Harry escrita por Rose blu


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu escrevi essa one shot pro jilytober e foram tantas emoções, foi incrível pra mim escrever um pouco sobre jily com o Harry bebê. Espero que gostem ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783562/chapter/1

Harry



 “Você é perfeito, e tem os olhos da sua mãe” naquela manhã de quinta-feira em Godric's Hollow, essa foi a primeira coisa que James Potter disse ao seu filho, após vê-lo nos braços de Lily.

 Ele era um pequeno ser enrolado em uma mantinha, com os cabelos pretos bagunçados e feições iguais as de James, mas ao encarar os enormes e curiosos olhos verdes naquele ser tão pequeno enrolado por uma manta branca, ele não poderia deixar de ser o primeiro a comentar isso.

— Ele parece muito com você. — Lily comentou cansada, mas a felicidade que a transpassava no momento era maior que tudo. — Eu pari literalmente o mini prongs.

 Mas James não a escutava, ele encarava o filho e então de súbito, levantou os olhos para a esposa a sua frente e pôs uma de sua mechas ruivas atrás da orelha dela, por fim dando um beijo na testa um pouco suada dela.

 A ideia de estar ali, no mesmo quarto que o amor de sua vida segurando o fruto desse amor era maior do que qualquer sonho que Lily Potter já havia tido, e ela sabia, que maior que qualquer um que James já teve também.

— Eu posso segurá-lo? — James perguntou com medo, será que podia segurar o bebê? Ou tinha alguma coisa de vínculo materno a ser criado que ele não podia quebrar?

— Claro que sim. — Lily se ajeitou nos travesseiros, então entregando o bebê ao marido e finalmente relaxando na cama. — Já parou para pensar que agora, para sempre metade de cada um de nós estará nesse serzinho?

— Acho que cada uma das vezes que beijei sua barriga enquanto estava grávida, quando sonhei como seria nós três juntos em um retrato sobre a lareira ou quando você me contou que estava esperando um bebê nosso, em nenhum desses momentos eu pensei que seria tão maravilhoso assim. — James disse sincero e segurando as lágrimas. — Eu te amo tanto, Lírio.

— Eu te amo tanto Jay.

 Então o bebê em seu colo estendeu a pequena mão gordinha e agarrou no dedo que James o estendeu, então o agora mais velho dos homens Potter se sentou novamente na cama ao lado de Lily e enquanto ainda encarava o filho, disse:

— Eu vou te ensinar quadribol, nós vamos deixar a sua mãe louca pela bagunça na casa, vou te levar para passear e brincar com você em casa nos dias chuvosos, estarei lá para ver sua primeira palavra e seu primeiro passinho, irei estar com você no seu primeiro dia em Hogwarts e estarei no seu casamento, talvez você seja como eu e o seu avô e se encante por ruivas, que tal? Eu vou te decepcionar e ser uma pai meia boca as vezes, mas darei o meu melhor sempre, eu te prometo, Harry.

— Você será um pai maravilhoso. — Lily disse beijando a bochecha de James e deitando a cabeça em seu ombro para também encarar o filho, lembrando de momentos antes do marido entrar no quarto, enquanto tinha uma conversa parecida com o filho. — Então é isso? O nome será Harry mesmo?

— Ah, por Merlin, Lily. Me perdoe, ainda não decidimos totalmente, né? — O Potte pareceu culpado por um instante e a ruiva não pode deixar de achar fofo.

— Não, eu gostei. Harry James Potter, soa incrível. — Ela proferiu o nome do filho como se fosse uma oração.

 James tirou os olhos do filho e encarou os olhos igualmente verdes da esposa que se viu  obrigada a tirar a cabeça do ombro do marido.

— Obrigado por me dar uma família. — Ele era honesto.

— Não precisa me agradecer, eu que te agradeço por me dar uma família linda. — Ela retrucou com uma lágrima escorrendo de seu olho direito.

 Então em um beijo singelo e que dizia tudo que eles não conseguiam pôr em palavras no momento, ambos selaram aquilo, que era o começo perfeito da família deles.

 James, Lily e Harry, a família ideal deles.

 

***

 

— Eu não sei o que fazer, James. Me desculpe se eu não sou perfeita. — A voz de Lily Potter poderia ser ouvida de cada canto da casa, mas bem ali, do lado de fora do quarto de seu filho e com James, ela era bem mais alta estridente.

