Dramione | Seis anos depois escrita por MStilinski


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

oi gente!
perdão pelo sumiço! muita coisa pra fazer e tive alguns problemas pra meio que me "reconectar" com a fic, não sei se vcs entendem. eu amo essa história, amo o feedback de vcs demais, mas as vezes a gente tem esses momentos em que fica perdida dentro da própria história :(

mesmo assim, MUITO OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS!!! me estimulam demais a escrever essa história que tanto amo e eu sempre fico muito feliz pelo feedback! espero que ainda tenha alguém aí haha

boa leitura :)



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Draco Malfoy

 

“Girl don't you notice I'm getting scared
        When I see you my heart goes upstairs”
— Fill My Void, Sky McCreery

 

 

Sua visão estava embaçada. O ambiente ao seu redor parecia muito branco, mais do que seus olhos gostariam.

Contudo, Draco conseguiu focalizar a visão no seu braço. Os olhos cinzentos marejados encararam a veia dilatada repleta de sangue negro já na altura de seu ombro, perto da volta de seu pescoço. Era apenas uma pena que o sangue não contrariava a gravidade e subia; a veia simplesmente demonstrava que iria respeitar as leias da física e que desceria para seu peito assim que mais de seu sangue se tornasse veneno puro.

Draco já até havia perdido em partes a sensação de movimento no braço esquerdo. Durante as 24 horas de seus dias, o membro passava um bom tempo dormente e ele precisava abrir e fechar a mão várias vezes para o formigamento passar e seus movimentos retornarem de um modo relativamente lento.

Ele estava sentado no chão do box do chuveiro há um bom tempo, a água escorrendo por todo o seu corpo tão quente que já deixava marcas vermelhas na pele pálida. Pesadas gotas de água caiam sobre seus olhos e dificultavam sua visão, que já estava embaçada pelas lágrimas que segurava e que por orgulho nunca deixaria cair, além do ar quente que inundava o banheiro, deixando tudo abafado e esfumaçado. Draco poderia ficar ali para sempre.

Morrendo aos poucos.

Talvez morresse pela falta de ar diante de tanto vapor antes que o veneno da Marca Negra pudesse chegar ao seu coração – pelo menos assim Voldemort não teria a vitória de matar um traidor, não sentiria esse sabor doce em sua boca onde quer que ele estivesse em sua pós-morte. Sua garganta já não estava tão bem, afinal, ele quase havia sido sufocado há alguns dias e por isso o músculo ainda estava roxo e dolorido; engolir e falar havia se tornado quase uma nova forma de tortura.

Draco fechou os olhos, apoiou a cabeça contra a parede e deixou a água cair pelo resto do seu corpo, queimando e aumentando o vapor do banheiro cada segundo mais.

Não conseguia parar de pensar nisso, nas duas malditas palavras: “estou morrendo”. Havia dito a Hermione que estava decidido a lutar por si mesmo, que estava decidido em viver e não mentiu por nenhum segundo quanto a isso, nem mesmo quando afirmou a ela que ela era seu motivo para permanecer lutando, mas ainda assim... Não conseguia parar de sentir a derrota eterna que caminhava em sua direção – um eufemismo para evitar a palavra morte que sempre pesava tanto sobre seus ombros.

Passou os dedos lentamente sobre a veia dilatada escurecida, sentindo um leve incômodo com o contato porque aquela parte de sua pele havia se tornado anormalmente sensível. Só pensava nos olhos reptilianos de Voldemort, só sentia a raiva aquecer seu peito.

Ele sentia raiva porque antes de tudo isso ele estava bem. Draco estava bem. É claro, tinha seus problemas com a empresa – roubo, funcionários e parceiros que o estressavam... -, além de toda a questão da tentativa de retorno dos Comensais ainda iminente, mas ele estava bem. Ele havia voltado a sentir.

Ele tinha Hermione de novo.

Lembrou-se de como tudo era sem ela e uma memória específica veio a sua mente.

Era sábado de manhã no inverno do seu segundo ano sem ela. Draco acordou bem, decidido em apenas trabalhar durante o dia e a noite comparecer ao jantar de aniversário de Pansy. Tomou um café da manhã reforçado e com a cabeça tranquila, mas então abriu o Profeta Diário e como se o destino quisesse contrariá-lo de todas as formas, ele viu a foto de Hermione estampada na capa.

Ela estava absolutamente linda em um vestido rosa claro longo e de bordados delicados, o cabelo preso em um coque com pequenos cachos caindo ao redor de seu rosto, um sorriso leve enquanto segurava um buquê com lírios, ao lado de Gina Weasley vestida de noiva, o título da matéria noticiando sobre o casamento da garota Weasley e de Potter que havia ocorrido no dia anterior no qual Hermione havia sido uma de suas madrinhas, juntamente com Luna Lovegood e Angelina Johnson.

