—Tem certeza de que pegou tudo? – Os dois repassaram a lista várias vezes, mas Bella queria garantir que o filho não se esquecesse de nada e não custava nada conferir mais uma vez.

—Mãe, se eu colocar mais alguma coisa na mala não vou conseguir nem carregar.

—Está levando cuecas o suficiente? – Ele fez uma careta e Rosalie riu.

—Mãe! Quer me envergonhar? – Ele corou olhando para a namorada.

—O que tem? Até parece que Rosalie nunca viu as suas cuecas.

—Acho elas muito bonitas. – Piscou e Emmett cobriu o rosto com as mãos.  

—Ela não precisava saber que é você que compra as minhas cuecas. Que constrangedor. – Passou as mãos no cabelo.

—Até parece que eu achava que era você que comprava.

—A partir de hoje eu compro as minhas próprias coisas. - Bateu no peito para enfatizar e as duas riram dele.

—Remédio para enjoo. – Bella lembrou e saiu correndo.

—Mãe, não vou ficar enjoado. Ela acha que sou criança. – Emmett reclamou cruzando os braços.

—Sua mãe só está sendo mãe. A minha teria feito eu tomar todas as vacinas existentes. Na verdade, ela nem teria me deixado ir. – Rosalie sentia inveja dos meninos pela viagem que fariam.

—Um dia ainda vamos dar a volta ao mundo. – Prometeu beijando as mãos dela. – Sentirei sua falta o tempo todo.

—Não faça nada que eu não faria Emmett Swan. – Ele sorriu agradecido por ela não usar o sobrenome do pai dele.

—Eu amo você. – A puxou para seus braços. – Só tem você, Rose. E vamos nos falar todos os dias. E não se esqueça que estarei com o Edward. O cara que nos impediu de usar identidades falsas para comprar bebidas.

—Agora sim estou completamente em paz. – Deu um beijo rápido nele.

—Como pude me esquecer do remédio? – Bella abriu a mala no filho e colocou o remédio na necessaire.  – Você enjoa quando anda de barco. – O lembrou e Emmett sorriu agradecido. A mãe era incrível.

—Obrigado, mãe. Agora podemos ir? Não quero que coloque mais nada na mala.

—Tudo bem. Se lembrar de mais alguma coisa te mando mensagem. Pegou seu passaporte?

—Está tudo aqui, eu juro. – Se ficassem mais dois minutos ali Bella iria querer revisar toda a mala do filho. – Vamos antes que os Cullen comecem a surtar.

[...]

—Ainda bem. – Edward olhou para o amigo e depois para o relógio. – Para viagens internacionais você tem que chegar mais cedo.

—Faltam duas horas para o embarque. – Tentou acalmar o amigo.

—Tem duas horas que estou aqui. – Carlisle bufou já cansado de ficar sentado.

—Agora que vocês chegaram podemos nos despedir e ir embora.

—Carlisle! – Esme o repreendeu.

—Só estou falando a verdade. – Se defendeu erguendo as mãos.

—Precisamos fazer o check-in, passar pela segurança...

—Como vou sobreviver? – Emmett perguntou fingindo estar enlouquecido e talvez ele realmente ficasse ao final da viagem.

—Hora das despedidas. – Rosalie anunciou abraçando o namorado.

—Faça uma boa viagem, Edward. - Bella o abraçou e ele olhou alarmado. Mas como os pais dele estavam abraçando Emmett, ele imaginou que aquela cena não seria estranha para ninguém. - Se não for pedir demais, pode ficar de olho no Emmett? Não quero que ele faça nenhuma besteira. 

—Foi basicamente isso que ele me disse quando pediu para ir com você ao karaokê. 

—Espero que a história não se repita. - Se afastou dele. 

—Vou tentar me controlar. - Os dois riram.  

—Divirta-se bastante. - Ordenou e ele bateu continência. 

—Vou tentar cumprir pelo menos isso. - Olhou em volta para ver se tinha alguém ouvindo a conversa deles. - Eu disse que ia te esquecer, mas tenho a certeza de que não vou conseguir. 

—Quando voltar a gente conversa. - Ela tinha certeza de que ele iria se esquecer dela. 

—Vou adorar conversar com você. - Falou em tom malicioso e ela se afastou rindo. 

—Juízo, Emmett. Eu te amo, meu filho. – Ela fungou segurando as lágrimas.

—Não chore, mãe, por favor. – Deu um beijo no alto da cabeça dela. - Também te amo. E não faça nada de errado. – Ah, se ele soubesse. – Divirta-se bastante com as garotas. – Elas já tinham organizado uma noite das garotas.