— Eu também não sei o que fazer. — James disse cansado tirando os óculos do rosto e se encostando na parede.

— Então porque está gritando como se houvesse um culpado? — A ruiva questionou indo até o marido e o abraçando, pode ver que ele estava chorando, mas nenhum dos dois disse nada por um instante, apenas ficaram abraçados.

 Há quase vinte minutos atrás, James percebeu que Harry de apenas 5 meses estava mais quente que o normal, desde então, a casa dos Potters havia virada uma confusão de gritos e preocupações, onde nenhum dos jovens pais sabia o que fazer e achavam que gritar um com o outro resolveria algo.

— Vamos dar um jeito, ok? — Lily pronunciou ao se afastar do marido apenas o suficiente para encará-lo e segurar seu rosto entre suas mãos, então quando ouviu um leve “uhum” vindo do moreno, ela sorriu para ele, mesmo não se sentindo confiante.

— Acho que o Remus deu para gente um livro sobre bebês, talvez tenha algo nele. — O homem falou entre um suspiro e outro.

— Brilhante, vou pegá-lo. — Então a ruiva se separou de vez dele e sumiu pelo corredor.

 James se encostou na parede se sentindo impotente, cobriu o rosto com as mãos e respirou fundo, tendo a sensação que era o pior pai do mundo.

 O homem encarou a porta fechada e a abrindo com cuidada, deu uma espiada no filho que dormia inquieto, ele já havia chorado, mas parecia cansado e voltou a dormir, porém não parecia o mesmo sono tranquilo de sempre. Passando um dedo pela testa do filho e se preocupando com a quentura, então apenas desejou que sua mãe estivesse ali para ajudá-los.

— 38, 5? Sério, Harry? Você quer matar a mim e a sua mãe do coração? — Ele brincou e encarou o pequeno aparelho trouxa ainda no berço que Lily havia usado para medir a temperatura de Harry. — Me perdoe por sermos pais tão perdidos, é que você é o nosso único filho.

— Voltei. — Lily anunciou sua presença com cuidado, viu o marido se virar com um medo crescente nos olhos. — Eu encontrei algumas respostas.

— Por Morgana, não sei o que faria se Remus não tivesse nos dado esse livro.

— Nem eu, bom, as recomendações é para que déssemos um banho morno nele, depois o deixar com poucas roupas e repousando, acho que farei um chá para ele, minha mãe me dava um na infância. — Lily disse calma tirando com cuidado o filho do berço.

— Poucas roupas? É inverno, Lily. — James comentou exasperado.

— Acha que eu não sei? Olha…

— O nosso filho vai congelar. — O medo parecia ter voltado com mais força ao homem que agora passava as mãos nervoso pelo cabelo.

—  James, confie em mim. O nosso Harry vai ficar bem, vamos deixar as janelas fechadas e ele vai ter tomado um banho morno, além de que você acha mesmo que eu ficaria em qualquer outro lugar que não aqui, junto ao nosso filho, na primeira vez em que ele fica doente? — Ela disse tudo de uma vez fazendo seu marido se calar e repensar, ambos ficariam ali, Harry estaria bem.

— Segure o Harry. — A ruiva entregou o bebê ao moreno que o pegou um tanto atrapalhado, mas em seguida, firme. — Fique com ele e depois tire a roupinha dele, eu irei preparar o banho e farei o chá de casca de salgueiro-branco.

— Temos isso em casa? — James indagou confuso.

— Gosto de estar preparada.

 Dando um beijo na testa do filho e dirigindo um olhar de encorajamento a James, a Potter saiu do quarto para aquecer a água, ele não faria nenhuma bobagem com o filho deles, certo? James foi um bom pai até agora, não vai derrubá-lo ou algo assim, certo? Certo.

 Lily estava voltando com a chaleira com a água morna flutuando ao seu lado com a ajuda da varinha e ao entrar no quarto do filho, encarou o marido com Harry no trocador chorando.

— Não chora campeão. Por favor, olha só, presta atenção no papai. — Então, como se por mágica, Harry passou a encarar James e tentar se acalmar, ele ainda chorava, mas parecia focado no pai. — Eu nunca fui pai antes, assim como sua mãe nunca foi mãe, mas uma coisa que nós temos em comum é que nós amamos ela. A mamãe parece cansada, além de que estamos os dois preocupados com você, então acho que você podia aproveitar esse lindos olhos verdes e olhar para mamãe enquanto sorri, porque talvez ela se sinta melhor e então cuidamos melhor de você, que tal?

