Capitulo 37 – Novidades não tão novas

PDV Charlie

Era um pouco mais de duas da madrugada quando eu e Renée saímos da casa dos Cullen, era muito bom poder estar perto de pessoas tão simples e distintas. Esme Cullen preparou um belo jantar para comemorar o casamento dos nossos filhos e o neto que estava por vir. Confesso que estava feliz por um lado, contudo, saber o que houve entre eles me deixava completamente enraivecido.

Minha filhinha que cuidei com tanto carinho, ao lado de um marmanjo... Ah! Nem gostava de pensar. Eu andava impaciente, inquieto... Deixar que minha filha se casasse não fazia parte dos meus planos. Eu a queria ali, pertinho de mim. Afinal, para os pais, os filhos nunca crescem.

Chegamos em casa e pude ver o carro do playboy Cullen parado lá – ah! Não – resmunguei.

- O que foi meu bem? – Renée perguntou com os olhos arregalados.

- O playboy está com a Bella, espero não pegá-los numa situação constrangedora.

- Charlie... Precisa aceitar que nossa filha cresceu, Bella vai se casar com Edward quer você queira ou não. Então, que tal começar a chamá-lo pelo nome?

- Não precisa ficar me lembrando...

- Ciúmes. – ela afirmou – é normal que sinta ciúmes, mas Bella não vai deixar de ser nossa filha por ter se casado e saído de casa.

- Ela vai sair de casa? Não vai morar conosco? – quase enlouqueci.

- Charlie! Há um ditado antigo que diz: quem casa, quer casa e eles precisarão de privacidade. Não acredito que seria interessante ter você como uma sombra rondando os dois a cada segundo.

- Mas ele está lá Renée, com nossa filha, agora.

- E o que podem estar fazendo que nunca fizeram antes? – ao ouvir as palavras da minha esposa refleti por cinco segundos e sai do carro rapidamente. Abri a porta com pressa no intuito de pegá-los no flagra. Não havia ninguém na sala e a casa estava escura. Ouvi um som de TV ligada no quarto e segui em direção ao barulho.

A porta estava semi aberta o que dizia que estavam lá. Dei três batidas suaves na porta e o silencio permaneceu. Senti a mão de Renée no meu braço, segurando meu impulso de adentrar de vez no quarto de Bella. – Vá com calma, Charlie. – ela sugeriu.

Eu não estava enganado quando acreditei que Edward estava na minha casa e que estava roubando minha filha de mim. Confortava-me saber que ele a amava profundamente, entretanto, saber que logo ela iria embora me assustava imensamente. Eles dormiam profundamente e devidamente vestidos. Edward mantinha a mesma posição protetora que presenciamos na ilha. Ele a abraçava como se alguém pudesse levá-la dali a qualquer momento.

- Não é lindo meu bem? Os dois juntinhos? – Renée sussurrou no meu ouvido e caminhou em direção a TV para desligá-la. Saímos pé ante pé do quarto e fechamos a porta atrás de nós.

Aquela noite e as próximas da minha vida seriam longas...

PDV Bella

Acordei com o dia já claro e notei que a televisão havia sido desligada, certamente meus pais passaram por ali durante a noite. Engraçado, porque eu podia jurar que Charlie escorraçaria Edward assim que chegasse. Senti os braços dele ao meu redor e suspirei aliviada por poder tê-lo ao meu lado. Ele se aconchegou a mim e estreitou a distância entre nos me puxando para si. Senti quando sua boca encostou-se ao meu pescoço e deu um beijo suave e gentil.

- Bom dia Bella adormecida – ele murmurou.

- Acho que dessa vez você é o belo adormecido tendo em vista que dormiu antes dos dez primeiros minutos do filme.

- Falha grave... – ele brincou.

- Gravíssima... Ainda mais depois que me deixou sedenta de mais alguns beijos.

- Ganância é um pecado.

- Só quero tirar o melhor de você.

- Acredite, você já tem o melhor de mim... Acho que dormi demais e adoraria te dar todo o carinho que você merece, mas certamente Charlie estará me esperando com a espingarda de sal e o pastor na sala. Não sei como encará-lo... Ainda não nos casamos e eu não tinha o direito de ter adormecido aqui com você.

- Quanto pudor.

- Não minha querida... Eu te respeito... Em breve você será minha esposa, ai poderei dizer a todos que você é, de fato, minha mulher, mas até lá. Prefiro te manter casta… - eu o beijei adorando ouvir tais palavras vindas da sua boca. – preciso trabalhar, terei que passar em casa para me trocar e vou diretamente para a empresa. Evidente que vou querer sua maravilhosa presença na hora do almoço e se você aceitar, me fará muito feliz.

