Para Antares escrita por Dreamy Impossible
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
De olhos fechados Yashiro sentia a brisa da tarde em seu rosto. Já estava na hora de ir embora há um bom tempo, mas sua preocupação e frustração a prendiam naquele banco ao pôr do sol.
— Pensei que já tivesse ido, Yashiro.
Assim que ela abre os olhos, dá de cara com uma expressão séria de Hanako encarando-a. Ela se assusta com a situação inesperada e não consegue dizer nada. Ele completa.
— E pensei que tivesse jogado o lixo fora.
Ela olha para as mãos e percebe que segurava a carta. Imediatamente ela tenta escondê-la e colocar dentro dos bolsos. Ela se levanta e se pronuncia.
— E… eu pensei que não fosse mais de te ver hoje. Você desapareceu sem dar explicações, Hanako-kun.
O Sétimo ainda olhava fixamente para o bolso onde ela havia guardado a carta. Aquilo o aborrecia. Primeiro despreza a carta e depois pede ajuda de Mitsuba. Está com medo que eu leia a carta ridícula que ganhou? Ele abaixa o chapéu preto para cobrir o rosto e vira de costas.
— Eu tenho responsabilidades como líder dos Mistérios, não preciso me justificar com minha assistente.
— Hunf, talvez não pra sua assistente, mas para a sua amiga sim!
Naquele momento, nem o biquinho irritado de Nene desconcentraria Hanako. Para ele, que ainda estava magoado, era difícil voltar agir normalmente depois de tudo. Droga, Tsuchigomori, preciso consertar o que me fez fazer e acabar com tudo isso agora.
— Yashiro. Quero que me dê essa carta está em seu bolso.
Ela olha confusa para o fantasma e coloca a mão no bolso para segura-la. O qu… Então ele sabe quem enviou a carta…? Ele sabia dela desde o começo…!?
— ..-Espera! Essa carta é minha, como você sabe dela? O que você sabe que eu não sei?
— Yashiro. Não me faça pegar a força. Entregue. A. Carta.
A imposição de Hanako só fortaleceu o sentimento de posse de Yashiro. Naquele momento, ela jamais entregaria qualquer coisa. A carta, o comportamento de hanako, essa atitude agora… para a garota peixe, tudo tinha alguma relação.
— Não! Por que você quer ela?
— Yashiro…
— Me explica o que está acontecendo, Hanako-kun! Por que você tá estranho, o que essa carta tem a ver? Por que você não me diz nada?!
— ... Você não me deixa escolha, Yashiro. É a sua última chance antes que eu te transforme em um peixe.
— Pois transforme se você quiser! Eu não me importo! Não vai tirar nada de mim!
Ela grita para o colega e sai correndo para o portão da escola. Hanako segura sua mão impedindo-a de fugir. Visivelmente abalado, ele aperta o maxilar reprimindo-se. Ele engole saliva e mantém o tom mais baixo.
— Essa carta… não é algo bom. Eu só quero evitar problemas. Por favor, me dê e te deixo ir embora.
Eu não quero ir embora, quero que me conte o que está acontecendo. Foi o que ela pensou em seu íntimo enquanto abaixava a guarda um pouco arrependida por ter gritado.
Ela encarava o rosto que preencheu sua mente durante esses todos aqueles dias estranhos. Um rosto de um garoto indecifrável.
Ela sente algo saindo de seu bolso. Hanako tinha pego a carta sem que ela pudesse fazer algo. Yashiro reage tentando recuperá-la enquanto Hanako se esquivava flutuando.
— Para, me devolve! Isso não é justo!
Ela não pode fazer nada quando a carta é envolta por uma chama azul e transformada em cinzas. Os olhos vermelhos encheram-se de lágrimas. Mesmo sabendo que pudesse ser algo ruim, que poderiam nem ser sentimentos verdadeiros, ela tinha ficado feliz por receber algo. Aquelas palavras lindas e talvez mentirosas tinham tocado seu coração.
— Por...quê…?
— Porque isso é uma provocação ao meu passado.
