Filhos da noite 2 – Sozinha escrita por CM Winchester


Capítulo 3
Capítulo 2 - VAI SER 3 VEZES PIOR




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783932/chapter/3

Vesti uma blusa decote canoa roxa, uma calça boyfriend e calcei meu tênis da Nike preto com branco. Desci as escadas correndo, passei pela cozinha e fiz um chá de erva doce antes de seguir para a escola.
Assim que cheguei na escola encontrei com Simas.
— Você terá treino extra toda essa semana. - Ele avisou quando me viu.
— Ok. - Respondi.
— Você tem um violoncelo em casa?
Nora tinha um guardado no quarto dela. Mas eu não era muito fã de ficar pedindo as coisas dos outros emprestadas.
— Eu vou comprar um hoje. - Respondi e ele ergueu as sobrancelhas
Eu sabia que um violoncelo não era muito barato.
— Quer ajuda?
— Eu tenho dinheiro. - Avisei.
Se as pessoas soubessem da minha conta bilionária suspensa até meus 18 anos, ficariam impressionados. O advogado daria um jeito de abrir espaço para eu comprar um violoncelo. Ele mais do que ninguém sabia que era o sonho da minha mãe que eu tocasse.
— Ok. - Ele assentiu. - Nos vemos depois. - Ele sorriu e se afastou.
Fiquei observando suas costas antes de virar para o corredor. Fiquei esperando Nora pacientemente até que ela chegou atrasada.
— Obrigada. - Ela resmungou sentando ao meu lado.
— Achei que Patch iria te trazer. - Falei depois enruguei o nariz. - Desculpe.
Blyte havia vendido o carro de Nora para pagar 3 meses de luz que estava em dívida e colocar comida dentro de casa. Eu ficava super sem graça quando sabia que eu era uma "boca" a mais para comer. Disse que pegaria um emprego para ajudar nas despesas, mas ela não aceitou meu dinheiro já que tinha gastado todo o dinheiro que meus pais tinham dado a ela pagando conta.
Marcie se pendurou no banquinho a nossa frente.
— Qual o problema com o seu cabelo? O mousse acabou? A paciência? - Ela sorriu. - Ou foi por que teve que correr 6,5km para chegar aqui a tempo?
— O que aconteceu com esse nariz meio torto e esse roxo disfarçado em meio quilo de pó? - Devolvi para ela que me lançou um olhar mortal e eu sorri.
— O que aconteceu com ficarmos fora do caminho uma da outra? - Nora perguntou.
— Preciso de algo de você.
— É o seguinte, Marcie. Ambas sabemos que essa aula vai ser insanamente difícil. Deixe-me lhe fazer um favor e te alertar que ciência é a minha pior matéria. A única razão para eu estar na escola de verão é que ouvi dizer que química é mais fácil este semestre. Você não me quer como parceira. Não será fácil conseguir um 10.
— Pareço que estou sentada do seu lado pelo bem da minha média? Preciso de você para outra coisa. Semana passada consegui um trabalho. - Ela forçou um sorriso. - Eu arquivo no escritório principal. Um dos vendedores do meu pai é casado com a secretária do escritório principal. Nunca machuca ter conexões. Não que você fosse saber algo sobre isso. De vez em quando, um arquivo cai aberto e eu não consigo evitar ver umas coisas. Por exemplo, eu sei que você ainda não superou a morte do seu pai. Você está se consultando com o psicólogo da escola. Sei tudo sobre todos. Exceto sobre o Patch. Semana passada notei que o arquivo dele está vazio. Quero saber por que. Quero saber o que ele está escondendo.
— Por que você se importa?
— Ele estava parado na minha garagem na noite passada, olhando pela janela do meu quarto.
— Patch estava parado na sua garagem?
— A não ser que você conheça outro cara que dirija um Jipe Commander, veste-se só de preto e é super gostoso. - Nora e eu franzimos a testa juntas encarando Marcie.
Pelos seus pensamentos aquilo era verdade.
— Ele disse alguma coisa? - Nora perguntou.
— Ele me viu observando da janela e foi embora. Eu deveria pensar em conseguir uma medida cautelar? Esse é o comportamento normal dele? Eu sei que ele é desajustado, mas quero saber o grau de desajustamento. - Nora não respondeu. - Não tem problema. Há outras maneiras de se conseguir informação, como pela administração. Acho que vão fazer um estardalhaço por causa de um arquivo escolar vazio. Eu não ia dizer nada, mas para minha própria segurança... Ou pela polícia. - Ela bateu o dedo no lábio. - Um arquivo escolar vazio quase soa ilegal. Como que o Patch entrou para a escola? Você parece chateada, Nora. Estou na pista certa? - Ela sorriu. – Estou, não estou? Há algo mais aí.
