—Bella! –Rose disse ao me ver.

—Ei, Rose. Quer se sentar um pouco?

[...]

Apontei para o puf ao meu lado, ela aceitou de bom grado e se sentou com as mãos apoiadas sobre as coxas enquanto segurava um copo com uma bebida azulada nas mãos.

—Já está cansada? –ela me perguntou.

Rosalie era uma boa pessoa. E eu sabia disso porque já a conhecia, quando Alice me convidava para as festas na mansão ou para a rodada de bebidas, ela estava lá. Nem sempre havíamos sentado como estamos agora para conversar, foram poucas vezes que isso aconteceu, porém, eu sabia que ela era um pouco resguardada, isso me levava a pensar que o problema não era comigo. Entretanto, todas as vezes que conversamos, Rosalie me despertou curiosidade e admiração, ela era eclética, altruísta e muito determinada, e eu gostava de mulheres assim, e acreditava também que poderíamos ser boas amigas.

—Não. –balancei a cabeça. –Estava conversando com Edward, quando Tanya nos interrompeu então resolvi dar espaço.

Vi quando ela bufou e revirou os olhos.

—Eu a odeio. Ela é tão artificial e fútil, mas eu nunca vi ser tão fissurada por alguém, ela julga ser amor, eu julgo ser doença. –Rosalie jogou seus longos cabelos para trás e revirou os olhos.

—Ela gosta de Edward? –perguntei olhando diretamente para o seu rosto.

—Sim. Eles já tiveram alguma coisa. –respondeu dando de ombros.

—Ele me contou. –disse em tom monótono.

—Gostei de te ver aqui, Bella. Aliás, toda a família Cullen gosta de você. –ela disse sorrindo.

Eu corei e sorri em resposta.

—Eu também gosto muito de todos.

—Estava procurando por vocês!

A voz de Alice soou atrás de nós, quando olhei, ela estava arrastando um puf até nós e se sentou também.

—Onde está Edithie, Rose? –Alice perguntou.

—Com Edward. Onde mais estaria? –ela riu.

—Ela parece gostar muito do tio. –comentei.

—Ela ama todo mundo, mas Edward é alguém realmente muito especial, eles tem uma ligação muito bonita. –Rose disse.

—Bella?

—Sim, Allie?

—Você e meu irmão estão bem próximos, uh?

Olhei para seu rosto sem entender e vi Rose sorrindo. Será que elas sabiam de algo? Claro, o dia da mansão. Mas, tirando Rosalie todos estavam bêbados demais para prestar atenção em nós. E, Rosalie não era do tipo que comentava sobre essas coisas constrangedoras.

—Nós trabalhamos juntos. –disse e dei um longo gole em minha bebida.

Alice passava o dedo pela borda do seu copo e sorriu para mim.

—Claro. Mas, eu quero dizer vocês realmente estão próximos. Ele te olha como se fosse te devorar e quando Mike Newton conversou com você ele parecia querer fazer picadinho dele.

—Edward odeia Mike. –Rose comentou.

—Sim. –Alice confirmou olhando para Rose e depois voltou seu olhar para mim.  –Mas, eu conheço meu irmão e não era só ódio. Na verdade, ele realmente brigou comigo por deixar que Mike colocasse os olhos em você, o que eu poderia fazer?

—O que? Edward brigou com você por isso? –eu perguntei.

Ela arqueou uma sobrancelha e formou uma linha fina com a boca.

—Bom, ele de certa forma fez isso. Disse que eu não deveria ter te levado para aquela roda. Edward realmente acha que tem controle sobre mim? –Alice disse indignada.

Rosalie riu.

—Céus. –eu disse exasperada jogando a cabeça para trás. –Posso saber o por quê ele o odeia tanto?

—É uma longa história. –Rosalie disse.

—Bella. –Alice me chamou e eu voltei a encará-la. –O que eu quero dizer é, meu irmão é uma pessoa muito boa e merece encontrar alguém que o faça feliz. Ele sempre se esforça tanto para deixar todo mundo bem.

—Eu sei Alice, concordo plenamente com você. Todos merecem encontrar alguém.

Rosalie riu e concluiu o pensamento que Alice tentava dizer.