Sem entender o real significados daquelas palavras, ela começou a soluçar e correu para longe. Hanako já não segurava sua mão. E nem virava de costas para ver sua amada indo embora.
[...]
A pele pálida e as olheiras caracterizavam a menina de olhos vermelhos. Nene tinha dormido muito mal por causa da briga da tarde anterior.
— A próxima a ler é… Yashiro Nene. Página 41, por favor.
Ela ignora o pedido pro professor e continua olhando fixamente para a folha do caderno.
— Nene-chan…? O professor está esperando.
Aoi avisa. E sem alternativas, ela se levanta lê o que foi pedido.
— Senhorita Yashiro, está se sentindo bem? Gostaria de passar na enfermaria?
Ela apenas balança a cabeça negativamente e volta a se sentar. A aula segue enquanto a garota encarava o próprio caderno. Ele nunca me conta nada e faz coisas que eu não entendo. Ela repete na sua mente várias vezes a justificativa que recebeu.
Porque isso é uma provocação ao meu passado.
...isso é uma provocação ao meu passado.
...uma provocação ao meu passado.
... meu passado.
[...]
— Quieto, Akene-kun, Nene está dormindo!
Aoi repreende o seu mais fiel admirador romântico. Ela já estava acostumada com as diversas declarações que recebia do amigo de infância, mas naquele momento, ela iria cuidar de sua melhor amiga.
— Se você acordá-la, nunca mais vou reconhecer a sua existência, Akane-kun.
A voz doce era um contraste para a declaração incisiva e cruel da garota de olhos e cabelo índigo. E com isso, ela conseguiu um silêncio absoluto de todos os garotos da sala, mesmo que tivesse se dirigido apenas a Akane.
Assim que conseguiu o silêncio desejado, ela volta a encarar a melhor amiga dorminhoca. Nene vai sentir sede quando acordar, melhor comprar algo para ela. E com esses pensamentos, vai até a amiga e cuidadosamente e mede a temperatura de sua testa para decidir se pegaria uma bebida quente ou fria. Em seguida, ela se retira da sala para comprar a bebida.
Enquanto essa cena ocorria, um ser invisível entra na sala e para na frente da carteira da menina dorminhoca. Ele espera Aoi se distanciar e suspira aliviado. Ao menos Yashiro tem uma boa amiga. Agora, ele encara com tristeza o rosto pálido da garota em sono profundo e hesita um pouco em pôr as mãos no cabelo prateados.
— Desculpa por te fazer sofrer, Yashiro.
O garoto dos olhos de âmbar se inclina e aproxima os lábios da testa de Nene. Aquele breve contato foi o suficiente para incendiar o peito do garoto fantasma. O contato foi mais demorado do que planejou. Quando se afastou brevemente, veio-lhe o impulso de descer um pouco mais o rosto e selar beijo que ele realmente queria.
— Eu não serei egoísta novamente. Então, bom sono, Yashiro.
Sussurrou roucamente enquanto domava o seu impulso de tocá-la mais. E logo em seguida, saiu.
[...]
Ela abriu os olhos um pouco cansada. A sala estava um pouco vazia já. Yashiro havia dormido o período todo. Droga, vou precisar pegar as anotações com a Aoi. Assim que ela se espreguiça na carteira, nota uma bilhetinho e uma garrafinha de suco.
"Nene-chan,
Não se preocupe, depois eu te passo todas as anotações. Fiquei muito preocupada com você, mas não quis te acordar. Por favor, me conte o que aconteceu com você depois. Conte comigo sempre.
Se hidrate! Beijinhos
De sua melhor amiga, Aoi."
Ela sorriu com o bilhetinho carinhoso. Aoi era uma ótima amiga, às vezes assustadora, mas muito boa para ela. Ela guarda o bilhete dentro da bolsa e toma o suco que ganhou. Mas inevitavelmente aquele bilhete lhe fez recordar da carta queimada na tarde anterior.
Então aquela carta tem relação com o passado de Hanako.
Ela termina de tomar o suco e se levanta batendo as mãos na bochecha para despertar. Eu já sei o que vou fazer pra entender essa história.