—E você aproveite bastante e curta cada momento. Me mande fotos, não use drogas, não coma muitos doces, não deixe a mala jogada, não deixe suas coisas espalhadas, não confie em estranhos e se passar mal procure um médico. O seguro cobre despesas médicas. – Emmett abraçou a mãe.

—Não se preocupe comigo. – Exigiu e com um último aceno seguiu atrás de Edward.

Edward se concentrou nos pais e evitou olhar para Bella. Se olhasse ele não conseguiria ir. E precisava daquela viagem para organizar as ideias. Ele ficaria com Bella mesmo que precisasse lutar contra todos.

—Está sentindo o gostinho da liberdade? – Emmett passou o braço em volta do pescoço do amigo. – Como diria Barney Stinson, essa viagem vai ser legen... espera um pouquinho... – Apontou para Edward completar

—Dária. – Completou animado.

—Legendária! É isso aí, cara.

[...]

—Como estão lidando com a ausência dos garotos?

—Eu estou sofrendo. – Rosalie deitou a cabeça na mesa, choramingando. – Não estava falando comigo, estava? – Perguntou a mãe e Helen Hale negou.

—Tenho trabalhado muito, então consigo me distrair, mas quando volto para casa está tão silencioso e me bate uma tristeza. É difícil ficar sozinha.

—Precisa sair mais, Bella. – Esme sugeriu. – Encontrar um novo amor ou simplesmente se divertir um pouco.

—Meu cunhado está na cidade.

—Tio David não é um pouco mulherengo? – Rosalie não queria que a sogra tivesse o coração partido mais uma vez.

—Ele é totalmente um mulherengo. O que é ótimo para uma diversão. Ele ficará poucos dias e depois voltará para a Inglaterra. Sem arrependimentos e sem compromisso. Tem quanto tempo que você não fica com alguém? – Bella se engasgou diante da pergunta de Helen, ela sempre foi uma mulher muito direta e sem filtros.

—Mãe, não seja indelicada.

—Só estou sendo curiosa. – Encarou Bella. – Eu diria que uns dois anos, certo? – Bella não respondeu. – É tempo demais, querida. Saia com o meu cunhado e não vai se arrepender. Não precisa dormir com ele.

—Mãe! – Rosalie guinchou.

—Não seja tão puritana, filha. Esme, me ajude aqui. – Esme apenas riu, ela não iria se intrometer na vida da amiga. – Então apenas me escute. – Helen encarou Bella. – Um jantar. Só para você dizer que fez algo.

—Ok, Helen. Eu saio com o seu cunhado, mas se ele for um babaca ficarei muito chateada.

—Se ele for um babaca eu acabo com ele.

—E eu ajudo. – Rosalie olhou para as roupas que a sogra usava. Bella era linda, mas se vestia de uma forma que não a valorizava. Também precisava de um corte de cabelo.

—O que foi?

—Estava pensando em fazermos compras e marcar uma hora no salão. Para dar uma repaginada. Vai ficar ainda mais linda.

—Vocês são impossíveis. Vamos as compras então...

[...]

—Isabella! – Bella sorriu para o homem que se levantou para recebê-la. Foi Helen quem escolheu o restaurante e marcou o encontro deles. Bella não estava muito animada para esse encontro, mas achou o tio de Rosalie um homem muito bonito.

—David. – Ele deu um beijo na bochecha dela e puxou a cadeira para que ela se sentasse.

—Espero que minha cunhada não tenha falado muito mal de mim. – Ele sorriu torto, o que fez Bella se lembrar de outro sorriso torto.

—Não o suficiente para me fazer desistir do encontro. Espero que ela não tenha te obrigado a vir.

—Fui convencido quando a Rosalie me mostrou a sua foto. Seu cabelo ficou lindo. – Bella tinha cortado os cabelos na altura dos ombros.

—Obrigada! Acho que estava mesmo precisando fazer algumas mudanças.

—Ficou mais jovem assim. – Rosalie mostrou várias fotos da sogra. – Não parece que tem um filho de 18 anos. Ele está gostando da viagem?

—Está amando. – Respondeu animada. – Você mora na Inglaterra, certo?

—Sim. Lá é ótimo, mas sinto falta de casa, às vezes. Perdi muito da vida da minha família.

—Pensa em volta?

—Na verdade, sim. Ia até falar com você sobre isso.

—Comigo? – Perguntou surpresa e ele riu da expressão de assustada dela.

