Across the universe escrita por Artemis Stark


Capítulo 4
Parte 4




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Hermione entrou na tenda que servia de casa para Legolas, ele estava lustrando sua espada. No dia anterior, os dois tinham ido em lojas que vendiam artefatos medievais atrás da arma que Legolas pedira.

— Bom dia, Hermione – Legolas levantou-se, colocou a espada em sua bainha, depois o alforje e as adagas em suas costas – Achei que iria ao ministério.

— Eu já vou, quis antes passar aqui – ela sorriu – Quer me acompanhar?

— Eu adoraria, porém preciso me concentrar, organizar meus pensamentos. Preciso ficar um pouco sozinho, Hermione. Estarei preparado para qualquer desafio criado pelos seus amigos. Podemos nos encontrar aqui mais tarde?

— Claro, Legolas – sorriu o curto tempo antes de ser beijada pelo elfo.

No Ministério

— Infelizmente, não conseguimos descobrir muita coisa. – Hermione finalizou seu relato, a sala de aurores no mais completo silêncio. Além deles, antigos combatentes das forças de Voldemort estavam lá, como toda a família Weasley, Lee Jordan, Blaise Zabini, entre outros.

— Sabemos que haverá, mas não sabemos onde e nem quando. O que fazemos com essa informação? – Percy perguntou.

— Vamos colocar mais aurores nas ruas em diferentes horários e sempre trabalhando em duplas. Vou aprovar inspeção nas lojas da Travessa do Tranco – Harry explicou, porém, no fundo, sabia que Percy tinha razão: aquela informação não levava a lugar algum.

— Sei que parece inútil, porém podemos pensar em possíveis lugares de ataque. – Hermione andava de um lado para o outro – Acho pouco provável que o ataque aconteça de manhã, mas pode acontecer para sermos pegos desprevenidos.

— Continuaremos com nossas investigações – Rony juntou diversas pastas com documentos sobre comensais e seus filhos.

— Soube que seu amigo quer participar desse ataque, ser nosso aliado. – Kingsley apontou para algo dito anteriormente, porém não discutido – Ele é capaz de realizar magias?

— Não, mas ele é um excelente arqueiro – Ron respondeu, lembrando do incidente quando pegara sua varinha – Legolas concordou em fazer um teste para saber se está apto.

— E já sabem o que farão? – Charles perguntou.

— Sim – Harry voltou seus olhos para os gêmeos – Precisaremos da sua ajuda – depois voltou-se para Hermione, no entanto, ela já tinha levantado.

— Entendi, entendi! – levantou-se – Não poderei saber sobre essa “prova” porque estamos juntos? Não tenho mais idade para ficar de leva e traz – balançando a cabeça, saiu da sala.

— Eu nem sei de que estão falando. – Blaise concluiu – Estou de saída. Irei atrás de novas pistas.

Nos corredores

— Podemos conversar? – o chamado de Blaise fez com que diminuísse seus passos. Desde o enterro de Draco os dois nunca mais estiveram à sós e seus encontros se resumiam aos momentos dentro do ministério.

Mesmo depois que todos foram embora, mesmo quando a noite e a chuva fina caiu sobre o cemitério, Blaise ficou ali ao lado dela. A mão passando pelos ombros, em um gesto de conforto.

— Aqui não. Pode ser na minha casa? – ele concordou em silêncio – A aparatação ainda está liberada para você – dizendo isso, sumiu no ar e foi seguida pelo homem.

Nenhum dos dois viu o dia passar dentro das paredes do ministério, imersos em documentos, relatórios, conversas, fazendo anotações.

— Não mudou muita coisa – Blaise viu a foto dela com o amigo e sorriu, entristecido – Ele faz uma puta falta, não faz?

— Sempre – Hermione retirou os sapatos – Vou pegar algo para a gente beber e comer. Fique à vontade. Porém, instantes depois ele apareceu no batente da cozinha.

— Quer ajuda? – Hermione recusou com a cabeça, pegando alguns pães, frios, alguns queijos. Fazia tudo de forma automática, com seu pensamento focado no ataque iminente – Quem é esse cara que estão falando? Claro que pedaços de conversa chegam até mim, no entanto, quero saber de você.

— É alguma cobrança? Estou sem ninguém há muito tempo – assim que falou, Hermione notou que sua frase estava mais na defensiva do que pretendia. Abriu a gaveta e começou cortar alguns queijos usando força desnecessária.

— Pare com isso ou vai acabar se machucando – Blaise interrompeu o movimento dela – E sabe que não é cobrança nenhuma. Eu me preocupo com você. Apesar de estarmos distante, eu me preocupo com você.

