Arma letal escrita por Novacullen


Capítulo 13
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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PV KAEL

Eu estava em casa com tio Emmet fomos os primeiros a voltar da caçada, nos dividimos, pois um grupo muito grande afugentava a caça e nos fazia demorar mais para caçar.  E depois da batalha, todos queriam mais era ter sua sede saciada o mais rápido possível. 

Tio Emmet se distraiu do jogo de vídeo game que jogávamos e olha para a janela.

Sigo seu olhar e vejo da janela da sala meus pais chegarem sorridentes e de mãos dadas da caçada, corri para a entrada de casa.

Meus pais param no fim da escadaria e olham para mim, meu pai me dá o seu famoso sorriso torto e me vejo retribuindo, em seguida olho para minha mãe e ela está olhando para mim, ensaio um passo a frente, mas hesito. Coragem Kael não é hesitando que você vai conquistá-la. Respiro fundo criando coragem para fazer uma nova tentativa com minha mãe, mas meus pés parecem colados no chão, eles se recusam a ir em frente e vejo minha mãe inclinar um pouco a cabeça de lado me olhando pensativa.

— Sinto muito Kael por... – mamãe começa a falar. 

— Não é necessário terminar já entendi. – a interrompo, pois eu não queria ter o registro em minha memória dela dizendo que não é capaz de me amar. E me viro, para sair dali, eu não ia chorar na frente dela, mas não consegui dar mais nenhum passo, pois mamãe havia se colocado a minha frente rapidamente e se ajoelhou nos deixando ficar na mesma altura.

— Me deixe terminar de falar, por favor.

Eu não queria ouvir o resto da frase ia doer mais, mas não consegui dizer não. Assenti abaixando meu olhar, mas ela toca meu queixo, erguendo meu rosto me fazendo olhá-la.

— O que eu estava dizendo é que eu sinto muito por você está assim, hesitante, com relação a mim.

Fico surpreso por ela saber exatamente o que eu pensei. Como se tivesse lido minha mente como meu pai faz.   

— Eu sinto muito mesmo. – seu olhar era tão triste! Vi-me acariciando seu rosto, ela fechou os olhos como se apreciasse o carinho.

 Ela sentia muito e estava receptiva a mim, será que eu estava entendo tudo errado? Eu ainda poderia ter alguma esperança de ter o amor de minha mãe algum dia?

 — Eu...- ela abre os olhos e segura minha mão, pensei que fosse para tira-la de seu rosto, mas não, fez isso para  me tocar também- Não sei por onde começar, como faço entendê-lo toda a situação. É complexo até para mim...

Mamãe desvia seu olhar para meu pai como se suplicasse ajuda. Ele vem até nós e se ajoelha também, abraçando nós dois.

— Fale como foi desde o começo, como foi tudo para você minha Bella.

— É tudo tão forte Edward, ele é só uma criança...

— Ele é muito esperto, ele tem só quase cinco anos, mas mentalmente parece mais velho que seu pai bicentenário aqui. – diz papai brincalhão na intenção de aliviar o clima tenso.

Eu ri e vi me pegando admirando minha mãe sorrir, ela fica mais linda ainda.

— Está bem. - diz mamãe um pouco menos aflita si sentando no degrau e bate no espaço ao lado dela pedindo para eu sentar ao seu lado. Meu pai senta do meu outro lado.

— Vou fazer um apanhado da minha vida, mas há detalhes que eu gostaria de contar caso queira saber só quando for mais velho, está bem?

Eu assenti ansioso para que ela logo começasse a falar, eu queria entendê-la por complete-lo.

— Tive uma vida feliz até meus dezessete anos, pais amáveis, um lar modesto, mas confortável, consegui entrar na faculdade só que meus pais infelizmente falecerem em um acidente de carro quando retornavam para casa após me deixarem no campus da minha faculdade.  Foi um baque... – olho seu perfil, seu olhar estava voltando para longe e bem triste, me atrevo a segurar sua mão entre as minhas, ela me olha me dando um sorriso triste, mas ao mesmo tempo agradecido pelo meu ato simplório de conforto.

— Eu só os tinha de família, e lidar com a morte de meus pais, arcar com os estudos sozinha foi difícil para mim, mas consegui, quando me formei, ao sair de uma entrevista de emprego, no qual consegui a chance dos sonhos, fui sequestrada. Eles precisavam de uma mulher na gangue, e bom eu não queria fazer parte daquilo, mas eles foram bem persuasivos... - diz dando um sorriso amargo, meu pai fica tenso, ele também não havia me dito como, mas percebi que essa informação não era uma das que mamãe queria compartilhar agora também- O fato é que eles me treinaram para ser uma arma letal, uma mulher levantaria menos suspeitas em certas ocasiões ou seria mais facilmente introduzida no meio de convívio do alvo em outras. O treino foi duro. - ela se enrijece ao dizer isso, nossa! Quão cruel esses monstros foram com minha mãe? Estremeço ao cogitar, meu pai passa um braço por nós dois em um meio abraço para nos confortar, e mesmo ele estando sentindo o mesmo, não importa se ele já conhecia a história, ela estava mexendo com ele como se fosse a primeira vez que ouvia.

