Nunca Serei - Extra escrita por AnnaP


Capítulo 1
Eu Prometo


Notas iniciais do capítulo

Segura que esses dois querem falar!



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— Sua mãe não vai achar que eu sou louca? – Perguntei para Edward, mostrando o amontoado branco na minha mão.

— Por que você está com um vestido mijado nos braços? Por que você viajou até a casa dela para queimar o vestido de um casamento que não aconteceu? Por-

— Todas as anteriores. – Interrompi, antes que ele adicionasse mais coisa na lista.

— Não, nós somos a família Cullen, não julgamos ninguém, somos bem normais por aqui.

— Diz aquele que responde pelo cachorro.

Amassei mais o vestido, e joguei dentro do latão que Edward havia rolado até o meio do quintal da casa dos pais dele. Embebi jornal em álcool, juntei alguns gravetos, e misturei tudo com o vestido. Acendi os palitos de fósforo e ateei fogo em tudo. Sem arrependimento. Parecia um rito de passagem, ou alguma coisa assim.

Ficamos de pé lado a lado assistindo as labaredas dançarem. Em um segundo, eu estava encantada com as luzes e as sombras, no outro, foi demais para mim e eu comecei a chorar. Edward colocou meus braços em volta da cintura dele, e me puxou para si. Era impossível não comparar o carinho que ele tinha por mim com o modo frio de Jacob. E aí eu chorei mais ainda.

Começou como um choro de alívio por eu, finalmente, ter tido coragem de me libertar da família Black. Depois, passei pela fase da tristeza, pensando em tudo o que eu engoli esses últimos meses. O ódio foi o seguinte, por ter sido enganada por Jacob. Edward deve ter sentido que eu fiquei tensa, porque ele passou a beijar minha cabeça, sussurrando que tudo ia ficar bem. Nesse momento eu relaxei, e veio o choro de felicidade. Eu estava me sentindo segura, querida, apoiada, e eu sabia que era forte sim, que eu podia ser dona da minha vida e escolher o que era melhor para mim.

Fiquei aconchegada a Edward por um longo tempo nessa transição de choro.

— Eu fui um fracasso por uma semana tentando fazer você mudar de ideia. Bruce só precisou ser um penetra fofo que comeu um enfeite da Igreja. É agora que você me conta com detalhes o que realmente te fez desistir? – Edward perguntou.

Finalmente resolvi respirar fundo e devolver a mobilidade aos nossos braços. Caminhamos até a escada na frente da casa e nos sentamos para conversar.

— Você. Bruce. Eu. Quando Jacob xingou Bruce, eu só queria quebrar a cara presunçosa dele. O ódio que eu senti foi gigante! Mas eu não sabia qual seria a reação do Bruce, fiquei com medo dele avançar em Jacob e se machucar. Talvez ele não fizesse nada, e eu perdi a oportunidade.

— Bruce ia te defender, ele não gosta de brigas.

— Como alguém tem coragem de não gostar de um ser que não faz mal a ninguém? Se ele estava tratando Bruce daquela forma, o que ele faria comigo depois que cassássemos? Demorei demais para acordar. Eu infelizmente puxei a minha mãe, estou sempre esperando o melhor das pessoas, sempre arrumando justificativas para o comportamento delas.

— Percebi isso quando você confiou em um completo estranho e começou a contar a sua vida. Sorte sua que esse estranho era eu. – Edward abriu um sorriso orgulhoso.

— Você realmente quer ouvir isso?

— Você está aqui agora, Cisne, alguma coisa deu certo. Então, sim, continue.

— Eu fui para o parque para não pensar no casamento. E consegui, eu só pensava em você. Mas como eu ia desistir de tudo por alguém que eu não conhecia? Jacob também já foi bom para mim. Não do jeito que você é, do jeito dele, mas foi. Ele não estava sendo bom agora, mas pelo menos eu o conhecia. Ou achei que conhecesse. A minha vida ficou muito mais leve nessa uma semana que eu passei com vocês. E eu quase nem vi Jacob. Foi praticamente uma desintoxicação.

— Diferente não ser o vício de alguém, e sim a rehab. – Edward riu da própria piada. – Mas me ignore, continue.

— Quando finalmente cheguei ao altar, eu estava me sentindo sufocada. Parecia que eu era outra pessoa, que Jacob era outra pessoa. Quando ele começou a se preocupar mais com a cerimônia do que comigo ou com Bruce, eu só queria sair dali e correr o mais longe possível dele. E para perto de você. Então, eu fiz.

— Antes tarde do que nunca.

Concordei com Edward e continuei a falar.

— Melhor coisa que eu fiz na minha vida. Eu estava andando por aí com Bruce, vestida de noiva, sem remorso nenhum. Minha única preocupação era saber como você estava e juntar vocês dois. Mais nada.

— Agora, você só precisa se preocupar em ser feliz.

Edward segurou meu rosto e se inclinou para um beijo. Eu amava os beijos dele, porém, sempre ficava com vontade de ir além.

— Nós podemos voltar para casa agora? Por favor.

— Tentador, mas não quer entrar e conhecer o meu pai?

— Você falou que não tinha ninguém em casa! – E eu não estava mais tão animada a ficar aos beijos com Edward na porta da casa dos pais dele. – Por isso você deixou Bruce lá dentro, porque tem alguém para ficar com ele.

— Você entendeu errado, eu disse que a minha mãe não estaria em casa.

