To all the boys i've loved before escrita por Aurora Blackburn


Capítulo 6
Theodore Remus Lupin


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!!! Ai gente eu tô muito feliz que tem gente acompanhando rsrsrsrs
Já escrevi os próximos três capítulos além desse, então se tiver alguma reação boa (ou se me der na telha rrsr) eu posto! Boa leitura!!!



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Acordo renovada. 

Finalmente tenho um plano e já sei o que fazer. 

É muito simples: vou evitar James para sempre. 

Se alguém perguntar, digo que brigamos e escolhemos lados diferentes da família. Digo que ele ficou do lado de Teddy e eu do de Victoire. 

Ninguém irá perguntar.

Ainda tenho uma pequena esperança de que Scorpius e Teddy não tenham recebido as cartas. 

Minha mãe dizia que o otimismo era minha melhor qualidade. Tanto Louis quanto Vic dizem que é irritante, mas eu respondo que ver o lado bom da vida nunca matou ninguém. Por enquanto.  

Consegui convencer Madame Pomfrey de que estava com muita dor de estômago e assim evitar todo o primeiro dia de aula. Acho que ninguém me viu colada às paredes enquanto voltava escondida para o Salão Comunal da Grifinória durante o almoço, aproveitando que os corredores estavam vazios. 

Está cedo quando eu levanto, então sigo meu caminho para o banheiro, quase chorando ao pensar que tenho que frequentar as aulas e ver James Sirius na classe. Hoje a primeira aula é de Poções, ou seja, seria bom para me distrair pelo menos. 

Albus adora se gabar de como é bom em poções por causa de seu nome, Severus, em homenagem ao melhor professor de poções que tio Harry já teve. 

Termino de me arrumar, pensando ainda nas besteiras que Albus fala e quase voltando para a cama quando vejo Lucy em pé, com a pequena mochila nas costas. 

Será que ela sabia o dano que tinha me causado?

Respiro fundo, me controlando para não chorar ou falar alguma besteira.

Decidi não matar Louis. 

Ainda.

Só vou matá-lo quando tiver certeza que não tenho chance nenhuma de conseguir minhas cartas de volta. 

Preferia acreditar que ele tinha guardado-as para me chantagear em troca de roupas para Lucy durante os próximos anos. E eu aceitaria. 

Tudo era melhor do que pensar nos garotos lendo meus pensamentos secretos. Uma humilhação era o bastante. 

Passo por Lucy sem responder o seu “bom dia” e me sinto culpada, mas tinha que sair dali o mais rápido possível. 

Percorro o salão vazio, sussurrando a senha para o quadro que guarda a porta e saindo de fininho.  

O quarto de James e Teddy estava com a porta fechada, assim como o de Rose. 

Agradeço a mim mesma por ter me apaixonado por garotos de outras idades. Não teria que encontrar Teddy, Scorpius ou Rose tão cedo se eu seguisse o cronograma de aulas corretamente. 

— Bom dia, priminha! - me assusto com a voz arrastada de Albus, enquanto ele se aproxima e deposita um beijo estalado na minha bochecha. 

— Credo, Albus! Quer me matar do coração? 

         Vejo o garoto rir, arrumando os óculos redondos, como os do pai, no rosto. Ele vestia o uniforme completo do time da Sonserina, onde era vice capitão junto com Malfoy. 

— O que é que está acontecendo com vocês hoje? - ele ri - Scorpius quase caiu da cama quando eu acordei ele mais cedo. Se atrasou de novo. 

         Sinto meu coração falhar uma batida. Como que em resposta, Scorpius aparece no final do corredor com os cabelos loiros ainda molhados de um possível banho e segurando uma vassoura escura. 

         Não. Não, não e não. 

         Meu plano de fingir que nada está acontecendo não vai ser estragado tão cedo. 

         Dou um sorriso sem graça, começando a andar mais rápido do que antes e me despedindo de Albus com algumas palavras que nem eu entendi, mas que ele riu em consideração. 

         Quem sabe se eu ignorar Scorpius por um longo tempo ele também não esquece da carta? 

         Chega, Dominique! Você nem sabe se ele recebeu a carta ou não. 

         Passo pela cozinha do castelo, aproveitando que os elfos amam companhia. Quase ninguém tem paciência de conversar com eles, mas eu gosto. Eles são carinhosos e sempre me presenteiam com doces no travesseiro quando vão arrumar os quartos. 

         A melhor parte era poder tomar café da manhã sem ter que interagir com outras pessoas. Eu não costumava fazer isso para não dar trabalho para eles, mas hoje eu precisava de paz e sossego. 

         Ontem a noite abri a carta de Victoire. Ela queria saber como estavam as coisas e se eu tinha falado com Teddy. Respondi que estava tudo bem, que Teddy estava bem e perguntei sobre sua experiência na França. Sabia que ela responderia com uma carta quilométrica contando todos os detalhes e perguntando porquê eu parecia desanimada na minha carta.