— Matei muita gente a mando deles, mesmo sendo pessoas ruins, ainda sim, eram vidas que eu tirei, eu reprimia a culpa por tirar uma vida sempre que matava mais um. Eu não podia sentir a culpa, se não eu não conseguiria ir em frente, então eu guardava isso em um canto bem escondido em mim. Mas estava lá, está lá. E isso sempre vai fazer parte de mim.

— Qualquer um que mate, sente isso, não? – questiona me olhando.

— Sim. Matei para proteger os meus, e por conta da profecia, mas sinto a culpa da morte de cada um mesmo assim. – fui sincero, não tinha como mentir para ela, ela sabia que eu me sentia como ela. Só alguém desprovido de sentimos bons ou com sérios transtornos metais não se sentiria assim.

Ela assentiu triste e meu pai me pede desculpas, por eu me sentir assim. E assegurei a ele mais uma vez que não ele não tinha culpa do meu destino.  

 Aliás, não só o meu destino, mas infelizmente de todos na família agora. Uma família que sempre pregou o bem, agora marcada com a morte. O destino havia nos reservado isso, só nos restava viver com isso da melhor maneira que nos for possível.

— Quando um dia um alvo estava na minha mira.- retoma a história- Atirei na cabeça, mas a bala ricocheteou sem causar nem ao menos um arranhão, constatei incrédula, a cerca de duzentos metros de distância pela minha mira de longo alcance, e frações de segundos depois o alvo se encontrava inexplicavelmente lá no telhado do prédio comigo. Eu estava apavorada como nunca mais havia me sentido após ter terminado o treinamento, eu nunca fui derrotada por um alvo, mas esse alvo não me parecia humano, era o que minha mente dizia, mesmo não fazendo sentido algum para mim naquele momento.

Até um vampiro ruim cruzou com minha mãe em sua vida humana. Nossa! Por quantas coisas ruins ela passou...

— Eu achei que ia morrer ali, sendo machucada, como se fosse uma boneca de pano, lembro-me de desmaiar e depois acordei em um quarto que nunca tinha visto antes, recebendo cuidados médicos de um que era igual ao que me atacou, e mais outro a seu lado, que era seu pai no caso,  fiquei apavorada, mas Carlisle explicou o que eram e que não matavam pessoas. Vi sinceridade ali e isso me acalmou um pouco.  Carlisle me pediu um voto de confiança, e bem contrariando a lógica, eu dei, me recuperei aos cuidados dos Cullen. E já quando recuperada eles quiseram saber minha história e conseguiram minha saída da gangue, e acabei virando uma Cullen. Edward e eu nos tornamos um casal e estava tudo indo bem até aquele espírito antigo aparecer falando da profecia no dia que seu pai me pediu em casamento.

— Os Cullen tentaram me convencer de ter você, mas não conseguiram e desistiram, a rotina familiar voltou ao normal, me casei com seu pai, passei cinco meses incríveis em lua de mel nas ilhas da América Central, mas me descobri grávida quando retornei. Seu pai me levou ao paraíso e depois me trouxe para meu inferno pessoal ao retomarmos.

Sinto meu pai se encolher com as palavras da mamãe, eles tinham se acertado, mas isso não mudava o passado.

— Seu pai confessou que sabotou os métodos contraceptivos, me senti traída, fiquei tão decepcionada! Depois do que eu havia passado com a gangue, mais uma vez me vejo sendo usada para propósitos alheios.

— Mas a profecia, meu pai não tinha escolha...

— Hoje sei disso Kael. Vejo que seu pai tomou uma decisão difícil ao voltar atrás no que tinha acordado comigo de não termos você. Ele não queria esse destino para um filho também, mas o que eu não  via é que não havia uma escolha, que nós não conseguiríamos viver uma vida normal em um mundo de caos, onde muitos inocentes iriam sofrer, humanos principalmente, muitos sendo usados como alimentos, outros sendo transformados para reintegrar o número de vampiros perdidos,  que a Terra seria devastada pelos eternos conflitos. Mas nada disso vinha na minha mente naquela época, eu só pensava que eu não queria ter um filho para que o transformassem no que me tornaram um dia, por isso fui irredutível ao dizer que não traria você ao mundo, mas fui sabotada e tive de gerar você.  A gestação foi... Eu nem sei como foi direito, mas é como se meu corpo seguisse com a gestação, mas minha mente estava em outro lugar, não sei bem explicar...  

