Querido professor escrita por mjrooxy


Capítulo 18
Injustiça




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Meu castelinho de cartas jazia no chão, completamente destruído. Aquele comportamento dela foi totalmente incoerente, se não me queria mais, para que chorar daquele jeito? Não fazia sentido nenhum, droga! Tanto que eu quis confrontá-la, até que, por fim, Hinata me contasse a verdade. Contudo, não tive forças nem para insistir em nós dois.

Agora, cá estava eu, chorando feito uma criança, que acabara de acordar de um sonho maravilhoso. Mas, a vida era assim, não era? Eu sabia, desde que meu coração começou a bater mais forte por ela, que aquele sentimento não me levaria a lugar nenhum. No entanto, por que se entregou a mim ainda ontem? Eu realmente pensei que pudêssemos ficar juntos, apesar da minha insegurança. Agora eu sabia que, se fui inseguro, era simplesmente por pressentir o que estava por vir. Quem disse que somente mulher tinha sexto-sentido? Eu sentia desde o principio que poderia perdê-la a qualquer momento. Aliás, será que se quer a tive? Naquela noite, mais do que nunca, as palavras do diretor da faculdade vinham muito vivas em minha mente, afinal de contas, ele tentou me alertar sobre os sentimentos de Hinata. Porém, perguntem-me se estava arrependido? A resposta era não e não. Eu não trocaria os momentos que tive com ela por nada nessa vida. Mesmo tendo sido chutado, no dia seguinte ao que fizemos amor, eu, ainda assim, preferia a chance de tê-la em meus braços, tão entregue e tão minha. Mesmo me sentindo usado, escolheria Hinata mil vezes mais. E, se ela voltasse aqui, querendo ficar comigo novamente, eu a aceitaria de volta e amanhã e depois. Não me importava em fazer papel de idiota, ou de ser chutado na sequência, se significasse mais tempo com Hinata.

Suspirei e senti as lágrimas descendo sem controle, quanto mais as limpava, mais eu chorava. Parecia enxugar gelo, tanto que, chegou um momento, que decidi não limpá-las mais. Eu poderia chorar, não poderia? Ou sofrer estava reservado somente às mulheres? Deitei-me no sofá, no mesmo em que Hinata cuidou de mim há algumas semanas e comecei a soluçar. Me sentia miserável, meu coração jazia totalmente quebrado. Eu só queria que aquela dor passasse, aliás, só queria que Hinata aparecesse em minha frente, com aqueles olhos lindos e me sorrisse. Dizendo que tudo não passara de uma piada — de muito mal gosto, por sinal — que ela me amava e por isso ficaríamos juntos.

— Idiota! - exclamei para mim mesmo e coloquei uma almofada sobre minha cabeça, tentando abafar meus pensamentos.

Era em vão.

Eu só pensava em Hinata.

Pior, eu não queria deixar de pensar nela, minhas lembranças eram tudo o que me restaram. Sem elas nada mais fazia sentido.

Vinte e nove anos: sem família, sem emprego e, agora, sem a mulher da minha vida.

— O que mais tirará de mim? - gritei para o nada, ciente de que estava perdendo o controle.

Beber, isso mesmo, eu iria encher a cara até cair. Tomaria o maior porre da minha existência! Levantei, decidido a encher a cara de saquê, mas, uma batida na porta impediu minha ação.

— Que diabos, quem é agora? - xinguei e fui até lá, pouco me lixando se estava com uma puta cara de choro e olhos vermelhos de drogado.

— Naruto? - eram Shion, Sakura e Sasuke.

Trio SSS.

Eu ri pelo meu pensamento idiota.

— Você está um lixo. - Sasuke disse, sempre muito observador.

— Não me diga. - ironizei e virei de costas. - Se vieram me trazer mais desgraça podem virar as costas e irem embora.

— Infelizmente o assunto é sério, Naruto. - Sakura tomou a dianteira. - Hina está adormecida no carro, ela está em choque, tudo porque alguém divulgou para toda a faculdade, uma foto, digamos, bastante ousada dela.

Arregalei os olhos.

— Quem faria algo assim? - esbravejei, já fulo da vida.

— Por isso que estamos aqui, é uma foto que apenas você tinha.

Senti até uma vertigem ao ouvir tal coisa.

— O que está insinuando, Sakura? - ralhei, me sentindo subitamente quente.