         Sentia falta de poder usar tecnologia trouxa. Bill e Fleur sempre nos deixaram em contato com o mundo trouxa e os smartphones eram muito úteis quando se tem três filhos para achar, mas eles não funcionavam em Hogwarts. Mesmo assim eu era obrigada a carregar um durante os passeios à Hogsmead para entrar em contato com meu pai. 

         Termino de comer, me despedindo dos elfos e agradecendo pelas torradas com geleia que comi. Ainda faltam 30 minutos para começar a aula de poções, então começo a ir em direção a sala, evitando contato visual com qualquer pessoa no meio do caminho. Merlin sabe a quantidade de Weasleys que temos nesta escola e eu não quero encontrar com nenhum deles agora. 

         Já estou na porta da sala quando o professor aparece, surpreso que alguém esteja lá. 

— Dominique… 

         Sinto uma mão segurar levemente meu braço. Viro o rosto, sem pensar. Dou de cara com Teddy. Ele está com uma expressão confusa e chocada, sua voz está trêmula.

         Observo que ele está com seus trajes da Grifinória, além de um leve arranhão no canto dos lábios, provavelmente causado enquanto jogava quadribol com James e Albus durante as férias.

         Porque eles continuam jogando quadribol mesmo sendo um jogo tão agressivo? 

— Te procurei em todos os lugares ontem. Não assistiu as aulas? 

         Evitei responder. O professor já estava dentro da sala e começava a escrever no quadro. Eu gostava de entrar cedo para copiar com calma, mas se depender de mim, vamos ficar ali para sempre. Não sei o que dizer. 

— Roxanne disse que você passou mal a tarde. Está tudo bem?

— Já estou melhor. - minha voz quase não sai, enquanto eu evito olhar para ele. Tinha medo de não saber mentir para Teddy. 

— Eu não entendo. O que é isso? - ele puxa a capa, retirando de lá o familiar envelope amarelado. 

         Mais uma vez me nego a falar. Sinto como se eu estivesse fora do meu corpo, vendo a cena como um espectador que não pode interagir com os personagens. 

         Teddy está com seus olhos brilhantes voltados para mim. Foco meu olhar no broche de monitor chefe no peito, que ele usa com orgulho de fazer parte de algo tão importante. 

         Ele bufa, irritado. 

— Quer dizer, foi você que escreveu, não foi? 

— Ah. - Eu pego a carta. Quero rasgá-la e fingir que aquilo não estava acontecendo. - Onde você conseguiu isso? 

— Uma coruja me entregou ontem de manhã. No começo achei que era de Victoire. - Ele passa as mãos pelo cabelo. - Quando você escreveu isso? 

— Há muito tempo atrás. - Digo com confiança. Não era mentira. - Nem lembro quando. Talvez tenha sido no terceiro ano. 

Agora sim era uma mentira, mas acho que ele não percebeu. 

— Certo… mas eu não falava muito com você no seu terceiro ano. - touché— E você fala sobre assistir filmes comigo e com Vic. Isso foi há alguns meses. 

Eu mordo o lábio inferior, tentando pensar em alguma desculpa esfarrapada. Eu costumava ser tão boa em mentir, o que aconteceu comigo? 

— Claro. Alguns meses é muito tempo atrás

Sinto lágrimas se formando nos meus olhos enquanto me concentro no líquido verde que ferve na mesa do professor, atrás dos ombros de Teddy. Quando foi que ele ficou tão alto? 

— Então… você sente alguma coisa por mim…? 

— Eu tive uma quedinha por você há muito tempo, bem antes de você e Vic começarem a namorar. - ouço as palavras saírem da minha boca, sem controle nenhum. - Mas não sinto mais nada. 

— Por que você nunca disse nada? Porque, Domi… Por Merlin. - Os olhos dele estão grudados em mim, e ele parece confuso, mas tem alguma outra coisa também. - Isso é loucura. Fui meio pego de surpresa. Não sei o que fazer. 

         Eu também fui pega de surpresa

         Penso em como eu sempre amei ouvir Teddy me chamar de Domi e não de Nick como todo o resto da minha família. 

         Reparei que alguns alunos começavam a chegar. Fred passou por nós, batendo nos ombros de Ted e me desejando bom dia, sem reparar no que estava acontecendo ali. Vejo a cabeleira de cachos ruivos de Rose passar pelo corredor, ao lado de Scorpius, e começo a entrar em desespero, mas eles seguem para a própria sala. 

— O que… O que vamos fazer, Dominique? - ele me olha de um jeito engraçado. Um jeito que nunca me olhou antes. 

         Penso um pouco e chego a uma conclusão: já vi aquele olhar antes. Mas direcionado à outra pessoa, nunca a mim. Foi assim que ele olhou para Victoire no dia da briga no quintal. Ele estava olhando para mim com tanta intensidade que eu tinha certeza que ele nunca mais iria falar comigo depois desta conversa. 

Nós não vamos fazer nada. - respondi, com a voz falhando. Como eu odeio ser emotiva! 