 Lily deixou que as lágrimas escapassem e encarou enquanto James tirava a última peça de roupa de Harry, por fim o pegando no colo e colocando contra o peito, agora ele já não chorava mais e quando Lily se aproximou com cautela, com o marido ainda de costas para ela e apenas Harry a encarava, ele fixou os enormes olhos verdes nos dela e riu, um riso atrapalhado e fofo de neném, que era a coisa mais perfeita do mundo. O que James havia pedido tinha funcionado, afinal.

— Parece que a mamãe voltou. — O Potter, com os cabelos mais arrepiados do que quando ela o deixou ali no quarto, se virou para ela e sorriu também, ele tinha o mesmo sorriso que Harry, ela fez questão de notar.

— Eu coloquei a chaleira no fogão, depois misturei com um pouco de água da torneira pra ficar da temperatura certa. Acho que é bom que você saiba, caso ocorra alguma emergência futura. — Lily disse limpando o resto das lágrimas e sorrindo também.

— Claro. — Ele disse apenas, então Lily andou até a banheira de Harry e despejou a água. James se aproximou e estendeu Harry a ela. — Acho melhor você faça isso.

 A ruiva concordou com a cabeça e pegou seu filho nos braços, encarando de perto a coisinha minúsculo que Harry ainda era. Então o mergulhou na água morna e pequeno parecia no paraíso, era quase um peixinho.

— Você vai ficar bem, meu amor. — Lily disse enquanto molhava Harry e desejava que aquilo desse certo.

 Durante isso, James tentou juntar coisas como o shampoo, condicionador, toalha e escolher uma roupinha confortável para que Harry dormisse, ele realmente não sabia como vestir o próprio filho.

 Após o banho e vestido, Harry apagou como uma televisão velha que não ficava mais ligada. Então naquela noite foi fácil colocá-lo novamente no berço, enquanto notavam que a temperatura dele estava um pouco mais baixa e esperava que ele continuasse a melhorar, poderiam levá-lo ao hospital quando não fosse mais 2:47 da manhã.

 Ao se sentarem os dois encolhidos e um meio em cima do outro na poltrona ao lado do berço, ambos pareceram finalmente relaxar, se permitiram dar as mãos e James depositou um beijo na testa de Lily, foi uma longa noite e eles torciam para que melhorasse, afinal, não haviam se saído tão mal juntos.

 

***

 

 Aquele dia começou como todos os outros na casa dos Potters, tudo estava bem naquela manhã, até que Dumbledore chegou com notícias.

 As coisas não estavam melhorando no mundo bruxo, o número de mortes só aumentava cada vez mais, a vida não era fácil para nenhum nascido trouxa, na verdade, para ninguém que se opusesse a Voldemort. O medo só crescia e no momento, o de Lily também.

 Lily segurava Harry no colo, embalando a pequena criança, ela já dormia a um tempo, mas a ruiva parecia incapaz de largar o filho, como se respirar dependesse de manter a criança ali, segura em seus braços.

— Eu acho que ele já dormiu. — A voz de James rompeu o silêncio do quarto, o homem entrou no ambiente com um sorriso no rosto, iluminando tudo.

— É. Eu não consigo deixar ele ir, James. — A ruiva estava em pé ao lado do berço e logo sentiu os braços do marido a rodearem e o viu encara Harry atráves da armação do óculos.

— Ele só vai estar no berço, bem ali do nosso ladinho. Nada de mal vai acontecer a ele, Lily.

— Como você pode ter certeza? Nosso mundo está em guerra agora, nós só temos um ao outro. — As lágrimas já escorriam livres pelo rosto da Potter que encarava o filho. — Quem vai cuidar do Harry? Quem irá garantir que ele está se sentindo amado? Quem vai garantir que ele se sente seguro?

— Nós iremos, daremos um jeito Lily. — O homem se soltou da esposa e ficou de frente para ela, levantando seu rosto até que conseguisse ver suas íris verdes. — Nós não iremos desistir, não até o Harry ter o mundo seguro que ele merece crescer, onde as pessoas não terão medo de um nome.

