Sono Eterno escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 6
Cartas


Notas iniciais do capítulo

Oie! Desculpa ter sumido, espero conseguir voltar a postar. Esse cap é mais curto, porém importante. Não se esqueça de votar no fim, rs. Boa leitura!



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Como uma taça de cristal que se parte ao cair, assim se desfez a estabilidade maquiada dentro de Hogwarts. A notícia de que Lilith de Aradia estava morta inflamou os alunos, que logo começaram a exigir explicações e proteção. Alguns familiares foram informados e também enviavam cartas, pedindo para que seus filhos voltassem a suas casas e as atividades da escola fossem suspensas até que Hogwarts pudesse oferecer segurança novamente. A família de Lilith de Aradia estava inconformada com a notícia, e já se organizava para, após o funeral apropriado, entrar com um processo no Ministério da Magia pedindo a renúncia de Minerva Mcgonagall como diretora. Com toda a agitação, aqueles da Grifinória que gostariam de fazer uma cerimônia para se despedir de Lilith, não tiveram a oportunidade adequada. Diante desse cenário, todos foram convocados ao salão principal, onde informações sobre a investigação seriam dadas e outros alunos seriam interrogados. 

— Boa noite. - Minerva iniciou sua fala. Sua voz estava rouca e o rosto, apesar de visivelmente abatido, mostrava determinação. — Como muitos já sabem, infelizmente Lilith de Aradia foi encontrada sem vida em seu dormitório, após uma profecia ter sido declarada durante a aula de adivinhação. Entendo que o medo e a tristeza  possa estar assolando a cada um, e isso faça com que cresça em nós a vontade de fugir. Mas precisamos ficar unidos, cuidar de nossos amigos e colegas. E para além de atenção e amor, uma outra forma de cuidar é fornecendo a nós toda informação que sabem a respeito de Natalie Primus e Lilith de Aradia. É necessário que trabalhemos em conjunto para nos proteger. Portanto, enquanto estivermos em investigação, nenhum de vocês está autorizado a deixar o castelo. Suas varinhas serão lidas, para que nós possamos saber quais foram seus últimos feitiços realizados. 

— Estamos dando a oportunidade que falem sem os obrigar, mas faremos isso se necessário. Então tratem de escutar a diretora de vocês e detalhe tudo que souberem sobre as duas garotas. - Michael Tribiane interrompeu Minerva, ameaçando os alunos. Por ele, usaria a poção veritaserum (poção que obriga a pessoa contar todos os seus segredos), desde o início, mas por insistência dos professores foi impedido, e agora tinha outra morte para lidar. Ver os feitiços das varinhas, por exemplo, era como uma perda de tempo para ele, já que o maldito assassino tinha sido esperto o suficiente para matar suas vítimas com poções. Isso, se considerando que há ligação entre as mortes. 

— Vocês nos pedem que falemos sobre Natalie ou Lilith, mas até agora não temos resposta nenhuma. Do que elas morreram?! Porque alguém faria isso? - Elizabeth questionou da mesa da Sonserina. Michael bufou com a petulância da aluna. 

— Para fins da investigação, não podemos fornecer essas informações. - Arthur Rissi explicou, provocando uma onda de revolta entre os alunos. 

— É verdade que existe uma nova câmara secreta? - Um aluno do primeiro ano da Grifinória perguntou. Isso fez com que mais alunos começassem a perguntar sobre o assunto, ao mesmo tempo, ao ponto das vozes não serem distinguidas dentro do salão. 

— Silêncio, por favor. - Minerva projetou sua voz com um feitiço. Mesmo com seu pedido, os alunos continuaram a falar. Uns até mesmo choravam. — Silêncio! - Sua voz retumbou como se as ondas sonoras passassem pelos alunos, fazendo-os ficarem surpresos e se calarem. — O pânico não vai nos levar a lugar algum, é preciso ter calma. Não há outra câmara aqui em Hogwarts, mas estamos investigando e os informaremos, se esse for o caso. É preciso união e não desavença. Por isso, em reunião com os professores, decidimos que a partir de hoje cada aluno deverá andar acompanhado por pelo menos um colega, sendo proibido transitar pelo castelo a partir das 17h. Estaremos abrindo um cargo aquém do monitor, em cada casa, para que alunos a partir do quarto ano possam estar acompanhando os mais novos para suas atividades. Os jogos de quadribol estão suspensos até segunda ordem, assim como as visitas a Hogsmeade.  

