Para Sempre escrita por MilleSiqueira


Capítulo 1
Dia dos Namorados




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Amanhã completará um ano. Sim, um ano que a desgraça acontecera em minha vida, a desgraça que me deixara em um estado mais que vegetativo por volta de seis meses.

Eu sofri, mais que qualquer pessoa, a não ser sua mãe, Esme.

Tudo aconteceu no dia dos namorados, ou logo depois dele. Eu preparara uma surpresa para ele, em homenagem aos nossos sete meses de namoro. Eu era virgem e, como presente, decidi dar-me a ele, por completo, já que meu coração e alma os pertenciam a muito tempo.

Dia dos namorados, eu e ele em minha casa imensa e vazia, foi a coisa mais linda que eu havia feito e sentido. O melhor e mais intenso momento de minha vida.

As pessoas sempre criticavam as suas primeiras vezes, mas a minha fora perfeita, mais incrível não poderia ter sido. Lembro-me perfeitamente de suas feições quando deixou minha casa na manhã seguinte, dizendo que amara o presente. Ainda me lembro de entrar um pouco na janela de seu Volvo e dar-lhe um beijo apaixonado, dizendo “Eu te amo!” e me derretendo com o seu “Para sempre!”.

Dormi a tarde inteira, acordando assustada com o toque estridente do telefone. A partir daquele telefonema, minha vida não era mais uma vida, era uma tormenta.

 

Katy Perry – Lost: http://www.youtube.com/watch?v=-GR2Sp71ysE

 

O começo fora difícil, minto, tudo sempre foi complicado, até hoje, e desde aquele telefonema que destruíra minha vida, eu não tinhas mais momentos felizes, os melhores eram não-depressivos. Minha mãe me ajudara bastante, as pessoas me ajudaram bastante, mas um ponto crucial fora Jacob, o melhor amigo de Edward, e a partir do acidente, meu também.

Eu sabia que a culpa não era minha, mas só de pensar que se eu tivesse o prendido um pouco mais ou o deixado ir mais cedo faria toda diferença, me faz chorar, faz sangrar a minha alma, por uma culpa que provavelmente não é minha, mas meu inconsciente a faz ser.

Durante semanas procuraram o corpo de Edward, noticias saiam no país inteiro e até no mundo. A esperança era grande, pelo menos de minha parte, mas a maioria das pessoas tinha pena de me dizer que provavelmente ele estaria morto.

O acidente aconteceu numa famosa ponte do interior de NY, onde um caminhoneiro perdera o controle do automóvel, atingindo em cheio o carro de Edward, que caíra num rio fechado, próximo ao mar.

O carro foi encontrado na margem oposta de nossa cidade, destruído e com marcas de sangue – a pericia confirmou ser do dono do carro -, mas Edward não estava no veículo, então as buscas começaram, mas era como uma agulha fina, das menores, num palheiro, um grande palheiro congelado.

Quatro semanas e dois dias. Esse foi o tempo de busca pelo corpo do homem que me fez sentir feliz e realizada.

 

Dois corpos foram encontrados, nenhum era Edward. A probabilidade de ele estar vivo era mínima, já que era inverno, o mar gelava, congelando em alguns pontos, e como o carro sofreu bastante na hora da batida, era provável que Edward tivesse morrido antes mesmo de cair na água invernal.

Quando as buscas acabaram, eu morri, sim, eu não vivia mais, eu sobrevivia e não era por vontade própria, porque meu maior desejo era estar ao lado do meu bem-querer, não importando onde ele estivesse.

Seis meses haviam se passado e eu continuava no meu... Nada, quando Jacob aparecera em minha casa, mas dessa vez mais agitado, ansioso. Tentei fingir animo ao perguntar o “por que” de seu humor, mas ele logo bufou e disse que eu não o enganava e que iríamos sair.

A partir daí, eu melhorara, começara a viver, nem que fosse mínima a diferença, era perceptível, principalmente para mim, que passara meses em um estupor profundo.

Quatro meses depois eu comecei a namorar Jacob, mas ele sabia quem eu amava e sempre amaria.

Amanhã era um dia especial para Jacob e o resto dos casais do mundo, mas para mim, era à volta do estupor que nunca se fora, era à volta de um fantasma amado, a volta de uma lembrança prazerosa que deveria me deixar em êxtase, mas só me deixava triste, sangrando, gritando por dentro.

Mesmo sendo um dia tão depressivo eu resolvera fazer a vontade de Jake, íamos a uma cidade próxima da nossa, que era titulada como A cidade dos namorados.

Eu seguiria na frente, então teria de esperar Jacob em algum bar bonitinho, decorado com corações e rosas.

 

Avril Lavigne – Slipped Away: http://www.youtube.com/watch?v=ZxAAspHOfF4

 

Cheguei ao bar, sentindo-me depressiva. Pedi uma água e olhei as casinhas simples dos pescadores que havia perto do rio. Algo me chamou a atenção, fazendo-me ofegar.

