Corações Perdidos escrita por Choi


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Fiquei tão feliz com os comentários do capítulo passado. Vocês são uns amores, muuuuuito obrigada ♥
Boa leitura!



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A noite chegou rapidamente, e com ela uma chuva fraca. Eu podia escutar o barulho da chuva caindo na piscina, já que meu quarto era relativamente perto. Porém, não havia som do telhado, o que eu estranhei, já que era a isso que eu estava acostumada em minha antiga casa.

Deitei na cama e tentei dormir, mas o sono não veio, mesmo depois de quase duas horas me revirando.

Levantei frustrada e subi para a cozinha a fim de beber uma água. Cocei os olhos, tentando enxergar alguma coisa na escuridão do cômodo. Alcancei o interruptor e acendi a luz, quase tendo um ataque quando vi uma sombra.

— Caralho! – Gritei com a mão no coração, sentindo ele acelerado demais.

Edward se virou para mim de olhos arregalados, mas quando notou que era eu, revirou os olhos e voltou a atenção ao copo de leite em sua frente.

— Por que caralhos você tá na cozinha de madrugada e com as luzes apagadas? – Perguntei indo até a geladeira em busca da água.

— Alguém já te disse que você deveria lavar essa boca suja? – Me perguntou, ignorando minha pergunta.

— Ninguém que eu me importasse o suficiente – Sorri irônica para ele, e despejei a água em um copo, guardando a jarra novamente na geladeira – Leite? Você parece mesmo o bebê da mamãe.

— Garota, você é irritante.

— Obrigada, eu me esforço muito – Pisquei, jogando os cabelos para trás teatralmente.

— Não foi um elogio.

— Você não conhece sarcasmos, né? Coitadinho, tem tanto para aprender – O olhei como se estivesse com pena. Apesar de irritado, vi um pequeno sorriso se formar no canto dos lábios dele.

— Não conseguiu dormir? – Perguntei, girando o copo vazio sobre o balcão.

— Não, a cama é incrivelmente confortável demais – Respondi. Ele provavelmente achava que era uma piada, mas era a mais pura verdade. Meu colchão duro e velho me fazia falta – E você?

— Não durmo bem nas noites de chuva – Ele deu de ombros, e por um momento pensei que ele estivesse triste.

— Pensa pelo lado bom, você não está em uma casa com goteiras – Eu disse, tentando anima-lo.

Edward riu levemente, e eu sorri como resposta. Ele era irritante, mas vê-lo sorrindo era melhor do que ver seu semblante triste.

— Isso seria realmente péssimo.

— É horrível, você não sabe se pega balde ou simplesmente senta e chora – Eu ri, lembrando dos meus dias de desgraça.

Edward franziu o cenho para mim.

— Você já passou por isso? Achei que fosse filha de algum amigo do Carlisle.

— Bom... – Batuquei meus dedos no mármore gelado, sem saber o que dizer – Não sou filha deles, apenas conhecida.

— Entendi.

Edward ainda me olhava desconfiado quando contornou o balcão e foi lavar seu copo. Eu bebi minha água esquecida em alguns goles rápidos demais, o que resultou em um engasgo. Tossi e bati em meu peito, tentando melhorar a queimação.

— Você está bem? – Edward estava atrás de mim, e acariciava minhas costas, provavelmente tentando me ajudar, mas eu podia sentir seu cheiro masculino que começava a me embriagar.

Parei de tossir e me afastei com os olhos arregalados.

— Ótima... eu vou... dormir. Boa noite.

Saí quase correndo da cozinha, tomando cuidado nos degraus da escada. Minha garganta ainda ardia, mas a pontada em meu baixo ventre era muito pior.

Quando me tranquei em meu quarto, meu coração estava acelerado. Eu era muito grata à Carlisle e Esme, não poderia dar motivos a eles para me odiarem ou se decepcionarem com eles. Sentir qualquer coisa pelo filho deles resultaria nisso.

Além disso, eu não queria ser mais um brinquedo em mãos de nenhum homem. Essa vida eu havia deixado no passado. Pensar nisso fez minha excitação ir embora quase que instantaneamente, o que foi bom, por um lado, mas por outro imaginei quando esse medo e insegurança iriam me deixar.

xXx

O sábado amanheceu com um sol intenso, e nem parecia que havia chovido noite passada. Me levantei depois das dez da manhã, me demorando naquela cama confortável.

Vesti uma calça legging com um blusão e tênis. Amarrei meus cabelos no alto e fui para a cozinha, mas não havia sinal de ninguém. Peguei torradas e enchi uma xícara com café quente, me sentando na cadeira da ilha para comer.

Minutos depois Edward apareceu e também parecia ter acordado a pouco tempo, seus cabelos ruivos – no mesmo tom de Esme – estavam bagunçados e sem jeito. Ele vestia uma bermuda e camiseta, bem diferente do conjunto formal de ontem.

— Uau, você usa algo além de terno também! – Brinquei.

Edward riu. Abriu a geladeira e pegou iogurte e frutas, fez uma mistura estranha de ambos em uma tigela e se sentou ao meu lado, comendo.

— Urg, que horror – Comentei, olhando para sua escolha de café da manhã.

— Já provou? É bom para começar o dia – Ele me ofereceu uma colherada, mas me afastei com uma careta.

— O dia já começou há muito tempo, você está atrasado.

Edward deu de ombros, me ignorando.

— Onde estão Esme e Carlisle? – Perguntei – Vou sair para correr, mas não acho eles para avisar.