— Eu vou jogar você no latão.

— Bella, eu conheci sua família na festa do seu casamento que não aconteceu. Você estava usando as minhas roupas. Estava com os cabelos molhados. Entrou de mãos dadas comigo. Ninguém estava entendendo nada, e você só sabia sorrir e dizer que outro dia explicava, para aproveitarmos a festa.

— Você não imagina as teorias que eles estão criando.

— Alguém acha que eu era um cachorro que virou gente? – Ele perguntou, muito feliz com a teoria.

— Meu Deus, espero que não! – Fiz uma pausa e olhei para ele. – Que nojo, Edward!

— Não! Você entendeu errado! Nós quase entramos em um papo sobre zoofilia por causa de ontem, e você não quer dar alguns passos e conhecer o meu pai?

— Nós nunca quase entramos em papo sobre zoofilia. – Belisquei o braço dele. – E nem vamos entrar.

— Merda, esquece. Mas eu juro que você vai ser bem tratada aqui. Talvez antes eu deva avisar que ele sabe de tudo. – Edward soltou, e olhou para o outro lado.

Coloquei a mão no queixo dele e o fiz virar de volta.

— Que tudo, Edward?

Foi a vez dele discursar.

— Contei para eles que eu estava passeando com Bruce no parque e o maluco se jogou em uma moça muito simpática que estava sentada no gramado. A moça, que eu vim saber depois se chamar Bella, estava com um olhar vago e meio triste, mas não se aborreceu com Bruce. Pelo contrário, depois que ele apareceu, ela não deixou de sorrir um segundo. Passou o resto do dia não deixando ele dormir enquanto fingia conversar comigo.

— Deixa de ser ciumento.

— Continuando. Contei que eu me encantei por ela naquele dia, e que fiquei puto quando me contou que se casaria em uma semana. Eles mandaram eu ser responsável e não fazer besteira.

— Tipo fazer eu trair meu noivo?

— Eu nunca faria você ficar comigo dessa forma. Eles sabem.

— Ok.

— Dia seguinte contei que te encontrei de novo. Eles riram quando eu contei que te chamei de linda. E perguntaram o que eu tinha feito para você dizer que eu era lindo também. Se eu tinha provocado.

— Você não tem amigos? Você contou tudo para os seus pais?

— Eles perguntaram, eu não sei mentir. Depois expliquei que você não estava feliz em se casar, e que eu fui seu ouvinte. Não dei nomes, mas a minha mãe viu alguma coisa em algum lugar e ligou os pontos. A partir daí, ficou muito pessoal, eles perceberam que eu ficava desconfortável em falar sobre você e não perguntaram mais.

— Então eles não sabem tudo.

— Eu liguei para eles enquanto você estava no banho ontem, para contar que Bruce estava de volta e, bom, contei o que faltava.

— Eles não brigaram com você por eu ter fugido no meio do casamento?

— Claro que não. Eles estavam torcendo por você. E por mim. Minha mãe se derreteu toda porque você defendeu o neto dela. – Ele rolou os olhos.

— Eles parecem ser maravilhosos.

— Eles são, Cisne.

O que eu tinha a perder conhecendo os pais dele? Nada!

— Que horas a sua mãe está de volta?

— Logo.

— O que você disse para ela quando ligou mais cedo?

— Sobre?

— Sobre o Brexit. – Empurrei-o no ombro. – Sobre a gente.

— Nada. O poder é todo seu. Eu só quero o que é melhor para você, Cisne. Se eu tiver que esperar, é o que eu vou fazer.

Depois de tudo pelo que passei, era de se esperar que eu estivesse com um pé atrás e pensando em focar só em mim. Mas Edward fazia ser muito difícil não querer estar com ele.

— Eu quero você. Eu gosto de como eu me sinto quando estou com você.

— A mim? Tem certeza? Seus critérios são tão baixos assim?

— Bobo. Você faz bem para mim, Edward.

— Não querendo me gabar, mas eu sei. Você realmente parecia bem triste no dia que nos conhecemos.

— Eu estava. Mas agora... – Respirei fundo e apontei para o latão com o vestido pegando fogo. – Eu estou bem.

— Se quiser me avisar desde agora sobre uma possível piromania, por favor, fique a vontade.

Eu amava a capacidade de Edward de deixar os momentos mais leves. Era tudo o que eu precisava depois de viver com tanta pressão.

— Obrigada, Edward. – Puxei seu rosto e o beijei. – De coração. Por tudo.

— Agradecimentos não são necessários. Coloque sua felicidade acima de tudo, Bella. Apenas prometa que você vai ser feliz agora.

— Eu prometo.

Edward beijou minha testa antes de levantar e esticar a mão.

— Vamos entrar, Cisne. Preciso esconder os álbuns da minha infância antes que a minha mãe chegue.

— Não faça isso! Eu preciso ver o bebê Edward para ser feliz. Por favor, você me fez prometer!

— Eu criei um monstro.

— Com certeza!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha valido a pena! Muito obrigada a todos e a todas que acompanharam a drabble, e que deram uma passadinha aqui!

Não acho que voltarei por aqui. Como eu disse lá na drabble, essa história estava na minha cabeça faz tempo, e ela nunca passava do dia do casamento. Foi um milagre esse extra ter saído!
Mas, qualquer coisa eu aviso lá no twitter @AnnaP_AP

Até!



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