Me Encontre escrita por SouumPanda


Capítulo 27
Coincidências da vida, um adeus




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John não conseguia esconder seu sorriso, diferente de mim que estava em choque, pela data eu tinha que contar sobre Caleb, tinha 50% de chance de ser o pai, de novo, não podia esconder algo assim de John, ele tinha que saber da verdade. Meu coração estava acelerado, causando uma respiração pesada John falava dirigindo animado, falando sobre como éramos abençoados, mas não conseguia digerir as palavras muito menos entender. Seu sorriso era lindo, o brilho em seus olhos inevitável. Quando paramos em casa ele foi gritando e chamando Isaac, ele mexia as mãos ansioso, pediu para que Caleb trouxesse Louise para dar a notícia. Meu estomago estava péssimo e não era pela gravidez era pelo nervoso. Meu sorriso era forçado, como ele não percebia?

Quando a campainha tocou e fui em direção da porta, Caleb me olhava intrigado, engoli seco, nossos olhares estavam fixos, queria correr para ele em desespero, abraçar, John nos olhava, dei espaço para ele levar Louise até John que já estava esperando por ela. Caleb despediu e foi saindo lentamente, meu olhar lacrimejado o intrigou era obvio já que ele franziu a testa vendo minha expressão.

— Agora que nossa princesa chegou, precisamos dar a notícia. – John disse com Louise no colo, me abracei engolindo seco. Caleb se virou e encarou John. – Pode ouvir Caleb, já que agora somos uma família pelo bem de Louise. – John disse animado, Caleb se virou me encarando, próximo de mim, John no meio da sala com Louise, Isaac parado próximo ao sofá e Angelina encostada no balcão da cozinha. – Bom, estamos grávidos. – John disse sem rodeios, Caleb me olhou com espanto, lagrimas silenciosa escorria pelo meu rosto, engoli seco forjando um sorriso vendo John vir em minha direção, Caleb o cumprimentou com um breve aperto de mão e tapa no ombro, me olhando e me abraçando apertado encaixando nossos corpos, sentindo sua respiração no meu pescoço, o carinho em meu cabelo quando nos olhamos sorri torto.

— Parabéns, para vocês. – Tinha um certo pesar em sua voz e John me puxou para ele sorrindo.

— Obrigado cara. – John disse alegre. – Louise vai ganhar dois irmãos de uma vez. – John falava beijando o topo da minha cabeça e respirei fundo sorrindo vendo Caleb nos olhar com um olhar perdido.

— Claro, vai sim. – Ele disse respirando fundo. – Bom preciso ir, Harper precisa de mim. – Ele disse um tanto perdido, dando um breve beijo em Louise e saindo de casa, fechei a porta e suspirei profundamente. Não aguentava mais esse drama que a visa tinha se tornado, não era para as coisas serem assim. John não conseguia esconder seu insuportável sorriso de felicidade, não me permitia chorar e praguejar por uma nova gravidez, já que ele a desejou tanto eu tinha que me mostrar feliz. Meu peito doía, meu coração estava acelerado e se não fosse dele, pela data poderia não ser, eu deveria contar? Observava ele de longe brincando com Louise que gargalhava, engoli seco e respirei fundo tentando achar o ar rarefeito a minha volta, passei pelos dois e subi para o quarto, abrindo a janela, podendo sentir o vento entrar no mesmo. Deitei na cama olhando o teto, minha cabeça fervia, meu corpo parecia estar em colapso, meu coração estava em arritmia que me dava vontade de chorar. Fechei os olhos vendo um vulto no quarto e quando abri Caleb desajeitadamente entrava no mesmo pela janela, arregalei os olhos vendo a cena, pensando que todos poderiam ter visto isso da rua, ele endoidou, John poderia subir a qualquer momento, o que ele fazia ali.

— Só pode ser brincadeira. – Eu disse exaltada olhando ele em pé próximo a janela com um riso no rosto satisfeito do seu feito. – Você enlouqueceu Caleb? – Me levantei indo até a porta e trancando a mesma, ele rindo como se aquilo fosse normal, passei a chave na janela puxando as cortinas e ele observava meus movimentos. – O que está fazendo aqui?

