Estava prestes a começar o último ano da faculdade de medicina, e como todo residente temos de escolher uma especialização... Sempre tive uma enorme paixão por comportamento e neurologia, causas e vicissitudes de todas as coisas que afligem a mente humana.

Desvendar problemas.

Meu nome é Byun Baekhyun e estou a seis meses no maior hospital psiquiátrico coreano, que sinceramente, não é nada comparado a todas as clínicas de estética do país, saúde mental nunca foi um assunto sério aqui, na indústria da beleza e poder. Moro em um pequeno apartamento junto de meu melhor amigo, não é muito longe de onde trabalho atualmente mas quem disse que tenho tempo de voltar para casa sendo assistente do Dr. Yixing? Um chinês gentil e ético demais, e esses não são elogios.

Mais um dia correndo atrás do santo Yixing, vendo ele ali andando calmamente quase me faz pensar que ele consegue parar por cinco minutos.

— Doutor, temos um paciente novo. – Falo tentando acompanhar o andar do médico que comia algo.

— Hmm.. – Ele gesticula com as mãos como incentivo para que eu continuasse minha fala.

— Do Kyungsoo, vinte e um anos, a família o trouxe mas não souberam falar o que o garoto tem, ele já teve um tratamento mal sucedido, caso raso nada de alarmante. – Digo e ele finalmente para.

— Tudo é alarmante para mim. – Ele cautelosamente pega a ficha das minhas mãos. – Vou ver isso, você pode ir acompanhar Jongdae com a visita dele.

O Doutor se despede com tapinhas em meu ombro. Ele sempre acredita que como sou um mero assistente eu não tenho competência para visitar os pacientes com ele, estudei oito anos para....

— Com licença Doutor... – Abro a porta do consultório de Jongdae depois de duas leves batidas.

— Baekhyun! – Ele fala animado, sorrindo para mim. – A que lhe devo a ilustre presença?

— Doutor Yixing acredita que não estou pronto para os casos dele, então me mandou vir aqui. – Deixo uma feição de desgosto escapar.

— Lay não faria isso, ele te chama de luz do hospital. – Ele se levanta, era admirável como eles ainda se chamavam pelos apelidos de faculdade. – E certamente também não acha como pensa, se não você não estaria aqui.

Bom uma coisa era certa, Jongdae tinha apenas um paciente, enquanto Yixing chega a ter 40.

— Hoje vamos visitar uma pessoa em especial, mas não vai entrar comigo, não fale, apenas tome notas por mim. – Jongdae fala me guiando para o elevador, apenas concordo com a cabeça.

Nunca tinha ido as partes mais altas daquele prédio, não onde ficam todos os pacientes que tem restrições extremas, aqueles que cometeram crimes. Quando entres em um dos corredores as cenas de filmes começaram a aparecer em minha cabeça, daquelas com pessoas em camisas de força ou algo assim, todas as portas de ferro como se aquilo realmente fosse uma prisão.

Uma única porta tem segurança, Jongdae digita a senha eletrônica para abri-la assim dando de cara com uma sala antes do quarto do paciente, na sala haviam câmeras mas nenhum segurança.

— Só tome notas, ele não saberá que esta aqui. – Jongdae se pronuncia antes de entrar pela segunda porta depois da autorização de um segurança.

Era bizarramente estranho como ele me dava ordens tão calmo, quando me sentei diante os visores das câmera pude perceber com o que ele lidava...

No grande quarto haviam poucas coisas, entre elas uma mesa minimamente arrumada com duas cadeiras, uma ocupada por um homem alto e bem cuidado para uma pessoa que não é sã. Tinha cabelos exageradamente vermelhos, que prendeu meu olhar mesmo não podendo vê-lo de perto.

— Sentiu minha falta Doutor, vejo que ainda não desistiu de mim. – Fala a voz grave do homem que sorri.

— Tem de admitir que gosta das minhas visitar Chanyeol, não poderia lhe deixar sozinho. – Jongdae fala se sentando na cadeira disposta pelo homem.

— Eu nunca estou sozinho. – Ele encara a câmera como se me encarasse.

— Então recebeu algum visita? – Ele pergunta calmamente, sem quebrar contato visual com Chanyeol.

— Minha mãe me visitou.. – Ele esfria a expressão abruptamente.

— E como foi? – Jongdae pergunta em alto som, o que me fez prestar mais atenção para anotar uma possível piora de seu paciente.

— Mortos não podem visitar ninguém Doutor, achei que o louco aqui fosse eu. – Chanyeol volta a sorrir.

— As vezes os fantasmas do passado vem nos assombrar, Chanyeol. – Ele fala calmo.

— Não sou Jongin, estou perfeitamente bem com meus fantasmas, obrigado. – Chanyeol fala em tom irritado.

Ora, do que esse homem esta falando? Ele não sabe de nada do mundo fora deste quarto a cinco anos.

— Mudando de assunto, eu vim aqui fora de hora para lhe perguntar se quer algo de aniversário. – Jongdae sorri gentilmente, chamando atenção de Chanyeol que também sorri.

— Eu adoro aniversários e dessa vez quero algo de você Doutor. – Chanyeol apoia os cotovelos na mesa.

— Pois diga, farei o que esta ao meu alcance. - A fala do Doutor me faz fechar as notas do mesmo, nada de interessante até...

Chanyeol se levanta, dando a volta em seu quarto ele para e sorri para cada câmera visível por ele, parando na última que vigia a porta fazendo sua voz ecoar pelos auto falantes da sala onde eu o assistia.

— Quero que traga seu belo assistente para conversar comigo.