—O que Alice quer dizer é, estamos cansados de ver mulheres se jogando para cima de Edward e ele continuar sozinho.

—Não entendo o que eu tenho a ver com isso. –disse.

Alice bufou e segurou minhas mãos.

—Se você estiver afim dele e ele de você, não hesite. Eu vi vocês juntos e isso me parece perfeito. Eu super apoio! –ela disse contente demais.

—Ok Alice, isso está indo longe demais.

Ela soltou minhas mãos e voltou a encostar as costas no puf.

—Tudo bem, só não deixe de aproveitar o momento.

—Pensando bem sobre isso, eu acho realmente incrível, Bella. Vocês parecem se dar muito bem.

Os olhos caramelos de Rosalie brilhavam de excitação, o mesmo brilho que havia nos de Alice, nos realmente estávamos conversando sobre aquilo? Edward até poderia ter uma ereção comigo, e consequentemente uma noite, mas nunca passaria disso. Era o que estávamos tendo até agora, não? Trabalhávamos juntos, nos beijamos e tivemos um pequeno momento em seu apartamento. Às vezes, ele me defendia, como havia acontecido na empresa, e as vezes se preocupava comigo. Mas, nada que desse a entender que ele teria um futuro comigo. Pensar aquilo me deixou desanimada.

Fomos surpreendias pelo grito de Edithie, que corria em direção a mãe.

—Mamãe!  

—Ei querida. –Rosalie disse carinhosamente.

A garotinha subiu em seu colo e ela logo passou seus braços ao redor da filha.

—Tio Edward disse que vamos todos dormir aqui hoje e o papai concordou, você vem também?

Alice riu.

—Claro querida, por que eu diria não se já está tudo combinado?

—Você vem também, amiga do tio Edward?

—Ah não, eu vou para minha casa. –disse para Edithie. –Pode me chamar de Bella, tudo bem?

Edithie sorriu e balançou a cabeça.

Nós ficamos mais um pouco conversando, e depois nos levantamos dali. A essa hora já havia escurecido, voltei para a área que havia mais pessoas. Avistei a família Cullen, Edward e Alice estavam agachados brincando com Edithie, e os outros conversavam, eles pareciam ser fora do comum, não humanos, de tão lindos e perfeitos que eram. Edward se levantou e foi para perto de Emmett e Jasper, onde eles emendaram uma conversa.

Enquanto observava eu refletia sobre o que Alice dissera, é claro que todos já haviam percebido e eu me sentia completamente idiota por não conseguir esconder o quanto Edward me afetava. Mas, pensando por outro lado, seria impossível, o homem era quente como o inferno e jogava muito baixo, além de tudo era uma das melhores pessoas que eu já havia conhecido. E parecia que eu tinha a torcida de Alice e Rosalie, mas do que adiantava? Enquanto eu olhava de longe, eu sentia meu coração inflar, e eu queria estar perto dele, isso era diferente de tudo que eu já havia sentido.

Mike e sua persuasão me tiraram dos meus devaneios.

—Oi Bella. –ele disse, ficando de frente para mim.

—Olá. –disse sem ânimo.

—Aceita uma taça? –ele ofereceu.

Eu cerrei os olhos, olhei para a taça e para seus olhos urgentes e por fim neguei a bebida.

—Obrigada, já bebi demais por hoje. –sorri amarelo.

Ele pareceu desconfiado e decepcionado, mas começou a conversar comigo, fiquei ali durante apenas alguns minutos quando percebi que sua ideia era outra, Mike queria um lugar mais tranquilo para conversar. Por mais que eu o achasse atraente, não existia nenhuma parte de mim que queria aquilo e isso me assustou um pouco, porque eu nunca recusava uma noite com um homem bonito e rico. Eu já sabia o motivo, todas as células do meu corpo pareciam necessitar e estar perto de Edward.

—Desculpa Mike, mas estou me sentindo um pouco estranha, acho que devo ir embora.

—Posso te dar uma carona, então. –ele se apressou em dizer.

—Não é necessário, obrigada. –disse e logo comecei a andar, mas ele se colocou a minha frente novamente.

—A gente se vê depois então? Aqui está meu número.

