Chance || Seth Clearwater escrita por Katherine


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Seth Clearwater.

 

— Você conta, Tia Louise! – Ness gritou.

Ela e Claire estavam com as duas mãozinhas em uma grande pedra na areia da praia. A mesma pedra que Louise estava sentada, pronta para mais uma vez iniciar a contagem da disputa entre as crianças. Emily, Quil, Jacob e eu estávamos próximos. Claire obrigou que ficássemos de olho na disputa entre as duas porque tinha receio que a Cullen trapaceasse devido a sua velocidade acelerada. Ela não entendia que Renesmee era uma vampira, também não tinha conhecimento de que erámos lobos, mas no fundo Claire sabia que havia algo de diferente com sua melhor amiga.

— Não sei por que ela pediu para que vocês dois fossem juízes – falei, olhando para os meus amigos – É bem obvio que Jacob vai defender a baixinha e que você, Quil, vai dizer que a Nessie trapaceou só para a Claire não ficar triste.

— Seth tem razão – Emily me defendeu.

Jacob resmungou.

— É bem obvio que não faz sentido você ser o juiz, meu amigo. Uma vez que seu olhar não vai sair daquela pedra.

Quil riu em concordância.

— Jacob tem razão – Emily mudou de lado.

— Claire é uma parte de vocês. Sobrinha de Emily, prima de Seth, Imprinting do Quil. Deixem que eu ao menos defenda a Ness.

— Eu amo a Ness da mesma forma que amo a Claire, Jake – dei de ombros.

— Mas a sua vampirinha ama mais a vampirinha do Jacob, e você com certeza ficaria do lado de Ness por ela. Então claramente Claire está em desvantagem – Quil rebateu.

— Quando a brincadeira das crianças se tornou uma disputa entre vocês, garotos? – Emily perguntou rindo.

Assim que a minha prima concluiu a frase, Louise gritou para que as meninas começassem. Ela contaria um minuto, e quem pegasse mais pedrinhas ganharia. Renesmee havia pedido que Jake cuidasse das suas pedras, da mesma forma que Claire pediu a Quil. Então ambas tiraram as mãos da grande pedra em que Louise estava sentada e correram para mais próximo ao mar, recolhendo todas as pedrinhas que suas pequenas mãos pudessem segurar e em seguida corriam em nossa direção, largando-as aos pés de Jacob e Quil. Elas repetiram o processo cerca de quatro vezes antes que a nova filha de Carlisle dissesse que o tempo havia acabado.

Renesmee e Claire largaram as pedras que seguravam na mão desapontadas por aquelas não valerem de nada e eu ri ao observar o rostinho das duas.

Louise desceu da pedra com tanta facilidade que parecia estar voando e veio em nossa direção para contar as pedrinhas. No fim das contas Renesmee levou a melhor com vinte pedrinhas, enquanto Claire buscou dezoito.

— Renesmee trapaceou? – ela perguntou a todos nós.

— Não – Jacob, Emily e eu respondemos em coro. Mas só eu continuei a dizer – Ficamos de olho.

Ela pareceu ainda mais desapontada enquanto Nessie sorriu e bateu as mãos com Jacob.

— Não faz essa carinha – toquei os cabelos da minha pequena prima – Eu sei que você vai se vingar.

Ela sorriu travessa.  

— Eu vou mesmo.

— Podemos brincar na agua agora? – Nessie perguntou para a amiga que fez careta.

— Está frio, Ness.

— Claire está certa, se você fica doente o seu pai me mata – Jacob bufou e eu apertei o ombro dele rindo – Olha só, o que acham de ir visitar o Tio Billy? Ele estava reclamando que vocês nunca mais foram vê-lo. O dia já está anoitecendo e esfria cada vez mais.

— Nós podemos? – Claire perguntou ao Quil.

Ele olhou no relógio.

— Você tem aula amanhã, meu anjo. Sua mãe pediu que eu a deixasse em casa em vinte minutos.

— Um beijinho, rapidinho, e ai você me leva embora? – pediu, Quil ainda estava irredutível, até Claire fazer um biquinho – Por favor?

— Oh, meu Deus! Sim! – ele se rendeu, me fazendo rir – Por que faz isso comigo?

