Habitar escrita por Way Borges


Capítulo 10
Capítulo X - Ataque à New York part. 2


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo lindo, eu sei que estou sumida e estou me perguntando se ainda tem alguém lendo essa história
Então, vou me explicar:
1- O motivo do meu sumido é que estou me dedicando a Mil Pedaços de Vidro, quero termina-la pra poder escrever essa historia com mais tranquilidade pq o plot cresceu.
2- Eu estou com muita dificuldade pra escrever. Sento na frente do pc e não sai nada.
Peço que tenham muita paciência comigo, mas vou parar de enrolar.

boa leitura



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Os Vingadores, os heróis mais poderosos da Terra como viriam a ser conhecidos, fora um projeto idealizado e executado por Margaret "Peggy" Carter (ex-especialista em comunicações, ex-espiã, ex-membro da resistência e cofundadora da S.H.I.E.L.D.) depois da Segunda Guerra Mundial.

Com a tensão entre a União Soviética, que buscava implantar o socialismo em outros países, e os Estados Unidos, que defendia a expansão do sistema capitalista baseado na economia de mercado, o mundo precisava ser protegido de outro conflito armado, pois os dois países tinham em posse grande quantidade de armamento nuclear e uma outra guerra poderia destruir os dois países, assim como, possivelmente, a vida no planeta.

O dr Henry “Hank” Pym, também conhecido como Homem-Formiga, e sua esposa, Janet van Dyne, vulgo Vespa, juntos com Howard Stark auxiliando na parte técnica e tendo o rei T'Chaka ou Pantera Negra, como membro esporádico, formaram a primeira formação da equipe de heróis.

A equipe permaneceu unida até o final da Guerra Fria quando foi considerada desnecessária pelo alto escalão da S.H.I.E.L.D., mas isso mudou com o reaparecimento do Steve Rogers, porque junto com o a descoberta de seu corpo congelado, também houve o ressurgimento de um velho inimigo. Dois anos depois, a H.I.D.R.A. voltou a aterrorizar o mundo com a ameaça de uma nova guerra.

O mundo iria precisar de ajuda para lidar com essa organização criminosa que estava infiltrada nos mais altos escalões do governo, até mesmo a S.H.I.E.L.D. estava comprometida. Isso forçou Steve Rogers a unir forças Tony Stark, Clint Barton, Natasha Romanoff e Loki para resolverem a bagunça causada pela H.I.D.R.A.

Durante o conflito houve o vazamento de várias informações confidenciais, muitos agentes foram expostos e varias vidas perdidas, dentre elas Mary. Ela foi morta não por ser uma espiã ou um ativo, mas por ser casada com Loki, e isso intensificou exponencialmente a dor da perda.

Fora preciso alguns anos e muito trabalho para “limpar” a casa, a organização criminosa sabia muito bem como se esconder, mas o então nomeado diretor da S.H.I.E.L.D. estava decidido a acabar de uma vez por todas com essa ameaça. Entretanto, Loki não participou dessa cruzada, ele preferiu recolher seus cacos e tentar reconstruir em outro lugar, um que fosse mais seguro para seus filhos, mas a verdade era que a mudança fora mais uma fuga da dor e da culpa que sentia pela morte prematura de Mary, por isso, que voltar para New York e assumir seu antigo posto fora mais fácil do que ele gostaria de admitir – isso fez o estômago do jovem deus do caos se revirar furiosamente.

 

[-X-]

 

Do alto do prédio dos Vingadores, Loki conseguia ver seus amigos reunidos e a capa vermelha do seu irmão balançando com o vento, ele já imaginava os problemas que iriam surgir devido a esse novo reencontro, mas ainda não era hora de lidar com aquilo, os Vingadores precisavam dar um fim definitivo na bagunça que se tornou o centro de Manhattan, ou seja, tinham que prender o Dr Destino.

Antes de se juntar aos amigos, ele se preocupou em colocar em segurança do dr Selvig, pois o homem não parecia bem, em seguida resolveu verificar a máquina de buracos de minhoca porque estava muito curioso sobre o tal cubo cósmico, o seu nível de segurança não dava acesso às informações sobre o mesmo e isso o intrigava. Quando Loki conseguiu abrir o compartimento onde o cubo foi lacrado, uma energia estranha e ao mesmo tempo familiar percorreu seu corpo, roubando-lhe o fôlego, a pedra azul no topo de seu cetro reagiu e isso o fez deduzir que o cubo era o invólucro de outra joia do infinito.

