Pictures of Us escrita por Ellen Freitas


Capítulo 13
Moving In || Oliver


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!!

Uma semana depois, é isso mesmo, produção? É isso mesmo!
Gente, estou aquilo sem palavras. Nunca pensei que, quando a ideia veio na minha cabeça tão despretensiosamente, tantas pessoas estariam aqui comigo, já passamos do cem acompanhamentos, que babado!!

Mas hoje, preciso dedicar esse parágrafo em especial para a Ka Duarte, que me deixou algo que transcende uma recomendação, foi um texto belíssimo. Mas vou começar com: você está muito errada, mermã! Como assim não é boa com palavras? Se você não é, quem é? Suas palavras me encantaram, emocionaram, me fizeram refletir e reanalisar minha vida. Sério que POU te tocou tão fundo? Me ensinou, me fez refletir, me chorar (porque estou sensível nesse período, não me julguem). Muito obrigada por isso. Sério, gente, super indico que leiam essa recomendação.

Bom, passado esse momento, vamos ao capítulo!! Boa leitura!! Bjs*



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― Isso é mesmo necessário? ― elevei um pouco minha voz, o ombro encostado no batente da porta do banheiro do quarto. ― Já passa das quatro da manhã!

― Sim! ― Felicity gritou de dentro do closet.

― Eu já meio que morava aqui, amorzinho, não serão mudanças tão grandes assim.

― Aí que você se engana, meu bem. ― Ela saiu toda descabelada, meu pijama de moletom todo torto nela, me fazendo rir. ― Que cara é essa?

― Você entrou no modo "louca da arrumação", quase uma Mônica Geller. É engraçado.

― Palhaço ― acusou de volta, sem conseguir segurar um risinho no canto do lábio, então soltou os cabelos, os penteando rapidamente com os dedos e arrumando as roupas parcialmente. ― Vamos lá, peixinho, primeiro o banheiro.

― Vamos lá. ― A acompanhei até o armário que ficava em cima da pia e atrás de um espelho.

― Primeira prateleira, é sua. Creme de barbear, desodorante, seu creme dental, já que insiste em não usar o meu, e o que sabe-se lá Deus você mais usa, fica nesse lugar, certo? ― Confirmei com a cabeça.

― Em minha defesa, seu creme dental tem gosto de planta, não é colorido e nem faz espumas legais.

― O seu é de criança, mas não vou entrar nesse mérito agora. ― Dispensou a continuidade daquela conversa com um gesto de mão. ― Segunda, terceira e quarta prateleira são minhas. E a última é nossa, tem os materiais de primeiros socorros.

― Não me parece uma divisão justa, babe.

― Se conseguir arrumar meus cremes apenas em duas, de um modo prático e eficiente, pode ficar com mais uma prateleira.

― Não podem ser tantos…

― Para o pé, hidratante, esfoliante, de limpeza e desodorante, para a mão, dois, um para dias secos e outro para dias úmidos. Do rosto, hidratante dia e noite, controle de brilho, máscara de pepino, demaquilante para pele e outro para olhos, preparador e fixador de maquiagem. Para o corpo, tem o óleo e o hidratante. Creme depilatório, protetor solar para rosto e corpo, o que mais?

― Okay, entendi! ― a interrompi, ou ficaríamos ali a noite toda. ― Quer ficar com minha prateleira também?

― Não, obrigada. ― Deu aquele sorrisinho vitorioso. ― Esse dispositivo é uma inovação e você terá a oportunidade de usá-lo, olha que beleza! ― Me mostrou um pequeno negocinho de plástico transparente.

― Que merda é isso? ― Peguei a coisa entre os dedos.

― Você foi bem no ponto. É pra você colocar ao redor das cerdas da sua escova de dentes. Ela fica em cima da pia junto com a minha, então é pra proteger dos coliformes fecais e outras bactérias que podem ter no banheiro.

― Como é? Coliformes o quê?

― Partículas de fezes, Oliver ― explicou já perdendo a paciência. ― Você não quer passar isso nos seus dentes, e eu também não quero, já tenho o hábito de te beijar. Por falar nisso, marquei dentista, médico e terapeuta pra você.