— Precisamos conversar. – Ele disse mudando o semblante, engoli seco parando diante dele, me abracei e ficamos nos olhando por instantes.

— Não assim, se John te pega aqui? Se Harper te vê subindo pela minha janela ou qualquer outra pessoa que seja. – Eu dizia exaltada passando a mão pelo rosto incrédula. – Está bem. - Bufei. – Já que está aqui, fala o que quer.

— Como pode se permitir engravidar de novo Zoey? Uma vez por acidente tudo bem, mas duas? – Ele falava como se eu precisasse ouvir aquilo.

— Eu sou uma mulher casada, não foi acidente, eu engravidei porque transo com meu marido como coelho, é uma consequência. – Eu disse exaltada. – E quem você pensa que é para subir aqui, achar que pode vir me dar um sermão, esse bebê pode ter sido planejado, John e eu estamos bem, felizes e queríamos mais um filho e ai? – Eu dizia tentando me convencer.

— Quem sou eu? – Ele disse com certo tom de deboche. – Eu posso ser o pai dessa criança?

— O que? – Eu disse exaltada.  – Não. – Respirei fundo mudando o tom de voz. – Claro que não. – Na verdade eu não sabia dizer. – Você não tem o direito de vir aqui, me acusar de algo como se estar gravida fosse um crime, quando seu filho está para nascer.

— Isso não entra em questão. – Ele disse confuso e respirei fundo o vendo andar de um lado para o outro. – Eu tinha um pingo de esperança, mas quando vi John lá embaixo radiante que seria pai, queria eu estar sentindo isso com você Zoey.

— Não quero mais ter essa conversa. – Eu disse o cortando, indo em direção a cama e me sentando, minhas pernas fracas já não me obedeciam mais. – Estou fadada disso tudo Caleb, a vida tem que ser simples não esse drama. Eu amo o John, estamos bem, felizes. – Ele se sentou ao meu lado segurando minha mão. – Tudo que desejo para você é isso com a Harper, mas te ver, ver como Louise cresce e fica mais parecida com você. – Nos olhávamos. – Me mostra que mesmo com o pouco tempo de relacionamento que tivemos, foi algo mais profundo que consegui sentir, meu corpo reconhece isso, meu coração e minha mente. – Sua mão acariciava meu rosto, pressionei os lábios. – Não sei explicar, só é algo estranho que fora a Louise me liga a você, mas preciso parar com isso, John merece um pouco de todas as sensações que você me causava e causa. – Eu disse baixo e vi um riso brotar torto em seu rosto. – Por favor, já tínhamos encerrado tudo isso, vá embora. – Eu disse sentindo meus olhos marejarem.

— É o que você quer? – Ele disse baixo segurando meu rosto, nos olhávamos e sim era o que eu deveria querer, mas apenas o abracei forte, tão forte, ele me apertava contra ele, eu estava desesperada, com medo, lagrimas escorriam pelo meu rosto involuntariamente, quando me afastei limpando as mesmas, nos encaramos e confirmei com a cabeça. – Então eu vou e te deixarei em paz, precisava saber se tinha alguma chance desse bebê ser meu.

— Só preciso que saia. – Eu disse com a voz chorosa não querendo olhar para ele, ele segurou meu queixo me fazendo o olhar, seu olhar era decepcionado, como se quisesse uma resposta afirmativa para o bebê, para alguém como ele, deveria querer fugir de filhos, já tinha dois, para que um terceiro? – Caleb. – Sussurrei em suplica.

— Zoey. – Ele disse antes de selar nossos lábios, eu sei que não deveria. Mas eu queria, era tão bom ver ele ali, nossos lábios juntos, nossas línguas conversando, porque me sentia calma naquele momento? Se deveria me sentir nervosa, John poderia bater na porta, era errado, sabíamos, o afastei respirando fundo e o encarando assustada. – Por favor Zoey, não me mande embora.

— Você precisa. – Eu disse me levantando e me afastando dele, o vi querer andar até mim e neguei com a cabeça. – Vai embora, por favor. – Eu disse o vendo abrir a janela e passar pelas cortinas brancas, ele me olhou mais uma vez, meu coração parecia que ia explodir, então ele saiu pela sacada, fui em direção a mesma trancando as janelas e sentindo lagrimas de desespero rolar no rosto, não acredito no que tinha acontecido, quando batidas na porta romperam o silencio eu pulei assustada limpando o rosto. – Já vou. – Disse me ajeitando e respirando fundo abrindo a porta.

