Akai ito escrita por R Marxx


Capítulo 6
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Yeeap x)

Como estão de quarentena?

Esse é um capítulo que foi um tanto difícil de escrever porque queria dar uma boa descrição sobre a situação, o que me leva a AVISO DE GATILHO. A partir da perspectiva do Nico é narrado um ataque de pânico e se você não se sente confortável com isso, por favor não leia. Saúde mental em primeiro lugar.
Peça um resumo do capítulo para mim que eu passo x)

Boa leituraaaa



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— Pela centésima vez, eu não vou mandar mensagem para ele. – Briguei com Jason. Fazia duas semanas que ele me importunava com aquilo, e eu estava começando a ficar, pela primeira vez na vida, verdadeiramente irritado com ele.

Se o assunto ainda fosse Percy eu lhe daria um desconto – porque afinal de contas eu prometera tomar uma atitude quanto aquilo – porém o assunto não era esse, e sim o loiro surrealmente bonito que passara a vir religiosamente todo dia comprar brownies no café.

Jason não demorara a notar o meu pequeno crush no primo da minha alma gêmea – o qual eu apenas mantinha um singelo contato de “obrigado’s” via sms quando ele me ajudava com o meu sono. Percy também percebera algo – não sei o que, nem como, mas costumava me mandar fotos aleatórias de Will que faziam meu coração disparar, e então ele mandava mensagens rindo.

Sinceramente, os dois mereciam uma porrada.

Jason não sabia controlar sua curiosidade sobre um suposto primeiro interesse amoroso meu (em um longo tempo) e eu sabia que tinha dedo de Piper nisso, embora ela continuasse simpática e respeitável como sempre. De qualquer forma, fosse o que fosse, tinha chegado a hora de tomar vergonha na cara e ligar para Percy. Querendo ou não agora temos uma relação, e eu não podia negá-la como meu pai havia feito comigo.

Deixei para o horário da saída. Ligaria quando terminasse de fechar o café, mas antes de ir para casa, travando o plano que eu sabia que a minha mente tinha de adiar a tarefa e me distrair com outras coisas. Procrastinei o máximo que consegui, limpando a mesma xícara cinco vezes e tentando retirar a mancha no balcão que estava ali a quatro anos – quarenta minutos fora o que eu ganhei com a brincadeira (para um ansioso era como uma vida).

Tranquei-me dentro do café, preparei a janta – algumas sobras do dia – e tentei relaxar. Estava com uma dor horrenda nas costas e a área cima da minha sobrancelha pulsava. Coloquei o celular em cima da mesa. Meu coração batia tão rápido que descompassava minha respiração e fazia meu peito arder. Procurei me acalmar, impedir a crise que eu sabia que estava desencadeando, controlar o pânico que me dominava agora que eu finalmente havia tomado uma decisão. Queria prender a respiração para diminuir a frequência do fluxo de ar dos meus pulmões, mas sabia que era um instinto falho – eu precisava permitir o fluxo, eu precisava controlar o fluxo.

 Meus ouvidos entupiram e meus membros congelaram – não tinha o que e como controlar, eu já estava a mercê do meu sistema simpático desregulado e inoportuno. Tinha começado a amaldiçoar a inutilidade da minha adrenalina e cortisol quando a minha temperatura corporal voltou, tão subitamente que me senti sufocado, afogando em oxigênio. O ouvido desentupiu e comecei a ouvir batimentos cardíacos tão claros que pareciam meus, mas eram muito controlados para serem... Percy estava comigo.

Concentrei-me nos mesmos, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca. Não tenho uma noção exata do tempo, mas nossos batimentos sincronizaram-se e o pânico se foi. As lágrimas romperam sem aviso ou permissão e me senti pequeno, do tamanho e da significância da insistente mancha do balcão. Adiei a ligação para me alimentar e dar vazão ao choro.

Eu estava quase no fim quando ouvi batidas na porta da cafeteria. Meu peito doeu mais um pouco com o susto e automaticamente esfreguei o rosto tentando limpar a confusão de lágrimas e ranho que eu havia me tornado. Levantei-me somente quando bateram uma segunda vez e me aproximei com cautela da porta, subindo a cortina para ver quem raios estava tentando entrar àquela hora da noite quando havia uma placa autoexplicativa de FECHADO piscando do lado de fora.

O papa seria provavelmente a última pessoa que eu esperava encontrar ali, mas Will Solace definitivamente não estava longe disso. Por acaso ele perdera a noção do espaço e tempo e achara que era uma boa hora para brownies? Esfreguei o rosto mais uma vez – as lágrimas secas começavam a coçar.

— Boa noite!

Não queria abrir a porta, mas a forma como seu rosto corava em uma mistura de constrangimento e preocupação me desarmara. 

— O que está fazendo aqui Will? – Murmurei o trazendo para dentro.

Minha voz quebrava, o rosto pinicava e o desconforto me assolava. Percebi que o vermelho do seu rosto também se devia ao frio quando o vento cortante me fez bater a porta rápido, trancando-a novamente.

— Percy me ligou.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Se você, serzinho maravilhoso adorador desse casal magnifico estiver por ai, por favor deixe um feedback. Preciso saber como está indo a história e se está do agrado de vocês.
Obrigada desde já
Xx



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