Ela então sai da sala e caminha até a sala dos professores. Ao chegar e notar que estava vazia, resolve ir até a biblioteca. Chegando no local, ela procura por entre as prateleiras um rosto familiar.
— Precisa de algo?
A voz adulta e masculina surge do outro lado da prateleira. Era Tsuchimogori.
— Sensei! Preciso de uma ajuda sua.
— Ai, ai. Esses jovens problemáticos sempre me atormentam. Quase sinto vontade de me aposentar.
Reclama o Quinto Mistério indo em direção da aluna. Antes que Nene pudesse se pronunciar, ele faz um sinal pra ela ficar em silêncio. Logo ele retira do bolso um amuleto e gruda na testa dela.
— Sensei…?
Logo ela percebe uma corrente elétrica a sua volta e vê que algo caiu. Era um dos hakujoudai de Hanako.
— Isso é apenas uma intuição: O que vai me pedir não é algo que o Honroso Número Sete deva saber. Correto?
Yashiro olha admirada para o professor. Tinha se esquecido que era monitorada e aquilo poderia atrapalhar seu plano. E realmente, o que ela iria pedir era algo que Hanako jamais permitiria.
— ...Sensei. Tem um lugar que eu quero ir. Hanako me disse uma vez que "era um lugar que não é lugar nenhum". Quando eu estive lá… bem, eu encontrei uma porta. E quero encontrá-la de novo.
O bibliotecário aranha olhava com tédio para a menina determinada e aproxima a mão para arrancar o Papel Selo da testa dela. Ele não estava nem um pouco surpreso com o pedido.
— Hm… entendo. Mas você sabe que naquele lugar enorme e sozinha, você tem grandes chances de morrer.
A menina olha pra baixo e aperta a saia do vestido com as mãos. Ela sabia dos riscos, mas precisava tentar. Afinal, ela já tinha ido lá uma vez e sabia qual porta estava procurando.
— Bem, eu não vou impedi-la. O Honroso Número Sete provavelmente ficará furioso se descobrir aonde você foi.
— Depois me desculpo por tudo, mas eu realmente preciso ir!
O professor dá de ombros e se vira para a prateleiras e abre um livro aleatório. Aparentemente seu título era Os melhores Modelos para Cartas de amor! 2° edição. Ele retira do meio do livro um papel amarelado e velho. Ele encara o papel alguns segundos, olha para Nene, depois volta a olhar a nota. Em seguida ele guarda a nota dentro do bolso e coloca o livro em cima da mesa.
— Escuta, pirralha. Provavelmente as Escadas de Misaki podem te levar até o Lugar Nenhun. Peça ajuda aquela raposa estúpida para isso. Vou te entregar algo para ajudá-la também. Mas antes eu preciso de um favor.
— Qual favor?
— Quando você chegar no seu destino, quero que coloque este bilhete dentro de um livro igual a esse.
Ele disse enquanto escrevia num papelzinho algumas coisas e depois apontava para o livro de poesias românticas. E ele completou.
— Ah, esse bilhete está amaldiçoado, se algum humano tentar ler o que está escrito, vai se transformar em um legume permanentemente. Entendeu?
A menina prateada gelou e tremeu enquanto pegava o bilhete das mãos do professor. Eu com certeza não lerei, nunca, nunca, nunca!. Mas assim que pega o papel, se dá conta de algo.
— Sensei… o senhor nem perguntou o que vou fazer lá e qual porta vou procurar.
— Isso é porque já é óbvio para mim. É a porta onde você viu Amane Yugi ainda vivo, certo?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oláaa, obrigada por chegar até aqui! Se você se sentir confortável, por favor, comente!
Isso mesmo, vamos fazer uma Viagem no Tempo no próximo capítulo e encontrar nosso querido Amane Yugi. Depois daquele episódio/capítulo que ela encontra com ele na antiga sala de aula, sempre me perguntei o que aconteceria se eles tivessem interagido mais. E acho que vocês vão gostar do que eu planejei para esse capítulo rs
Espero que tenha gostado ♥ Beijinhos, fiquem em casa e se hidratem!
Até o próximo capítulo!