Ele rabiscou um papel e me entregou. E eu só tive tempo de pensar em como ele tinha uma caneta e um papel tão rápidos em sua mão.

—Me ligue, Isabella.

Mike beijou minha bochecha e eu senti uma necessidade absurda de sair dali, andei rápido, muito rápido, queria ir para longe de tudo. Queria tanto poder entender o que estava acontecendo comigo. Talvez quando Seth voltasse, ele pudesse me ajudar.

Eu não conseguia entender, porque ninguém havia mexido comigo como Edward, tanto fisicamente, quanto sentimentalmente. Mesmo depois de prometer para mim mesma não deixar ninguém se aproximar, eu não tive nem chance de impedir. Quando dei por mim, estava querendo cada vez mais dele. Nos primeiros meses, eu até acreditava em ser algo passageiro, pensava que era tesão reprimido, mas então os dias foram se passando e eu pude conhecer o verdadeiro Edward. Educado, inteligente, simpático, gentil, carinhoso e muito protetor. Céus, eu queria tudo aquilo para mim! Eu tinha milhares de sentimentos por ele. E eu definitivamente havia surtado.

Tudo aconteceu muito rápido, talvez eu estivesse distraída para não ver que uma pessoa se aproximava de mim ou talvez, tive a impressão que a pessoa fizera de propósito. Eu estava na beirada da piscina quando alguém se chocou tão forte contra mim, e então, eu estava imersa pela água.

Primeiro senti o frio da agua me congelar, e meu corpo doer. Depois o pânico, ele crescia a cada milésimo de segundo, e me dominou, eu me debatia, não sabia nadar.

O escuro.

Não.

Eu tenho que sair daqui.

Agitava meus braços e minhas pernas, mas não saia do lugar.

Escuro. Medo. Medo. Escuro.

Sentia a agua entrando pelo meu nariz e atingindo meus pulmões, como uma brasa queimando meu trato respiratório, meus olhos tentavam abrir para enxergar a beirada, e meus pés tentavam achar o chão, tudo parecia lento demais, mas meu coração estava acelerado e tomado pelo pânico começava a entrar em descompasso. Minha mente tentava achar saídas para aquele problema, mas o pânico era maior e eu quis gritar, mas fui sufocada por mais agua entrando em minha garganta.

Então eu me rendi ao escuro. Sem forças.

Até que senti alguém me puxando para cima, não tinha forças para ver quem ou o que era, tudo o que eu fiz foi me agarrar aquilo que me trazia para a vida de novo. Senti minhas costas batendo em algo duro, e então várias compressões em meu peito. Eu tentava lutar para retornar, minha mente desorientada não achava seu caminho. Eu não conseguia sentir nada, lutava para me mexer e nada.

—Vamos Bella, acorde. –uma voz conhecida disse. Meu corpo reagiu a voz.

—Bella... Bella. –outra voz desesperada gritou.

—Alice, mantenha a calma, por favor.

—Vamos, vamos. –a primeira voz pedia em suplica e não deixava de fazer compressão em meu peito.

Até que senti a agua saindo dos meus pulmões e retornando pela boca e nariz, eu me curvei para o lado, despejando todo o conteúdo ali. Senti outra urrada e mais liquido voltou, enquanto eu tossia forte. Algo me levantou do chão e me aninhou, estava mais quente e o cheiro era bom, abri os olhos devagar.

—Traga algo para esquenta-la. –olhei para cima e vi Edward. Sua voz era ansiosa e preocupada, ele também estava molhado, mas eu estava bem demais ali.

—E-dd-waard. –um bater de dentes me assustou e eu descobri que era o meu. Minha garganta estava ardendo.

—Shhh, fique quietinha, vou tirar você daqui. –ele sussurrou para mim e me abraçou mais forte. Ele depositou um beijo no alto de minha cabeça.  –Você está bem? Com alguma dor?

—Est-o-o-u c-c-om f-r-r-i-o.

—Bella estou aqui, ela está bem? –senti uma mão segurar na minha e sabia que era Alice, eu sorri.

—Alice... –murmurei.

—Está bem, mas vai congelar, eles foram fabricar uma toalha? –Edward disse nervoso.

Eu me aninhei mais a ele, a sensação era estranhamente confortável e familiar para mim.

