eu amo esse lugar, foi aqui que eu cresci e conheci você. — Eu não vi, mas sabia que Jacob estava sorrindo. — Mas também é apenas um dos muitos lugares que eu quero ver. A boa parte disso, é que pode ser qualquer lugar, contanto que eu esteja com você.

— Seria algo que eu gostaria também. — E agradeci imensamente por Jacob não conseguir me ver corar.

— Sinto que Forks está ficando pequena demais para mim agora. E além disso, também há muita dor por aqui. — Eu concordei com a cabeça enquanto ele terminava, e lembrei de tudo que passamos, e o que sofremos nesse meio tempo. Fazia sentido querer se afastar das suas mágoas. Eu mesma já pensei nessa saída.  —  Agora eu entendo mais sobre as minhas irmãs. Eu ainda era muito novo para me lembrar dos detalhes e os dias difíceis que passamos, mas elas se lembram perfeitamente.

— Você nunca me falou realmente sobre elas.

— Não há muito o que dizer. Depois que a minha mãe morreu, elas partiram. Rachel e Rebecca preferem não voltar aqui por causa da dor e das péssimas lembranças. Rebecca se casou com um surfista idiota e está morando no havai agora, e Rachel está fazendo faculdade no lugar mais distante que conseguiu encontrar. E é por isso que eu quase nunca as vejo. Mas não é como se eu pudesse realmente culpá-las por algo, agora que eu entendo, também planejo fazer o mesmo. — E me lembrei vagamente das irmãs que eu conhecia de vista quando eu era criança. Certamente elas estariam muito diferentes agora. Imagino se pelo menos elas lembram a mãe de Jacob em algum ponto. Eu gostaria de tê-la conhecido. — Eu não queria deixar meu pai sozinho, mas garanto que ele consegue se virar muito bem hoje em dia. Sempre tentei corresponder às expectativas dele, sabe... Mas agora eu vejo que isso só me machuca. Eu não quero ser o cabeça do conselho como ele um dia, ou me tornar o alfa que ele sonha que eu seja. Acredito que ele tenha colocado tudo em cima de mim quando minhas irmãs decidiram a própria vida.

— Seu pai espera que você seja o alfa? — Eu me lembrei vagamente de Jacob já ter falado sobre isso tempos atrás.

— É sobre as linhagens dos Black e como descendemos diretamente de Ephraim. Nossa família tem assumido o lugar principal no conselho por gerações. E é claro, demonstrando ser o melhor do nosso “tipo” até mesmo como alfas. Eu acho que é por isso que o Lobo vem para mim mais fácil que os outros, meu pai sempre disse que era algo natural em nós, mais forte. — Ele fechou as palmas da mão com força, e eu senti seus músculos se contraírem. — É como se eu nunca tivesse tido realmente alguma escolha de não me tornar o que me tornei. Mas não é o que eu quero para mim, liderar os outros. Não quero a responsabilidade de suas vidas em minhas mãos, e nem imagino como Sam consegue fazer isso.

— E o que você quer ser? — Perguntei rápido, para tirar o foco dos pensamentos sombrios.

— Pode parecer bobo, mas eu sempre quis ter a minha própria oficina. — Eu o senti relaxar aos poucos do meu lado e segurei mais firme a sua mão, para mostrar que eu continuava aqui. — Eu sou bom com motos, e não me importaria de trabalhar com isso por mais alguns anos, talvez consiga arranjar alguma coisa em Phoenix.

— Então você realmente viria comigo?

— Não tem lugar algum que eu iria se não fosse com você Bella. Não vou te perder de novo. — Eu olhei para o lado só para ver que Jacob me encarava novamente, com aquele olhar que eu conhecia tão bem. Era intenso, era quente, e por algum motivo, me lembrava a lua. Talvez nunca fosse o sol que estivesse preso em seu peito. E eu me perguntava se, na realidade, os poetas não estavam me enganando por todo esse tempo.

O sol nunca me pareceu tão frio, e a lua nunca esteve tão quente.


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Notas finais do capítulo

Também estou com alguns planos em mente, mas vou aguardar o prox cap para apresentar para vocês. Já adianto que está babado ♥
Elogios, sugestões ou surtos, eu aguardarei nos coments. Até mais.
(Ps: pra quem queria mais momentos fofinhos, esse cap acabou me dando até cáries)



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