Reencontro escrita por Kinzie


Capítulo 1
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Olá fãs de Harry Potter,
a muito tempo li todos os livros, mas esses dias decidi reler essa obra maravilhosa. Como o romance nunca foi o foco principal, decidi escrever um "pós-hogwarts"
Espero que vocês aproveitem esse one-shot do mesmo jeito que eu aproveitei enquanto escrevi ela.



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Harry chegou no quadro da mulher gorda e do mesmo jeito que a gárgula da sala do diretor o deixou entrar anteriormente, ela também o fez. Assim que chegou no dormitório, antes mesmo de descansar sua cabeça no travesseiro, teve a feliz imagem de monstro com um prato de comida, agradeceu ele profundamente e depois, com o estomago cheio, descansou.

Acordou no dia seguinte por volta das 4h da manhã, extremamente descansando, olhou para os lados e viu alguns de seus amigos dormindo. Decidiu em fim que deveria tomar um banho, já que ainda usava as vestes da batalha. Escolheu uma muda de roupas que encontrou ali no dormitório mesmo e foi até o banheiro dos monitores, desviando dos destroços no caminho. Lá ele se deu o direito de ligar a banheira, que continuava inteira, e colocou todos os produtos possíveis dentro.

Ficou por lá até perder a noção do tempo, relembrando de todos os últimos acontecimentos e dando-se o direito de chorar pelas mortes, principalmente de Lupin e Fred, mas não menos importante, a de Tonks.

Até finalmente decidir sair, já com os dedos enrugados. Trocou-se e voltou ao dormitório, onde os amigos continuavam a dormir. Observou Rony e Neville roncarem por um tempo, era quase 6h quando optou por descer para o salão comunal e esperar eles.

Chegando ao pé da escada avistou a garota dona daqueles longos cabelos ruivos, seu coração bateu mais rápido. Gina estava sentada em frente a lareira, escorada no braço do sofá, com as pernas encolhida junto ao corpo.

— Oi — disse Harry, denunciando sua presença.

Gina sobressaltou-se, estava perdida em pensamentos.

— Ah, desculpa, não quis lhe assustar — continuou ele, agora se aproximando.

— Não foi nada. Só estava distraída.

— Posso me sentar?

Ela apenas fez que sim com a cabeça e ajeitou-se melhor permitindo que Harry sentasse ao seu lado. Assim que sentou, ele observou o rosto triste da garota. Era errado sentir tanta vontade de beijar alguém mesmo depois de tudo o que tinha acontecido?

— Você está bem? — Perguntou tentando reprimir seu desejo.

— Melhor que ontem — respondeu — só a ficha que não caiu ainda.

Ela claramente se referia a Fred. Harry não respondeu, aprendeu da pior maneira que o silêncio nesses casos poderia ser a melhor resposta. Única coisa que ele fez, foi passar seu braço por trás de Gina e abraça-la, permitindo que ela encostasse a cabeça em seu peito, e ficaram assim, numa espécie de luto comum para ambos. De vez em quando ele sentia a camiseta molhar com a lágrimas dela, mesmo que não houvesse barulho algum no cômodo, aquela era uma dor silenciosa. Ela é claro, não chorava o tempo inteiro, e sim em intervalos, exatamente como o sentimento de quando se perde alguém que ama.

— Essa dor vai passar? — Sussurrou Gina em algum momento.

— É uma dor que vai e vem, é intermitente. — Respondeu afagando os cabelos dela. — No início doí mais é claro, mas vai ter momentos em que você vai esquecer completamente e em compensação, terá outros em que ela vai te atingir em cheio. Mas sim, ela vai passar.

Gina voltou a ficar em silêncio, apenas o abraçou com mais força e permaneceram assim até o sol finalmente começar a bater nas janelas. Eles ouviram os movimentos nos dormitórios, as pessoas que tinham ficado para lutar estavam começando a acordar, demonstrando que não demorariam muito para descer e tomar café da manhã.