Ela o abraçou rindo e depois correu até Renesmee. Ambas deram as mãos e caminharam em direção à casa dos Black.

Emily foi ao lado dos meninos e eu permaneci no meu lugar, encarando Louise que olhava para as costas das duas crianças sem expressão alguma no rosto.

— Tudo bem? – ela saiu do transe, me encarando – Você está bem?

— Hum... estou – eu senti meu corpo esquentar. Era bem claro que não estava tudo bem – Podemos ir.

Ela deu um passo na direção deles, mas parei em sua frente, segurando seus braços.

— O que está acontecendo? – perguntei.

— Não é nada, Seth – respondeu docemente. Eu quase sorri ao ouvir meu nome saindo de sua boca, mas não era possível sorrir porque estava preocupado – Prometo.

Minha mão foi puxada para a sua, e ela entrelaçou os nossos dedos, me dando um pequeno sorriso.

— Isso não vai me acalmar enquanto eu sei que tem algo de errado com você – murmurei – Você pode confiar em mim.

Algo dentro do meu peito se contorcia ao saber que ela estava estranha. Uma necessidade absurda de colocar tudo no lugar, de fazer e dizer o que fosse preciso para que nada pudesse atormentá-la.

— Eu confio – suspirou – Confio em você, Seth. É bobeira da minha cabeça. Pode esquecer isso?

Eu permaneci em silencio. Apenas a fitando.

Não sabia o que dizer nem o que fazer para que ela pudesse me contar o que estava acontecendo.

Louise revirou os olhos e afastou sua mão da minha, assim como afastou seu olhar do meu.

— Pode ficar só entre a gente? – perguntou, ainda sem me olhar.

— Eu prometo que não vou falar nada – respondi rapidamente, ansiando por saber o que eu precisaria resolver.

— Bom, você convive com vampiros, então provavelmente sabe que alguns de nós possuem... dons? – ela finalmente me olhou e eu assenti, encorajando-a a continuar – Eu tenho um dom.

— Mesmo? – perguntei, animado.

— É... aqui – esticou a palma de sua mão na minha direção – Se eu entrar em contato direto com algum vampiro, posso usufruir do mesmo dom que ele possui. Mas é somente quanto encosto em um deles.

— Uau!

Louise Cullen, você tem algum defeito?— o meu lobo perguntou.

— Uma vez eu encostei no Edward e Jacob e Renesmee estavam por perto – meu corpo travou, temendo o rumo daquela conversa – Eu li na mente dele tudo sobre o Imprinting. Você sabe sobre isso, não sabe? Sei que compartilham os pensamentos com seu bando.

— Eu... hum... – cocei a nuca – Sei. Louise, onde quer chegar?

Ela suspirou pesadamente. Parecia desconfortável ao tocar naquele assunto.

— Achei que fosse algo exclusivo. Do lobo Jacob com a Ness. Mas ao ver Claire e Quil isso me fez duvidar um pouco.

Silencio.

Apenas o barulho do vento e das ondas do mar.

Pigarreei.

— O que quer que eu diga?

Eu não sei se estava pronto para contar a ela que era o meu Imprinting. Não. Eu com certeza não estava pronto.

Seja paciente, Seth. Carlisle e Edward lhe pediram paciência.

— Você pode falar sobre isso? – perguntou-me.

— Na verdade... não muito. Posso dizer que não é exclusivo, alguns de nós... encontram a escolhida dessa forma – me embaralhei pra falar, mas nem conseguia olhá-la direito.

— Acho que entendi – sussurrou – Alguns de vocês?

— É... todos não.

— Claire e Quil?

Eu neguei com a cabeça.

— Acho que não posso falar sobre isso – tentei desconversar.

— Entendo.

 Ela sorriu fraco na minha direção.

— Então... casa de Billy?

Louise assentiu e começou a caminhar ao meu lado.

Nenhum de nós disse nada durante o caminho até a casa dos Black. Assim que chegamos em frente ao local eu reconheci o carro de policia do Charlie, talvez ele e minha mãe também estivessem fazendo um visita ao pai de Jacob. Os outros já haviam entrado, não havia ninguém além de nós dois ali.

