Panda sabia que as decisões de Celine costumavam ser absolutas e definitivas, contudo se surpreendeu ao descobrir que ela bloqueou ele e os irmãos em todas as redes sociais. Com o passar dos dias, visitaram o apartamento dela inúmeras vezes, mas o porteiro do prédio sempre dizia que ela não estava — mesmo quando sabiam que era mentira.

Celine impediu qualquer contato entre eles.

Para Panda, a atitude era muito estranha. Se ela realmente estivesse apaixonada por Pardo e Polar, jamais faria isso. Alguém apaixonado faz tudo para estar perto da pessoa amada. Ok, Celine achava que era a razão da briga deles e, bem, estava certa, mas ela devia estar arrasada com essa distância, então por que fazer isso a si mesma? Essa “paixão” não devia ser tão forte.

Ou era o contrário.

Celine gostava tanto de Polar e Pardo — talvez, até Panda — que preferia ficar longe deles a causar novas brigas. Essa perspectiva era... estranha, também. Assim como as atitudes de seus irmãos.

Após uma semana sem sinal de Celine, apesar do mal-estar, Panda se conformou com a situação. Porém, Pardo e Polar continuaram deprimidos. A forma de expressarem sua tristeza era complementar: Polar se distraía cozinhando enquanto Pardo afogava as mágoas na comida. Panda já fora rejeitado por alguns — muitos — interesses amorosos, mas nunca ficara tão persistentemente arrasado.

Que tipo de paixão era aquela?

Passados quinze dias sem Celine, Panda não aguentava mais tanta infelicidade. E culpa. Fora ele o catalisador de toda a confusão. Precisava concertar aquilo.