— E se não conseguirmos? E se eu for uma péssima mãe, James? E se ele me odiar? E se em 30 anos ele achar que seria melhor se outra fosse sua mãe. — O pequeno Harry ainda dormia tranquilo e mesmo sem saber, ele era a âncora que estava mantendo Lily no lugar.

— Conseguiremos sim, porque você é a mulher mais forte que eu conheço, nunca abaixou a cabeça diante ao perigo e não é agora que irá desistir. Nós iremos proteger o Harry e ele ficará seguro, confie em mim.

 Repousando a mão sobre a cabeça do filho ainda adormecido, James abaixou a cabeça para alcançar os lábios da esposa, deixando ali um beijo terno que logo evoluiria para algo mais. Harry ainda estava ali no meio deles, então aquilo não passaria de um beijo, mas era um beijo quente e carregado de emoções. A boca de Lily parecia ser um refúgio para James, ele sentia que tudo estava exatamente onde deveria estar e a Evans finalmente se sentia segura, beijando seu marido e tendo seu filho no colo.

— Acha que já podemos colocar ele no berço? Está tarde, ele não pode ficar no seu colo para sempre. — James disse ao se separar da esposa, colocando uma mecha do cabelo dela atrás de sua orelha.

— Acho que você tem razão. — Mas agora parecia não ser Harry a não concordar com isso.

 O pequeno acordou aos poucos, logo as orbes verdes em seus olhos encararam Lily e em questão de segundos, elas estavam marejadas e o pequeno chorava.

— Acho que alguém está com fome. — James comentou inutilmente, fazendo com que a esposa o encarasse séria.

— Vou amamentar ele, deve voltar a pegar no solo. — A ruiva caminhou até a poltrona ao lado do abajur que tinha no quarto do Harry.

 James Potter encarou por um tempo a esposa amamentando o filho deles, e ali, em um pequeno quarto, em uma casa que era um refúgio em meio a guerra, com uma família que ainda estava aprendendo a ser uma família, James nunca se sentiu tão feliz, saber que tinha os dois grandes amores de sua vida bem ali junta ele, sabia naquele momento que seria capaz de lutar até a própria morte para garantir que Harry tivesse o mundo que merecia, que ele conhecesse o verdadeiro amor, que o amor o salvasse como o mais velho dos homens Potter sentia que o amor havia feito com ele. Tudo ficaria bem, de uma forma ou de outra, no fim, Harry acabaria bem e eles para sempre seriam uma família.

— Eu amo vocês. — Ele proferiu solene e Lily Potter o encarou.

— Também amamos você.

 

***

 

 Nenhuma noite desde o nascimento de Harry pareceu tão difícil quanto aquela, a primeira vez que sairia com James e deixaria seu filho sozinho com Sirius e Remus.

Harry já tinha quase 1 ano e ela e James já haviam passado muitas noites juntos depois do nascimento dele, mas nunca uma sem poder vê-lo, caso ocorresse algo. Querendo ou não, ainda havia uma guerra ocorrendo no mundo bruxo e os Potters, tinham grandes alvos pintados em vermelho bem nas suas costas, então seria nada grandioso. Um jantar romântico preparado nos fundos da casa, com feitiços de proteção, enquanto Padfoot e Moony cuidariam de Harry no quarto da criança, não estaria a horas de distância do filho então porque tinha um aperto no coração.

 Remus insistiu que eles precisavam de um tempo a sós, querendo ou não, desde que Lily ficou grávida, tudo girou em torno dessa criança, garantir que ela ficasse segura, que ela crescesse em um mundo com paz e que conhecesse o que era o amor, precisava de uma noite ao lado do marido. Terminando de passar o batom, Lily deu uma olhada no espelho, quem diria que após Harry, seu corpo voltaria ao normal? Desviando de todos os brinquedos de Harry que estavam espalhados pelo chão de seu quarto, principalmente da vassoura de brinquedo que James insistiu em comprar, a ruiva rumou em direção a sala de estar no andar de baixo da casa.

— Você está… É a pessoa mais bela que já vi em minha vida. — James disse se embolando com as palavras, logo após se levantar do sofá.