— Para alguém que deixou claro que sua vida é superior a de todos os outros alunos desta escola, você com certeza tornou um hábito perseguir cada faceta de nossas vidas entediantes e sem valor. - Marcie ficou séria.
— Eu não teria que fazer isso se todos ficassem fora do meu caminho.
— Do seu caminho? Esta escola não é sua.
— Não fale comigo desta maneira. De fato não fale comigo e ponto. - Nora ergueu as mãos.
— Sem problema.
— E enquanto faz isso, saia. - Nora ficou olhando para o banquinho e Marcie ergueu as mãos. - Não é problema meu.
— Não vou sair.
— Não vou sentar do seu lado.
— Que bom ouvir isso.
— Saia.
— Não.
Todos já tinham tomado seus assentos. Fechei meus olhos não acreditando naquilo. Já ia ser difícil estudar no verão. Com Marcie era 3 vezes pior.
— Estou segurando um mapa de assentos vazio. - Sr. Loucks falou balançando um papel. - Cada um dos retângulos corresponde a uma mesa na sala. Escreva seu nome no retângulo apropriado e passe adiante. - Ele colocou o mapa na nossa frente. - Espero que gostem de seus parceiros. Ficarão oito semanas com eles.
— Que pesadelo. - Murmurei escrevendo meu nome no primeiro quadrado.
Ao meio dia eu dirigi até o Bistrô Enzo levando Nora comigo para encontrarmos Vee.
Estávamos cruzando o estacionamento quando Nora parou vendo um Volkswagen Crabriolet conversível branco com uma placa de venda por $1.000,80.
— Preciso de dinheiro. Preciso de um emprego. - Nora falou.
— É, mas ter um emprego significa que você realmente teria que trabalhar. - Vee falou. - Quero dizer, tem certeza que quer gastar o verão todo trabalhando por um salário mínimo? Você pode sei lá se exaurir ou algo assim.
Dentro do bistrô elas pediram café mocha gelados e eu pedi um chá gelado. Elas pegaram saladas apimentadas de noz-pecã e eu peguei um pedaço de torta de limão que era a minha preferida.
— Você está babando. - Vee falou passando o dedo no queixo de Nora.
— Por um acaso você não tem mil dólares para me emprestar tem?
— Eu teria. - Resmunguei. - Se liberassem me dinheiro. Por falar nisso. Já vou ter que implorar para poder comprar um violoncelo.
— Não sei quanto a você, mas estou pronta para as férias. - Vee falou empurrando o óculos para o alto da cabeça. - Mais oito semanas de espanhol. São mais dias do que eu quero pensar. Precisamos é de uma distração. Precisamos de algo que tirará nossas mentes desse período sem fim de educação de qualidade estirado à nossa frente. Precisamos fazer compras. Portland, aqui vamos nós. A Macy's está tendo uma grande liquidação. Eu preciso de sapatos, preciso de vestidos e preciso de um perfume novo.
— Você acabou de comprar roupas novas. No valor de duzentos dólares. Sua mãe vai ter uma hemorragia quando receber a conta do MasterCard dela.
— É, mas preciso de um namorado. E para conseguir um namorado você tem que ficar bonita. Não dói ser cheirosa também.
— Tem alguém em mente?
— De fato, tenho sim.
— Só me prometa que não é Scott Parnell.
— Scott quem? - Nora sorriu e eu franzi a testa.
— Viu? Agora estou feliz.
— Eu não conheço nenhum Scott Parnell, mas o cara em quem estou de olho por um acaso é gostoso. Gostoso do tipo acima da média. Gostoso do tipo mais-gostoso-que-o-Patch. Bem talvez não tão gostoso assim. Ninguém é tão gostoso. Sério o resto do meu dia é um fracasso. Ou Portland ou cai fora é o que eu digo. - Nora abriu a boca, mas Vee foi mais rápida. - Uh-oh. Conheço esse olhar. Você vai me dizer que já tem planos.
— Voltando para Scott Parnell. Ele costumava morar aqui quando tínhamos cinco anos. - Vee ficou em silencio. - Ele molhava bastante sua calça.
— Scott, o Mijão?
— Ele está voltando para Coldwater. Minha mãe o convidou para jantar hoje à noite.
— Estou vendo onde isso vai dar. Isso é o que chamamos de “conheça o bonitinho”. É quando as vidas de dois parceiros românticos em potencial se cruzam. Lembra quando a Deise entrou sem querer no banheiro masculino e pegou o Ernesto no urinol?
— O quê?
— Em Corazón, a novela espanhola. Não? Não importa. Sua mãe quer juntar você com Scott, o Mijão. Imediatamente.