—É profissional, não se preocupe. – A tranquilizou. – Tenho uma casa aqui e queria reformá-la. Helen disse que você é arquiteta.

—Sim. Estou com alguns projetos no momento, mas posso dar uma olhada na sua casa quando quiser.

—Excelente! Você pode ir à minha casa depois que sairmos daqui. – Sugeriu em tom sedutor e Bella levou a taça de vinho aos lábios escondendo o rubor no rosto. Ela havia sido alertada sobre David Hale, mas não imaginou que ele fosse tão direto assim.

Se envolver com ele seria fácil, sem nenhum tipo de complicação. Ele era da idade dela, bonito, cativante e sedutor. Bella poderia aceitar a oferta dele. Ela poderia, mas não queria.

—Acho melhor ver amanhã durante o dia e com o meu assistente. – David riu jogando a cabeça para trás.

—Você não precisa de um guarda costas. Não farei nada que não queira. Gostaria sim de esticar a nossa noite. Você é linda e ouvi falar tão bem de você que fiquei curioso. Mas ficarei contente de apenas desfrutar de uma maravilhosa refeição ao seu lado. Sei reconhecer quando uma mulher está interessada em outro.

—Como? – Ela não estava interessada em outro. Ou estava?

—Não parece que você está realmente aqui. Pelo menos não inteiramente.

—Sinto muito.

—Não lamente, por favor. – Esticou a mão e tocou a dela. – Ele é comprometido? – O garçom aproximou deles e eles fizeram o pedido. Bella esperou ficarem a sós para responder.

—Ele é complicado. A nossa relação é complicada.

—Já tive muitas relações complicada para perceber que quase sempre elas não são tão complicadas assim. Espero que dê tudo certo entre vocês. Imagino que a minha cunhada não saiba disso.

—Não mesmo e gostaria que não comentasse nada.

—Seu segredo está bem guardado comigo. – Levou o dedo indicador aos lábios. – Vou deixar a oferta de pé para o caso de mudar de ideia. Vou ficar duas semanas no país, você pode me mostrar um pouco da cidade. Faz muito tempo que não venho aqui e não conheço quase nenhum lugar legal.

—Acho que não sou a pessoa indicada para isso. Não sou de sair muito.

—Então vamos nós dois conhecer a cidade. Apenas como amigos. – Seria bom para ela ter um amigo.

—Vou pedir umas dicas ao meu filho de onde podemos ir. Gosto muito do karaokê.

—Karaokê? Sério que ainda existe isso? – Ele fez uma careta e qualquer chance de Bella se envolver com ele foi por água abaixo.

[...]

—Vamos sair para beber. – Emmett avisou e Edward tirou os olhos do livro para encarar o amigo.

—Vamos?

—Você me arrastou para um monte de museus e agora é a minha vez de te levar para uma diversão de verdade.

—Estamos em Roma, cara. – Respondeu como se aquilo explicasse tudo. Emmett se sentou ao lado do amigo e viu quando chegou uma notificação no celular dele.

 -Minha mãe? – Apontou para o aparelho e Edward corou. Ele vinha trocando mensagens com ela desde que chegaram. Ainda bem que ele deletava as mensagens picantes ou estaria em apuros.

—Mandei algumas fotos para ela. – Ele destravou o celular e mostrou para Emmett.

“Queria tanto ver isso de perto” Era a resposta dela a foto do Panteão. Um edifício construído durante o reinado do imperador Augusto.

—Queria que ela estivesse aqui. Iria gostar de todas essas construções antigas. Nem me lembrei de mandar fotos para ela. Só mando algumas minhas. Que bom que está fazendo isso. – Colocou a mão no ombro do amigo. – Você é um ótimo amigo, Edward. Agora levanta que vamos beber.

—Estou cansado.

—Deixa de ser chato. – O cutucou. – Ei, sabia que a minha mãe está saindo com o tio da Rosalie? – Edward se endireitou rapidamente. – Pois é, também fiquei surpreso. A Rose falou que ele é legal e boa pinta. Disse também que os dois parecem estar se entendendo muito bem.

—O tio da Rosalie não mora na Inglaterra? – Edward tentou não deixar o ciúme transparecer.

—Ele está só visitando a família. Acho que não vai rolar nada sério, mas pelo menos ela está se divertindo.

—Então vamos nos divertir também. – Edward, para surpresa de Emmett se levou num pulo e pegou a jaqueta.

—Está falando sério?

—É claro. Você tem toda razão, temos que fazer as coisas que você também quer. Vamos lá beber. – Emmett deu um soco no ar.

—É disso que estou falando. Vamos nos divertir...