Os olhos de Draco focaram na imagem de Hermione, na beleza dela, na leveza e segurança que ela transmitia mesmo que apenas por alguns segundos, enquanto ele a observava rindo de algo e abraçando Gina nos pequenos instantes em que a foto se mexia. Fechou o jornal o mais rápido que conseguiu e tentou tirar aquela foto de suas lembranças, mas sabia que seria em vão. E foi. Draco foi para seu escritório, tentou trabalhar, tentou ler seus relatórios, tentou realizar contas, tentou fazer poções, mas sabia que estava caindo aos pedaços novamente.

Lembrando-se dela. Dos olhos dela, de seu beijo, de seus toques, tomado pelo amor que sabia que nunca deixaria de sentir por Hermione, mas ao mesmo tempo sentindo a raiva por ser um covarde. Por ser tão pouco para ela, por ser absolutamente tudo que Hermione não merecia. Ele sentia tanta raiva de si, tanta vergonha e só queria esquecer aquilo, sempre quis.

Draco nem mesmo soube em que momento ele foi para a sala de estar de sua casa, sentou no chão ao lado do móvel do bar e simplesmente começou a beber, sem saber o que bebia, sem se importar com a temperatura em que as bebidas estavam, sem pensar no dano que causaria a si mesmo – Draco só queria esquecer sua falha com ela.

Até hoje ele não se lembrava de muito daquele dia em específico. As memórias que ele possuía eram apenas da imagem de Pansy entrando pela porta de sua casa, se aproximando dele, agachando a sua frente, tornando-se uma imagem um pouco mais borrada com cores brilhantes confusas da maquiagem deixando tudo ainda mais estranho aos olhos bêbados de Draco e perguntando a ele “que droga tinha acontecido”.

Draco se lembrava de ter dado uma risada estranha claramente alcoolizado. Lembrava-se do suspiro cansado de Pansy, de quando ela tirou uma garrafa de vidro de suas mãos e da voz dela tomando seus ouvidos outra vez, parecendo cansada:

— Precisa parar de se matar por ela, Draco. Precisa se reerguer. Você é um Malfoy, não se esqueça disso.

Um Malfoy... Como se isso importasse.

Naquele momento a última coisa que ele queria se lembrar era de que era um Malfoy, de que sangue-puro e obrigações corriam em suas veias. Nada daquilo importava se ele não a tinha.

Depois tudo havia se tornado um borrão confuso até ele acordar no dia seguinte com uma enxaqueca horrenda, na beirada de sua cama e prestes a cair no chão, com um bilhete de Pansy dizendo que ele havia estragado seu aniversário e que por isso tinha a obrigação de aparecer para o almoço de domingo em sua casa.

Draco foi, é claro. Não podia ignorar um pedido – na verdade, uma ordem – de Pansy depois de ela ter o ajudado tanto. Ela era uma das poucas pessoas que sabia a dor que Draco carregava, a única que entendia a raiva e o desgosto que ele sentia de si mesmo e que ainda assim tentava trazê-lo de volta a superfície. De certo modo, Draco devia sua vida a ela.

Vida. Novamente as duas palavras voltaram a sua cabeça. Já havia quase morrido por Hermione e agora tinha que honrar o pedido dela, precisava batalhar. Mesmo assim, sentia um cansaço tão grande...um desânimo...

Simplesmente não sentia que conseguia levantar-se dali. Só queria dormir e abrir seus olhos quando tivesse energia novamente e nenhum veneno correndo pelo seu corpo.

— Draco? – a voz urgente veio seguida de duas batidas rápidas e fortes na porta do banheiro – Draco, ainda está no banho? Você está aí há mais de uma hora! Está tudo bem? Você está bem?

A voz de Hermione fez Draco abrir os olhos no mesmo instante - novamente ela o trazendo de volta. Ele precisava se lembrar disso: ela estava com ele, estava ao seu lado. Há dias acordava com ela nos seus braços, há dias os olhos âmbar o olhavam com paixão. Draco também era um dos motivos para Hermione querer viver e isso valia a pena. Tinha que valer.

— Estou saindo! – ele falou, apoiando o braço bom contra a parede e ficando de pé com dificuldade.

Desligou o chuveiro, de repente sentindo-se totalmente sufocado pela quantidade de vapor ao seu redor, secou seu corpo muito mal e vestiu as roupas em segundos, querendo sair dali. Abriu a porta do banheiro e saiu, passando a mão pelos fios loiros que já estavam grandes, a franja já passando de suas sobrancelhas, respingando água ao redor.

