Don't Leave Me escrita por Gamtan Nollaun


Capítulo 2
1 - Yoongi




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— É o nosso primeiro fansign no Brasil. Como será que vai ser? - JungKook, alternava o peso de uma perna pra outra, enquanto perguntava isso e era maquiado.

— Acho que deve ser igual aos outros que já fizemos. - Foi a minha resposta.

— Mas dizem que as fãs brasileiras são bastante atiradas. - Taehyung entrou na conversa.

Jimin veio e o abraçou por trás e com um sorrisinho disse:

— Se estiver com medo delas Tae Tae, eu te protejo!

— Espero que possamos dar tanta atenção a elas como damos a todas as outras armys, sem preconceitos!

O sorrisinho do Jimin esmoreceu e ele soltou o Taehyung, fazendo uma leve mesura as palavras do NamJoon.

— O fansign já vai começar! Temos só 5 minutos! - Alguém do staff passou avisando, mas não consegui ver quem era.

Me sentei no que seria meu lugar na mesa do fansign, o último. Fiquei olhando para os meninos, alguns sendo maquiados, outros ajeitando as roupas, alguns apenas conversando e não pude deixar de sorrir para aqueles que já haviam se tornado minha família.

Assim como eu sei que eles também podiam ouvir as cerca de 500 armys selecionadas para o fansign do lado de fora. Gritos de "BTS" sincronizados às vezes eram escutados. Apesar de já termos passado por vários fansigns, era quase impossível não sentir certa expectativa: " O que será que as armys brasileiras acharão de nós? Quais serão suas reações aos nos ver tão de perto?". Era afinal um país totalmente diferente do nosso.

— Todos tomem seus lugares! Vamos abrir o portão. - PD Lee avisou.

Todos se sentaram, o staff tomou seus lugares, então o portão foi aberto e pudemos ver as armys entrando em fila, muitas carregadas de presentes nos braços e até mesmo com sacolas. Algumas estavam até caracterizadas: muitas com capas pretas com capuzes. Ainda bem que estava fazendo um tempo ameno na América do Sul naquele momento, pensei. Fiquei bem impressionado com a quantidade de meninas com cabelos cacheados, algumas até me pediram pra passar a mão no cabelo delas!

Entre os autógrafos e interações, um grupo de armys me chamou atenção. Estavam todas de terno preto e óculos escuros e pareciam mais velhas que a maioria. Uma em particular sorria sem parar enquanto apertava as mão das outras ou lhes dava pequenos abraços. E que sorriso! Os dentes incrivelmente brancos, contrastavam com o batom vermelho dos lábios e, do ponto de onde eu estava, a pele dela tinha um tom parecido com o do caramelo, o que combinava perfeitamente com os brilhantes cabelos crespos e escuros.

Enquanto interagia com as outras armys, não pude deixar de reparar no grupo que se aproximava na fila. Quando a primeira delas chegou a ponta da mesa, como se tivessem combinado, todas tiraram os óculos ao mesmo tempo e aquela que tinha chamado tanto a minha atenção, ficou momentaneamente séria, então pude ver que era realmente linda! Os olhos, que não deixaram de sorrir, pareciam duas pérolas negras.

— Vocês são um grupo? - Perguntei com meu inglês sofrível para a primeira delas que cumprimentei, que possuía um cabelo liso, comprido e escuro, enquanto apontava as demais.

— Sim, somos as unnies & armys - Me respondeu sorrindo ela.

— Great suits!

— Thank you!

Durante a passagem das armys por cada um de nós, eu procurava dar uma encarada na garota da fila. Quando ela estava prestes a entrar em contato com o NamJoon, a próxima da fila a me cumprimentar acabou demorando mais tempo em seu cumprimento ao Hoseok (ela tinha pedido uma selca), então pude ver livremente aquela criatura apertando a mão do NamJoon, sorrindo e desviando o olhar encabulada quando ele devolveu o sorriso.

A questão é que o olhar desviado dela veio repousar justo sobre mim que a estava encarando sem parar! Não fazia idéia de como estava minha cara no momento, provavelmente uma cara ameaçadora ou blasé, como sempre.

Antes de desviar o olhar ainda pude ver os olhos dela confusos rolarem pra todos os lados, antes de focarem novamente no NamJoon. Depois disso, nossos olhares se cruzaram tantas outras vezes, até enfim ela estar parada na minha frente.

Aproveite a oportunidade e peguei com as duas mãos a que ela estendeu pra mim. Por algum motivo, não conseguia sorrir, assim como não conseguia desviar os olhos dela, que claramente sem graça desviava os dela, enquanto dava risinhos nervosos.

— Você é muito bonita! Como você se chama?

— Taisi.

— Taisi.

Ela então soltou a mão das minhas, pegou minha caneta e escreveu no papel a minha frente o que deveria ser o nome dela, nisso aproveitei para pegar sua mão esquerda com as minhas. Ela então colocou em cima da mesa um caderno para autógrafos e uma carta, tudo isso com uma mão só, pois a outra eu continuava segurando.

— Você vem ao show de hoje?

— Sim! Com as minhas amigas! - Ela me respondeu em hangul, enquanto apontava aleatoriamente pra trás com a mão direita.

— Nos vemos daqui a pouco então.

— Deh.

Ela soltou levemente a minha mão e fez uma pequena mesura. Percebi que os olhos dela estavam enevoados antes de ela se virar e ir pra junto das amigas.

Pedi educadamente um minuto a próxima army da fila e chamei PD Lee.

— Vamos fazer aqui também aquela visita de fãs aos bastidores antes do show?

— Ainda estou pensando, mas creio que sim, tem tido boas respostas essa atividade. Por quê?

— Qual o critério da escolha?

— Geralmente é por sorteio de quem veio ao fansign.

— Será que dessa vez não poderia ser por melhor figurino? Acho que aquele grupo ali merecia. - Disse isso apontando o grupo de terno que ria e se abraçava.

— É uma boa idéia! Também gostei muito do figurino delas e elas estão em um número ideal. São 10 pessoas?

— Acho que sim.

— Vou entregar as credenciais então. Obrigada pela sugestão!

— Por nada.

Ela então me deu as costas e eu me virei para a army que já me aguardava a algum tempo. Ainda pude ver as credenciais sendo entregues e aquele grupo tão peculiar explodir em alegria.

Ao final do fansign, PD Lee veio falar comigo:

— Você não costuma dar palpites nas promoções para as armys. O que te deu hoje?

— Acho que as armys criativas e que se esforçam pra fazer algo diferente deveriam ser recompensadas, só isso.

Ela então estreitou os olhos pra mim:

— Só isso mesmo?

Conviver muito tempo com as pessoas, fazia com que elas te conhecessem tão bem quanto você mesmo se conhece. Mas resolvi continuar mentindo, mesmo que parcialmente, elas tinham sido criativas também.

— Claro.

Percebi que ela não acreditou em mim, mas fingiu acreditar. Tudo bem, nem eu mesmo estava acreditando no que eu estava prestes a sugerir...

 

 

 


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