Arma letal escrita por Novacullen


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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PV EDWARD

Durante o dia meu filho tinha minha total atenção, mas durante a noite quando dormia, e não mais exigia minha atenção à dor da perda e saudade de Bella que com muito custo eu suprimia para poder cuidar dele vinha à tona, e ficar em casa com minha família tentando me consolar só me deixava pior então eu saia por aí a ermo deixando minha família velando o sono de meu filho.

Quando dei por mim, estava de frente à cabana. Desde que Bella me deixou há um ano e meio que não venho aqui. Hesito em entrar, era para eu e Bella estarmos vivendo felizes aqui, mas...

Respiro fundo criando coragem para encarar o lugar sem sua presença.  Entro e para minha surpresa, estava tudo limpo e arrumado, certamente isso era obra de minha mãe.

Vi minha foto preferida de Bella no aparador da sala. Eu a havia tirado em uma das muitas vezes que fomos à clareira, os raios de sol a tocava, enquanto ela estava deitada, sendo emoldurada pelas inúmeras flores do chão da clareira. Peguei o porta-retratos e comprime contra meu peito, fingindo ser Bella que eu abraçava ali.

Ah! Bella quanta falta você me faz...

Olho em direção de nosso quarto, e reúno coragem para entrar, me “arrasto” até lá com o meu corpo parecendo pesar mais do que posso suportar, o meu olhar recai sobre o criado mudo, onde estava à pequena coleção de lembrancinhas que Bella havia comprado como recordação dos países que viajamos durante nossa lua de mel que teve um gosto agridoce para mim, pois a felicidade que vivi, vinha acompanhada do peso da minha decisão, eu sabia que quando Bella ficasse grávida, nossa relação seria abalada.

A princípio eu realmente havia acatado sua decisão de não termos um filho e minha família após sua tentativa de fazê-la mudar de ideia também. Mas próximo ao casamento que aconteceu três meses após o pedido, ao convidarmos nossos poucos amigos vampiros, que pouco os víamos por serem nômades, para a cerimônia, eles nos atualizaram de como andava o mundo vampírico, pois como eu e minha família abominávamos o fato da maioria dos vampiros se alimentar de sangue humano, mortes e violência, nos mantivemos a margem do mundo vampírico e vivendo dentre os humanos, e o que eles nos contaram, céus!  O caos estava muito próximo de eclodir, o espírito antigo não havia exagerado, infelizmente. E Alice não viu Bella mudar de ideia, então eu tive de voltar atrás, e ter esse filho, mesmo sem Bella querer. Foi à coisa mais difícil que já fiz.

E embora por um lado eu ame Kael e agradeço tê-lo em minha vida, por outro lado eu odeio a razão pela qual fui abençoado com esse milagre de ser pai, quando não é possível que vampiros tenham filhos. O que Kael terá de fazer até se tornar líder, eu jamais desejaria isso a um filho, assim como Bella também não desejava. E igualmente odiava o fato de que ter de acatar a profecia que além de me fazer sofrer pelo fato que meu filho terá de matar para chegar ao poder, me fez perder Bella também.

E as memórias dos dias que se sucederam desde o momento que o espírito antigo apareceu mudando o futuro de felicidade que eu tinha ao lado de Bella até o dia dela dizendo que me odiava após a transformação acabar e ir embora para bem longe de mim vieram rapidamente uma atrás da outra me fazendo cair de joelhos quando me senti sem força, mesmo sabendo que força não me faltava, me senti sem ar sem nem menos ter a necessidade de respirar, senti meu coração parar de bater quando há muito tempo ele já não batia, eu estava caindo em um espiral de dor...

Percebi uma claridade, Céus! Já é dia, Kael já deve estar acordado! Forço-me a sair da posição fetal em que passei a noite toda, me levanto, ainda tenho a foto de Bella comigo, fico no dilema se resolvo leva-la ou não, opto por levar para a mansão, não acho que aguentaria vir à cabana novamente, já era difícil lidar com minha dor normal, se eu experimentasse outra espiral de dor  tenho certeza que eu “quebraria” de vez. E eu tinha de ser capaz de me manter ao menos razoavelmente bem ao menos durante na parte do dia, por Kael.