— Não, ela não quer. Ela sabe que estou com o Patch.
— Só porque ela sabe, não quer dizer que ela está feliz com isso. Sua mãe vai gastar bastante tempo e energia transformando essa equação de Nora mais Patch igual amor, para Nora mais Scott igual amor. E que tal isso? Talvez Scott, o Mijão se transformou em Scott, o Gostosão. Você já pensou nisso?
— Podemos falar sobre algo ligeiramente mais urgente? - Nora falou. - Como o fato de que a nossa nova parceira de química é a Marcie Millar?
— Que vadia.
— Aparentemente ela está arquivando no escritório principal e ela olhou no arquivo do Patch.
— Ainda está vazio?
— Parece que sim já que ela quer que eu conte a ela tudo que sei sobre ele. - Vee se inclinou para perto.
— O que você sabe?
Nora ficou em silencio.
— Você está escondendo algo de mim. - Vee falou.
— Não estou.
— Está sim.
— Eu disse ao Patch que o amava. - Nora falou e Vee colocou as mãos na boca.
— O que ele disse? - Nora ficou em silencio. - Tão ruim assim? - Nora limpou a garganta.
— Me conta sobre esse cara de quem você está atrás. Quero dizer, essa é uma paixonite a distância ou você já falou com ele?
— Falar com ele? Eu comi cachorro quente com ele no Skype ontem no almoço. Foi um desses negócios de encontro às escuras e foi melhor do que eu esperava. Muito melhor. Para sua informação, você saberia disso tudo se tivesse retornado as minhas ligações ao invés de ficar se pegando com o seu namorado sem parar.
— Vee, eu sou a sua única amiga e não fui eu quem te arrumou ele.
— Eu sei. Foi o seu namorado. - Nora se engasgou e eu me afoguei com o chá.
— Patch te arrumou um encontro às escuras? - Nora perguntou.
Peguei um lenço e coloquei no nariz tentando limpa-lo por que o chá havia subido ao invés de descer.
— É, e daí? - Vee falou e Nora sorriu.
Teria sorrido se não fosse o fato do meu nariz estar ardendo.
— Achei que você não confiava no Patch.
— Não confio.
— Mas?
— Eu tentei te ligar para vetar o meu encontro primeiro, mas repetindo você nunca mais retorna as minhas ligações.
— Missão cumprida. Me sinto como a pior amiga do mundo. - Nora sorriu. - Agora me conta o resto.
— O nome dele é Rixon e ele é irlandês. O sotaque irlandês dele me mata. Sexy ao máximo. Ele é um tanto magricela considerando que eu sou robusta, mas estou planejando perder nove quilos esse verão então tudo deve ficar balanceado até agosto.
— Rixon? Não brinca! Eu amo o Rixon! - Nora falou. - Não acredito que você saiu com ele. Quero dizer, ele é o melhor amigo do Patch. Você odeia o Patch.
— Melhores amigos não querem dizer nada. Olha para você e para mim. Não somos nada parecidas.
— Isso é ótimo. Nós quatro podemos sair o verão todo. Na verdade seis. Já que Ben e ele também se dão bem.
— Uh-uh. De jeito nenhum. Eu não vou sair com o maluco do seu namorado, nada contra o Ben é claro. Não ligo para o que você me disse, eu ainda acho que ele teve algo a ver com a morte misteriosa do Jules no ginásio.
— Meninas, eu preciso ir. - Falei pegando minha mochila e meu celular.
— O que você vai fazer? - Vee perguntou.
— Comprar um violoncelo. E voltar para ter aula extra.
— Por que aula extra?
— Tenho um recital essa semana. Ainda não sei bem o dia. - Dei de ombros. - Nos vemos depois.
— Você vai ter aulas com o gostoso do Simas durante o verão todo?
— Durante essa semana sim. Depois vou pedir férias. Eu mereço isso.
— Duvido que ele aceite. Ele está caído por você.  Ben não vai gostar disso. - Enruguei o nariz.
— Até depois. - Murmurei me afastando.
Mas Vee tinha razão. Com o tempo Simas começou a se aproximar mais de mim. Não digo que ele fosse má companhia. Na verdade ele era uma ótima pessoa. Mas eu não o queria desse jeito.
Ele era só o meu professor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N.B.: Ele é só um professor ultra gato que esta caidinho por você Nikki kkkkk
Acho que já deixei claro meu descontentamento com a Vee, então, ranço kkkkk Ai ai, estou num ponto que nem sei se é direito do Ben ficar puto. Ainda mais por causa daquele início. Bjs, bjs. Fhany Malfoy
N.A.: Ranço da Vee. Muito ranço dela. kkkkkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Filhos da noite 2 – Sozinha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.