— É aqui – apontei para a casa, mas puxei sua mão – Espera ai, por favor.

— O que? - cocei a nuca e ela sorriu – Você faz isso quando fica nervoso.

Se fosse outro momento eu certamente daria pulos de alegria por ela ter reparado. Mas algo estava me incomodando.

— Por que perguntou sobre Quil e Claire? – questionei, sentindo o lobo tremer – Você... sei lá... ficou interessada?

— Hum? O que? Não! – ela escondeu o rosto entre as mãos – Ah meu Deus, não é nada disso, Seth. Você entendeu tudo errado.

— Entendi? Ah, tudo bem então. Desculpa... é que achei estranho – dei de ombros, vendo o quão nervosa ela tinha ficado tentado se explicar.

Essa reação podia significar algo?

Melhor não se iludir.

— Desculpa – Louise apertou os olhos, parecendo mais calma – Eu estava tentando saber se você tinha esse negocio de lobo.

Eu?! Louise queria saber se eu tinha um Imprinting?

O meu Imprinting quer saber se eu tenho um Imprinting?

— Esquece, tá? Eu sei que não pode falar. Está tudo bem – ela falou rapidamente e em seguida bateu na porta da casa dos Black.

Eu não tinha reação ainda. Na verdade, meu corpo estava parado, enquanto o meu lobo pulava mais alto do que as arvores da floresta. Minha Louise. Minha Louise queria saber sobre o meu Imprinting. Ela reagiria bem sabendo que é a única mulher na qual existe na minha vida pelo resto dos meus dias? Ela aceitaria sabendo que tudo o que eu tenho, sou ou serei um dia é para simplesmente faze-la feliz?

O lobo rasgava em minha garganta querendo gritar em alto e bom som que era ela. Sempre foi. Sempre seria ela. Enquanto as palavras de Edward e Carlisle rodavam na minha mente.

Céus!

Dar ouvidos ao lobo ou respeitar o que eu havia prometido aos vampiros?

— Seth?

A voz da minha mãe arrancou-me de meus pensamentos. Ela me olhava estranho da porta dos Black, Louise estava parada a sua frente, também me olhando.

— Você está bem? – o anjo perguntou e eu assenti, me aproximando delas enquanto tentava recuperar a sanidade.

— Ah, sim! Oi mãe – beijei o rosto da mesma que sorriu pra mim – Deixa eu te apresentar. Essa é a Louise, nova filha do Carlisle e Esme.

Ela pareceu um pouco surpresa com a minha ultima frase.

— Oi, querida. Muito prazer! – Louise e minha mãe apertaram as mãos – Sou Sue, mãe do Seth.

— Muito prazer, Sue.

— Entrem... está ficando frio ai fora – a loira entrou e minha mãe me olhou como quem diz que precisávamos conversar – Vem na cozinha comigo, filho?

Assenti.

— Vô Charlie, essa é a minha nova Tia... ela se chama Louise – Nessie estava apresentando a nova Cullen a Charlie e Billy, então fiquei mais tranquilo em me afastar com a minha mãe.

— É ela – sussurrei baixinho para que ninguém ouvisse.

— O que quer dizer com é ela? – minha mãe perguntou, abrindo um sorriso ainda maior.

— Acho que sabe bem o que quero dizer, mãe – ri – Louise é... tudo. Não tem uma definição em uma palavra.

Vi que seus olhos marejaram e ela sentou, me obrigando a sentar ao seu lado.

— Talvez possamos definir como Imprinting?

— É uma boa – suspirei, deixando meus ombros caírem – Ela é perfeita, não é?!

— Muito. Muito linda – sua mão afagou o meu rosto – Está tão feliz. Como se sente? Como foi?

— Foi mágico. Eu me sinto tão eu mesmo, sabe? Eu nem sabia que tinha um buraco desse tamanho dentro de mim. E tinha. Agora não tem mais. Não existe mais nada, mãe. É tão forte e intenso. Sinto-me frágil e poderoso. Porque se ela estiver bem, então eu sou o homem mais feliz desse mundo, mas se algo a fizer mau... eu morro.