A agitação entre os alunos já era esperada, mas os professores não imaginavam que seria tanta. Havia um misto de revolta, raiva, medo e tristeza envolvendo a todos, fazendo com que o teto do salão, que normalmente espelhava um céu calmo e estrelado, criasse nuvens cinzas que descarregavam raios a cada dois segundos, provocando ainda mais tensão. Diante disso, antes que Minerva precisasse fazer novamente o feitiço para expandir sua voz ou mesmo um dos aurores perdesse a paciência e causasse algum tipo de dano aos alunos, Neville Longbottom se levantou da mesa dos professores enquanto retirava um pequeno frasco do bolso. Destampou-o e depositou seu conteúdo em sua mão esquerda. Tratava-se de uma mistura que contava com o pólen da flor passiflora (mais conhecida como flor do maracujá, típica das Américas), pedaços ressecados de folha de erva-cidreira e flores de camomila amessetadas. Concentrou-se e soprou a mistura de sua mão enquanto realizava um feitiço não-verbal, que potencializou seu efeito calmante e a espalhou por todo o salão, causando quase que imediatamente um efeito anestésico sobre todos. Essa era uma de suas invenções mais famosas depois que havia se especializado em herbologia. Com os ânimos mais amenos, Mcgonagall voltou a falar. 

— Irei chamar alguns alunos e estes devem permanecer no salão para prestar depoimento. O restante, por favor, organizem-se em quatro filas para que a leitura de varinhas possa ser feita. Após isso, estão dispensados para voltar aos seus salões comunais. 

A medida que as leituras começaram, a concentração de alunos no salão ia diminuindo. Os depoimentos iam acontecendo concomitantemente, seja daqueles que tinham relação com o caso, seja daqueles que a leitura da varinha indicava atividades suspeitas. Alguns pontos das casas estavam sendo perdidos nesse processo, e algumas detenções distribuídas, já que indícios de brigas e maus tratos de colegas podiam ser identificados pelos feitiços. Foi uma surpresa, porém, quando seis alunos restaram dentro do salão por determinação dos professores e uma aluna por vontade própria. Os seis alunos eram: Elizabeth Rosier, Dara Hunt, Lisbeth Louviere, Ian Hwang, Mary Kilian, Fernanda Rolon. Já a que permanecera por vontade própria era Claire Skhander, que permanecera o tempo todo agitada, com a respiração acelerada e os olhos vermelhos de segurar o choro. 

— Quem diria que os ditos alunos prestígios de Hogwarts estariam entre os suspeitos. - Michael provocou. Os sete alunos estavam dispostos em um único banco, sentados de frente para os professores que faziam a revista na varinha e o interrogatório. Mas sua fala estava sendo direcionada a Ian Hwang, Elizabeth Rosier e Fernanda Rolon. Seu senso crítico como investigador sendo afetado por questões pessoais. — E pirralhos insolentes também. - Concluiu estalando a língua, irritado. Desta vez, porém, olhava para Mary. Sua fala e comportamento eram petulantes, e se os professores não estivessem ocupados conferindo a lista de alunos já revistados, seria repreendido. 

— É incoerente nos acusar dessa forma, desconsiderando os professores como suspeitos. — Elizabeth murmurou incomodada. Apesar de sua varinha não ter indicado nada fora do comum, o fato de ter ido até a enfermaria buscar informações a colocou como suspeita. Além disso, havia deposto quando a morte de Natalie aconteceu, então queriam verificar se ela tinha também alguma relação com Lilith.

— Hm. São mesmo crianças… - Michael riu nasalado. Não gostava de Elizabeth por esta estar no sexto ano e mesmo assim ser considerada uma das melhores bruxas da Sonserina, deixando seu querido sobrinho Philip de escanteio, mesmo este sendo mais velho. — Isso já foi investigado, mas vocês não precisam saber. O que me faz lembrar que você e a senhorita Louviere são dois ratinhos curiosos. Querem informações para manipular as investigações? - Indagou. Lisbeth engoliu em seco, perdendo o foco de seu olhar devido ao nervosismo, enquanto que Elizabeth a olhou de canto de olho. Havia deixado isso de lado, tentando se concentrar nas aulas, mas ainda não fazia sentido ter encontrado Lisbeth na enfermaria pedindo informações quando a garota nem mesmo próxima de Natalie era. Para o seu bem, e o bem de seus segredos, Lisbeth permaneceu em silêncio. Não queria que acontecesse novamente o que já acontecera enquanto ainda morava na França, com seus familiares.

— Esse tipo de coação sem provas é injusto. - Ian ponderou, recebendo um revirar de olhos de Michael. Seja por influência do sobrinho que não suportava Ian, seja por concordar com a ideia de que um coreano-canadense vindo de uma família de trouxas era indigno de estudar em Hogwarts, o desgosto que Michael possuía pelo garoto era evidente. 

— E o que conhece sobre justiça, garoto? - Michael desafiou tentando ser intimidante. O olhar de Ian, porém, não vacilou. 