— Querida, parabéns John nos contou. – Meu pai entrava me abraçando e o abracei automaticamente. – Que felicidade mais um bebezinho na nossa família.

— Fantástico, não é? – Disse ironicamente e me ajeitando após ele me soltar. – Vou me animar mais com a situação quando aceitar. – Me sentei na cama e ele beijou minha testa.

— É que Louise é pequena ainda, mas será maravilhoso para ela ter um irmão próximo de idade, você e Isaac são distantes demais. – Ele disse em consolo.

— Ela já teria o por parte de pai, não queria um tão já, mas pensarei no que fazer ainda. – Disse sentindo meu peito se comprimir.

— Não me diga que pensa em abortar. – Meu pai falava incrédulo.

— Pai. – Eu disse baixo com aperto no peito, o encarando. Ele sentou ao meu lado, acariciando meu cabelo. – Tem uma chance de 40% de ser do Caleb. – Eu disse baixo com a voz chorosa afundando o rosto no peito do meu pai em consolo.

— Zoey. – Ele dizia baixo me consolando, ficando em silencio total pensativo. – Como isso aconteceu? – Ele questionou e nos encaramos e franzi a testa como se ele lesse meu pensamento. – Tá eu sei como aconteceu, mas digo. Como permitiu em ficar com ele novamente, estando casada.

— Ele mexe com meu psicológico, não penso quando fico perto dele. Não sei o que acontece. – Eu disse chorando. – Mas agora aconteceu, estou gravida de novo e não quero que seja dele. Quero muito que seja do John, ele merece isso, ele quer muito isso. Eu quero muito isso. – Meu pai não conseguia falar nada, apenas me abraçava e me sentia segura ali. A porta abriu com grande estrondo John nos olhava, desolado, não acreditando, acho que escutou a conversa com meu pai. – John. – Eu disse assustada, ele negava com a cabeça, em negação no que escutava.

— Como pode? – Ele disse desolado se virando e saindo, me levantei correndo indo atrás dele descendo as escadas, ele já entrava na área de serviço para garagem, escutei o destravar do carro meu coração parecia que ia explodir. – Não se aproxime de mim Zoey. – Ele falava nervoso e com a voz alterada.

— Não sai assim, vamos conversar. – Eu disse parando na porta o vendo abrir o carro e ele desviou o olhar e logo me olhou. – Por favor. – Eu enxugava as lagrimas que não parava de cair.

— Não quero conversar nesse momento, porque poderia dizer coisas que depois me arrependeria. – Ele falou respirando fundo e mordendo o lábio. – Depois conversamos. – Ele entrou no carro e saiu deixando cheiro de borracha queimada pelo ambiente, não conseguia parar de chorar, estava cansada de chorar, não podia mais ficar triste, desolada por coisas que estavam ao meu controle, que só eu ficava assim, porque me permitia ficar assim. Sentia meu corpo doer por todo estresse, John não merecia isso, eu não merecia John. Meu pai estava em pé na escada me observando, vindo até meu encontro e me abraçando fortemente.

— Você sabe que não precisa de um homem para criar um filho. – Ele disse e nos olhamos.

— Eu sei, mas queria que fosse do John, queria muito mesmo. – Disse desolada, sentindo em meu peito a angustia da dúvida que nunca pensei sentir.

Estava tentando jantar, fazia horas que John tinha saído, não me respondia mensagens, não me retornava as ligações, meu pai resolveu ficar conosco até a volta de John, Peyton se juntou a nós. Fome era algo que eu menos sentia naquele momento, minha cabeça parecia que entraria em colapso. A campainha tocou e quando Angelina abriu a porta, Caleb apareceu a nossa vista, não conseguia nem olhar para a cara dele sem sentir vontade de chorar, Louise saiu correndo em direção ao pai que a pegou no colo e me levantei indo até ele.

— O que aconteceu agora? – Eu disse com a voz cansada e o encarando.

