Edward mal prestava atenção no que estava fazendo, só ficaria tranquilo quando visse Bella entrar na cafeteria. O coração dele acelerou quando a viu ao lado de Emmett. Acenou para os dois indicando que os encontraria em um minuto. Colocou o pedido em cima da mesa.

—Oi, Edward. – Uma garota o cumprimentou. Ela fazia parte de um grupo que ia todos os dias a cafeteria e ao que parece ela era a escolhida do dia para tentar flertar com ele. – O que vai fazer depois que sair daqui?

—Vou sair com a minha namorada para comprar roupinhas para a nossa filha. – Ele apontou para Bella.

—Você tem namorada?

—Você tem uma filha? – As garotas estavam surpresas.

—Sim, eu tenho. Se precisarem de mais alguma coisa é só chamar o Bill. – Ele passou por entre as mesas e parou ao lado de Bella sem saber como deveria cumprimentá-la. Ele queria abraçá-la e beijá-la até os dois perderem o fôlego, mas Emmett os observava atentamente e ele não queria fazer aquilo na frente do amigo.

 Durante a estadia na casa dos Swan, Edward e Bella evitaram contato físico na presença de Emmett. Os dois trocaram alguns beijos quando ele não estava por perto, mas não foi o suficiente para diminuir a saudade que Edward sentia de estar com Bella, e pela forma que ela o olhava, também sentia o mesmo.

—Oi, Bella. – Ele inclinou dando um beijo na testa dela e acariciando a barriga dela. Emmett não poderia reclamar daquele gesto. – Como está a nossa princesinha? – Ele sentiu a filha mexer. Era sempre um momento mágico.

—Ela sempre mexe quando ouve a sua voz. – Edward ligava toda noite e Bella colocava o telefone no viva voz para que ele pudesse conversar com a filha.

—Ela nunca mexe comigo. – Emmett reclamou cruzando os braços. – Será que ela está com raiva pelo que aconteceu naquele dia?

—Emmett, você sabe que ela não tem consciência de nada, não sabe?

—Ela reconhece a sua voz, então deve saber de alguma coisa. Ela vai me odiar.

—Ela não vai te odiar. – Bella colocou a mão sobre a do filho. – Você será o melhor irmão mais velho de todos.

—Certeza de que ela vai te amar. – Edward declarou. – Querem comer alguma coisa?

—Não, nós já almoçamos.

—Mostrei o campus a minha mãe.

—Aqui é muito lindo. – Bella estava encantada com a cidade e a melhor parte era que ninguém a estava julgando, exceto talvez as garotas que estavam olhando para ela. – Aquelas meninas são suas amigas? – Tentou não soar ciumenta.

—São as fãs do Edward. – Emmett debochou do amigo.

—São apenas clientes. – Edward explicou o cutucando. – Elas não sabiam que eu tenho namorada.

—Você tem uma namorada? – Emmett cerrou os punhos. Ele estava se esforçando muito para aceitar a relação dos dois, mas ainda era estranho para ele.

—Achei mais fácil de explicação a nossa relação. – Bella riu do nervosismo dele.

—Sem problemas. Só fiquei surpresa já que você não me pediu em namoro. – Ela o provocou e ele corou. – É brincadeira, Edward. – Ela colocou a mão sobre a dele. – Agora vamos as compras. – Edward a ajudou a levantar e segurou a mão dela, era bom poderem andar juntos sem ninguém para apontar o dedo e julgar.

Os três foram caminhando até a loja de bebês, estavam empolgados com as compras.

—Olha que roupinhas mais fofas. – Emmett apontou para um vestido rosa cheio de babados. – Tem que comprar.

—Quero levar a loja toda. – Estava sendo uma experiência totalmente diferente para Bella. Era bom ter alguém tão empolgado quanto ela com a chegada do bebê. Edward a estava apoiando em tudo. Ele seria um ótimo pai.

—Esse berço é maravilhoso. Podemos colocar um móbile musical. – Edward olhou discretamente o preço do berço.

—É bonito, mas vamos olhar outro? – Um que coubesse no orçamento dele.

—Achei esse perfeito. Vamos levar. Agora precisamos de um carrinho e de uma cadeirinha. – Edward a seguiu enquanto ela selecionava os itens. Ele achava tudo lindo, mas estava preocupado com os valores.