Gina ajeitou-se no sofá, ficando ereta agora, mas seu olhar permanecia em transe. Harry tirou seu braço que estava envolta da amada e ajeitou-se também. Não demorou muito e Rony apareceu na sala comunal, com o rosto inchado de quem também estava sofrendo, apesar da vitória.

— Vamos descer? — Perguntou Rony com a voz embargada, demorando seus olhos nos dois.

— Sim. — Prontificou-se Harry, ficando em pé.

Enquanto o amigo se dirigia para o buraco de saída, Harry estendeu sua mão para Gina que continuava sentada.

— Vamos? — Perguntou.

Gina fez o sinal de não com a cabeça e respondeu:

— Vou esperar a Hermione, pode ir sem mim.

Harry olhou para a garota com ternura, então inclinou seu corpo até ela, queria lhe dar um beijo daqueles que ele sentiu falta todos os dias de sua jornada, mas ao mesmo tempo sabia que não era o momento certo para isso, então ele depositou um singelo selinho na testa de Gina, fazendo-a corar, ele sorriu e disse:

— Nos vemos depois.

Virou-se de costas para ela e seguiu junto a Rony.

Alguns dias depois.

Harry estava morando no Largo Grimmauld n° 12, já que ele era maior de idade (pelo menos para o mundo bruxo) nunca mais precisaria voltar a morar junto dos tios. E depois da queda de Voldemort, a casa voltou a ser um local seguro.

Todavia ele admitia que não se sentia muito confortável lá, pelo simples fato de seu padrinho nunca ter gostado daquela casa, e por isso agradeceu com veemência a Sra Weasley, quando ela o convidou para passar um tempo com eles na Toca.

Os dias que decorreram foram muito agradáveis, melhor do que Harry imaginara. O mundo bruxo, apesar de todas as perdas estava em festa. Hermione tinha ido recuperar a memória dos pais e optou por ficar com eles por um tempo, enquanto isso: Harry, Rony e Gina aproveitaram para fazer várias coisas naqueles dias, como desgnomizar o jardim, fazer alguns trabalhos derivados da casa e, principalmente, jogar quadribol sempre que possível, mas os melhores jogos era quando os outros irmãos Weasleys viam visitar a Toca. Além disso, no dia anterior aproveitaram para visitar Jorge lá no Beco Diagonal e comprar algumas bugigangas na loja.

E mesmo tudo estando muito bom, não estava perfeito. Harry ainda não tinha conseguido conversar com Gina a sós desde aquele dia na sala comunal. E o máximo de interação que ele podia afirmar que apenas deles, eram os olhares que teimavam em se cruzavam, parecia até que existiam um imã invisível que não permitia que eles olhassem para outro lugar.

E por causa disso, Harry estava decidido, não iria deixar passar mais nem um dia, seria hoje que ele conversaria com Gina, bastava se livrar de Rony por algum tempo. E quando Molly pediu para que o amigo arrumasse o quarto pela enésima vez, Harry viu a oportunidade aparecer e agarrou-a com vontade.

Como já era de seu conhecimento que Gina ia ao jardim no fim das tardes quando queria um pouquinho de paz e sossego, ele aproveitou para dar uma volta no quintal da casa. Não deu outra, lá estava ela, sentada na sombra de uma arvore lendo um livro ao pôr do sol enquanto seus cabelos se movimentavam conforme o vento passava.

Harry aproximou-se lentamente dela, sentindo seu coração acelerar a cada passo que dava naquela direção, saber que eles nunca mais tinham ficado a sós causava uma certa inquietação em seu estomago, deixando-o ainda mais ansioso. Até que finalmente a alcançou, ela mantinha-se inerte ao mundo afora, permitindo que ele a observasse por um tempo, até quebrar o silêncio.

— Olá — cumprimentou ele, escorando o ombro na arvore enquanto tentava descobrir o que ela lia.

Gina olhou em direção ao som para ver quem a interrompia e sorriu ao ver Harry, fazendo o coração dele falhar uma batida.