― Você fez o quê? Pra que preciso de um terapeuta?

― Seu trabalho é estressante, você lida com perdas e pessoas complicadas todos os dias. Tem que cuidar da mente também.

Okay, Felicity estava levando aquilo a outro nível. Era o primeiro dia e eu já me sentia numa escola militar.

― …você tá me escutando?

― Sim, claro ― menti. Tinha viajado nos últimos minutos enquanto ela explicava a prateleira que ficava dentro do box.

― Eu sei que não, então vou repetir. Esses aqui são meus sabonetes: íntimo, corpo e rosto. E esses aqui meus produtos do cabelo. E isso é o seu sabonete/shampoo/condicionador/pós-barba. ― Fez uma careta, analisando o único frasco que eu havia posto ali. ― Nossa, é tão estranho morar com um cara. Ah, esse dispositivo de limpeza chama rodo. Serve para não deixar água acumulada.

― Pronto?

― Não. Tá vendo isso aqui? ― Ela pegou a tampa do vaso sanitário e começou a abrir e fechá-la. ― Olha como é interessante, ela levanta e abaixa, levanta e abaixa. Mágico.

― Okay, entendi essa. Agora sim, acabamos por aqui?

― Só mais uma coisa. ― Se dirigiu até a porta. ― Isso aqui é um porta toalhas. E aqui temos outro. ― Então ela saiu até o quarto. ― Isso aqui NÃO é um porta toalhas. ― Fez um gesto amplo para a cama.

― Felicity, como eu disse, já passava mais tempo aqui do que no meu antigo apartamento. Sei como gosta de manter as coisas.

― Não, você não sabe, meu amor. Eu tentava ser a Felicity de boas, mas quando você saía, eu ia atrás arrumando sua bagunça. Não vou conseguir fazer isso com você aqui, então... A cama não é um porta toalhas!

― Tá bom, sem toalha em cima da cama, tampa do vaso abaixada, não misturar nossas coisas, não mexer nas suas inúmeras prateleiras, colocar o negocinho na escova de dentes.

― Protetor de cerdas.

― Colocar o protetor de cerdas na escova de dentes ― recitei como uma criança. ― Podemos pular para a parte divertida de morar junto? ― A puxei pela cintura, beijando seu pescoço. ― Agora entendi porque cheira tão bem, todos esses cremes.

― Closet. ― Escapou de meus braços, me fazendo soltar um murmúrio chateado.

― O que tem o closet?

― Esse é seu lado. Já arrumei suas roupas nele, agasalhos em cima, moletons em seguida, paletós, camisas e jaquetas nos cabides, uma prateleira para jeans, duas para camisetas. Observação, você precisa de mais camisas de botões e algumas gravatas.

― Mas…

― Essa gaveta é para meias, observe que usei um divisor de compartimentos para organizá-las por cores, igual fiz com as cuecas. ― Me mostrou a outra gaveta. Se não fosse trágico, seria hilário.

― Amor, espero que esteja ciente que não vou conseguir manter isso organizado um dia sequer.

― Qual é, Oliver, você precisa se esforçar!

― Eu me esforço para coisas que valham a pena, mas eu não vou gastar metade do meu tempo de descanso arrumando gavetas, fala sério. E nem espero que faça isso pra mim, só pra esclarecer.

― E vai deixar tudo virar uma zona?

― Eu gosto das minhas coisas a mão quando preciso, e não ter que me preocupar em que compartimento eu coloco minha cueca amarela dos Simpsons!

― Ai, eu odeio aquela cueca!

― Mas eu amo minha box dos Simpsons, amo minhas gavetas bagunçadas e amava não ter que fazer terapia, mas pelo jeito, vou precisar morando com você!

― Eu estou te enlouquecendo, Oliver? ― Caminhou até mim. Engraçado como ela conseguia parecer ameaçadora quando queria, mesmo perdida dentro daquela roupa muito além do seu tamanho. ― Porque se eu estiver, não é tarde demais para você desistir disso aqui.