 Lily sorriu encabulada, não lembrava a última vez que havia passado maquiagem e colocado aquele vestido, James vestia uma calça e uma camisa social, que fazia com que Lily se lembrasse do tempo deles em Hogwarts. No sofá ainda estavam Sirius e Remus, o segundo segurava Harry no colo e o pequeno tinha uma bola na mão, se assemelhava a um balaço de pelúcia. Seu marido se aproximou e segurou sua mão, fazendo com que ela descesse os últimos dois degraus da escada, então quando ele rodeou sua cintura com as mãos, a trazendo mais para perto até que ela sentisse a respiração dele em sua pálpebras já fechadas, Lily Potter se sentiu a mulher mais sortuda do mundo. Então finalmente os lábios de James encostaram nos delas e ambos começaram um beijo que dizia tudo, porque cabia o mundo dentro dos braços e no beijo de James Potter, os lábios quentes e doces que mostravam que a vida poderia ser fácil e bela. Romper aquele beijo foi uma das piores coisas da vida de Lily.

— Você está linda, Lily. — Remus disse com simplicidade, se levantando do sofá junto a Harry.

— Realmente belíssima, eu apenas limparia o batom vermelho borrado. — Sirius comentou, em seguida passando a mão pelo que devia ser a enésima vez nos cabelos do afilhado.

— Nós já vamos… Bom… Estaremos no quintal caso precisem de algo. — Lily comentou limpando onde Sirius havia informado e segurando a mão de James, então indo até o filho e depositando um beijo em sua cabeça. — Até Monny, Pads.

— Cuidem bem do nosso filho, te amamos Harry. — James quase gritou, enquanto era guiado por Lily.

 O espaço atrás da casa dos Potters agora acomodava uma pequena mesa com duas cadeiras e algumas velas flutuantes ao redor gerando a iluminação perfeita, a comida já estava nos pratos e tinha um pequeno vaso com lírios, com certeza um detalhe feito por Remus.

— Está simplesmente perfeito. — A ruiva comentou emocionada, James a abraçou por trás depositando um beijo em seu pescoço.

— Me daria a honra de uma noite ao seu lado com um belo jantar feito por três dos marotos?

— Será um prazer. — Ela falou para então girar nos braços de James e rodear sua cintura com as mãos.

— Eu te amo tanto, obrigada, por cada momento, mesmo que pequeno. — Então com um beijo suave, eles terminaram aquela conversa.

 James guiou a esposa até a mesa, onde puxou uma cadeira para que ela sentasse e se acomodou na cadeira ao lado dela na mesa.

— Então é isso? Em quase um ano a gente vai poder fazer uma refeição inteira sem se preocupar com o Harry? — James falou encarando o próprio prato como se a ideia fosse completamente absurda.

 Lily riu, a ideia de que por algum momento seriam dois e não três, fosse impensável. Logo após o casamento sim, eles foram definitivamente um, mesmo que em dois corpos diferentes, mas desde o momento em que a existência do Harry foi descoberta, tudo virou sobre ele. Então algo ser novamente sobre eles, era algo novo. James segurou a mão da esposa sobre a mesa, fazendo pequenos círculos com o polegar na mão dela.

— Eu te amo, James. Eu não sei se falo isso o suficiente no dia a dia, mas eu te amo. Cada dia com você desde Hogwarts, ver você sendo o melhor pai que o Harry poderia ter e ainda ser um marido perfeito, eu… — Mas o mais velho dos homens Potter apenas a calou com um beijo, que apenas queria dizer que não era necessário dizer tudo aquilo, porque James Potter sempre faria o máximo por sua família.

— Você demonstra o suficiente, meu Lírio. Eu te amo tanto. — A ruiva encarou por um momento suas mãos ainda unidas e sorriu, limpando uma lágrima que escapou.

— Acho que temos que comer ou o jantar irá esfriar.

— Ótima ideia, apenas fica uma dúvida, quem fez, Padfoot ou Monny? — James levantou uma sobrancelha para a esposa enquanto questionava isso.

 Então ali estava, aquela química inegável que tantos comentavam, porque James fazia Lily rir, e Lily tornava o mundo mais leve para James para que ele pudesse fazer piadas.

— Moony, com certeza. — A ruiva comentou dando a primeira garfada no jantar e sentindo uma explosão de sabores na boca, tão perfeito.

— Vinho? — Lily concordou quando o marido ofereceu e ele serviu a ambos, em um acordo mútuo de tornar aquela noite incrível.