— Seu pai me chamou aqui, pedindo para buscar Louise por essa noite que você não está bem. – Ele apontou para meu pai que se juntava a nós, franzi a testa com a atitude de meu pai e tornei a olhar Caleb.

— Tudo que preciso é ficar com Louise nesse momento, não vou deixar levar ela, Harper vai reclamar que não é dia de você ficar com ela. – Tentei respirar fundo para se mostrar nervosa.

— Harper não está em casa, chegará tarde, Louise estará dormindo. – Ele disse em defensiva.

— Isso não é desculpa, não posso simplesmente ter uma briga com meu marido e vocês acharem que podem controlar minha vida. Louise não sai dessa casa. – Eu falava com a voz alta alterada.

— Não precisa gritar. – Caleb dizia colocando Louise no chão e me fuzilando. – A briga com seu marido o problema é todo de vocês, mas a partir do momento que atingir Louise passa a ser problema meu.

— Você está me ameaçando? – Eu dizia trincando os dentes com a voz tremula pelo nervoso. – Louise é minha responsabilidade, não sua. Enquanto ela não decide eu decido, quando se trata da minha filha isso é uma soberania e não democracia. – Eu falava sentindo meu corpo tremer, Peyton tirou Louise da sala, Caleb me fuzilava, assim como eu o matava com o olhar.

— Não fale assim Zoey. – Ele murchou seu semblante, se mostrando decepcionado com o que escutava. – Vamos conversar no escritório. – Ele disse apontando para as portas do mesmo. Revirei os olhos e fui para o mesmo acompanhada dele. Passamos pelas portas e as fechei respirando fundo. – Não pode querer me atingir por estar gravida, não pode me privar de ter uma vida com Louise porque não está feliz na sua vida.

— Não é isso. – Eu disse falando baixo parada próxima a porta. – Só é muito estresse para um dia. Não quero te atingir ou mudar seu relacionamento com Louise, mas você e meu pai não podem e nem devem querer tomar decisões sem minha permissão. – Eu disse fixando nossos olhares e o vendo se aproximar.

— Não foi nossa intenção. – Ele disse com a voz calma enquanto acariciava meu ombro com suas mãos. – Fique tranquila, John vai voltar. – Ele disse segurando meu queixo com seus dedos, me arrancando um singelo sorriso.

— Obrigada, agora preciso que você vá embora, não quero que ele te veja aqui quando voltar. – Eu disse pressionando os lábios e vendo Caleb próximo demais a ponto de ouvir sua respiração e sentir seu cheiro amadeirado. O telefone tocou e pulei, quem ligaria nesse momento? Franzi a testa me afastando de Caleb e atendendo o mesmo. – Alô? – Uma voz de um homem na outra linha me fez sentir um gelo na espinha, como se soubesse que tivesse algo de errado.

— É a mulher de John Stewart? – Perguntou friamente e eu apenas concordei. – Seu número estava no contato de emergência. Seu marido sofreu um acidente, está sendo levado para o hospital. – Minhas pernas falharam, me sentei na cadeira ao lado com a mão tremula incapaz de segurar o telefone, Caleb veio me amparar. – Senhora?

— Sim. – Respondi fracamente.

— Ele estava indo em direção ao condomínio fora da cidade, matou alguém. – Ele disse e tudo girou, como tudo isso tinha acontecido, foi culpa de John? Ele jamais mataria alguém porque quer, um choro desesperado saia, Caleb me amparava em um abraço, não conseguia ficar em pé, não conseguia pensar, não conseguia decidir o que fazer, John tinha matado alguém e estava indo para o hospital, era demais para ele suportar, precisava de mim quando soubesse.

— Preciso ir para o hospital. – Eu disse entre o choro limpando as lagrimas, Caleb me olhava desesperado tentando me ajudar a levantar. – John ... – O celular de Caleb tocou e ele atendeu, ficando paralisado enquanto conversava com a pessoa na linha.

— E meu filho? – Ele perguntou com a voz fraca ouvindo o que a voz falava, vi os olhos do mesmo marejar. – Claro, estou a caminho. – Quando ele desligou nos olhamos, ambos se amparando, ambos em silencio se lendo e sabendo que mais uma vez nossas vidas tinham se cruzado, até mesmo na tragédia. 


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