Hermione estava sentada no centro da cama, usando uma camisa de Draco, o que o fez sorrir. Ela estava com o diário de Voldemort a sua frente, alguns pergaminhos com anotações ao lado e vidros de poções cheios de líquidos de diferentes cores também sobre o edredom. O cabelo de Hermione estava jogado sobre um dos ombros, os cachos cor de mel também um pouco mais compridos, o cenho dela franzido enquanto lia o pergaminho totalmente focada.

Mesmo assim, quando ele saiu do banheiro Hermione levantou os olhos para ele e deu um pequeno sorriso.

— Demorou no banho. – ela disse e deu dois tapinhas sobre o edredom ao seu lado, chamando-o para se sentar junto a ela – O vapor já estava começando a passar pela porta. Pensei que tivesse dormido. – ela deu um risada fraca.

Draco pensou que seria melhor mentir que havia dormido que admitir que ficou todo aquele tempo no banho, imerso em vapor e água quente, pensando sobre seus anos difíceis e mergulhados em dor e em sua morte próxima.

— Talvez eu tenha dado um pequeno cochilo. – ele disse, com um sorriso e sentou ao lado dela, cruzando as pernas sobre o edredom.

Hermione riu.

— Você parecia cansado. Tem certeza de que tem dormido bem?

— Sim. Só foi um dia cheio.

Draco não estava mentindo sobre isso. Havia saído cedo para o trabalho e passado todo o dia aparatando a caminho de reuniões com fornecedores de diversas partes do país e do Reino Unido – era algo que sugava muito suas energias e ele não sentia que tinha muita energia mais.

Hermione o encarou por alguns segundos, de um modo intenso e Draco entendeu que ela sabia de algo, que compreendia algo que ele não iria dizer. Talvez ela soubesse que ele não dormia bem há alguns dias – talvez Hermione soubesse que ele acordava algumas vezes durante a noite, que tinha sonhos estranhos ou que suava a noite inteira; talvez soubesse que seu braço, já completamente envenenado, ardia durante toda a noite e que por isso Draco acordava muito cansado, como se tivesse passado diversas noites em claro fugindo de hipogrifos raivosos. Talvez ela soubesse e, se soubesse, compreendia que ele diria se se sentisse confortável, então não o pressionaria para falar nada que ele não se sentisse pronto.

Draco se sentia grato por isso, mesmo tendo quase absoluta certeza de que nada daquilo era um “talvez” e que Hermione sabia sim de tudo aquilo.

Hermione suspirou e voltou a olhar para todos os materiais sobre a cama.

— Enfim, terminei de organizar a lista com os ingredientes das principais poções. – ela disse, apontando para o pergaminho; eles vinham testando combinações de poções diariamente e ainda mais intensamente depois do ataque do ex-chefe de Hermione, Abner Davies, e mais outros Comensais bem do lado de fora da casa de Draco e agora haviam selecionado as que haviam dado resultados promissores e com efeitos colaterais considerados mais leves – Não consegui tirar muitas ideias disso. Pensei apenas que talvez pudéssemos simplesmente misturar todas e ver no que dar.

Draco franziu o cenho.

— Está falando sério? – perguntou, confuso.

Hermione deu de ombros.

— Sei que não é exatamente assim que as poções funcionam, mas quem sabe? Também não era para haver uma forma de os Comensais voltarem sem seu líder, então vamos lidar com coisas impensadas.

Draco deu uma risada fraca e passou o braço ao redor dos ombros de Hermione.

— Podemos tentar. Pode dar muito certo ou muito errado. Quais eram os efeitos colaterais de cada uma das poções?

— Bom... – ela pegou o pergaminho que estava sobre uma pilha de outro papéis e começou a lê-lo em voz alta – Em uma delas, temos calafrios e vômito. Na outra, febre e sangramento de gengiva. Também em outra há um resfriado e mais vômito. Sem contar a enxaqueca e dor muscular.

Draco assentiu, pensativo, lembrando dos momentos em que passou por tudo aquilo nos últimos dias – ele nem tinha mais o que vomitar.

— Então se juntarmos as poções, consequentemente juntamos os efeitos colaterais, o que seria basicamente... vomitar até não aguentar mais, espirrar, ficar tremendo e com calafrios, uma dor de cabeça insuportável, boca sangrando e dor no corpo? Ah, não é nada demais.