- É claro que aceito... Meu futuro marido... – sorrimos juntos. 

(...)

Era tudo muito lindo e muito bom ter Edward ao meu lado, mas eu sabia que teríamos que enfrentar meu pai que certamente nos esperava na sala. – você acha que ele está muito aborrecido? – Edward perguntou preocupado.

- Ele não viu nada demais a não ser um casal de jovens vestidos como um padre e uma feira, talvez, se ele tivesse chegado algumas horas antes, ele quisesse realmente te escalpelar.

- Tem razão... Acho bom não ter uma síndrome de pânico agora.

- Essa é a melhor hora para mostrar a sua masculinidade... – brinquei. Ele sorriu

- É melhor irmos agora, com você aqui eu me distraio e corro o risco de me perder.

- Eu te distraio – eu o abracei e beijei seu rosto. Ele fechou os olhos e suspirou.

- Você mais do que me distrai Bella... Você é um verdadeiro turbilhão de emoções... – beijou-me com vontade.

E nesse clima de romance, saímos para encontrar um Charlie obviamente aborrecido.

PDV Edward

Chegamos à sala e encontramos Charlie sentado na poltrona da sala de frente para o corredor que dava acesso aos quartos. Embora fosse uma modelo famosa, os pais de Bella decidiram que iriam manter aquela casa confortável num bairro de classe média alta em Nova York... Daí tanta facilidade para nos espreitar na hora da saída – olá Charlie – cumprimentei.

- Olá Edward... Bella... Sabem o que é engraçado? O fato de vocês nos esperarem sair para dormir juntinhos... Devo deixar claro que não concordo com isso. Não é por que vão se casar que quero vê-los dormindo juntos assim... Assim... – ele gesticulou nervoso com as mãos no ar.

- Unidos? – Bella aventurou.

- Não sei... Está tudo acontecendo muito rápido e como acabaram de acordar não têm noção do que está escrito nos jornais de hoje.

- Não, não sabemos, mas já era de se esperar... Ontem fomos fotografados quando estávamos saindo da empresa, também quando chegamos a minha casa e depois quando Bella veio embora. Confesso que não gostei de termos sido praticamente seguidos ontem à noite, contudo, não pretendo me esquecer da promessa que fiz e também não pretendo esconder de ninguém que nós estamos juntos.

- É bom ouvir isso – Charlie suspirou aliviado. – porque vocês são primeira página.

- Preciso ver o jornal – pedi estendendo a mão, ele abaixou pegando-o no sofá me entregando logo em seguida. Bella se aproximou para visualizar a reportagem junto comigo.

“Edward Cullen e Bella Swan finalmente resolveram sair de trás das cortinas e assumir o romance... Nada foi dito, no entanto, o casal foi visto saindo das indústrias Cullen e seguindo direto para a casa de Edward no Central Park no trajeto, não fizeram nenhuma questão de esconder que o romance vai de vento em polpa, o empresário conhecido pela sua fama de conquistador, parecia completamente dedicado a paparicar a modelo e se mostrou irritadiço ao ser fotografado num momento de intimidade. Cheio de carinho e com um olhar completamente apaixonado, as atitudes de Edward não deixam duvidas quanto ao seu estado apaixonado.

Não nos cabe perguntar onde estaria Jacob Black? O advogado parece estar fora de Nova York mais uma vez, abrindo completamente o campo para um adversário que, digamos de passagem, é um dos rostos mais bonitos do mundo das indústrias e da moda atualmente. Fontes informaram que Jacob teria sido visto com uma bela morena em Washington, onde ajuda seu pai, o também famoso advogado dos políticos e estrelas americanas, Billy Black.

Será que Jacob cansou das duvidas da modelo em relação ao seu coração?  No final da noite Edward e Bella foram flagrados aos beijos na calçada da casa do empresário que pouco depois deixou o prédio seguindo na direção a casa da modelo que mora com os pais e de onde até o fechamento dessa matéria ainda não havia saído.

Só nos resta esperar o anúncio oficial de que os dois estão juntos e completamente apaixonados, pelas fotos podemos ver como eles não fizeram questão de esconder os fatos... Será que teremos casamento em breve? Continuamos aguardando...”

- Achei que seria pior – Bella disse ainda segurando o meu braço.