― Eu não vou desistir de nada, Felicity, só não quero me sentir numa escola militar na minha própria casa! ― Dei voz aos meus pensamentos.

― Tá me chamando de exigente demais?

― Como um coronel dos compartimentos de cuecas e meias!

Quando pensei que conseguiria uma réplica acalorada, Felicity explodiu em gargalhadas na minha frente. Ela ria tanto ao ponto de se curvar com as mãos nos joelhos, eu fazendo a cara mais confusa que alguém poderia fazer.

― A gente acabou de ter nossa primeira briga como semi-casados? ― ela conseguiu falar quando diminuiu as risadas.

― Acho que sim. E por causa da cueca dos Simpsons, que humilhante. ― Agora que entendi o ponto de suas risadas, já estava rindo mais que ela. ― Não é uma boa história para se contar aos netos.

― Por favor, fica entre nós ― pediu. ― Olha, amor... Tenho plena ciência que eu posso ser bem difícil com todas as regras, mas é o jeito que eu consegui sobreviver a morar com minha mãe. Entendo que não posso exigir tudo isso de você logo de cara, mas é que nunca morei com ninguém além dela antes.

― Eu compreendo. Sei que posso ser um pouco bagunceiro e meio desligado, mas quero fazer isso com você. Vou tentar melhorar, prometo. ― Segurei suas mãos, as beijando.

― E eu prometo tentar ser menos neurótica e manter meu TOC sob controle ― prometeu, rolando olhos para as próprias atitudes.

― Temos um acordo.

― Ótimo. Agora vamos para a cozinha.

― Nada disso, também tenho umas regras e explicações a dar. ― A impedi de sair, ficando em seu caminho.

― Ah, tem?

― Tenho sim. Começando por… Sabe esse móvel grande no meio do quarto que NÃO é um porta toalhas? ― Apontei didaticamente para a cama.

― Hm, sei. A cama.

― A gente usa em sua prioridade para dormir, mas também tem outra utilidade bem interessante.

― Qual? ― Se fez de desentendida.

― Eu te mostro. ― Segurei firme em sua cintura e nos joguei na cama, a beijando.

― Você acha mesmo que sua vida a partir de agora vai ser sexo todos os dias e a hora que quiser? ― questionou entre risadas, enquanto eu escorregava meus lábios por seu pescoço alvo.

― Não é pra isso que as pessoas casam?

― Iludido! ― cantarolou.

― Eu fui enganado? ― Ergui meu rosto para olhá-la, encenando choque. ― Me devolve esse anel aqui!

― Nada disso. ― Felicity sorriu girando a mão esquerda na frente dos olhos. ― Pediu porque quis, agora vamos ficar para sempre coladinhos grudadinhos. ― Apertou minhas bochechas.

― Eu não sou nem maluco de pedir de volta. Não tem outro lugar no mundo que eu queira ficar ― declarei.

― Sempre sabe exatamente o que dizer, Queen.

Felicity era decidida sobre o que queria, rápida o bastante para já estar puxando a barra da minha camiseta para cima, e tinha energia demais para alguém que passou o dia todo fazendo mudança. Dava pra amar mais essa mulher?

― Peixinho, a campainha ― me alertou quando eu passava minha blusa pela cabeça.

― O quê? Onde?

― Oliver, a campainha, estão tocando! Quem será a essa hora? Será bandido?

― Que bandido você conhece que toca campainhas, Felicity? ― Nem dei importância à sua preocupação excessiva, voltando a distribuir beijos em seu colo.

― É sério, vai lá! Aliás, não, não. Melhor não ir, vamos ligar pra polícia.

― Sério, pra polícia?! ― ironizei, apontando o indicador para mim mesmo.

― Ah, desculpa, por um segundo esqueci que você é policial. Mas não podemos dizer que você é policial, vai que é uma armadilha. Uma vez eu vi uma série que eles mandavam garotas baterem na porta das pessoas, daí quando abriam, eram assaltantes.

― Você não vai relaxar até essa coisa parar de tocar, não é?

― Por favor. ― Fez beicinho.

― Não demoro. ― Beijei seus lábios rapidamente, vestindo minha blusa de novo.