Hermione riu e com sua mão livre entrelaçou seus dedos nos dedos de Draco, no braço que estava ao redor dela. Os olhos dela caíram sobre a Marca Negra levemente escura na pele pálida do antebraço de Draco, um pouco avermelhada e com arranhões mostrando a pele irritada, como uma alergia irritante. Ela tocou o símbolo de Voldemort com os dedos da outra mão levemente, como se temesse que o menor toque faria Draco gritar de dor repentinamente, mas ele não sentiu nada, apenas um pequeno incômodo.

— Está um pouco mais escura... – Hermione murmurou, mais para si mesma do que para Draco, mas ele ouviu.

— Um pouco.

Ela ficou em silêncio, apenas olhando para a Marca.

— Será que eles estão realmente conseguindo?

— Estão. Só estão lentos.

— Por quanto tempo mais eles vão continuar tão lentos assim?

Draco suspirou, cansado.

— Espero que por muito tempo.

Hermione afastou a mão da Marca e após alguns instantes olhou para Draco, mordendo o lábio inferior, parecendo indecisa no que iria falar.

— Sinto que... – ela começou, ainda tentando encontrar as palavras certas - Sinto que estamos muito fracos, Draco. Detesto admitir isso, mas é apenas o que eu acho, o que eu vejo. – Hermione suspirou irritada - Testamos poções, temos pouco avanço e somos os únicos que sabem tudo o que está acontecendo. Detesto mesmo admitir isso, detesto pensar na possibilidade de colocar qualquer pessoa em perigo, mas não vamos conseguir sozinhos. Venho pensando cada dia mais nisso.

Draco encarou Hermione mais alguns instantes, quase possível ver através dos olhos dela as engrenagens de seu cérebro brilhante trabalhando sem parar, tentando encontrar respostas e soluções para tudo, como sempre, nunca parando de pensar.

Draco então se afastou dela, ficou de pé, pegou todos os pergaminhos, o diário e os vidros de diferentes poções da cama e os colocou sobre o tapete no centro do quarto. Voltou para a cama, segurou Hermione pela cintura e a colocou sentada em seu colo, suas mãos percorrendo delicadamente os centímetros de pele livre das coxas dela onde o short de algodão do pijama dela não tampava.

— Então pare de pensar. – ele sussurrou, olhando para ela.

Hermione suspirou e colou sua testa na de Draco, olhos castanhos nos cinzas.

— Não consigo. Acho que esse é um dos meus maiores problemas. – ela deu uma risada fraca – Penso demais, sobre absolutamente tudo e o tempo todo. Sei que você pensa que somos as mentes mais brilhantes que existem, mas às vezes inteligência não é tudo, às vezes precisamos de força de combate, entende? Um número maior de pessoas significa mais segurança. Além disso, mais pessoas trabalhando nisso, são mais cérebros pensando. Talvez exista alguém por aí que vá pensar em algo que nem mesmo passou por nossas mentes.

Draco colocou alguns fios castanhos atrás da orelha dela, respirando fundo e sentindo o cheiro doce de Hermione que sempre o tranquilizava e o trazia de volta – ele gostava tanto de tê-la perto, de tê-la de volta.

— Eu sei, Hermione, mas, ao mesmo tempo, quanto maior o número de pessoas sabendo disso, mais pessoas vão estar correndo perigo e maior vai ser o risco de toda a situação se tornar de conhecimento geral, causando pânico, terror... Já tivemos duas guerras em um espaço de tempo de pouca mais de uma década. Ninguém mais aguenta passar por isso.

— Só precisamos falar com as pessoas certas. Evitamos o pânico e conseguimos ajuda.

Draco afastou as testas deles e encarou Hermione com os olhos semicerrados, tentando entender que linha de raciocínio ela estava criando bem ali na sua frente, mais uma vez comprovando que ela simplesmente não parava de pensar.

— O que está querendo dizer com isso? – ele perguntou.

Hermione mordeu o lábio inferior alguns segundos, mas então respirou fundo.

— Existe uma pessoa. Alguém muito inteligente que definitivamente não iria querer criar pânico e tem muitas pessoas sob seu controle que podem ajudar.

Draco franziu o cenho.

— Está falando do Ministro? Kingsley?

Hermione assentiu.

— Já lhe disse isso uma vez, Hermione: Kingsley é um político. – Draco falou, negando com a cabeça – Se mostrarmos tudo o que temos e o falarmos tudo que sabemos ele vai prender quem precisar em Azkaban o mais rápido possível, fazendo tudo para evitar má reputação e terror... E vai ser só isso. Precisamos de algo que dure para sempre.

Hermione suspirou.