A noção que a Terra agora possuía o olho de Agamoto, a pedra em seu cetro e uma terceira joia, fizeram todos os alertas em sua mente acenderem, pois isso tornaria o planeta um farol de poder, como consequência atrairia a atenção de seres que desejavam obter o controle das joias, e foi pensando nisso que Loki usou sua magia para ocultá-la em sua dimensão pessoal, depois vaporizou a máquina que criava buracos de minhoca para que não percebessem que estava em posse do cubo cósmico. Daria um jeito de tirá-la do planeta em segurança e escondê-la nos confins do universo ou algo parecido, mas no momento teria que se preocupar com seu irmão mais velho e o déspota que ousou mexer na santidade de seu lar.

Dezena de metros abaixo de onde Loki estava, Thor ficou fascinado com o estranho grupo de guerreiros que lutavam ao lado de seu irmão, e até esqueceu um pouco os seus problemas. Ele chegou a Midgard no meio de uma batalha que não compreendia e que não era sua, mas foi mandado as presas para recuperar um cubo com um nome que não se lembrava, para falar a verdade nem ao menos ligava, só o fato de poder sair de Asgard já era o suficiente para ele.

Há dois anos que a família real asgardiana não era mais a mesma, os reis estavam cada vez mais distantes um do outro. Eles não brigavam, apenas havia um abismo entre eles que ninguém sabia explicar o porquê, ambos se comportavam como seus títulos exigiam, mas não havia mais aquela cumplicidade e amor em seus olhares, isso gerou – e ainda gera – um grande burburinho entre os nobres, até o boato de separação já fora ouvido pelos corredores do palácio. Mas a verdade é que os reis não estavam sabendo lidar de uma maneira saudável com a culpa, e a verdade sobre o motivo que levara o seu filho caçula a fugir de casa.

O casamento do príncipe herdeiro também estava por um fio devido as constantes viagens que Thor fazia pelos nove reinos a procura de batalhas e glórias, que na verdade era uma maneira de fugir do péssimo clima do castelo. Isso irritava Sif, que desejava dar um herdeiro à coroa para firmar o seu lugar como futura rainha de Asgard, mas Thor não parava em casa e quando estava longe das batalhas, não visitava seus aposentos.

Agora que o calor da batalha passava, o deus do trovão percebia as coisas ao seu redor, afinal, nunca tinha batalhado ao lado de pessoas tão peculiares, muito menos imaginava que havia em Midgard humanos tão habilidosos. Era impressionante como todos sabiam seus papéis, a sincronia que eles demonstravam só se alcançava na extrema necessidade ou com muito anos de prática. O deus também não sabia da existência da besta verde de quase três metros de altura e ficou impressionado com o poder destrutivo que possuía.

O portal no céu foi fechado, as criaturas de outro mundo tombaram dando por encerrada a invasão e o caos nas ruas. Thor observava os estranhos guerreiros em volta de um amigo caído que trajava uma armadura diferente de todas que conhecia, mas a criatura verde urrou fazendo-o acordar atordoado.

Eles seguiram para a grande Torre onde o inimigo estava; o deus do trovão apenas desejava falar novamente com seu irmão e rever seus sobrinhos, pouco se importava com o motivo que o levara a Midgard, só queria matar a saudade e se desculpar por ter falhado novamente.

— Pararam para tomar um café? – Thor ouviu seu irmão questionar quando a porta da caixa de metal, que os humanos chamaram de elevador, se abriu.

— Calminho, Duende Verde, tenha um pouco de consideração, eu quase morri – o homem de armadura vermelha falou com as mãos para cima, fazendo Loki revirar os olhos.

— Vocês parecem duas crianças – a única mulher do grupo comentou.

— Onde está o Destino? – o homem loiro vestido com uma roupa azul questionou.