— Ela é um pouco demais pra você – a voz da minha irmã me pegou de surpresa. Virei-me de costas para a minha mãe, encontrando Leah na porta da cozinha... mas eu nem a tinha visto na sala – Sue me convenceu a vir.

— Mãe – ela a corrigiu – Não diga bobagens, Leah. A Cullen é bonita, mas seu irmão também é lindo.

Leah riu e sentou-se ao nosso lado.

— Para com isso, Mãe – pedi afastando o meu rosto da mão dela. Olhei para a minha irmã – Ela falou com você?

— Eu me apresentei. Disse que seria a sua cunhada – a fitei com incredulidade – Estou brincando, relaxa. Só disse que sou sua irmãzinha.

— Pra tudo ficar perfeito vocês só podiam parar de brigar, não acham? – perguntei – Leah me falou que a senhora estava novamente a irritando sobre namorados.

— Não se meta, Seth. Já conversamos sobre isso – Leah rosnou.

— Ei, calminha ai! – Sue interviu – Eu não estou enchendo sua irmã sobre arrumar um namorado, estou enchendo sua irmã para que ela deixe de sofrer por Sam de uma vez por todas.

— Quem é Sam? Eu nem me lembro – Leah se fez de desentendida.

— Eu me preocupo. Só quero o melhor para os meus dois filhos. Leah, se quer ficar livre, meu amor... fique.

— Não quero falar sobre isso.

— Só não quero que esteja presa a vida inteira a alguém que...

— Chega! – Leah gritou ficando de pé. Mas eu segurei a sua mão, novamente forçando-a a sentar.

— Parem, por favor – eu pedi ao me sentir completamente exausto – Mãe, não vamos tocar nesse assunto até que a Lê queira conversar com algum de nós sobre, certo? E Leah... nós só queremos o seu bem, então pode por favor parar de ser tão implicante com todos nós?

— Todos juntos – Charlie murmurou ao entrar na sala de estar, sendo acompanhado por Nessie – Seth, como vai garoto?

— E ai, Charlie – o cumprimentei mudando o meu tom de voz.

— Eu prometo – minha mãe disse, olhando diretamente para a Leah.

— Tá – Leah resmungou e ficou de pé – Não se esqueça de fazer compras amanhã.

— Não vou.

— Estou saindo – ela anunciou.

— Os Cullen viajaram e voltaram com novidades – Sue comentou com Charlie, que estava abraçado com Ness.

— Ela é diferente... – Charlie me fez encará-lo – Algo bom. Como Alice.

— Renesmee – Louise entrou na sala a chamando, com um aparelho de telefone nas mãos. Ela focou os olhos em mim por um instante – Edward ligou, está na hora de voltar.

— Já? – Ness choramingou.

— Ordens superiores – ela deu de ombros novamente me olhando – Obrigada por hoje, Seth. Sue e Charlie, foi um prazer conhece-los.

— Esperamos vê-la em breve – minha mãe respondeu.

— Mande lembranças a Bella por mim – Louise assentiu com os dizeres do Charlie e o velho abaixou-se para se despedir de Ness.

Levantei da cadeira caminhando até ela o mais rápido que pude.

— Eu levo vocês.

— Não. Não precisa, Seth. Jacob vai levar... ele disse que ficará na floresta quando voltar. Você disse que acompanharia Emily depois.

— É verdade – me lembrei – Queria poder leva-las.

— Eu não vou perdê-la de vista, Seth – Jacob riu zombeteiro ao passar por nós – Quer dizer... perde-las.

Ignorei o meu amigo por completo.

— Espero que tenha se divertido.

— Com certeza eu me diverti. Obrigada – ela esticou o braço lentamente, parecia receosa então eu mesmo tratei de me apressar com o abraço.

Louise era pequena, mas assim tão perto do meu corpo parecia ainda menor. Perguntei-me se Alice havia perdido o posto de tampinha da família para a minha Louise. Encostei meu queixo em sua cabeça, deixando um beijo no local quando notei que Jacob e Renesmee já estavam prontos para ir.

— Obrigada você, meu anjo.

A deixe ir.

Mesmo que meu coração sangrasse por sentir sua falta no mesmo segundo.

 


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Notas finais do capítulo

Eu amei escrever esse capitulo.
Me contem o que acharam?



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