—V-v-ocê, na-o esta com fri-o-o-o?

—Eu estou bem, e você ficara bem também. –ele disse mais para si do que para mim.

—O-o que a-aconte-e-eceu?

Um tremor subiu pelo meu corpo e ele me abraçou mais forte.

—Você caiu na piscina e se afogou.

Seus braços se afastaram e eu quis protestar, mas logo senti algo me rodeando e automaticamente fiquei mais quente.

—Oh Meu Deus, você está bem querida? –reconheci a voz de Esme.

—Sim, mãe, só precisa se aquecer. –Edward disse.

—Leve-a para dentro.

Edward me tirou do chão sem dificuldades e começou a caminhar comigo no colo.

—Alice?

Fiquei feliz em conseguir dizer uma palavra inteira.

—Estou aqui, Bella. –ela disse próxima, e eu pude sentir que ela caminhava ao lado de Edward.

—Eu posso ir andando. –protestei para Edward.

—Da forma que está, não vai se manter sobre dois pés. –Edward zombou e eu revirei os olhos.

—Ainda assim prefiro ir andando, passei vergonha demais já.

—Não estamos mais sobre olhares curiosos, relaxa. –ele mandou. –Me deixa cuidar de você.

Eu deitei minha cabeça em seu peito.

—Por que está tão frio?

—Se tirar a roupa esquenta mais rápido. –ele disse parecendo mais tranquilo. Quando não respondi ele falou. –Não vai me rebater?

—Não, vi em algum filme que dois corpos nus realmente se esquentam mais rápido.

—Acho que não vão me deixar ficar a sós com você.

—Droga. –eu murmurei escondendo meu rosto em seu pescoço.

Edward gemeu baixinho e me apertou mais em seus braços.

—O que foi? -perguntei.

—Você está perto demais. –ele disse com o rosto encostado em minha bochecha.

—Isso é ruim?

Ele gemeu.

—Céus, de forma alguma. Isso é tudo o que eu mais quero.

Absorvi suas palavras, enquanto sentia que ele subia as escadas da mansão, Edward entrou dentro de um quarto que eu não havia entrado até então, Alice já estava ali e procurava algo dentro do closet. Ela voltou com uma peça de roupa nas mãos e uma toalha.

Edward me colocou sobre os pés e segurou minha cintura, confirmando que eu iria ficar bem.

—Vamos já para o banho, não quero que pegue uma pneumonia. E você... –ela se virou para Edward. –Saia daqui e vá tomar um banho também, por favor.

Quando Edward resistiu, com um olhar tenso e preocupado, Alice bufou e revirou os olhos.

—Eu vou cuidar dela, mas preciso que se cuide também.

Edward soltou minha mão devagar e saiu, fechando a porta atrás de si, Alice a trancou.

—Eu ainda não o agradeci. –disse entre o trincar dos meus dentes. Eu não queria que o pânico me dominasse novamente.

—Depois que você se aquecer vai poder fazer isso, vamos. –ela me conduziu até o banheiro.

O cômodo era enorme, muito grande e luxuoso para um simples banheiro de um quarto. Eu deixei minha roupa molhada no chão do grande box e esperei que a agua quente me aquecesse e afundasse minha vergonha. Como eu pude ser tão idiota e imprudente a ponto de me afogar na piscina dos Cullen? Eu senti lagrimas me inundando, fazia muito tempo que eu não era tomada pela escuridão do meu trauma. Mas, dessa vez tinha sido diferente, quando minha mente tomou conta de que era Edward me abraçando, eu senti algo reconfortante, como se dentro daquele abraço eu encontrasse refúgio e eu pude sentir esperança.

Embaixo daquele chuveiro eu me sentia totalmente segura e não queria sair dali, mas sabia que Alice me esperava no outro cômodo. Ensaboei meu corpo e meu cabelo, com os produtos que haviam ali. Assim que terminei, me enrolei na toalha e sai do box.

Vesti as roupas que ela me ofereceu, um vestido rodado, com as mangas compridas e um decote profundo nas costas, muito bonito e elegante.  Sequei o cabelo com uma toalha, quando abri a porta ela estava sentada na cama me esperando.