—Tem certeza de que gostou? – Ela estava segurando uma bolsa maternidade.

—É tudo lindo, Bella, mas eu não posso bancar isso. – Segurou a mão dela a trazendo para perto dele.

—Relaxa, eu pago.

—Combinamos que iríamos dividir tudo. – A lembrou e Bella colocou a mão no rosto dele.

—Edward, eu sei que você quer ajudar.

—Não é ajudar, é fazer a minha parte. Temos que ser iguais.

—Nós não somos iguais, Edward. Eu tenho um emprego e uma carreira, você está só começando. É normal que eu tenha mais condições financeiras do que você e isso não deveria de nos impedir de dar o que queremos para a nossa filha. Tudo bem se você não puder pagar a metade, pode contribuir com o que tiver.

—Eu me sinto mal com isso, Bella.

—Isso não te torna menos pai. Não tem nada do que se envergonhar. Um dia você terá condições de dar algo a nossa filha e eu não, e no outro nós dois poderemos dividir igualmente. O que importa é você amá-la.

—Isso eu posso e vou fazer. Eu já amo a nossa princesinha e ela vai amar aquele berço.

—Vamos comprar? – Ele assentiu. Não era hora de ser orgulhoso, a filha merecia o melhor. – Se te faz sentir melhor, pode pagar a maior parte da universidade dela. – Edward riu e a abraçou.

—Espero ser bem sucedido até lá.

—Ah, você será, tenho certeza disso. – Edward inclinou pronto para beijá-la.

—Oi, pessoal. – Emmett pigarreou chamando a atenção deles. – Já se decidiram? – Os dois se afastaram.

—Vamos comprar o berço de bailarinas.

—Legal. Separei algumas roupinhas. – Ele indicou o carrinho. – A Rose está me ajudando. – Ele estava numa chamada de vídeo com a namorada.

—Oi. – Ela acenou para eles. – Nossa princesa será o bebê mais estilosa desse mundo. Emm, você pegou o vestidinho de princesa?

—Peguei sim. Está até me dando vontade de ter um bebê. Um garotinho, porque tem umas roupas bem fofas, também.

—Vamos de um bebê por vez, por favor? – Rosalie não queria ter filhos tão cedo.

—Tudo bem, mas vou pegar o cartão da loja para voltarmos quando chegar a hora. Vi uns sapatinhos lindos.

—Acho melhor eu verificar essas compras. – O filho estava empolgado demais e precisa que alguém o desacelerasse um pouco.

 Edward ficou assustado quando viu o preço total das compras, ele teria que pagar toda a faculdade da filha para compensar Bella.

—Filho, você pode buscar o carro? – Bella entregou a chave para ele.

—Volto rapidinho. – Avisou saindo correndo e Bella aproveitou a oportunidade para beijar Edward. Ele a abraçou a trazendo para mais perto. Aprofundou o beijo e ela infiltrou as mãos no cabelo dele. Ela precisava dele e ele dela.

—Estou com saudade. – Edward correu as mãos pelo corpo dela. Precisavam se afastar, mas ele não tinha forças para aquilo. Todo o corpo dele ansiava pelo dela.

—Quem sabe a Rose possa nos ajudar no final de semana a distrair o Emm.

—Não é perigoso? – Ele não queria correr nenhum risco de machucar a filha.

—Não estou proibida de fazer essa atividade. – Ela passou a mão pelo abdômen dele.

—Daremos um jeito de escapar da nossa supervisão. – Os dois se afastaram, rindo. – Estou feliz por estarmos juntos.

—Também estou feliz por estar ao meu lado. É ótimo ter alguém com quem dividir tudo isso.

—Sabe, eu sei que você não precisa disso já que é uma mãe incrível, mas o que acha de fazermos um curso preparatório para pais?

—Acho uma ótima ideia. Eu não lembro de mais nada.

—Vou ver as datas e te aviso. Quando é a próxima consulta?

—Em duas semanas, te mando o horário certinho.

—Ótimo. – Ele deu um beijo rápido nela. – Emmett chegou e assim que você chegar em casa meu pai vai carregar as compras. Não precisa se preocupar com nada.

—Não precisa me mimar tanto.