 Vou direto para o meu quarto entrando pela janela e guardo o porta-retratos na gaveta do criado mudo, não deixaria exposto, eu só olharia essa foto, quando me sentisse forte o suficiente para isso.

Kael já estava acordado, Alice estava dando banho nele, e me pergunto se Alice viu o que me aconteceu na cabana, mas se viu, agradeço que ninguém tenha ido até mim, prefiro lidar com minha dor sozinho como muitas vezes já havia deixado claro a eles. Apesar de eles dizerem que é mais fácil lidar com a falta de Bella se apoiando uns nos outros como eles vinham fazendo, mas ainda sim eu preferiria lidar com isso sozinho.

Deixo o fato de Alice ter visto ou não de lado, e resolvo tomar banho também.

Quando terminei, ouço as risadinhas gostosas de meu filho, Emmet o tem sobre seus ombros e estava brincando de “upa upa cavalinho”, para a diversão de meu filho, levando Kael em direção a cozinha para que pudesse tomar seu café da manhã.

Termino de me vestir rapidamente e vou ate à cozinha.

— Papaiii! – diz animado a me ver.

— Bom dia! Pequeno. – o pego em um abraço apertado- Dormiu bem?

— Sim. - e o coloco na cadeira de alimentação, me sentando ao seu lado.

Mamãe coloca mingau de aveia a frente dele e ele faz careta.

— Não comece com isso Kael.

— Mas vovó! - Faz um biquinho contrariado.

Kael prefere sangue à comida.

— Não! – mamãe soa firme na decisão de fazê-lo comer o mingau.

— Papai?

— Ah, não. Dona Esme que manda na cozinha. - tiro o meu da reta, se não eu cederia a seu apelo e era necessário que ele ingerisse comida humana também. Era uma boa que mamãe levasse tão a sério isso, se não ela também cederia a ele como todos nós faríamos, Kael nos tem enrolados em seus dedinhos.

— Comerá tudinho Kael. - diz mamãe já pegando um pouco de mingau com a colher para começar a alimenta-lo.

Ele olha para a mamãe com cara de que comer mingau de aveia fosse a pior coisa do mundo.

Mas eu sabia pela mente dele que ingerir comida humana não é tão ruim quanto ele parecia fazer, só que sangue tinha um gosto melhor para ele. 

— Vamos brincar lá fora? - Emmet fala empolgado quando Kael terminou de comer, ele usava Kael como desculpa para liberar seu lado criança.

— Sim! - E Emmet o coloca no chão.

— Quem chegar por último é a mulher do padre. – diz Emmet correndo em uma velocidade ridiculamente lenta para um vampiro, para que Kael pudesse ganhar dele na corrida.

 As habilidades de vampiros de Kael eram inferiores a de um vampiro, mas percebíamos que elas lentamente progrediam, já o seu dom ainda não se manifestou, o que no momento era bom, pois como ensinaríamos uma criança de um ano e meio a controlar o dom do fogo, por mais que ele fosse inteligente para sua idade, ainda sim seria um desafio, espero que esse dom demore um pouco mais a aparecer.  

Escuto Carlisle estacionar, ele havia voltado de seu plantão no hospital.

— Vovô! – Kael sai correndo animado até Carlisle que o pega nos braços.

— Olá! Meu neto.

— Brinca com a gente?

— Mas é claro. E de que vamos brincar?

— De pega-pega vovô.  

— Seria melhor se fosse com todos, é mais divertido, não é Kael?

— Sim!

E sem esperar um convite propriamente dito os demais se juntam a eles ali.

Aprecio todos ali brincando com Kael um pouco, e não pude evitar pensar que faltava Bella ali, não vá por aí Edward ainda é dia e me junto a eles na brincadeira.


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Notas finais do capítulo

Até quarta!



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