— Carlisle foi para o hospital e Esme está na empresa. Nos finais de semana ela quase não fica em casa por causa dos eventos – Me respondeu – Por que não corremos juntos? Eu também vou, de qualquer forma.

— Você não me acompanharia – Sorri sínica, recebendo uma gargalhada dele como resposta.

Ah, como eu queria não tê-lo provocado!

Edward e eu corremos pelo condomínio onde havia um pequeno parque. Estava relativamente cheio, afinal era manhã de sábado, haviam crianças correndo de um lado para outro, cachorros atrás de bolas, casais fazendo piquenique... e havia eu, completamente soada enquanto tentava alcançar Edward Cullen.

Eu deveria saber que os músculos que ele exibia não eram de enfeite. Ele corria em uma velocidade surpreendente e não parecia nenhum pouco afetado. Ele estava bons metros na minha frente quando desisti de alcança-lo. Me sentei na grama, cansada e com sede, e abri a garrafinha de água que havia trazido.

— Cansou? – Olhei para cima, o vendo na minha frente tapando o sol com seu corpo grande.

— Não, mas o chão me chamou – Respondi, meu orgulho ferido por ter perdido para ele quando eu mesma o tinha provocado. Que vida mais injusta!

Edward riu, pegando a garrafinha da minha mão e bebendo. Um filete de água escorreu de sua boca, descendo em uma linha reta em seu pescoço até se perder dentro de sua camiseta.

Engoli em seco, sem conseguir desviar o olhar. Edward possuía uma beleza que definitivamente não fazia bem a nenhuma mulher.

— Vamos voltar já que a princesinha cansou – Ele sorriu ironicamente, me jogando de volta a garrafa.

Revirei os olhos e me levantei.

— Eu não sou princesa porra nenhuma.

Mas Edward me ignorou, claro, e voltou a correr para a casa de seus pais. Eu decidi que não tentaria mais acompanha-lo, e fui andando mesmo, apreciando o tempo gostoso. Sempre amei o sol, e ali tinha uma vista muito bonita. Eu poderia me acostumar a viver dessa forma.

Acabei perdendo Edward de vista, mas não me importei. Alguns minutos depois cheguei na casa e corri para tomar um banho, sentindo nojo de mim mesma com tanto suor.

— Bella?

Ouvi a voz de Esme enquanto eu me vestia no closet.

— Estou me vestindo! – Gritei de volta.

Ela logo apareceu no comodo com um sorriso caloroso.

— Nós vamos jantar na casa do meu filho mais velho, Emmett – Ela disse – Saímos as sete.

— Ok.

Assenti, mas meu coração estava acelerado no peito. Eu me sentia uma intrusa naquela família perfeita. Esme havia aceitado em me trazer, mas às vezes eu sentia que ela não gostava muito da situação. Edward também estava com o pé atrás, e apesar de fazer algumas piadinhas, eu não saberia dizer se ele gostava de mim.

O almoço foi mais entediante do que eu pensei, o que fez eu sentir falta das minhas refeições em silêncio na minha antiga casa. Em silêncio, e sozinha. Os Cullen gostavam de fazer todas as refeições juntos, como a grande família que eram, e isso me incomodava um pouco.

Carlisle comentava sobre alguns de seus pacientes, e citou alguns alunos que o surpreenderam com o desempenho nas aulas. Esme falou sobre o casamento de algum famoso que estava organizando, disse que era um reconhecimento maravilhoso para sua empresa. Edward, felizmente, não falou sobre seu trabalho chato como advogado, e apenas dava sua opinião.

Me mantive quieta, e assim que acabei de comer, deixei meu prato dentro da pia e voltei para o quarto, sentindo um incômodo em meu peito.

Deitei na cama e fechei os olhos.

— Bella?

Me virei, vendo Carlisle na porta do meu quarto. Era estranho, mas eu sentia que algo havia mudado entre nós.

— Oi – Eu disse, me sentando. Ele entrou e sentou-se na ponta da cama.

— Como está? Eu não fui um bom anfitrião esses dias, me desculpe – Carlisle sorriu, daquela forma gentil de sempre.

— Hey, está melhor do que eu – Ri –, até agora você não me deu nenhum café horrível.

— Estamos evoluindo – Ele riu também, e balançou a cabeça – Quero que saiba que pode contar comigo, Bella. Somos amigos, certo?

— Acho que podemos dizer que sim – Dei de ombros – Obrigada, Carlisle, mas não precisa se preocupar comigo. Eu me virei minha vida inteira sozinha, dou conta de ficar sozinha sem alguém no meu pé durante vinte quatro horas por dia.

— Eu sei que sim, sua força foi o que me conquistou. Mas você não está mais sozinha, Bella. Você tem a mim, tem Esme. Eu sei que minha esposa pode parecer difícil às vezes, mas ela gosta de você e se importa com o seu bem-estar.

Engoli em seco, sem saber o que responder a Carlisle. Eu tinha consciência de que ele estava sendo sincero, Carlisle não sabia mentir, definitivamente não era sua praia.

— Ok, obrigada – Passei as mãos nos cabelos, jogando-os para trás, tentando esconder minhas bochechas coradas.

— Você é adorável – Ele sorriu.

— Carlisle, assim você acaba com a minha dignidade – Olhei irritada para ele, mas logo sorri.

Era impossível me irritar de verdade com ele.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho um xodó por esse capítulo, e o principal motivo é pela interação Beward.
Espero que vocês tenham gostado também
E não se esqueçam de comentar!
Beijos



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