Loki apenas acenou com a cabeça mostrando a direção, seus olhos estavam focados na presença nada discreta do deus do trovão, que não mudara muito desde a última vez que o viu e observava tudo com uma nítida confusão. A batalha praticamente tinha se encerrado, agora teria que lidar o com o irmão mais velho e isso estava lhe deixando angustiado e perdido. Assim como no Kansas, ele estava preparado para vê-lo novamente, mas parece que o universo queria reuni-los.

O Dr Destino se arrastava tropegamente pelo chão da sala, o embate com o Hulk lhe quebrou alguns ossos, mas ainda havia em seu ser um pouco de forças para fugir, porém os protetores da Terra não deixariam que ele escapasse depois do caos provocado, e isso ficou bem claro para ele quando algemas pesadas foram colocadas em seus pulsos.

— Eu sou um rei, não ficarei preso por muito tempo – Destino avisou com arrogância. Loki o segurou pelo maxilar, erguendo-o a alguns centímetros do chão.

— Está se achando alguém só porque conseguiu invadir a minha casa? Você não passa de uma criança que recebeu um graveto e por isso pensa que é um guerreiro, então tome muito cuidado, “Vitor”, e pense bastante nas suas ações, ou da próxima vez que nós encontrarmos, eu posso te desmembrar bem lentamente – a voz do deus mais novo soou fria, a sombra em seus olhos mostrava aos presentes que sua ameaça não era vazia.

— Tá bom! Chega de ameaças – o homem usando a armadura vermelha interferiu, pois ele sabia (assim como os outros companheiros de equipe) como Loki ficava transtornado quando algo ameaçava a segurança de seus filhos e que ele colocaria fogo no mundo se isso fosse necessário para mantê-los a salvo.

A interferência do homem de armadura vermelha surtiu efeito, e Loki soltou o dr Destino de qualquer jeito, que quase caiu, mas foi amparado pelo loiro de azul. O deus do trovão estava chocado com o comportamento do irmão, suas palavras foram completamente assustadoras. Nunca presenciou Loki sendo rude com alguém ou fazendo ameaças, esse comportamento era completamente novo. Ao menos era isso que ele pensou até recordar dos eventos de dois anos atrás, quando ele mandou os meninos para escola sem avisar a Loki.

O som das portas do elevador se abrindo chamou a atenção de Loki e dos demais da sala, homens vestidos de preto e com armas pesadas saíram da caixa de metal, agarraram o dr Destino e saindo da sala destruída da Torre dos Vingadores. Atrás deles surgiu um outro que ostentava um expressão dura e impassível, o tapa olho apenas o deixava mais intimidante.

— A bagunça lá fora está enorme, mas, ao menos, vocês o pegaram – o novo desconhecido falou com um tom de voz que oscilava entre deboche e orgulho.

— Homem de pouca fé! – o guerreiro de armadura vermelha exclamou. – Essa sua falta de confiança em nós, Fury, é até ofensiva.

— Eu não confio em ninguém, Stark, você já deveria ter notado isso – a resposta seca pareceu não afetar os presentes. – Quem é o gigante loiro?

A pergunta fez com que as atenções voltassem para Thor, isto o fez ficar levemente constrangido. O deus do trovão não queria admitir, mas os olhares cheios de questionamentos daquele grupo de guerreiros peculiares de Midgard estava deixando-o desconfortável em níveis que nunca sentira.

— Ele é meu irmão – Loki avisou, o seu tom de voz mostrava que ele não queria perguntas.

As portas do elevador se abriram novamente, por elas passaram Peter carregando Narfi em seus braços, automaticamente o rosto do deus mago perdeu a expressão sisuda e um sorriso simples surgiu em seus lábios. Sem se importar com os presentes, Loki quase correu até os filhos e os envolveu em seus braços, beijando o topo da cabeça de ambos, depois verificou se havia algum machucado no corpo de seus meninos, ele soltou um suspiro de alívio ao notar que estavam bem, Loki os abraçou novamente e sussurrou no ouvido de ambos que os amava.

Os Vingadores assistiam a cena sorrindo, era algo muito habitual a eles, mas não se cansavam de ver todo o carinho entre pai e filhos. Loki era um guerreiro tão voraz e implacável, muitas vezes tinha atitudes moralmente questionáveis, poder presenciar ele pairando sobre os meninos era um lembrete que havia um coração dentro de seu peito.