—Não é mimar, é cuidar de vocês. – Acariciou o ventre dela. – Me ligue assim que chegar em casa e dirija com muito cuidado.

[...]

—Oi, Edward. – Emmett entrou no antigo dormitório, assustando o amigo. – O que você está fazendo? – Ele estava com as mãos cheias de cola.

—Estou tentando fazer uma casinha de boneca. Não estou acostumado com peças tão pequenas. – Ele estava finalizando o piso da casa. – Será que ela vai gostar?

—Acho que sim, mas ela não vai poder brincar tão cedo. Pode engolir as pecinhas.

—Não tinha pensado nisso. Só queria fazer algo legal.

—É só deixar em um lugar alto até ela ter idade o suficiente pra brincar.

—Você é bom irmão mais velho.

—E você é um bom pai. É legal tudo o que está fazendo. Minha mãe está bem feliz.

—Você acha mesmo? Fiquei um pouco mal por ela ter pagado quase tudo hoje. Não queria que fosse assim.

—Você não vai ser desses caras que acham ruim da mulher ganhar mais, ou vai?

—Não é isso. Eu entendo que ela tenha melhores condições financeiras do que eu, o que me incomoda é o fato de eu não poder dar o que ela precisa. E se eu não for o suficiente? Eu não quero ser como...

—O meu pai? Você não se parece em nada com o meu pai. Ele se aproveitava da situação e sugava tudo o que a minha mãe tinha. Você está se esforçando, está acompanhando nas consultas, está construindo uma casinha de boneca... Para de ficar se comparando ao meu pai. Você está num nível muito acima dele. Sem a menor comparação. Olha, a questão do dinheiro é a parte que menos importa. Sabe do que eu tinha mais inveja de você? Não era das coisas que os seus pais te davam e os meus não. Era o fato de você e o seu pai serem tão próximos. Ele ia a todos os seus jogos, te levava para passear, vocês conversavam como se fossem amigos.

—Nós somos amigos. – Edward era grato por ter pais tão maravilhosos, apesar da mãe estar chateada com ele, ela era uma mãe incrível que sempre pensou no bem dele.

—É nisso que você deveria focar. Em ser um amigo para a sua filha. Ela não vai se importar com quem pagou ou não pelo berço dela. E a minha mãe também não se importa com isso. Ela gosta de você por quem você é.

—Acha que ela gosta mesmo de mim?

—Ela está super afim de você. Vai por mim. – O cutucou e ele sorriu. – É estranho eu estar te dando conselhos amorosos para você ficar com a minha mãe.

—É legal poder falar com você. Sabe, eu não tenho dúvidas que haja uma atração entre nós. Somos ótimos na ca...sa, na casa. É isso. – Ele parou de falar antes que a situação piorasse.

—Vamos manter um limite, por favor. – Ele concordou.

—Enfim, eu a amo e quero ficar com ela para sempre. Mas eu não sei se ela algum dia vai sentir isso por mim.

—Eu vi a minha mãe sofrer em um casamento terrível e acho que ela não está pronta para se envolver seriamente agora.

—Também acho. E para falar a verdade, eu também não estou pronto. Tenho que amadurecer mais, conseguir uma estabilidade financeira, aprender mais sobre a vida e provar o meu valor. Eu quero ficar com a sua mãe, mas não estamos prontos para casamento agora.

—Você precisa aprender o conceito de ir com calma. Nada de falar sobre casamento agora. Termine a faculdade primeiro.  

—Eu que deveria de dar ordens. – Edward provocou.

—Não banque o pai pra cima de mim. – Pediu o empurrando de brincadeira.

—Preciso treinar com alguém.

—Que tal treinar me comprando uma pizza?

—Vou comprar duas. E vê não mexe em nada. – Apontou o dedo para ele e Emmett bateu continência. Estava feliz por eles terem voltado a ser amigos.

[...]

—Oi, como foi a volta para casa? - Bella sorriu ao ouvir a voz dele. Ultimamente vinha agindo feito uma adolescente boba. 

—Foi bem tranquila. Quase não tinha trânsito.

—Fiquei preocupado. Não estou convencido de que é seguro para você dirigir estando grávida. 