— Sua mãe ficou triste por termos mudado de ideia e desrespeitado sua decisão. – meu pai toma a vez da explicação, quando minha mãe se torna incapaz de continuar - De tristeza e raiva a vi entrar em depressão catatônica, ela foi um corpo sem alma durante praticamente toda a gestação. Aos oito meses de gravidez o corpo já bem debilitado, entrou em colapso, tivemos de fizer uma cesariana de emergência, você nasceu bem apesar de um mês adiantado, mas sua mãe, o coração dela começou a falhar, ela iria morrer, a transformei, e após a transformação acabar e eu resumir o que aconteceu nos últimos oito meses, ela disse que me odiava, saltou a janela do quarto e começou a correr para longe de nós.

— Quisermos ir atrás de sua mãe, mas Alice viu que ela só sentiria mais ódio por nós, e percebermos que só tínhamos uma coisa a fazer, dá um tempo a sua mãe e depois procura-la.  Alice mantinha-se de olho em Bella, suas visões eram só borrões, mas sabia que se Bella fizesse algo que lhe trouxesse risco de morte, ela veria isso com clareza e interviríamos. Não sabemos bem o que Bella fez durante esse tempo. – papai dá a deixa para mamãe continuar.

— Eu estava cega de ódio, a minha visão dos fatos era que mais uma vez tinham ido contra a minha vontade, só que dessa vez foi pior, porque eram pessoas que diziam me amar. Fiquei vagando sem rumo e remoendo isso sem parar, descobri meu novo dom em meio disso, era o que me distraia do ódio de vez em quando, os momentos que eu explorava meu dom. Quando tempos depois cruzei com um grupo de nômades falando que iriam atrás de você, para usa-lo para seus propósitos cruéis. Eu não sei explicar como não pensei em você Kael durante todo esse tempo. - acho que vovô estava certo, mamãe não criou um laço materno comigo por conta de seu estado psicológico durante a gravidez- Mas um sentimento de proteção a você surgiu ali quando vi que sua segurança seria ameaçada por aqueles vampiros, então resolvi voltar a fazer algo que sempre odiei fazer, me infiltrar e matar, só que meu consolo era que dessa vez eu tinha um bom motivo para voltar a fazer isso, que era para proteger alguém, você.

— Se tratava daquele primeiro grupo de vampiros que você veio com eles?

— Sim. Resolvi elimina-los na presença de vocês, eu queria que soubessem que os ajudariam a protegê-lo.  E à medida que eu planejava e executava meu plano de ganhar tempo para você, outro sentimento que eu não sabia o que era passou a me acompanhar.

— Outro sentimento?!

— Sim! Eu acho que como naquele momento que ouvi aquele grupo dizer  que queria ti usar como arma letal, ativou meu instinto protetor com relação a você, você naquele dia ao me abraçar e dizer que me ama, sem que eu percebesse na hora ativou meu amor de mãe por você, e esse sentimento foi crescendo e crescendo e agora sinto tanto amor por você, que eu não sei como é possível caber tudo isso em mim.

— Ah! Mãe- me jogo em seus braços – eu amo você.

— Também o amo muito Kael.  -diz me abraçando apertado.

— Risquei mais um item da lista.

— Lista?!

— São três itens na verdade, o primeiro é torna- me letal, o segundo é conseguir seu amor de mãe.

Vi tio Emmet sair da casa quando percebeu os demais chegar da caçada indo até sua esposa quando eu falava o terceiro item da lista a minha mãe.

E tia Alice veio toda saltitante até mim e meus pais.

— Não se preocupe com o terceiro item da lista agora Kael. Vi que essa última luta renderá duas décadas de tranquilidade a nós, pois derrotamos um grupo expressivo de vampiros, isso vai refrear as tentativas de tentarem te ter como arma letal por um tempo... Então por hora apenas aproveite os momentos felizes que teremos. 

Eu teria que mostrar meu poder a muitos ainda, provavelmente matar muitos rebeldes e durante um bom tempo, mas eventualmente eu conseguiria impor a paz ao mundo vampírico e por consequência os humanos teriam uma vida mais segura. Mas por agora seguirei o conselho de minha tia Alice, viveria os dias felizes que estavam por vir, e deixaria para pensar em minha missão apenas quando chegasse a hora.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido a fic até o fim.
Me deixe saber se valeu apena.
E arma letal tem uma continuação chamada arma letal 2, é uma short fic, para quem ficou com vontade de saber mais sobre o futuro de Kael.
Aqui está o link de arma letal 2
https://fanfiction.com.br/historia/803241/Arma_letal_2/



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