Eles se juntaram ao trio, e Thor nunca se sentiu tão deslocado, eles eram uma família e não havia espaço para ele. Os olhos azuis do deus do trovão arderam, o que fez com que ele desviasse o olhar para a grande janela (agora quebrada). Thor nunca tinha se sentido tão diminuído, excluído e sozinho.

A culpa fez seu estômago revirar, ele poderia estar participando da alegria do irmão e dos sobrinhos se tivesse tido pulso firme e se recusado a levar sua mãe consigo anos atrás. Loki havia sido bem claro quando disse que não queria asgardianos em suas terras, ele fora ingênuo ao pensar que o irmão abriria uma exceção para Frigga. Ele também poderia ter sido um irmão melhor, talvez Loki não fosse tão arredio se tivesse cuidado dele ao invés de se preocupar em ser rei, ter estado ao seu lado e não em busca de batalhas e glórias.

— Ei, eu me lembro de você – uma voz infantil tirou o deus do trovão de seu momento de auto piedade. – Você é o amigo do papai que foi nós visitar na fazenda – Narfi acrescentou, com um olhar curioso.

— Eu também me lembro – Peter comentou com o cenho franzido, depois encarou o pai de modo questionador. – O senhor não falou que ele também era um herói.

— Por que vocês não vão para o quarto? – Loki falou olhando para Fury, questionando silenciosamente se era seguro mandar os filhos para o quarto, sendo respondido com um leve acenar de cabeça. – Precisamos esclarecer algumas coisas, depois eu explico tudo para vocês.

— Certo! Vamos Nari? – Peter saiu levando o irmão. Ele confiava que seu pai iria tirar todas as suas dúvidas. O deus mago não gostava de ter segredos com os filhos, por isso, sempre contava de seu passado quando era questionado, mesmo que isso o machucasse.

Os adultos na sala esperaram o som dos passos dos mais novos sumirem pelo corredor, Loki lançou um feitiço de privacidade sobre eles, confiava que seus filhos não iriam bisbilhotar, mas queria ter certeza que não teria ninguém espiando. O deus mago se sentiu um pouco paranoico, não iriam falar nada demais, o assunto Tesseract discutiria apenas com seus amigos Vingadores e seu irmão. Mas ainda não tinha conseguido recuperar a confiança que depositava na S.H.I.E.L.D. e preferia não arriscar.

Thor novamente ficou impressionado com as habilidades mágicas de seu irmão caçula. Loki era tão bom com feitiços quanto Frigga. Encantamentos de ocultação eram comuns e fáceis de serem executados para pessoas treinadas nas artes mágicas, contudo, o deus mais jovem não falou uma palavra ou fez nenhum gesto enquanto executava o feitiço, a barreira simplesmente se levantou seguindo sua vontade, e pelo pouco que conhecia sobre magia, isso era algo que poucos conseguiam.

Lembrava-se que no passado o seu irmãozinho odiava os treinos, mas agora se mostrava um extraordinário guerreiro e isso o deixou curioso. O desejo de enfrentá-lo em uma batalha cresceu em seu peito, desde a vez em que se encontraram na fazenda no Kansas que desejava saber o seu real nível de luta.

— Thor, esses são meus amigos: Natasha Romanoff, também conhecida como Viúva Negra; Clint Barton, ou Gavião Arqueiro; Steve Rogers, mas pode também pode chamá-lo de Capitão América; e por último, mas nem por isso menos importante, Tony Stark, mais conhecido como o Homem de Ferro. O cara de tapa olho e com a expressão azeda, é o Nick Fury, mais ou menos meu chefe... Ainda estou decidindo se a agência nada secreta que ele comanda merece a atenção do deus do caos – Loki apresentou apontado para cada um de acordo com seu nome. – Esses são os Vingadores e o diretor da S.H.I.E.L.D... Vingadores, esse é o meu irmão mais velho, o Poderoso Thor, o deus do trovão – havia um leve tom jocoso na voz de Loki, mas o trovejante foi o único a não perceber.