         Ele se aproxima, puxando levemente meu braço para longe da porta, que estava lotada de alunos. Estamos agora na quina do corredor, onde ninguém consegue ver o que está acontecendo. 

         Teddy ainda está em silêncio e vejo que ele passa as mãos no cabelo se preparando para falar algo. Mas antes, ele me olha com a mesma intensidade de antes. 

Seja lá o que for que ele está pensando, seja lá o que for que ele quer dizer, eu não quero ouvir. Faria qualquer coisa, qualquer coisa, para não ouvir.

Por isso, antes que ele possa falar, falo a primeira coisa que vem em minha mente. 

— Estou ficando com alguém.

         Sua expressão muda. Sua boca abre, sem saber muito bem o que falar. É óbvio que ele não acreditaria naquilo. Eu nunca iria namorar com alguém daquele castelo. 

— Como é? 

         O primeiro sino ecoa pelo corredor, indicando que as aulas vão começar em 10 minutos. 

— É.  Uma pessoa, uma pessoa que gosto muito, então não se preocupe com isso. - Pego a carta amarelada, como se não fosse um documento com todos os meus mais profundos sentimentos - Eu estava muito confusa quando escrevi. Nem sei como essa carta foi enviada. - minto -  Não vale a pena conversar sobre isso.

         Faço uma pausa, esperando que ele fale algo, mas nada sai de sua boca. 

— Então, por favor, não fale nada para Victoire. Não há necessidade. 

         Ele acena positivamente com a cabeça e ouvimos o segundo sino. 

—  Tudo bem. Nós nem nos falamos desde que ela foi embora.

         Sinto que ele quer falar sobre isso, mas eu não quero falar sobre seu romance com minha irmã, não agora que ele sabe como eu me sentia. Coloco a carta lentamente no bolso da capa, esperando que ele não veja. 

— Quem é o cara? 

— Que cara? 

— O que você está gostando.

         Entro em desespero mais uma vez. Conhecia Teddy desde os meus 10 anos e sei que ele não vai descansar até ouvir um nome. É nessa hora que vejo James virar o corredor, quase correndo para entrar na sala a tempo. 

— James! - quase grito, vendo-o me olhar. Ted parece confuso, afinal, James é praticamente seu irmão. - James Sirius! Teddy, preciso ir antes que o professor me dê detenção. Até mais. 

         Ando na direção de James, pensando que meu plano de ignorar totalmente sua presença não ia mais funcionar. Espero que ele não esteja bravo comigo, pois o que vou fazer agora pode se voltar completamente contra mim. 

Quando chego perto o bastante dele,  me jogo em seus braços. Abraço o pescoço dele e dou um beijo estalado em sua bochecha, ao qual ele prontamente sorri satisfeito, me abraçando pela cintura de volta. 

É como se estivéssemos em um filme, e a música estivesse aumentando, e tudo estivesse em câmera lenta. Nunca estive tão próxima de um garoto que já gostei, exceto pelos abraços de aniversário e natal mas isso não chegava nem perto da sensação de ter as duas mãos de James em torno da minha cintura. 

— O que é isso? - ouço ele falar, não aparentando estar bravo comigo. 

Olho por cima dos ombros e vejo que Teddy ainda está parado no mesmo lugar, com os olhos cravados em nós dois. 

James já percebeu sua presença. 

Ele olha para Ted e em seguida para mim,  com uma expressão de puro choque e descrença e talvez um toque de divertimento, porque James gosta de achar graça. Ele ergue as sobrancelhas.

— Você falou com ele…?

         Não respondo. Apenas tento desligar todos os meus sentimentos e o beijo. 

Meu primeiro pensamento é: espero que Teddy esteja vendo.

O segundo pensamento é: Acho que vou ter um ataque cardíaco. 

Meu coração está batendo com tanta força que sinto que preciso me afastar de James o mais rápido possível. Mas não o faço. Porque, por cerca de cinco segundos, ele me beija também. 

James Sirius Potter, o herdeiro de Harry Potter e o garoto dos sonhos de metade das meninas de Hogwarts, está me beijando. Sinto uma de suas mãos encostar no meu rosto, como se estivesse se preparando para fazer mais do que só encostar os lábios nos meus. 

Ouço o terceiro e último sino, me afastando dele sem saber onde enfiar minha cara. 

Ele sorri. Aquele sorriso irritante que tinha todas as vezes que apresentava uma garota nova como sua namorada, o que me deixa irritada por um momento, mas logo passa ao lembrar o que ele havia acabado de fazer por mim. 

— Obrigada.

— De nada. - ele simplesmente fala, ainda com um sorriso no canto dos lábios.

         Entro correndo na sala, vendo que Theodore não estava mais no corredor e me sentando ao lado de Roxanne. 

         James entra em seguida, parando ao lado de Fred Weasley II, olhando diretamente para mim. 

Começo a copiar o quadro, tentando acalmar meu coração, ainda não acreditando que meu primeiro beijo de verdade tinha acabado de acontecer. 


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo vai focar em alguns outros personagens rsrsrs e já está escrito. Espero que tenham gostado!



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