Desci as escadas de dois em dois degraus, obstinado a despachar quem quer que fosse o desocupado batendo na minha porta quase às cinco da manhã, e atrapalhando meu momento com Felicity.

― Já vai! ― gritei para a porta, e logo que a abri, qual não foi minha surpresa ao encontrar minha irmã parada na varanda. ― Tinha que ser!

― Atrapalho? ― perguntou cinicamente, rindo da minha cara.

― Imagina… Eu estava tomando chá à sua espera, irmãzinha ― ironizei.

― Rude ― rebateu, passando por mim. ― Licença. Vem, Roy. ― O coitado entrou em meu campo de visão, contorcendo os dedos, parecendo querer cavar um buraco e se jogar nele.

― Detetive ― me cumprimentou todo sem jeito.

― E você trouxe um amigo. Para minha casa. Em plena madrugada.

― É a hora que saio da boate, você sabe. Nossa, que bagunça! ― exclamou, olhando ao redor com as mãos na cintura. ― Como tem sido a vida nova, mano? ― Suspirei.

Não dava para argumentar com Thea, minha irmã era a pessoa mais obstinada do mundo e sempre conseguia o que queria, ou deixava todo mundo maluco até conseguir. E se ela queria uma conversa às cinco da manhã, não ia embora até ter sua conversa às cinco da manhã.

― Minha vida nova tem sido ótima, querida irmã. E a sua?

― Oliver…

― Okay, tem sido… Diferente.

― Sinônimo para "quero me jogar na frente do primeiro caminhão que passar na rua"?

― Não, é só diferente. Felicity é muito organizada, cada cômodo tem uma série de regras e estou me adaptando a elas. Pronto.

― E do jeito que você é bagunceiro e desleixado, isso aqui vai virar um manicômio. ― Fez um gesto amplo com as mãos para a casa. ― Ai meu Deus, me deixa instalar câmeras aqui e fazer disso um reality? Iríamos ficar famosos e bem mais ricos, Keeping Up with the Queens! ― Bateu palminhas animadas.

― Não viaja, Speedy! Tem seu lado bom também.

― Por exemplo…

― Por exemplo, nós temos nosso cantinho de isolamento, para quando um tiver a ponto de enlouquecer o outro, e um quadro de tarefas diárias, semanais e mensais. A cada tarefa que eu completar, eu ganho uma estrela dourada, e a cada dez, posso escolher um presente. Não é legal? ― Ela me olhava tentando segurar uma risada. ― O que foi?

― Parabéns, irmão, você está morando com a Super Nanny! ― Deu dois tapinhas no meu ombro.

― Uma Super Nanny bem gostosa, eu espero. ― Felicity surgiu no alto da escada. ― Achei que tinha ouvido sua voz, Thea... E o Roy está aqui também ― finalizou com surpresa, me abraçando por trás.

― Ela me arrastou ― o outro se justificou.

― Lissy, minha cunhada preferida! E pelo jeito, a única que vou conseguir ter, já que meu outro irmão é um vadio ― completou rolando olhos. ― Enfim, é sempre um prazer te ver!

― O que deu nela? ― Minha noiva perguntou para mim, então apenas dei de ombros.

― Eu te conheço o bastante para saber que o assunto aqui é outro, Thea. Desembucha!

― Okay, vou dizer. Mamãe mandou uma coisa. ― Bufei.

― Olha, uma conversa que eu não vejo a hora de perder. ― Felicity se soltou de mim. ― Eu vou passar um café, já está mesmo quase amanhecendo. Você vem, Roy? ― Ele que não era bobo nem nada, não perdeu a chance de escapar também.

― Olha o que você fez, agora vamos ter que tomar o café dela!

― Não pode ser tão ruim.

― É intragável, vai por mim.

― E por que ela oferece isso pras visitas? Ela me odeia tanto assim?

― Não, mas ela se orgulha de fazer café bem. Mas já faz um ano que, enquanto ela toma banho pela manhã, eu faço outro café e troco antes que ela perceba.

― Que maneira honesta de começar um casamento.

― Direto ao ponto, Speedy!