— Olá!

— Posso? — Perguntou, mesmo já sabendo a resposta.

Ela movimentou-se para o lado, dando espaço para que Harry escorasse suas costas no tronco da arvore também e deu duas batidinhas com a mão ao seu lado, indicando a permissão da pergunta, e ele prontamente se pôs ao seu lado. Ficaram algum tempo em silêncio, até ele decidir falar.

— Então... — Começaram juntos.

Os dois se olharam e deram risada deixando o clima descontraído no mesmo momento.

— Você primeiro — disse Harry de maneira cortes.

— Não, pode falar antes, não tem problema. — Ela insistiu.

Querendo manter o clima agradável ele perguntou.

— A loja do Jorge está indo muito bem né?

— Sim, nem dá para acreditar — sorriu — a mamãe pensou que ia ter uma queda nas vendas depois de tudo o que aconteceu... — Gina parou abruptamente de falar, tinha tocado num ponto delicado sem querer.

Harry repreendeu-se mentalmente, pensou naquele assunto como algo divertido já que o dia anterior lá na loja tinha sido tão legal. Nem chegou a imaginar que ela poderia se sentir mal.

— Mas ele está conseguindo ligar com tudo — completou ela.

— Que bom — disse agradecendo mentalmente pelo fim daquele assunto não ter sido tão desastroso.

Depois disso não sabia o que falar, deixando o clima um tanto desagradável, então ficaram em silêncio, cada um perdido em seus pensamentos e Harry começou a passar todos os momentos que tivera com ou melhor, que não estivera com ela.

— Me desculpe — sussurrou por fim, deixando Gina sem entender do que se tratava.

— Por que?

— Rony me contou como você ficou depois que terminamos — Harry tentou olhar nos olhos de Gina, mas a garota os tinha voltados para frente, observando o pôr do sol. — Eu não queria que nada de mal acontece contigo.

— Bom, você tinha que salvar o mundo bruxo não é mesmo? — Brincou ela, mas ainda evitando o olhar. — Não seria você se não estivesse tentando salvar alguém.

Harry permitiu-se sorrir com aquelas palavras e instintivamente colocou sua mão no queixo de Gina virando seu rosto, fazendo a garota o olhar. E lá estava, aqueles olhos decididos que ele tanto amava, por um momento se esqueceu que eles sempre se entenderam com apenas uma troca de olhar. E só por isso ele sabia, ela era a mulher de sua vida!

— Eu te amo! — Declarou sorrindo.

Gina corou violentamente, o que era muito peculiar vindo dela, uma mulher de atitude, mas o rubor deu lugar para um sorriso radiante que ela não conseguia conter, fazendo o coração de Harry acelerar ainda mais, se é que isso era possível.

— Eu também te amo!

O monstro interior de Harry rugiu de alegria ao ouvir aquelas palavras e conscientemente deslizou sua mão pela pele alva dela, que fazia um lindo contraste com seus longos cabelos avermelhados, os responsáveis por chamar tanto sua atenção. Fez uma leve caricia em sua bochecha e por fim depositou a mão na nuca dela aproximando-a levemente.

O coração dele agora parecia uma bateria, tocando no ritmo de uma banda de rock. Sentiu a respiração ofegante de Gina, estaria ela tão ansiosa por aquilo quanto ele? Mas não fez questão de saber a resposta verbal, pois seus olhos a denunciavam.

Sem aguentar mais, juntou seus lábios aos dela e a beijou com saudades, depositando a outra mão, que estava livre, na cintura de Gina e puxou-a para mais perto de si, na medida do que era possível, sentindo ao mesmo tempo os braços dela o envolver.

— Senti saudades disso — confessou ela, quando se separaram, sorrindo de orelha a orelha.

— E como! — Completou também sorrindo e ainda ofegante.

Os dois ficaram ali, em baixo da arvore, matando a saudades um do outro enquanto observavam o sol terminar de se pôr.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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