- Acho que agora te deixam em paz... – a senhora Swan entrou na sala – vamos tomar o desjejum e Edward, nem pense em recusar.

(...)

Depois de tomar o café da manhã na casa de Bella, segui para o meu apartamento e praticamente corri para a empresa onde meu pai e meus irmãos já me aguardavam. Não questionaram meu atraso, eles deviam saber aonde eu tinha passado a noite... Meu pai tinha o mesmo olhar amoroso de sempre, Emmett o mesmo zombeteiro e Jasper, como sempre estava preocupado com os rumos da reunião. Percebi que alguns paparazzi faziam campana na frente do prédio da empresa, aquilo não me agradava em nada...

Aquela seria uma longa manhã...

(...)

Depois de ligar para Bella informando aonde nos encontraríamos, seguimos para o almoço num restaurante que preparava comidas caseiras que ficava próximo a empresa, o ambiente era aconchegante e o ambiente muito familiar. Sentamos numa mesa reservada num canto próximo a entrada, de lá poderíamos avistar a sua chegada pela vitrine. Natália conversava animadamente com o meu pai, enquanto meus irmãos tentavam me tirar da ansiedade pela espera.

Eu a vi atravessando a rua poucos minutos depois, meus lábios se abriram num enorme sorriso de alivio e felicidade, notei que estava sendo seguida pelo mesmo paparazzi da noite anterior, o mesmo que estava a frente da empresa pela manhã. Eu o conhecia... Eric Stuart era seu nome...  – com licença – pedi. Todos se entreolharam.

- O que houve Edward? - meu pai perguntou curioso.

- Bella... Está sendo seguida pelo mesmo repórter de ontem à noite, veja... Eu o conheço muito bem para saber que ele não a deixará em paz. Aquele é o pior tipo de repórter que pode existir...

Ele segurou minha mão – calma, filho...

- Ele pode me seguir, pode tirar fotos... Mas não fará isso com ela... Isso eu não vou admitir...

- Será um prato cheio para fofocas.

- Não farei nada, se ele não fizer. Só não a deixarei sozinha – ela parou do outro lado da sinaleira – vejam... Há outros, eu já os conheço, ela não... Bella não sabe lhe dar com isso sozinha.

- Vá com calma – ele pediu. Eu o vi se aproximar e chamar a atenção dela bem no instante em que ela descia do passeio para atravessar a rua. Notei que um carro vinha e que algo estava para acontecer no instante em que ela olhou para ele, completamente confusa.

Ouvimos o barulho do freio e o som de um tombo forte – BELLA!!!! – gritei vendo toda a cena pelo vidro da janela, minhas pernas se forçaram a correr na direção em que a vi cair... Não, não, não... Aquilo não podia estar acontecendo... As pessoas começaram a se aglomerar, eu corria desesperadamente e ouvia as vozes que me gritavam ao fundo.

- EDWARD! ESPERE! – era a voz do meu pai que corria seguindo meus passos... – Jasper, chame a ambulância... – meus irmãos nos acompanharam, Bella fora atropelada ali, diante dos nossos olhos... Os urubus a fotografavam quando cheguei empurrando as pessoas que a cercavam.

- Afastem-se, deixem-na respirar – ajoelhei-me do seu lado e toquei seu rosto. – Bella, eu estou aqui, amor... – abaixei ao lado dela colando meu rosto no chão para ver ser pelo menos ela abria os olhos, eu sabia que não podia movê-la... – meu Deus, o que eu vou fazer... Bella... Por favor...

Link seguro para a música: http://www.youtube.com/watch?v=spN9NMbrso4&feature=player_embedded

Quando Você Chegou

Flávio Venturini

Ven ... to leva a minha voz
E vê se encontra
O meu amor
Na ... da faz sentido
Nesse mundo sem o seu amor
Me sinto assim
Meio sem ru ... mo
Viajo no meu disco voador
Te procurei no oceano
E quase que eu me entrego
À solidão
Voa passa ... rinho, voa até
O céu mudar de cor
Na ... da faz sentido nesse mundo

Sem o seu amor
Você passou
Eu aprendi
A sonhar
Você me olhou
Fez o deser ... to chorar
A sua alma me a ... braçou
O seu calor fez o sol se pôr
A lua cheia se esva ... ziou
Quando você chegou

- Eu já chamei a ambulância – Jasper se aproximou. Os flashes piscavam e as pessoas continuavam a se aglomerar.