Portas voando os fizeram olha para o lado se deparando um Hulk muito irritado, se não estivessem protegidos pela barreira de privacidade, estariam ouvido os seus urros e as palavras desconexas que saíam de sua boca. O deixaram gritar, espernear e quebrar o pouco do que ainda estava inteiro da sala da Torre dos Vingadores, depois de vários minutos, o tom de verde de sua pele foi sendo substituído por um tom bronzeado, o seu tamanho e largura diminuído, e em poucos seguidos o Gigante Esmeralda transformou-se em um homem de estatura mediana, que não parecia nem um pouco perigoso.

Thor assistia a tudo aquilo embasbacado, e de vez em quando olhava para seu irmão e amigos, eles pareciam atentos, mas não estavam surpresos, como se a situação fosse uma coisa rotineira, contudo, na opinião do deus trovejante, não a tornava menos perigosa.

— O monstro verde que nos interrompeu era o Hulk, já homenzinho que ele se tornou é o Bruce Banner – Loki avisou, em seguida conjurou roupas apresentáveis para pessoas normais na qual o gigante esmeralda se tornou.

— Desculpe interromper – Bruce falou envergonhado, depois de ter sido envolvido pela bolha de privacidade de Loki. – O Hulk tem problemas com escadas.

— Apresentações feitas! Agora podemos saber o que a Barbie nórdica está fazendo aqui? – Stark questionou, olhando para Thor.

— Quem é Barbie? – o deus do trovão indagou confuso.

— Por que você está aqui, Thor? – Loki perguntou, antes de Tony abrir a boca para dar uma resposta sarcástica a seu irmão.

— Heimdall contou a nosso pai...

— Ele não é meu pai.

— Sobre o Tesseract sendo usado contra a Terra, então o pai me mandou aqui para levá-lo de volta a Asgard – Thor informou, ignorando a negação do irmão.

— O cubo cósmico é nosso, você não pode simplesmente levá-lo – Fury avisou severamente.

— Mas ele estará mais seguro em Asgard – o deus do trovão acrescentou. – Os humanos parecem que não estão prontos para ter esse tipo de poder, na primeira oportunidade, atacaram-se uns aos outros usando um artefato que deveria ser usado para trazer vida e paz.

Loki mordeu internamente a bochecha para não sorrir das expressões desconcertadas nos rostos dos amigos. Ele não queria admitir, mas o loiro estava certo, o Tesseract estava sendo usado da maneira errada desde a Segunda Guerra Mundial, se o Capitão América não tivesse tirado o cubo das mãos dos nazistas, o mundo estaria perdido.

— Quem é mesmo você para dar ordem aqui na Terra? Não estamos na sua cidade dourada, aqui você não é nada além de um intruso, um extraterrestre que pode muito bem estar tramando outra invasão – Fury rebateu.

A invasão da S.H.I.E.L.D., o roubo do cubo cósmico, um grupo de alienígenas invadindo New York, um incidente internacional batendo a sua porta por causa de Victor Von Doom ser membro da família real de Latvéria, tudo isso estava fazendo com que os níveis de raiva de Fury alcançassem níveis preocupantes. Sentia-se a ponto de sacar sua arma e descarregar no brutamonte loiro a sua frente, mesmo sabendo que não adiantaria, afinal, o monte de músculo loiro era irmão de mais velho de Loki, e pelo o que sabia poderia ser até mais forte que o próprio deus mago, mas seria uma boa maneira de extravasar a ira que o corroía.

— Não estou tramando nada, apenas sigo ordens – Thor avisou, ofendido com a acusação.

— Fica difícil acreditar em você se a primeira coisa que quer fazer é tirar a nossa principal arma de defesa – Nick acrescentou.

— E eu achando que nós éramos a principal arma de defesa da Terra – Tony comentou.

— O Tesseract é de Asgard e eu vou levá-lo – Thor afirmou, convicto.

— Tecnicamente, ele pertence aos moradores da Terra. Depois da batalha com Jotunheim, Midgard ficou em ruinas, Odin revolveu entregar o cubo cósmico para a humanidade, na intenção de contrapor a destruição causada pela guerra e dar uma oportunidade para eles se defenderem de um eventual ataque – Loki interferiu, estava ficando cansado daquela discursão, contudo, também gostava de jogar mais lenha na fogueira. – Mas isso não importa mais, o Tesseract deve estar vagando em algum lugar do universo.

