Redemption escrita por Aislyn


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Agora sim, vamos começar essa treta com pé direito! -q
Porque se não fizer personagem sofrer, não sou eu. Prevejo leitoras ameaçando... mas eu lido bem com isso, então pode brigar XDD

Boa leitura!



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O final de semana havia sido ótimo, como costumava ser quando estava na companhia de Katsuya. Mikaru sempre ocupou seu tempo livre com trabalho, contudo, desde que começou a levar o namoro a sério, sua rotina mudou, pouco a pouco, até não parecer em nada com a vida que levava antes. As noites viradas em cima de projetos e contratos agora eram aproveitadas com filmes ou conversas no sofá, acompanhadas de chocolate quente e bolo. Nenhum serviço era levado para casa e, se possível, Mikaru evitava fazer hora extra. Passou a conhecer mais lugares, restaurantes e parques, onde pudessem aproveitar juntos, e o mais importante era que estava gostando daquilo.

 

Chegar em casa e lidar com o silêncio passou a ser estranho. Katsuya conversava sobre tudo o que conhecia, perguntava sobre o que não entendia, trazia recomendações de casa e estava sempre pronto para ouvi-lo, mesmo que fossem reclamações sobre o dia estressante. Mikaru aprendeu que não precisava carregar aquele fardo sozinho e que se sentia mais leve quando colocava os problemas pra fora.

 

Após o banho, se jogou na cama, puxando o celular apenas para confirmar o que já esperava ver: uma mensagem de Katsuya. Respondeu com poucas palavras, desejando boa noite e confirmando o jantar na sexta. Como se não tivessem se falado há poucas horas…

 

Quem diria que um dia estaria fazendo aquelas coisas piegas de casalzinho apaixonado… mas ele estava. Claro que alguns dias não tinha paciência para responder ou prolongar a conversa, mas o melhor daquilo era que Katsuya entendia, sem cobrar nada.

 

Acomodou-se no seu lado preferido da cama, planejando mentalmente o que precisava fazer na próxima semana quando o celular tocou, tirando-o de seus devaneios. O nome na tela lhe causou arrepios e fez Mikaru pensar duas vezes antes de atender, receoso.

 

— O que foi? Você não costuma me ligar esse horário…

 

Nós perdemos a empresa.

 

Mikaru sentou-se no colchão, agora a atenção toda voltada para a ligação, esperando ter entendido errado devido ao cansaço.

 

— Como assim ‘perdemos’? O que você fez? – não houve resposta do outro lado da linha por um longo tempo, elevando o nível de irritação de Mikaru. Odiava aquele suspense – O que houve?

 

Eu… fiz um mal negócio.

 

— É óbvio que fez! – Mikaru saiu da cama, andando sem rumo pelo quarto para pensar no que fazer, seguindo para a sala onde deixou o notebook, ligando-o para conferir as ações e posição no mercado – Podemos recuperar? Vendeu para quem? Por quanto? Talvez eu possa cobrir a oferta.

 

Não podemos. Eu fiz uma aposta ruim…

 

Aquelas palavras acenderam uma luz na mente de Mikaru. Não precisou que o pai explicasse mais nada, pois já tinha noção do que havia acontecido. Encerrou a ligação sem mais nenhuma palavra, discando para seu advogado a seguir, retornando para o quarto e retirando uma mala do armário. Quando o homem atendeu, Mikaru explicou toda a situação, sem deixar nenhum detalhe importante de lado, passando algumas instruções e pedindo que fizesse tudo que fosse possível e rápido, ou ele perderia até o que não tinha relação com a empresa, como a cafeteria que era sócio e o prédio onde o namorado morava e trabalhava.

 

Quando encerrou a ligação com o advogado, ligou para sua secretária, ignorando o horário tardio ou o fato que Kojima poderia estar dormindo. Tirando os amigos, ela era a pessoa mais próxima, que trabalhava consigo há anos e sempre o ajudava. Precisava tirá-la do meio do problema.

 

Alô?

 

— Kojima, sinto muito pelo horário, mas preciso tratar algo sério com você. – lembrando-se da mala, Mikaru continuou a conversa enquanto separava algumas roupas.

 

Ah, sem problemas, Kazunari-san. O que posso ajudar?

 

— Esqueça as formalidades. Meu pai perdeu a empresa. Na segunda os investidores vão chegar na minha sala querendo explicações. O velho precisa lidar com isso sozinho, não é problema nosso. Vou sumir alguns dias da cidade e sugiro que faça o mesmo.

 

Mas… como assim perdeu? Sumir… é tão grave assim?

 

— Eles vão tentar falar comigo e quando não me acharem, vão tentar falar com você, por ser minha secretária. Vou te mandar uma mensagem daqui a pouco, te dando uns dias de folga. Não apareça na empresa enquanto eu não disser que é seguro! Apague o registro da ligação e se alguém te procurar, qualquer um, finja que não sabe de nada, diga que mandei a mensagem sem grandes explicações e como você tinha hora extra, apenas acatou a ordem. Entendeu?

 

Mas… e se Shiroyama-san ou Kurosa-

 

— Qualquer um, Kojima! Eu tenho sociedade na cafeteria e a compra do prédio da clínica é recente. Se procurarem a fundo, vão chegar nos dois e é melhor que não saibam de nada!

 

Entendi. Mais alguma coisa?

 

— Vou deixar alguns papéis na sua caixa de correio. Leve para meu advogado amanhã cedo, por favor. – Mikaru deu mais algumas instruções, tirando as dúvidas que eram possíveis, sem revelar mais do que era seguro saber. Não tinha medo pela segurança da vida dela, mas sabia como alguns investidores podiam ser insistentes. Iriam pressioná-la até descobrir onde ele estava e o que havia acontecido. Não queria se dar ao luxo de perder uma boa funcionária e, mesmo que não assumisse, uma possível amiga.

 

Kazunari terminou de ajeitar a mala, conferindo se havia pego cartões, documentos e dinheiro, por último colocando o notebook na mochila. Mudou o celular para o silencioso, jogando-o na mochila também e depois acomodando-a com a mala dentro do carro. Sabia que o namorado ia procurá-lo quando visse a notícia e não queria mentir pra ele. Ia ouvir um belo sermão quando a situação se acalmasse, mas até lá, era melhor que ele não estivesse a par de tudo.

 

Saiu de casa com um destino em vista. Não tinha muitos amigos de confiança na cidade e sair de Tóquio não era uma opção. Precisava ficar por perto para qualquer eventualidade. Além de Takeo e Katsuya, só havia mais uma pessoa em quem confiava e era ela que iria procurar, esperando conseguir abrigo para ficar alguns dias.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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