- Emmett, tente afastar a imprensa – ouvi meu pai falar. – Jasper, ajude-o.

- Por favor, pessoal afastem-se, por favor. Ela precisa respirar. – Ouvi a voz de Jazz.

Emmett estancou-se a nossa frente, tentando impedir qualquer um de tirar foto de Bella que ainda estava desacordada, pude notar que havia no chão uma enorme poça de sangue exatamente no local aonde sua cabeça havia batido. Meu coração se desesperou ainda mais, ela não podia morrer, ela não tinha o direito de me deixar. Natália se ajoelhou ao meu lado e retirou o cabelo que estava colado no rosto ensangüentado de Bella.

- Ei, qual é... Liberdade de imprensa... – ouvi uma voz familiar gritar. Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Imediatamente me levantei e olhei para ele.

- Foi você quem a chamou quando ela ia atravessar a rua... A culpa é sua – parti para cima do repórter pegando a sua câmera e lançando-a no chão fazendo com que se espatifasse. A fúria e o ódio me dominaram como que a um animal selvagem pronto para defender e proteger sua fêmea.

- Ei, você não pode fazer isso – ele me advertiu com o dedo em riste. Fechei os punhos e o olhei nos olhos, cego e dominado pela ira, eu o acertei bem no meio do rosto. O sangue imediatamente escorreu pelo seu nariz e ele caiu sentado no chão... Aproximei-me para acertá-lo mais uma vez quando senti dois pares de braços me segurando e me prendendo.

- A ambulância está chegando, Edward. – meu pai informou ao pé do meu ouvido me segurando de um lado e Jasper do outro – filho volte a si, Bella precisa de você...

As fotos continuavam sendo tiradas quando ele se levantou limpando o nariz que ainda escorria sangue – se algo de grave acontecer a ela, saiba que vou te buscar nem que seja no inferno... Eu vou te caçar e vou acabar com você...

- Isso é uma ameaça? – ele me olhou também furioso.

- É uma certeza... – nesse momento a ambulância se aproximou e os paramédicos desceram para atendê-la, Natália que estava ao lado de Bella se levantou para dar passagem aos socorristas que começaram a auscultar seu coração. Com todo cuidado eles a viraram... A polícia começou a dispersar os curiosos e por se tratar de um rosto público logo os burburinhos em torno de nós se fizeram audíveis.

Algumas pessoas se mostraram penalizadas e outras apenas curiosas, era um tormento ter que ver aqueles médicos fazendo aqueles procedimentos nela bem ali... No centro de Nova York.

Depois de imobilizá-la, eles a deitaram numa maca e a acomodaram dentro da ambulância – algum parente? – um dos socorristas, um homem alto e forte de pele negra, perguntou.

- Eu sou o noivo dela – gritei.

- Você pode nos acompanhar se quiser.

- Eu vou... Pai, vocês avisam a família dela – ele assentiu com a cabeça. Virei-me para o repórter e complementei – se acontecer algo... Acertarei você depois...

- Iremos logo em seguida... Edward tente manter a calma. – ele pediu.

O caminho até o hospital nunca foi tão longo, assim que as portas da ambulância foram fechadas, informei aos médicos sobre o estado de saúde de Bella – ela está grávida – informei.

- Grávida? – em deles perguntou.

- Sim, grávida... Por favor, não me escondam nada... Qual é o verdadeiro estado de saúde dela? – perguntei com medo da resposta.

- Ela teve uma fratura grave na cabeça e aparentemente tem uma perna quebrada, não podemos dizer ao certo qual é o seu estado sem que façamos os exames necessários para definir sua situação real.

- Meu Deus... Bella – toquei seus dedos sem movê-los, ela estava fria e completamente desacordada. Um dos enfermeiros tentou escutar o coração do bebê, mas notamos que pelo vestido que ela usava, uma mancha de sangue que começou a se formar.

- Ela está com hemorragia – um deles falou alto para que o motorista ouvisse – vá mais rápido – levei a mão ao rosto tentando conter meu desespero – não sei se conseguiremos salvar o bebê – ele disse – mas tentaremos ao máximo salvar a vida dela. Os cortes na cabeça são profundos e ela está sobre o efeito de morfina para não sentir dor.

Após uma curva íngreme, percebi que o carro parou e as portas foram abertas rapidamente. Do lado de fora uma equipe de doutores já a esperavam para dar-lhe o socorro. Entrei seguindo os médicos que a levaram para a UTI – desculpe-me senhor, mas dessa porta o senhor não poderá passar.