—Posso secar seu cabelo? –ela levantou o secador de cabelo em suas mãos. Alice sorriu e eu retribui.

Eu assenti. Faria de tudo para ficar ali mais um pouco. Senti na cadeira da penteadeira, enquanto ela ficou em pé atrás de mim. Alice secou meus fios deixando-os intactamente lisos, aquilo havia sido um ato inédito e maravilhoso, foi como se Alice silenciasse todos meus medos apenas com aquele toque em meus cabelos. Porque eu me sentia amada.

—Obrigada, Allie. –disse sinceramente.

—Como você está? –me virei para encará-la.

Seus olhos haviam preocupação.

—Estou bem agora, de verdade. Me perdoe por toda aquela cena.

—Você não fez nada. Um dos garçons praticamente te empurrou para piscina, algumas pessoas viram.

Eu trinquei os dentes.

—Só me resta saber porque ele teria feito isso.

—É... eu não posso nem imaginar.

—Vem cá, e me de um abraço. –Alice pediu.

Eu me levantei e a abracei, sentindo algumas lagrimas brotarem em meus olhos.

—Eu sempre estarei com você, Bella. –ela disse.

—Eu sei, e eu também. Eu te amo tanto.

.

.

Alice havia descido para encontrar com Rosalie e Esme, e eu precisava encontrar Edward, ela me olhou e tentou esconder o sorriso, mas vi seus olhos se iluminarem. Cara, ela realmente torcia por aquilo.

Eu tentava inutilmente encontrar o quarto dele, ou o lugar onde ele pudesse estar, como alguém conseguia morar sem se perder naquela casa gigante?

Quando eu já tinha desistido, ouvi sua voz no corredor, me aproximei mais e encontrei Edward e um dos seguranças da mansão. Sua voz era baixa, porém tensa e autoritária e seu olhar fulminava. Seu olhar encontrou o meu e ele pareceu relaxar só um pouco.

Edward dispensou o homem, e se aproximou de mim.

—Oi. –murmurei. -Queria falar com você.

—Eu também, venha comigo. –pediu.

Ele segurou minha mão e me levou para o segundo andar novamente e entramos em uma das primeiras portas. Com certeza era o antigo quarto dele, era um quarto masculino, muito bem decorado, entre os tons de azul escuro e cinza, com as mobilas em tom de chumbo, mas o que me dava a certeza era o perfume, muito forte ali dentro, marcando sua presença. Edward fechou a porta atrás de si, e virou-se para mim. Seus olhos não estavam tao tensos como antes, mas ainda ele me examinava como se procurasse algum machucado.

—Como você está? –ele perguntou.

Edward havia trocado de roupa, agora vestia uma calca jeans e uma camisa de botões preta, e seu cabelo já estava quase seco, porem a mesma desordem loira de sempre. Eu suspirei.

—Eu estou bem. Já me fizeram essa pergunta inúmeras vezes. –eu ri e ele me acompanhou. –E você?

—Estou em perfeito estado. –sorriu.

Eu não sabia se era a temperatura do quarto, a presença dele ou seu sorriso, mas eu me sentia mais aquecida e calma.

—Eu queria te agradecer Edward... por hoje. Você não precisava...

Ele se aproximou de mim e segurou meu rosto entre suas duas mãos.

—Eu jamais poderia deixar que algo de ruim te acontecesse. –disse me cortando de imediato.

Eu sorri, agradecida e em resposta Edward abriu meu sorriso preferido e me abraçou. Deveria ser proibido alguém possuir um abraço tão bom e reconfortante daquela forma. Ele se afastou um pouco de mim, segurando apenas minha cintura.

—Eu fiquei muito preocupado. Sabe, na verdade, foi um dos momentos mais desesperadores para mim, então eu simplesmente agi.

—Você sempre está por perto...

Levei minha mão até seu rosto, e acariciei sua bochecha com ela, Edward tombou a cabeça de lado e sorriu. A forma com que ele me olhava, me causava arrepios e a estranha sensação de algo se remexendo no meu estomago, parecia que gostava de mim e que eu era importante para ele. Era tudo tão bom, que eu realmente acreditei que era real e tive esperanças que talvez ele pudesse se apaixonar por mim.