— Como você pode afirmar isso com tanta convicção? – Natasha indagou, com a sobrancelha erguida.

— Por que eu o teletransportei para o mais longe que meus poderes permitiram – o deus mago informou, despreocupadamente.

— Mas por que você fez isso? – Clint indagou, confuso.

— A Terra não está pronta para ter os poderes do Tesseract. E Asgard? Bom, eu fiz isso só porque quero irritar o velho rei – Loki expôs, dando de ombros.

— Você não tinha esse direito! O cubo é nosso, nós decidimos como usá-lo – Fury avisou. Ele estava irritado.

— Tarde demais para arrependimentos – o deus mais novo comentou e sorriu malicioso, estava se divertindo assistindo o diretor da S.H.I.E.L.D. perdendo o controle e queria mais.

Fury bufou contrariado, notando o sorriso nos lábios de Loki. O filho da mãe estava se divertindo as suas custas, mas não se surpreendia com isso, afinal, era assim que agia quando estava com raiva de uma pessoa e por mais que não quisesse admitir, ele sabia que tinha certa culpa em toda essa confusão. Nick levou Victor Von Doom para a sede da S.H.I.E.L.D., mesmo sob os protestos de Loki.

Algo no âmago do deus dizia que havia algo errado com o Von Doom, mas Fury achava que tudo estava sob seu controle, seu instinto lhe disse para ter cuidado, contudo, era um encontro com um representante da família real de Latvéria, o país mais fechado do mundo e o único no leste europeu que ainda adotava o Comunismo, além de ser uma potência tecnológica. Todos os governos sonhavam em ter essa oportunidade, então era uma oportunidade boa demais para não ser aproveitada.

Ele tinha que admitir que fora extremamente arrogante. O amargo na boca que a descoberta que havia agentes de HYDRA infiltrados na S.H.I.E.L.D. ainda não tinha passado para Fury, desde então, sua busca por controle vem se tornando mais incansável, contudo, estava surtindo o efeito contrário. Ele parou de confiar em seus melhores agentes, naqueles que o ajudaram a limpar a casa, tornou-se um tanto quanto tirano e passou a ser mais exigente. Seu erro deu a oportunidade perfeita para o Dr Destino controlar a mente do agente Barton e roubar o cubo cósmico.

O diretor da S.H.I.E.L.D. tinha aprendido sua lição e entendido que precisava de um tempo para lamber as feridas que a HYDRA causara em sua confiança. Precisava parar de fingir que estava no controle e começar a tê-lo de verdade, em vez de suportar chacotas, afinal, era humano e estava sujeito a erros; por isso, girou no seu eixo e saiu da sala desfazendo a bolha de privacidade – ele também queria fugir do mau humor do deus mago.

— Acho que o deixamos nervoso – Loki comentou debochado, fazendo os Vingadores rolarem os olhos. Eles sabiam que o deus mago se divertia irritando os outros e quando estava de péssimo humor, isso ficava pior, não entendiam como Fury ainda caía nas provocações.

— Você não deveria ter sumido com o cubo cósmico, Loki, você sabe muito bem que aquilo é uma fonte de grande poder. Se algum inimigo o recupera e tenta atacar a Terra? – Steve questiona.

— Meu querido Picolé, isso não vai acontecer, relaxa. Tirar o Tesseract da Terra foi a melhor escolha, te garanto – o deus falou calmamente, mas não estava tão certo disso.

Rogers tentou retrucar, mas não teve chance, já que Loki saiu arrastando Tony e seu irmão para um canto da sala, o que fez o resto do grupo se dispersar. O Capitão detestava quando o velho amigo agia sem consultar o grupo, ainda mais quando estava tomado pela raiva. Mas esperava, sinceramente, que Loki estivesse certo. Suspirou, observando Tony conversando com os deuses, tinha muitas perguntas sobre Thor, mas, pelo que parece no momento, Loki não estava disposto a falar. Um novo suspiro saiu de seus lábios, observou a destruição ao seu redor e pediu aos céus por proteção.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam do capitulo? Gostaram? O Loki está maravilhoso, né?
Deixem seus comentário meus lindo para sua querida autora e votem
Quero agradecer a CecySazs por me ajudar com o capítulo
Bjus meus lindos



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