 Os lábios de James estavam em seu pescoço, suas mãos pareciam percorrer todo o corpo de Lily, que apenas se sentia quente e vulnerável no momento. Um suspiro alto saiu dos lábios da ruiva e então o moreno a encostou na parede da casa, enquanto se voltava para o lábios da esposa.

 Como haviam chegado aquele ponto, nunca saberiam, mas realmente se importavam com isso? A mulher tateou a abertura da porta atrás de si, ao alcançar a maçaneta da porta dos fundos, ela apenas a abriu puxando o marido para que não parassem o beijo.

— Perdão, eu e o Harry atrapalhamos? — Sirius apareceu segurando Harry no colo e com uma mamadeira na mão, parecia realmente estar amando aquilo.

 Os Potters, que a essa altura já haviam interrompido o beijo, se viraram para o filho que os encarava com os enormes olhos verdes ainda sem compreender o que estava acontecendo. Lily sentiu o rosto inteiro esquentar e então foi em direção ao filho.

— Me dê ele Pads. — Harry pareceu feliz em estar no colo da mãe, logo se entretendo com os longos fios ruivos dela.

— Certeza? Porque eu posso voltar para sala com ele e vocês vão logo para o quarto. — O Black sugeriu, James o encarou com deboche indo então até a esposa e o filho.

— E você meu amor? — Lily falou, fazendo com que Harry desviasse o olhar para o rosto dela e sorrisse. — Gostou a noite com o seu padrinho?

 Lily e James tentavam há algumas semanas fazer com que Harry falasse sua primeira palavra, com uma pequena discussão se seria papai ou mamãe.

— Gostou, certo? O Pads é ou não é, um padrinho incrível? — Sirius se gabou, passando a mão pelos cabelos tão rebeldes quanto os do melhor amigo.

— Pads. — Harry falou, simples e meio embolado, mas falou.

 A primeira palavra do menino havia sido o apelido do padrinho. Lily e James o encaravam em choque, enquanto Sirius sorria grandiosamente.

— Fala de novo Harry. — O Black pediu e quando o menino voltou a repetir “Pads”, ele apenas levantou os braços em sinal de vitória.

— Como assim? Meu filho me odeia? — Lily questionou finalmente saindo do torpor e olhando do filho ao marido. — Eu tô tentando a semanas e o Sirius….

— Calma, meu Lírio. Ele logo vai falar mamãe, ele também não falou papai ainda. — James falou colocando as duas mãos sobre os ombros da esposa e beijou sua cabeça.

— Fala mamãe Harry. — Mas nada, o menino permaneceu calado. Então o Black apenas saiu de fininho da cozinha.

— Fica calma meu amor. — Infelizmente, a ruiva não conseguiu deixar de sentir aquela pontinha de tristeza.

 

 Mal esperava Lily que mais tarde, quando colocasse Harry entre ela e James na cama, ela veria a pequena criaturinha que tanto amava a encarar com as íris verdes brilhantes e sussurraria um simples “mamãe” que encheria o coração de Lily da mais pura e completa felicidade, então ao encarar James que sorria encantado, ela apenas beijou a bochecha do filho que logo falou “papai”, se mostrando um verdadeiro tagarela falando três nomes em apenas um dia. Então aquela pequena família adormeceu naquela cama, rodeados de amor.

 

***

 

 31 de julho, o primeiro aniversário do Harry. Lily encarava o berço com seu filho cochilando durante a tarde, encolhido e com a mão encostando na boca, James a abraçava por trás e tinha o queixo encostado em seu ombro a fim de também ver Harry. A cortina do quarto estava fechando, tornando o pequeno quarto de paredes brancas, o melhor ambiente do mundo.

— Ele é muito lindo. — James rompeu o silêncio que estava no ambiente eles não sabia a quanto tempo.

— Sim, eu não sei se quero acordar ele. — Lily falou girando para ficar de frente para o marido.

— Nem eu, mas tem um bolo lá em baixo e ele parece bom, também acho que ele vai gostar dos presentes, só não mais do que o do Pads.

— Acho que será impossível superar a vassoura que o Padfoot deu, Harry é igual a você. Tem certeza que devíamos dar um pouco de bolo para ele, Jay? Não é muito pequeno? — Lily indagou preocupada.

— Meus pais me deram açúcar antes de um ano e eu não tenho nenhum problema. — O homem falou e ao encarar a esposa apenas riu e beijou sua testa. — Não Lírio, ser um babaca na adolescência ou qualquer problema psicológico não foi causado pelo açúcar.