— Foram vocês que restaram, certo? - Minerva aproximou-se do grupo de alunos. Com um suspiro, analisou a expressão de cada aluno ali presente. Era estranho considerar que dentre a feições apáticas e cansadas poderia estar um assassino. — Eu mesmo irei interrogá-los, então aguardem aqui até que eu chame seus nomes. Primeiro, Dara Hunt. 

— EU! E-eu… - Claire bradou levantando-se. Toda a situação era demais para ela. Não podia deixar que seus amigos fossem suspeitos de algo que ela mesma poderia ter cometido. — Eu quero ir primeiro. 

— Senhorita Skhander, receio que terá que esperar assim como seus colegas. - Minerva respondeu com um franzir de sobrancelhas. 

— Você não entende… - Claire começou a falar e a medida que as palavras soavam, lágrimas desciam por seu rosto. - Eu… Eu dei uma poção a Natalie. Ela estava desesperada porque alguém tinha roubado suas memórias, e eu quis ajudar, então pedi ajuda para minha mãe pelo corujal, e ela me mandou uma poção e eu dei a Natalie sem nem questionar. Mas a Natalie estava se correspondendo com alguém também, por isso que achava que estava sem memória, então quem garante que alguém não trocou as poções e isso matou ela? Foi minha culpa, minha culpa… 

Apesar das palavras de Claire parecem reveladoras, sua fala saiu muito rápida e embolada com o choro, deixando todos que a observavam estáticos. Seu cabelo loiro que normalmente ficava preso, combinando com seu rosto infantil que passava um ar de “lolita”, estava solto e desarrumado, caindo em cascasta até sua cintura. O rosto vermelho e banhado por lágrimas transmitiam a dor e confusão que sentia, e apesar de sua fala a colocar como uma potencial suspeita, até mesmo Michael Tribiane se incomodou com a forma desestabilizada que a aluna da Corvinal se apresentava. 

— Então além de ser envenenada, alguém ainda roubou sua memória? - Elizabeth tentou resumir a fala de Claire, juntando com as informações que tinha. 

— Envenenada? - Fernanda perguntou. 

— Ainda não sei o que estou fazendo aqui. - Mary interrompeu toda a agitação, cruzando os braços demonstrando o quanto estava irritada. Ao menos, com essa explosão de Claire, mais informações haviam sido dada aos alunos.

— Vamos conversar melhor, Senhorita Skhander. Siga-me. - Minerva pediu, lançando um olhar significativo a Michael e Arthur. Porém, antes que pudesse se afastar, Neville Longbottom adentrou o salão segurando duas cartas na mão. Uma encontrada no dormitório da Lufa-lufa e a outra encontrada no dormitório da Grifinória. As duas possuíam a mesma letra, e em uma delas, havia uma assinatura de Fernanda Rolon. 

Dessa forma, enquanto Arthur Rissi vigiava os alunos, Minerva colhia o depoimento de Claire e Michael o de Fernanda. Outros professores vieram ajudar e conversaram com o restante dos alunos, que logo foram dispensados, permanecendo ainda sobre vigilância apenas Fernanda e Claire, já que suas histórias não batiam. Mas a verdade parecia vir à tona de alguma forma: Natalie havia sido morta por causa de suas memórias e Lilith por trazer consigo uma profecia que poderia expor o culpado. 

Uma das frases encontrada na carta direcionada a Lilith, chamava a atenção: Tudo isso faz parte de um plano muito maior. Poderia Natalie saber qual era esse plano e por isso ter levado o destino que levou? Pensar em destino suscita a primeira linha da profecia dita: Parte-se o fio do destino e a união de sangues sofre. Partir o fio do destino simboliza a morte. Mas qual? Tanto Natalie quanto Lilith possuíam “união de sangue”, sendo Natalie uma mestiça e Lilith metamorfa e maledictus. Isso era apenas para uma das duas? As duas? A todos os mestiços? Afinal, o último trecho da profecia trazia a ideia de que o mundo bruxo se ajoelharia diante dessas mortes, já que as poções usadas até agora são conhecidas como “sono eterno”, mas isso dá a insegurança de que outros mestiços correm perigo. Porque alguém faria isso? Poderia ser um resquício da ideologia usada por Você-Sabe-Quem mesmo após todos esses anos?  Eram muitas informações e suposições novas que fariam todos investigar com mais afinco tudo que acontecia. 

~~~***~~~

Vidas correm perigo e você só pode escolher um

Quem você quer salvar? 

Dara, Ian, Mary, Fernanda, Lisbeth, Claire e Elizabeth.

Quem você acha que é o assassino? 

Dara, Ian, Mary, Fernanda, Lisbeth, Claire e Elizabeth.


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Notas finais do capítulo

Hoje faz 22 anos da batalha de Hogwarts, e eu não poderia deixar essa data passar sem postar um cap, hehe. Espero que tenha gostado e trazido mais pistas. E então, quais são suas suspeitas? Beijoss



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