—Bobagem! - Ela sabia que precisava de cuidados, mas achava um exagero as preocupações do filho e de Edward. Se pudessem, os dois a deixariam trancada sem mover um único músculo.

—Meu pai estava te esperando? - Quando Bella chegou em casa, Carlisle estava a postos para levar todas as compras para dentro. 

—Sim. - Ele não a deixou carregar nem mesmo a bolsa dela. - O Paul o ajudou, e a propósito, o piso já está pronto. 

—Que ótimo. Podemos pintar no próximo final de semana. 

—Vocês não precisam fazer isso. Posso contratar alguém. 

—Não, nós queremos fazer isso. Só um minuto. - Edward pediu e Bella aguardou enchendo a banheira. - Saí para comprar pizza. - Explicou equilibrando duas caixas em uma mão. 

—Agora me deu vontade de comer pizza. Abacaxi com sardinha. - Edward tropeçou e quase deixou as pizzas caírem. 

—Diz que está brincando. - Ele tinha perdido a fome só de imaginar uma pizza de abacaxi com sardinha.

—Bem que eu queria, não gosto de nenhum dos dois ingredientes, que dirá juntos, mas estou com desejo. Acho que vou ao mercado amanhã. – Ela fazia ótimas pizzas. – Agora tenho que desligar, preciso de um bom banho para relaxar.

—Certo. Descanse e não se esqueça dos seus remédios. – Ele encerrou a ligação e procurou um banco para se sentar e procurar por uma pizzaria que fizesse pizza de abacaxi com sardinha.

[...]

—Entrega para Isabella Swan. – Ela olhou para o entregador, confusa.

—Acho que é algum engano. Não pedi nenhuma pizza.

 -Um cara doido ligou na pizzaria e encomendou a pizza mais louca de todas e pediu para entregar aqui.

—Não acredito que ele fez isso. – Bella começou a chorar e o entregador a olhou sem saber o que fazer. – Quanto eu devo?

—Já está pago. – Ele entregou a caixa e saiu antes que ela chorasse ainda mais.

Bella abriu a caixa e pegou uma fatia da pizza mais estranha de todas. Ela tinha que agradecer a Edward pelo gesto maravilhoso.

—Como está a pizza? – Ele perguntou sorrindo.

—Impressionantemente, deliciosa. Obrigada! – Ela ainda não tinha parado de chorar.

—Por que está chorando?

—São os hormônios. – Ele assentiu, tinha lido sobre as alterações de humor durante a gravidez. – Estou ficando maluca e você é tão fofo. Não imagino como deve ter sido difícil conseguir essa pizza.

—Foi super fácil. – Fácil após ele ter implorado bastante.

[...]

—Pizzaria do Will. – Edward torceu para que não desligassem assim que ele fizesse o pedido.

—Queria fazer um pedido e por favor, não desligue. A minha namorada está grávida e está com desejo de comer pizza de abacaxi com sardinha.

—Isso é algum tipo de brincadeira? – Não seria a primeira vez que passavam trote.

—Juro que não. Já é a quarta pizzaria que eu ligo. Sei que é estranho, mas grávidas tem desejos estranhos. Eu pago a mais, pago o preço que for... – Ele já estava implorando.

—Vou ver aqui. Ei, Will, tem um maluco na linha querendo uma pizza de abacaxi com sardinha para a namorada grávida dele.

—Ela está com desejo? Ih, isso é sério. Diz que eu faço, mas vamos cobrar a mais por isso.

—Ele disse que paga o preço que for. – O atendente avisou.

—Pago mesmo. – Edward esperava que eles não cobrassem tão caro assim.

—Diz que vamos fazer. Eu entendo de desejos de grávida.

—É o pedido mais louco de todos, cara. Mas você está com sorte.

—Vocês são os melhores. – Edward comemorou. Agora a filha não nasceria com cara de abacaxi ou de sardinha.

[...]

—Muito obrigada, Edward.

—Que bom que gostou. Se precisar de qualquer coisa ou sentir mais algum desejo estranho, é só me avisar.

—Vai realizar todos os meus desejos? – Perguntou o provocando.

—Mal posso esperar pelo final de semana. E aí podemos ver se consigo realizar todos os seus desejos.

—Aguardo ansiosamente. – Aquilo tinha melhorado e muito o humor dele.