— Nada, eu sei que você jamais faria isso, Naruto... - explicou e o Uchiha a cortou em seguida.

— Preciso do seu celular, justamente para rastrear quem foi que te hackeou.

— Ah não! - murmurei, correndo em direção ao meu aparelho, que jazia largado no sofá.

Precisava confessar que namorei aquelas fotos por diversas vezes, me sentindo ainda pior, por saber que nunca mais a teria pessoalmente em meus braços.

Voltei com o celular e não queria entregar.

— Você vai olhar as fotos? - indaguei ao Sasuke que revirou os olhos em resposta.

— Claro que não! - exclamou e Sakura se empertigou. - Só preciso do celular para conseguir rastrear o IP de quem fez isso.

— Bom mesmo. - falei, olhando-o de esguelha.

— Naruto, sinto dizer que todos viram. - trinquei o maxilar ao ouvir a afirmação de Shion. - Por isso estamos aqui, Hinata estava muito perturbada. Precisei comprar um chá calmante para ela dormir, eu vou cuidá-la até que esteja melhor.

— Hinata... - eu nem conseguia terminar a pergunta. - Acha que foi eu?

— Não sabemos, ela não falava coisa com coisa quando saiu da faculdade e estava muito abalada. - Sakura emendou.

— Eu quero vê-la. - objetei.

— Acho melhor não, Naruto. - Sasuke interveio. - Se acordar, pode ficar pior por te ver.

— Não vou acordá-la, só quero vê-la, ok?

— Deixe-o, Sasuke. - Shion saiu em minha defesa.

Nem esperei confirmação, segui até o carro da Hinata, que eu já conhecia de côr, encontrando praticamente um anjinho adormecido e coberto no banco de trás. Senti como se milhares de adagas perfurassem meu coração, por que tudo aquilo? Eu só queria cuidá-la, nada mais! Abri a porta do carro silenciosamente, observando-a toda encolhida no banco, parecia dormir em paz.

— Obrigado. - agradeci aos três. - Obrigado por cuidar dela.

— Eu descobrirei quem fez isso e ele pagará caro. - Sasuke despejou.

— Se realmente é tão bom quanto dizem na faculdade, sei que fará. - o incentivei.

Acariciei os cabelos macios e incrivelmente escuros de Hinata, com muito cuidado para não acordá-la, suspirando logo em seguida. Cara, ela era linda demais! Me abaixei e deixei um beijo casto em sua testa.

— Eu não fiz isso, meu anjo. - garanti, mesmo que Hinata não pudesse ouvir. - Jamais faria nada para te magoar, acredite em mim.

Como se conseguisse realmente me ouvir. Hinata se remexeu no banco, no entanto, por sorte ou azar, não acordou.

Sorte, pois eu poderia me explicar a ela e vislumbrar aqueles olhos maravilhosos uma vez mais. Azar, se Hinata não acreditasse em mim e eu piorasse as coisas.

— Que merda! - esbravejei e Sakura tocou meu ombro.

— Hinata me contou tudo o que aconteceu, Naruto. - eu franzi o cenho. - Ela te ama.

— Então por que terminou comigo? - minha voz soou muito baixa.

— As coisas não são tão simples como parecem. - Shion completou. - Não temos o direito de falar nada, é uma decisão dela.

Assenti, ainda sofrendo com tudo aquilo.

— Promete que cuida da Hinata e descobre quem foi o infeliz que fez isso? - me dirigi à Sakura, mas o Uchiha que respondeu.

— Prometemos. - Sasuke afirmou, resoluto. - Já temos um palpite, eu só irei confirmá-lo.

— Tudo bem. - aceitei a contra gosto.

Eu nada poderia fazer, até tinha alguns contatos. Contudo, a fama de nerd do Sasuke era inigualável. E, Hinata, sendo a melhor amiga de Sakura, me dava uma certa segurança que, de fato, ele descobriria o verdadeiro culpado o mais rápido possível.

— Precisamos ir, o quanto antes eu procurar, antes acho o infeliz.

Assenti e os vi entrarem no carro, Shion foi dirigindo o carro da minha hime e Sasuke seguiu com Sakura em outro veículo.

Aquele dia não iria acabar nunca, quem ousou divulgar as fotos de Hinata daquela forma? A vontade que eu tinha, era esganar o responsável com minhas próprias mãos. Pior, ela me amava? Que diabos estava acontecendo na minha vida!


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