― Certo. A gente devia sentar? Vamos sentar, né? ― Indicou o sofá com os dois polegares, e tirei algumas sacolas de cima do estofado antes de sentarmos. ― Mamãe te mandou isso. ― Me entregou um envelope que tirou da bolsa. ― Ela disse que é um presente de casa nova pra você, mas acho que ela também vê isso como o pedido de desculpas que ela não tem a capacidade de colocar em palavras. ― Estreitei os olhos para minha irmã, abrindo o envelope e tirando um cheque de dentro.

― Um milhão de dólares, que generoso! ― ironizei, vendo o valor do cheque. ― Diz que eu mandei ela se ferrar ― falei, rasgando o cheque em quatro partes, os pedaços de papel picado voando até o chão. Minha mãe mesmo a distância conseguia acabar com meu humor.

― Ollie, não seja tão intransigente…

― Thea, ela tentou acabar com meu noivado nos primeiros dias dele! Foi um plano sórdido usar Helena pra me fazer terminar com Felicity, Moira ainda é a mesma que dissimula e usa pessoas, e eu não quero contato.

― Na cabeça da nossa mãe, você precisava ter certeza que era isso que queria. Só entre nós, irmão, você nem sempre foi tão comprometido com nada.

― Então ela que fizesse igual uma mãe normal e conversasse comigo, ao invés de mandar minha ex tentar me reconquistar e me agarrar na frente da minha noiva! Sabe quão errado as coisas poderiam ter dado?

― Eu sei, eu sei, foi horrível, estou totalmente do seu lado nessa, mas ela está arrependida. E mandou esse cheque pra vocês comprarem uma casa maior, ela agora sabe que é de verdade.

― Quando ela vai entender que não estou a venda?

― Mamãe está com medo, como eu nunca havia visto a dama de aço ficar. E até sinto que ela tenta mudar, mas esse medo tem movido grande parte das ações dela nessas últimas semanas.

― Você tem 22 anos, Speedy, não viveu o bastante para ver as coisas como elas são. ― Thea respirou fundo para mandar outro contra-argumento, mas suspirou, desistindo de tentar.

― Daqui a pouco é a primeira sessão quimio, ela está apavorada, mesmo que nunca vá assumir. Você poderia ser superior e aparecer, vai ser na Oncologia do Star General Hospital, às nove horas.

― Entendi a coisa do cheque, queria comprar um acompanhante fiel. Diz que ela arrumaria enfermeiros mais dedicados por bem menos que um milhão.

― Mas nenhum deles seria você. ― Fez carinho em meu braço, ficando em pé. ― Bom, eu já vou. Você não tem noção do quanto ela tem sido insuportável comigo, mas ainda sim, tenho que estar lá.

― Que sutil, Thea. ― Ela sorriu.

― Se cuida, mano, boa sorte na vida nova ― desejou me abraçando. ― Tchau, Lissy! Vem, Roy! ― gritou.

― Espera, vocês já vão? ― Minha noiva chegou na sala, seguida de perto por Roy. Fui para o seu lado a abraçando e beijando seus cabelos, seu cheiro sempre me confortava quando eu estava mal. ― O café está quase pronto.

― Um café cairia bem agora.

― Não cairia não, vai por mim ― Thea refutou a ideia rápido demais. ― Sério que ninguém vai perguntar por que nós dois estamos juntos a essa hora? ― Olhei para Felicity e ela até poderia estar curiosa como eu, mas brincar com a cara de Thea era mais divertido.

― Não ― respondemos juntos, sem interesse.

― Dois sem graça ― reclamou por não ter causado impacto com sua companhia como pretendia. ― Vamos, Roy. ― E saíram, batendo a porta com mais força que o necessário.

― Sua irmã é uma força da natureza, mas tem um coração de ouro ― falou e concordei, sem saber se a primeira parte havia sido um elogio ou não. ― Você tá bem? ― Felicity me perguntou, o rosto colado no meu peito enquanto fazia carinho nas minhas costas.

Eu não estava. Já não bastasse toda a raiva que minha mãe me fazia sentir, agora eu sentia culpa por não estar lá com ela. E sentia culpa por sentir culpa quando só deveria sentir raiva.