— Desculpe – Hermione foi até a geladeira, pegou uma garrafa de vinho, duas taças e serviu. Blaise terminou de organizar tudo e levou até a sala – É uma história meio maluca – se sentaram, brindaram e sorveram um gole do vinho. Blaise esperou, olhando de forma carinhosa para a mulher ao seu lado.

— Então... É uma história meio maluca parece um bom começo – Hermione sorriu e começou sua narrativa que durou o tempo de terminarem a garrafa de vinho.

— E é isso. Estamos juntos, mas tem essa questão que ele é, literalmente, de outro universo.

— Um elfo – Blaise disse, pausadamente – Alto? Bonito? Acho melhor abrir outra garrafa de vinho porque acho que não entendi absolutamente nada.

— Eu pego – Hermione foi em direção à cozinha e Blaise voltou a observar as fotos do passado. Havia muitas fotos de Harry Potter e da família Weasley. Ouviu Hermione dizer que ia ao banheiro. Havia muitas fotos dela com Draco também e uma em que os três estavam na Itália. Algumas batidas na porta puxaram Blaise para o presente. Como Hermione não apareceu, resolveu abrir a porta sabendo das magias que protegiam o lugar e só quem estivesse autorizado poderia cruzar os limites dos feitiços de proteção.

Abriu a porta e ficou estático. Não tinha problema nenhum em reconhecer que outro homem fosse bonito e ali, diante dele, estava um dos homens mais bonitos que já vira. Antes mesmo de notar a orelha pontuada, sabia quem estava diante de si. Rapidamente percebeu que ser ele, outro homem abrindo a porta da casa de Hermione, havia incomodado o elfo.

— Você deve ser o tão falado novo namorado de Hermione. – mais rápido que um piscar de olhos, Blaise recuou ao ver que havia uma adaga próxima de seu pescoço. Se tentasse pegar sua varinha, sem dúvida sua vida terminaria naquele instante.

— Legolas! – a voz de Hermione fez com que o olhar dele mudasse de direção, mas sua arma permaneceu onde estava – Guarde a adaga. Está tudo bem, Blaise é um amigo. Entre, por favor – ela emendou quando os segundos passaram sem que Legolas guardasse a sua arma.

— Apenas um amigo, cara – Legolas, enfim, guardou sua adaga nas costas e entrou na casa de Hermione. Blaise fechou a porta e respirou fundo algumas vezes.

— Acredito piamente que ele está pronto para lutar ao nosso lado. – apesar da brincadeira, que tirou um pequeno sorriso de Hermione, Legolas continuou sério. Os dois bruxos notaram que apesar de Legolas ter guardado a adaga, sua mão repousava sobre a empunhadura da espada.

— Sou Legolas Greenleaf, príncipe de Mirwood.

— Príncipe? Hermione, você tirou esse detalhe da sua história! Prazer, Blaise Zabini – estendeu a mão – Eu já estava de saída. Cuide-se, Hermione.

Legolas sempre tinha um estranhamento em relação àquele meio de deslocamento, o bruxo desaparecendo diante de si – como magia e, afinal, ali a magia operava de modo diferente do mundo em que vivia.

— Não esperava encontra-lo hoje, então fiquei feliz que apareceu – Hermione sorriu, querendo quebrar a tensão do momento.

— Você tem muitos amigos, não? – a pergunta saiu grosseira e Legolas percebeu, mas não esperava encontrar outro homem na casa dela. Um homem que ele nunca havia visto.

Em qualquer outra situação, Hermione não teria aceitado aquela pergunta, aquela insinuação, porém compreendia que Legolas vinha de uma outra época, de outro mundo. Aquela realidade martelava com frequência em sua vida.

— Blaise era o melhor amigo de Draco. A gente não se falava desde o enterro. Porém, com esse ataque iminente, vamos trabalhar juntos.

— Tudo bem, Hermione. Desculpe... – Legolas retirou as armas e colocou-as apoiadas sobre uma das paredes – Aqui é seu mundo e você teve uma vida antes que eu surgisse. Mesmo sabendo a história de Jane, como poderia imaginar? Como eu poderia imaginar?

Não disseram mais nada, apenas se abraçaram. Legolas permitiu-se fechar os olhos, sentir uma paz que há séculos não sentia. Algo como completude, como se apenas assim, com Hermione em seus braços tudo fizesse sentido. Beijaram-se, as roupas ficavam pelo caminho, enquanto seguiam para o quarto.

Na manhã seguinte, Hermione acordou com o barulho da coruja no vidro. Como nunca acontecera, ao girar na cama encontrou Legolas deitado ao seu lado.

— Você acordou mais cedo para pentear seu cabelo?

Aquilo fez Legolas rir sonoramente e negar com a cabeça.