Não, não pode ser!, disse a mim mesma. Ele... Morreu!

Olhei com mais atenção, atenta aos movimentos e os trejeitos nas costas do homem de cabelos cor de bronze que estava de braços cruzados olhando o rio, com uma postura meio melancólica.

É tão... Igual!, pensei com esperança e quase dei um tapa em minha própria cara.

Meu coração pulsava como no passado, quando ele ainda estava vivo. Eu podia sentir o gosto da adrenalina em minha boca, ela zunia junto ao sangue em meus ouvidos.

Então ele virou e... “Céus, é ele!”, gritei, levantando num rompante, chamando a atenção de todos que estavam por perto.

O homem olhou, encarando-me curioso com seus olhos verdes, que expressavam emoção.

“Edward!”, gritei, paralisada. O lindo homem olhou para os lados, parecendo confuso. “Edward?” Chamei decepcionada, era tão... Parecido e... Lindo!

 

O homem veio em minha direção, indiferente, mas ainda demonstrando emoção.

“Você me conhece?” Ele perguntou com sua voz tão familiar; aquela que eu me esforçara tanto para não esquecer.

“OMG, Edward!” Gritei novamente, pondo as mãos na boca, sentindo-as serem molhadas por minhas lagrimas incessantes.

“Eu não sei quem a senhora é, mas se me conhece, diga-me quem sou!” Ele falou profundo, descarregando, inconscientemente, a potencia de seus olhos letais sobre mim.

“Você... Não se lembra quem é? Não se lembra de mim?” Perguntei num sopro, ainda com a mão na boca escancarada de descrença.

“Não, meu pai, assim o chamo, me achou quase morto na margem do rio e me levou para casa, nunca me lembrei de nada, mas você é familiar, não sei, eu não me lembro, porém eu me sinto bem com você por perto.” Ele explicou meio envergonhado, contudo, ainda intenso.

Abracei-o, usando toda minha força para mantê-lo próximo ao meu corpo, próximo ao meu coração que voava como assas de um colibri.

Ele está vivo, ele está vivo!, Minha mente gritava em euforia. Você está viva!

 

Encarei seus olhos, vendo a emoção neles, mesmo contida. Eu o conhecia tão bem!

“Então... Você me conhece?”

“Meu... Oh, Edward, eu senti tanta falta sua. Sou Bella, era, er, sou sua namorada!” Eu falei, abraçando-o novamente. Ele tinha o mesmo cheiro, mesmo misturado a peixe e sal.

Encarei seus olhos novamente, pousando meu olhar em sua boca vermelha, então... O beijei, com toda minha fúria e paixão contida, embolando minha língua na sua, massageando-a de leve e sorrindo contra seus lábios, percebendo o quão familiar ele era. Edward também sorriu, acho que ele também percebeu.

“Eu acho que conheço você!” Ele falou, sorrindo torto. Ah, esse sorriso!
“Eu te amo!” Disse o abraçando, chorando em sua camisa e me desesperando quando percebi realmente quem estava em meus braços. “Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo...” Repeti inúmeras vezes, beijando seu rosto, passando as mãos em seus braços, colando meus lábios nos seus novamente.

“Eu... Acho que também te amo!” Edward disse incerto, agarrando firme minha cintura. “Eu queria tanto lembrar-me de você!”

“Eu também queria, mas você ainda está aqui e é tudo que importa.” O beijei de novo, mais carinhosamente dessa vez, sugando de leve seu lábio inferior, prendendo seus fios tão amados por mim em minha mão e gritando internamente, enquanto chorava ao seu toque, sua língua habilidosa passeando por minha boca, suas mãos agarradas em minha cintura como vigas de aço. Era tudo tão familiar!

 

Voltei a beijar seu rosto, passando a mão por suas costas dentro da camisa.

Ele está aqui. Sob minhas mãos!, ofeguei, chorando mais.

“Pare de chorar, eu não quero vê-la triste!” Ele disse limpando minhas lágrimas.

“Estou chorando de alegria, não de tristeza. Essa fase passou.” Sorri, enxugando as lágrimas, inutilmente, enquanto outras transbordavam de meus olhos amendoados.

Estava novamente tomando o rumo à sua boca, quando alguém gritou, assustado, mas com raiva.

“Bella!” A voz de meu atual, não, ex-namorado, ecoou em minha volta. “O que você está faze... ?” Jacob não conseguiu continuar, provavelmente, reconhecendo o homem que estava comigo. “Não pode...”

“É ele Jake, é o Edward!” Exclamei feliz, agindo egoístamente com seu sofrimento, mas era Edward, ele sabia, todos sabiam!

“Não pode... Ser, ele... Morreu!” Jacob disse sufocado. Suspirei não conseguindo me desgrudar de Edward.

“É claro que é ele. Quem mais teria esses olhos, esse cabelo, esses braços, esse sorriso...” Deixei a minha fala sumir no ar, me importando minimamente com os sentimentos de Jacob.

Essa não era hora para desculpas., pensei, deslumbrada pelo cheiro do homem em meus braços.