― Só me abraça.

― Por quando tempo você precisar, amor.

Me apertou mais forte, e ficamos ali, em um silêncio cúmplice, por não sei nem quanto tempo. Nem lembro exatamente como paramos no sofá, minha cabeça em seu colo e quando ela fazia cafuné.

― Mas se quer minha opinião, você deveria ir ― falou baixinho.

― Ir para aonde?

― Para onde ― corrigiu minha gramática como sempre. ― E você sabe de onde estou falando.

― Você ouviu?

― É uma casa pequena e vocês não estavam falando baixo, peixinho. ― Deu de ombros. ― Olha, eu não tenho a ilusão que vou conseguir ter com sua mãe a mesma relação que você tem com a minha. Deus me livre trocar mensagens com minha sogra todos os dias como você faz com a sua, o que é estranho, só pra constar, mas ela é sua mãe, Oliver. Não quero ficar batendo na mesma tecla, mas boa ou ruim, ela precisa de você, principalmente agora.

― O que ela fez em Vegas…

― Foi horrível, concordo, é um jeito super protetor e meio psicótico de se preocupar, mas ainda mostra que ela se importa. É mais do que muitos filhos podem dizer de suas mães.

― Como você consegue ser tão generosa sobre isso?

― Eu não sou perfeita, você sabe bem disso, eu estava te enlouquecendo ainda a pouco em um assunto idiota sobre gavetas! Mas quando eu tiver um filho, e fizer algo ridiculamente super protetor e psicótico, não quero que ele me odeie para sempre.

― Te amo tanto. ― Sentei ao seu lado, tomando deu rosto com as mãos e a beijando.

― Só não ama meu café, tô sabendo.

― Sobre aquilo…

― Relaxe, eu descobri na segunda vez que fez isso. Na primeira, achei estranho meu café ter ficado bom do nada, e só aconteceu de novo quando você estava aqui. Foi só somar dois e dois.

― Você seria uma detetive e tanto! ― elogiei. ― Mas não explica porque não me disse nada.

― E parar de levar o crédito pelo seu café maravilhoso, eu não! Nos últimos meses, eu nem me esforçava mais, só misturava o pó de qualquer jeito. ― Jogou a cabeça para trás e soltou uma daquelas risadas esquisitas e anasaladas que só ela tinha.

― Você é muito esperta, senhorita Smoak. ― Puxei suas pernas, fazendo seu corpo escorregar para baixo do meu. ― E eu te amo mesmo com a obsessão por organização.

― Te amo mesmo com a obsessão por bagunça.

― Thea tem razão, nós dois morando juntos numa mesma casa vai ser uma jornada e tanto.

― Uma que dure para sempre. ― Sorriu, puxando meu rosto para si.

Horas mais tarde, acabei seguindo o conselho de Felicity e fui acompanhar a quimioterapia da minha mãe. Ela e Thea pareciam que iam ter uma coisa, tamanha a surpresa de me ver ali. Não falei nada, apenas sentei ao seu lado durante todo o procedimento e logo que acabou, fui embora sem dizer uma palavra sequer. Eu não tinha certeza se estava pronto para perdoá-la, muito menos conviver, mas uma certeza eu tinha. Havia escolhido a pessoa certa para me casar.


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Notas finais do capítulo

Aposta: quem vai enlouquecer o outro primeiro nessa casa?
Pergunta: quem assistia esse reality?
Desafio: arrumar um casal mais fofo que esse! Não dá, gente, não dá!

Me digam nos reviews como acham que isso vai ser daqui em diante.
E no próximo capitulo... O tempo passa, Felicity e Oliver estão na correria para os preparativos finais do casamento. Também temos tensão na delegacia, um momento entre Caitlin e Tommy (sem trolagem dessa vez!) e Olicity tem uma conversa importante sobre seu relacionamento. Aguardo vocês lá!!

Muito obrigado a todos que estão mandando reviews, favoritando, recomendando. Façam mais, façam sempre, Ellen ama muito tudo isso.
Até os reviews... Bjs*



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