— Se reparar bem as tranças estão desalinhadas. Quis ficar apenas te olhando – a coruja continuou bicando o vidro.

—  Fique aqui – ela deu um rápido beijo nos lábios dele e levantou-se. Sabia que era a coruja de Ron, pegou o pergaminho, entregou alguns petiscos e a ave levantou voo. Deitou-se novamente na cama e abriu a carta que chegava.

— Hermione? – ele perguntou depois que ela leu a carta e permaneceu em silêncio.

— Seu teste é hoje à tarde – amassou o pergaminho irritada – Isso é ridículo – ela fechou os olhos com força.

— O teste? – Legolas indagou, acariciando o cabelo dela – Hermione, olhe para mim – quando seus olhos se encontraram, continuou – Eu luto há séculos. Não quero desprezar ou menosprezar seu mundo, batalhas, magia... Não tem nada para se preocupar.

— Deveriam confiar na sua palavra.

— Eles não me conhecem – Legolas soltou o ar – Você não me conhece. Nunca me viu numa batalha, Hermione.

— Também nunca me viu numa batalha – Hermione foi atrás dele, quando Legolas levantou-se. Soltou as tranças, deixando o cabelo escorrer totalmente solto. Hermione sorriu, admirando-o – Você é lindo.

Legolas aproximou-se, inclinando-se.

Você é linda. Onde ocorrerá o teste?

— Não sei. Mais tarde enviarão uma chave-do-portal – Legolas olhou pela janela, lembrando-se que aquele era outro meio bruxo para locomover-se – Sinto falta de cavalgar. Poderia ter um cavalo?

— Não tenho ideia de onde conseguir um cavalo, mas vou pensar.

— Voltarei para minha tenda. Preciso me preparar – ele começou juntar sua roupa.

— Eu passo na sua tenda para leva-lo até o local marcado – Hermione aparatou com Legolas, despediram-se e ela foi até a Toca.

— Olá, Molly!

— Hermione! Quanto tempo! Tudo bem com você? Com seu amigo?

— Tudo bem sim. E com vocês? – Molly estava tricotando.

— Um pouca cansada hoje, mas bem, minha filha. Posso ajuda-la?

— Estou procurando por Charlie. Ele está aqui?

O olhar das duas foi para o relógio da família. O objeto mostrava a localização de cada membro da família, como também de Hermione e Harry.

— Olha aí... Deve estar chegando!

Mal Molly acabara de falar, o treinador de dragões surgiu entre chamas verdes.

— Oi, mãe – deu um beijo nela e foi cumprimentar Hermione – Oi, Mione. Tudo bem?

— Podemos conversar?

— Claro. Vamos até a cozinha que vou preparar um lanche. Quer alguma coisa, mamãe?

— Apenas uma xícara de chá, meu filho – o ruivo deu mais um beijo na matriarca e foi em direção à cozinha com Hermione em seu encalço.

— Eu preparo o chá para Molly – Hermione pegou a chaleira, enquanto Charlie cortava alguns pães – Eu serei bem direta.

— Diga, Mione. É sobre o elfo?

— Legolas. Sim, isso mesmo, Char. Por que está sorrindo?

— É bom ver você assim novamente: feliz.

Hermione não soube o que dizer sobre aquilo, então concentrou-se na chaleira que estava prestes a apitar.

— Obrigada – disse – Preciso de um favor. Sei que está ajudando Ron e Harry no tal teste, certo? – ele não confirmou, mas o sorriso continuou no rosto. Um sorriso maroto que lembrava os gêmeos – Não precisa me contar nada, mas peço apenas que consiga um cavalo para Legolas.

— Um cavalo?

— Sim, apenas isso: um cavalo. Não estou pedindo um hipogrifo nem um erumpente. Apenas um cavalo. Pode me ajudar?

A chaleira apitou e Hermione desligou o fogo. Serviu as xícaras e aguardou, ansiosa.

— Sim, posso ajudar. Estou bem curioso para ver seu amigo nesse teste.

— Vocês ficarão surpresos – deu uma piscada e bebeu seu chá sem pressa.

 


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Notas finais do capítulo

N.B.: Oi, ai meu Deus. E esse capítulo?? Veio só para aumentar ainda mais a minha curiosidade para com esse teste. Muito maravilhoso. Mds. Amiga, estou amando acompanhar esses dois, e como já disse uma vez. Amei ainda mais você ter mudado como essa história se desenvolveu, aumentando a duração desse casal maravilhoso. Bjs, bjs. Fhany Malfoy.

N.A.: Eu e minhas ideias que vão encadeando uma na outra.... Obrigada, beta linda!!! Bjs bjs. Ártemis S.



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