— Certo, confiarei em Euphemia Potter.

— As mulheres Potter costumam ser sensatas, você faz bem. Eu te amo.

— Eu também te amo. Sabe, eu sinto que nós estamos fazendo o certo, conseguindo cuidar do Harry e tudo.

— Com você, eu conseguiria fazer qualquer coisa, mas entendo totalmente o que está falando. — Os lábios de James e Lily até chegaram a se encostar, mas um choro fino de alguém que acabara de acordar, os interrompeu.

— Acho que o aniversariante acordou.

 Lily se desvencilhou do marido e encarou o bebê de olhos verdes no berço que tinha algumas lágrimas nos olhos e parecia um tanto manhoso. A ruiva pegou o filho no colo e logo sentiu a presença do marido ao seu lado, James estendeu a mão até a pequena e gorducha mão do filho que segurou em seu indicador.

— E aí campeão? 1 aninho já? — O Potter conversava com o filho, — Pronto para ver sua tia?

— Batilda conseguiu vir? — Lily questionou ansiosa, as poucas visitas que conseguiam ter ultimamente a deixavam animada, mesmo que fossem apenas de Batilda Bagshot tentando em vão ajeitar os cabelos de Harry.

— Acha mesmo que ela perderia isso? Ela já vem quase todos os dias Lily, quem dirá hoje.

— Porque Sirius não podia ter vindo também? — Os dois sabiam a resposta disso, mas a ruiva mesmo assim perguntou.

— Porque todos vamos lutar o necessário para dar a Harry um mundo de paz, mas talvez se tivéssemos colocado Remus como padrinho, ele viria.. — Até mesmo o pequeno Harry riu da brincadeira do pai, claro, que isso provavelmente era por causa da risada de Lily. — Vamos?

 Os Potters desceram a escada com calma e ao entrar na sala da própria casa a primeira coisa que viram foi Batilda indo até eles para ver Harry, a mulher tinha um enorme sorriso no rosto. Infelizmente eram apenas o quatro na pequena comemoração, que continha chá, biscoitos e um belo bolo. Era pequeno, mas especial, já que em meio a guerra, comemorar a vida de alguém parecia a melhor coisa a se fazer.

— Me perdoem não ter conseguido chegar antes, mas agora me deixa ver essa coisinha que está fazendo 1 ano. — A senhora já de idade falou animada, pegando um igualmente feliz Harry no colo.

 Era uma bela visão ver Harry em um cadeirão para crianças brincando com os pequenos pontos luminosos que seu pai produzia com a varinha, enquanto Lily assistia tudo feliz tomando uma xícara de chá junto a Batilda. Harry poderia não ter alguém da mesma idade para brincar, assim como não ter várias pessoas para desejar os parabéns ao pequeno Potter. Mas Lily e James pareciam em um estado permanente de felicidade, pois sabiam que nada disso importava, que não haviam jogado suas vidas fora, que não importa o que acontecesse, tinham Harry e lutariam até o fim por ele e estariam sempre ali ao lado dele.

 Mais tarde ao cortar o bolo e dividirem uma fatia do bolo com cobertura azul, eram a família perfeita e cheia de amor que sempre sonharam em ser, aquele tipo que sempre estaria do lado e amaria, porque o amor que Lily e James sentiam por Harry, era mais forte que tudo.

 Tanto que ao contrário do que a maioria pensava, ele permaneceram ao lado do filho sempre, porque todas aquelas coisas boas do primeiro ano de vida de Harry, estavam em seu coração, mesmo que ele não lembrasse, essas coisas seriam para sempre uma marca em seu coração, uma marca do amor dos pais deles, junto a testa em sua cabeça. E James e Lily cumpriram sua promessa, porque eles viram o Harry na plataforma 9 ¾ indo para seu primeiro dia em Hogwarts, assim como estiveram em cada um dos outros dias letivos, o viram jogar quadribol, conhecer o que é o verdadeiro amor, quando ele enfrentou Voldemort cara a cara para proteger aqueles que amava da mesma forma que seus pais fizeram e estiveram em seu casamento com Ginny e quando ele segurou seus próprios filhos no colo.

James e Lily Potter estiveram com o Harry até o fim, com seu filho, com seu bebê.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.