Start over escrita por Allissa


Capítulo 10
Quem precisa de amanhã - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Capítulo leve, mas bem fofo.



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Depois da coletiva tudo aconteceu muito rápido, os comentários, o assédio da imprensa e a reação de Morgan.

Logo após a coletiva eles resolveram reforçar tudo que já haviam conversado com a pequena.

— Filha, lembra que o papai e eu conversamos com você sobre nossa viagem?

— Quero ficar com o papai.

— Maguna, você e a mamãe vão para a casa nova e o papai precisa ficar.

— Porquê?

— O papai tem muita coisa para resolver aqui, mas ele vai nos visitar, você também pode vir ficar com ele quando quiser.

— E se eu perder o papai de novo?

— Maguna, eu não vou embora!

Depois da conversa ambos perceberam o quanto aquele arranjo seria complicado para a pequena.

Pepper que já estava acostumada com recomeços, sabia que seria difícil no início, mas depois tudo se ajeitaria. E foi com esse pensamento que ela começou a planejar sua nova vida.

Num piscar de olhos a semana passou e aquele foi o primeiro dia em que ela e a filha acordaram na casa nova.

Das portas francesas que separavam o quarto da varanda ela podia contemplar o mar azul, tocada pelo encanto que a vista oferecia começou a relembrar as manhãs românticas que passaram juntos.

— Mamãe?

Sua bonequinha não quis dormir no próprio quarto e nesse momento havia acordado, como não a encontrou foi até a varanda para procura-la.

— O que você está fazendo, mãe?

— Pensando no que faremos hoje. — Disfarçou Pepper.

— Quero ir à praia.

— Então iremos à praia, filha.

Foi um dia tranquilo entre mãe e filha, Morgan amou a praia que ficava a poucos minutos de casa e era deserta e calminha já a casa oferecia privacidade e várias opções de diversão para a pequena.

Após uma divertida manhã na praia elas se refrescaram e foram almoçar, assim que terminaram foram dormir, quando acordaram curtiram a piscina, já no fim da tarde foi servido um lanche maravilhoso na mesa do terraço.

— O que você achou da comida da Helena? — Perguntou Pepper.

— Uma delícia! — Disse a pequena comendo ambrosia.

Nesse momento o celular começou a tocar e Pepper olhou o visor e disse.

— Filha chamada de voz do seu pai.

Morgan atendeu.

— Papai olha que lindo o pôr do sol.

— É lindo, Maguna. Gostou da casa?

— Amei! Fomos a praia é muito legal.

Pepper ficou ouvindo a conversa e admirando o magnífico pôr do sol. Em determinado momento ela se pegou pensando em como seria maravilhoso se ele estivesse lá...

Quando se deu conta os dois já estavam se despedindo.

— Filha não esqueça nunca que te amo, você só está aí um dia e já estou morrendo de saudades.

— Eu também, papai.

Tony começou a cantar.

Eu tenho a luz do sol num dia nublado.

Quando está frio lá fora.

Para mim, é mês de maio.

Eu acho que você diria.

O que pode me fazer sentir desse jeito?

Minha garota (minha garota, minha garota)

Falando sobre minha garota (minha garota)

— Te amo, papai!

— Também amo você, Maguna!

Depois que Morgan desligou, Pepper sentiu um vazio que não conseguia explicar. Talvez o fato de Tony não expressar vontade de falar com ela tenha contribuído para esse sentimento, pois a atitude dele não passou despercebida por ela.

Ao término da primeira semana Tony se sentia chateado com o distanciamento de Pepper, ele sabia que concordar com a separação era arriscado, mas havia aderido na esperança de que o amor que ambos sentiam falasse mais alto.

Os dias sem elas eram monótonos, sem cor, sem vida. Desde que seu relacionamento com Pepper se tornou real, ele nunca conseguiu imaginar viver sem os sorrisos, carinhos e até as brigas com ela.

— Tony?

— O que foi?

— Você está sem concentração fazendo os exercícios errados, assim a fisioterapia não vai fazer efeito.

— Chega por hoje! — Disse Tony

— O que está havendo, desse jeito você só dificulta sua reabilitação.

— Não começa, July. Minha vida está de cabeça pra baixo, não aguento mais de saudades das duas e a Pepper está me evitando.

— Você não pode se entrega, uma hora ela vai entender.

— Não sei se vou aguentar, minha vontade é forçar uma reaproximação.

— As coisas vão se ajeitar, mas por enquanto é melhor focar na sua recuperação.

Nos dias que se seguiram Tony se dedicou com afinco a seus projetos e sua recuperação, mãe e filha continuavam sua rotina e descobriam cantos e recantos da ilha aproveitando cada minuto do dia. Assim transcorreu o primeiro mês, Pepper e Tony mal se falaram. Ela nem sequer conseguia ter notícias dele, pois após a separação ele levava uma vida reclusa e segundo os amigos totalmente dedicada aos projetos do complexo, porém em breve seria o aniversário de Morgan e Tony planejava uma grande festa, Pepper temia o reencontro já que estavam tanto tempo separados e a saudade era insuportável. A pequena estava ansiosa com a festa e quando sua madrinha chegou à Grécia, Morgan já contava os dias para voltar a América.

O dia em que July chegou, foi intenso, Morgan queria mostrar a ilha inteira e não parava de contar os detalhes de sua festa. Sorte que ao cair da noite a pequena estava exausta e não demorou a dormir.

Aproveitando que Morgan estava adormecida, Pepper perguntou:

— Como ele está?

— Ele quem? — July respondeu em tom de deboche.