 

“Mesmo assim Bella, como você pôde?” Jake perguntou depois de um tempo. “Como você o olhou e já foi se atirando em seus braços? Você é minha namorada!”

“Você é o quê dele?” Edward perguntou, parecendo confuso. “E... Eu te conheço?” Apontou para o moreno alto.

“Você é, era meu melhor amigo, mas você... Morreu!” Jake atirou os braços para o céu, parecendo desconfortável.

“Jake, você sabe que eu nunca faria nada para magoá-lo e eu sinto muito, mas você sempre soube de meu sentimento por Edward, com ele morto ou não e... Sinto muito!” Falei, cravando meus dedos na pele de Edward.

“Você... Ok Bella, mas não me procure mais, ok?” Ele nos deu às costas, andando embaraçado, então virou, olhando com uma expressão que beirava, desesperadamente, a loucura. “Eu me decepcionei com você... Sabe, Bella, você poderia pelo menos ter um pouco de respeito por mim, depois do tanto que eu te ajudei, mas... Tudo bem, é ele que você ama.” Disse, rindo sarcasticamente, mostrando desdém em seu olhar. “Tchau Edward!”

Suspirei, encostando a cabeça no ombro de Edward. Eu queria ter piedade por Jacob, mas a única coisa que sentia e pensava era que minha essência estava colada em mim, cheirando meus cabelos longos e castanhos.

 

“Você sofreu bastante quando pensou que eu havia morrido, não foi?” Edward perguntou de repente, olhando firme em meus olhos.

“Sim” Respondi, lembrando-me da tempestade que se habitara em minha vida. Suspirei novamente. “Minha vida virou uma tormenta, eu nem vivia, apenas sobrevivia com o pouco que restara de mim. É muito, muito bom mesmo ter você de volta!”

“Eu sinto muito, não queria causar...” O interrompi meio alarmada.

“Jamais diga isso, você não teve culpa alguma!”

“Sim, acho que tive. Eu a abandonei no dia dos namorados.” Ele falou meio triste e envergonhado.

“Não, você havia me dado o melhor presente de todos.” Falei chorando novamente.

“Eu acho que você que havia me dado, eu me lembro de estar feliz quando acordei na casa de “meu pai”. Perturbado, porém feliz.”

“Talvez porque eu havia me entregado a você!” Disse, sentindo meu rosto esquentar.

“Você... se deu a mim?” Edward perguntou, surpreso e meio divertido.

“Sim, foi o melhor dia da minha vida!” Falei olhando para o chão.

“Sabe Bella, eu te amo, mesmo sem te conhecer.” Ele disse cheirando meus cabelos. “Seu cheiro é familiar, seu rosto é familiar, sua pele é familiar... Você é familiar!

 

“Oh Edward, eu te amo tanto!” Exclamei enterrando meu rosto em seu peito, chorando loucamente. “Seus pais vão ficar tão felizes em te ver novamente!”

“Meus pais?” Ele indagou confuso e admirado.

“Sim, seus pais, eles o amam tanto!”

“Eu acredito, mas...”

“Não tema!”

“Tudo bem, mas você vai comigo?” Edward perguntou, tremendo junto a mim com a rajada do vento glacial.

“Claro, jamais o deixarei!”

“Então eu posso ir!” Ele falou sorrindo, soltando meus dedos de suas costas.

“Mas, antes...” Hesitei. Edward incentivou:
“Continue!”.

“Antes quero lhe dar outro presente de dia dos namorados!” Falei sorrindo maliciosa. “Já que você não se lembra do primeiro!”

“Você realmente me ama, não?” Ele disse, sorrindo doce.

“Mais do que você imagina!”

 

Mariah Carey - I Want to Know What Love is: http://www.youtube.com/watch?v=gCadlN8fexk&feature=fvst

 

Então partimos para a nossa cidade, abraçados enquanto íamos para o carro, nos protegendo do frio, e no carro, de mãos dadas.

Eu estava tão emocionada que o mundo poderia explodir e eu nem notaria se Edward estivesse ao meu lado. Meu coração palpitava tão forte e vital que era como se Edward jamais tivesse passado tanto tempo longe de mim, era como se o intervalo entre os melhores dias dos namorados de minha vida não existisse.

Céus, eu tinha a plena certeza de que jamais me afastaria de Edward, jamais deixaria nada me fazer sofrer o tanto que eu sofri estando longe dele; não importasse quem fosse, o quê fosse, Edward estaria ao meu lado. Sempre e sempre!

Chegando a minha casa, entramos já nos beijando apaixonadamente, enquanto eu o guiava até meu quarto.

No momento em que ele se encaixou em mim eu sorri, dizendo “Feliz dia dos namorados!” contra seus lábios febris.

“Eu te amo!” Ele respondeu, preenchendo-me com um amor e prazer que eu jamais sonhei em sentir e ter.

“Para sempre!” Completei, radiante em minha própria euforia.

 

FIM!


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Notas finais do capítulo

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bjs õ/