— Conheço Kingsley, Draco. Ele pode ser um político, mas preza muito pela segurança do mundo bruxo. Além disso, ele me deve uma, então vai ter que me escutar e fazer tudo do jeito que eu disser.

— Ele te deve uma? O Ministro da Magia?

Ela deu de ombros.

— Coisas da guerra ainda. Não sou o tipo de pessoa que cobra favores, mas... Acho que estou sendo levemente influenciada. – ela deu um pequeno sorriso e um selinho em Draco – Posso falar com ele.

— Está pensando em ir até o Ministério?

— Sim.

— Hermione, é perigoso. Eles estão de olho em você e depois de tudo o que aconteceu com aqueles homens, bem do lado de fora da minha cas...

— Draco. – ela o cortou, colocando o dedo indicador sobre os lábios dele – Já pensei em tudo. Na verdade, não sei como não pensei nisso antes... Está tudo certo, é sério. Não vou correr perigo nenhum.

Draco analisou Hermione em silêncio alguns segundos, então afastou a mão dela de sua boca e disse:

— Está planejando isso há tempos e nem mesmo me contou?

— Sim. Você iria atrapalhar minha linha de raciocínio com sua teimosia.

Eu sou teimoso? Tem certeza? – ele parecia indignado.

 Hermione riu e lhe deu outro selinho.

— Você não tinha dito que era hora de parar de pensar? – ela sussurrou, o encarando.

Draco arqueou as sobrancelhas levemente ao entender aonde ela queria chegar, mas não iria negar – simplesmente não era de seu feitio.

Ele apertou as coxas dela, puxando-a mais para perto e lhe dando um beijo mais demorado. Segurou Hermione pela cintura e a deitou na cama, ficando por cima dela e interrompendo o beijo, o que não pareceu agradar a mulher abaixo de si.

— O que foi? – Hermione sussurrou, tocando o rosto dele de leve.

Draco simplesmente a encarou. Ele a amava tanto. Cada mínimo detalhe, cada pequena coisa, cada curva, cada pensamento, cada risada, cada olhar, cada toque – era demais. Era um sentimento que o consumia e nem mesmo sexo era suficiente para ele extravasar aquilo.

Ele não poderia perdê-la mais, nunca mais. Não suportaria e tinha certeza disso.

— Sabe que eu te amo, não sabe? – ele falou de volta, ainda sem deixar de encarar os olhos brilhantes dela.

Hermione riu, achando a frase inusitada.

— Sei. – ela passou os braços ao redor do pescoço dele e o puxou para um beijo – Eu também amo você.

— Nunca mais vou embora. Vamos ficar juntos para sempre.

Hermione deixou Draco se afastar novamente para que ela pudesse encará-lo enquanto absorvia aquelas palavras.

Afinal, ele havia ido embora, não havia voltado mesmo depois de seis anos e agora estava ali bem na sua frente garantindo a ela que o resto da vida que teriam seria vivida juntos. Hermione havia ficado magoada e sem respostas por anos, até eles simplesmente entenderem que existem certos momentos em que sim, o amor supera qualquer coisa, qualquer desavença, tristeza ou decepção.

Aquelas palavras valiam muito para ela e Draco sabia, por isso fez questão de dizê-las, mesmo que aquilo já estivesse implícito.

— Para sempre. – Hermione sussurrou de volta.

Draco sorriu e voltou a beijá-la, tendo certeza naquele momento de que ele faria o possível e o impossível para tirar aquele veneno de seu corpo e para acabar com aqueles Comensais - porque agora ele a tinha de volta e isso valia por tudo, ele não iria desistir outra vez.

Iria se casar com aquela mulher, teria filhos com ela e a faria a mulher mais feliz do mundo, porque ele já era o homem mais feliz e realizado do mundo naquele instante em que as mãos dela subiam por seu tronco e seus lábios tocavam os doces lábios dela.

Draco tinha certeza de que eles eram para sempre, sempre teve e eles seriam para sempre.

Foi quando tudo ao seu redor explodiu.


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Notas finais do capítulo

que haja fogo!!!!!
haha bom, vou deixar a interpretação do que aconteceu para vcs....

nesse cap. quis explorar bastante os sentimentos do Draco, mostrar o quanto a Hermione significa pra ele, o quanto ela tem um peso essencial na vida dele e o quanto ele a ama e nunca deixou de amar e espero que eu tenha conseguido isso! sempre bom deixar esses sentimentos explícitos porque vai que né.....alguém morre..........

enfim, a autora já tá falando demaissss kkkkk

mais uma vez obrigada pelos comentários, espero que ainda estejam aí e que tenham gostado!
até mais :)

beijos ♥



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