— Você sabe que estou falando do Tony.

— Se você está preocupada, porque não pergunta para ele?

— July, por favor…

— Ele está bem, mas estaria melhor se vocês parassem com essa loucura.

— Nós só estamos separados, muitos casais fazem isso, sabia?

— Vocês estão se matando aos poucos, dá pena é ver a Morgan envolvida em tudo isso.

— Tudo o que estou fazendo é pensando no bem dela.

— Como?

Pepper revirou os olhos e July continuou:

— Ela passou quase seis meses imaginando que o pai não ia volta e quando ele volta você afasta os dois. O Tony por sua vez só vive para o trabalho e por mais que queira se recuperar não consegue se dedicar, porque às duas pessoas que deviam estar ao lado dele estão a quilômetros de distância.

— Sou o vilão da história?

— Não, você só precisa entender que o caminho que escolheu é autodestrutivo para todos vocês.

— Ele também está me evitando. Você sabia que o Tony não virá ao evento da empresa em homenagem a ele?

— Você também já disse que não vai.

— Porque ele ia.

— Quem está evitando quem?

Pepper ficou pensativa, mas foi obrigada a concordar que a situação entre os dois estava fora de controle.

— Tenho certeza que se você for, ele irá. Tudo que ele quer é te ver.

Pepper não deu o braço a torcer, mas isso era tudo que ela queria também. Ela mudou de assunto e July respeitou, as duas conversaram até tarde sobre as mudanças em suas vidas e July contou que estava grávida e ela e Rhodes planejavam se casar em breve.

Já em sua cama Pepper começou a imaginar como a prima estava feliz com os preparativos do casamento e a gravidez, se lembrou de quando estava vivendo um momento semelhante e pensou nos momentos felizes ao lado de seus dois grandes amores. Adormeceu com um sorriso no rosto e uma grande certeza, eles ainda podiam ser uma família completa.

Na manhã seguinte ela foi a primeira a acordar e ainda na cama pegou o celular e sem pensar discou o número dele, sem esperar que ele atenderia, para sua surpresa ele atendeu no segundo toque.

— Tony?

— O que foi? Aconteceu alguma coisa com a Morgan?

— Não, ela está bem. Só queria te informar de que vou ao evento e gostaria que você estivesse presente.

— O que houve? Você não queria me encontrar.

— Percebi que estamos deixando as coisas fugirem do controle, não quero que seja assim.

— Também não quero Pepper, vocês são o que tenho de mais verdadeiro na vida.

— Então vem. — Respondeu Pepper com lágrima nos olhos.

— Eu vou.

Os dois ficaram na linha como se houvesse muito mais a dizer, porém, a única palavra dita foi um cordial. Até logo!

Assim que desligou ela foi ao quarto de Morgan e ficou ali, deitada admirando a filha até a menina acordar.

— Mamãe?!

— Te amo muito, sabia?

— Também te amo muito, você e o papai.

Pepper abraçou a filha e resolveu contar a novidade no café da manhã. Quando chegaram a cozinha July estava começando a preparar o desjejum, ela foi ajudar a amiga enquanto a pequena colocava a mesa.

— Adivinhou passarinho verde?

— Não!

— Não mente Virgínia, está na cara.

Pepper revirou os olhos e cochichou.

— Falei com ele essa manhã.

July ficou surpresa e perguntou:

— O que vocês conversaram? Conta tudo.

Elas já estavam sentando e Pepper decidiu contar logo.

— Filha, o papai vem ver você semana que vem.

— Vem mesmo? — Os olhos da menina brilhavam.

— Vem, bonequinha.

July que observava mãe e filha perplexa, perguntou:

— Ele vem ao evento?

— O que é evento? — A pequena perguntou.

— É uma festa, Morgan.

— Estou com muita saudade do meu pai.

— Ele também está, filha. Depois do evento iremos com ele para Los Angeles.

— Você vai na minha festa?

— Claro! Quero estar com você no dia do seu aniversário.

— Viu Dinda, minha família toda vai no meu aniversário.

— Vai sim, Morgan.

— Eu disse que ele ia voltar…

O café da manhã foi animado e dois dias se passaram no mesmo clima.

Pepper estava apreensiva com a chegada de Tony, eles não se viam havia um mês e ela ainda tentava digerir toda aquela situação.

Morgan não conseguia conter a felicidade com a chegada iminente do pai.

— Que horas ele chega? — A pequena já acordou perguntando.

— Depois que o café terminar. — Informou a mãe.

O café da manhã foi mesclado pela ansiedade de Morgan e a apreensão da mãe, até que finalmente ouviram o barulho do helicóptero. Pepper tentava segurar a pequena na sala, mas ela saiu correndo em direção ao heliporto.

Tony ficou impressionado com o que viu da casa, mas esse pensamento foi superado quando percebeu sua garotinha bronzeada correndo em sua direção. Tony abaixou e abriu os braços no exato momento em que Morgan chegava até ele. Os dois apenas se abraçaram e ficaram ali.

— Meu Deus, filha! Como senti sua falta. — Confessou o pai emocionado.

— Também estava com saudade. — Disse a filha já no colo do pai.


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Notas finais do capítulo

Finalmente a caminho da reconciliação.

* Ver ou Adivinhar Passarinho Verde

Significa estar apaixonado.
O passarinho em questão é uma espécie de periquito verde.
Conta uma lenda que alguns românticos rapazes do século passado adestravam o bichinho para que ele levasse no bico uma carta de amor para a namorada.
Assim, o casal de apaixonados tinha grandes chances de burlar a vigilância de um paizão ranzinza.



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