Passei meu braço sobre seu ombro, e ele abraçou minha cintura.

—Estou surpreso, você ainda não brigou comigo.

Eu balancei a cabeça, rindo.

—Não vou fazer isso. –disse olhando em seus olhos. –Você disse que também precisava falar comigo.

Edward se aproximou seu rosto do meu, e sua mão subiu para meu pescoço. Seu polegar acariciou de leve meu lábio inferior e eu projetei os lábios para frente para dar um beijo na ponta de seu dedo. Seus olhos flagraram cada instante e quando ele olhou diretamente dentro dos meus, eu pude ver a intensidade e o brilho de excitação neles. Aquele azul perfeito, era escuro nas bordas e claro perto da pupila, me fez perder o ar e eu não pensei em mais nada, estava imersa naquele par de olhos.

Quando ele falou, sua voz estava rouca e carregada de desejo.

—Eu queria te falar...

Edward roçou os lábios nos meus, ainda olhando dentro dos meus olhos. Ele me beijou de leve, mal conseguindo conter a antecipação, eu podia sentir seus dedos cravando em minha cintura, me puxando cada vez mais perto do seu corpo.

—Que eu sou fraco demais para ficar longe de você e quanto mais eu tenho, mais eu quero. Quero saber tudo sobre você, Bella, quero que você confie em mim. Eu quero você.

Eu não tive tempo de raciocinar suas palavras, porque sua boca no segundo seguinte estava na minha, leve e doce, mas eu queria mais. Aprofundei o beijo, com avidez, vontade e desejo, Edward recebeu, e começou a seguir meu ritmo, sua língua adentrou minha boca e ele me beijou com muita vontade. Eu joguei meus braços ao redor de seu pescoço e segurei seus cabelos entre meus dedos, ele gemeu quando eu puxei de leve e mordisquei seu lábio inferior.

Edward deu um jeito de me apertar mais ainda contra seu corpo, me fazendo sentir sua ereção contra minha barriga, ele enroscou meus cabelos em sua mão, puxando os fios de leve, me deixando completamente zonza. Eu queria mais, muito mais. E ele também.

Senti suas mãos pegarem em minha cintura e me fazerem subir em seu colo, eu rodei seu quadril com minhas pernas, cruzando meu tornozelos em sua costa. Edward nos girou e apoiou minha costa na parede. Ele beijou um ponto sensível atrás da minha orelha, e mordiscou meu lóbulo, desceu todo o caminho dando beijos molhados até meu colo e então alcançou o topo dos meus seios. Eu gemi. Eu queria aquela língua em mim novamente.

Agarrei seus cabelos e trouxe sua boca para minha, senti que Edward andou e então se sentou na cama, comigo em seu colo.

Eu subi, desci e rebolei, sentindo sua ereção contra meu sexo, Edward gemeu, enquanto chupava a pele do meu pescoço.

—Você vai me deixar louco Isabella.

Edward passou as mãos por toda a pele das minhas coxas, enquanto eu beijava seu pescoço, ele escorregou a mão por entre minhas pernas, onde eu mais precisava dele. Eu abafei um grito contra a sua pele, quando seus dedos encontraram meu sexo, o polegar circulava meu clitóris, enquanto outros me penetravam.

Deixei minha cabeça tombar em meu ombro, enquanto eu gemia.

—Eu preciso de mais. –disse num som abafado.

—Você é perfeita Isabella, só de me imaginar dentro de você eu fico a ponto de explodir.

Eu precisava dar aquilo a ele. Mas, mal conseguia raciocinar com seus dedos trabalhando em mim. Quando encarei seu rosto, eu percebi que nunca havia sentido nada parecido com alguém. A respiração de Edward começou a se acelerar, quando me agarrei a ele e comecei a rebolar de encontro com sua mão. Nossos movimentos eram sincronizados, os gemidos de Edward ecoavam em meus ouvidos e a visão dos seus olhos cheios de luxuria e o prazer estampado em seu rosto foram o ápice para mim.

Um orgasmo violento me atingiu e eu senti seu corpo se contraindo embaixo de mim.

O abracei com força, com o rosto enterrado em seu pescoço, enquanto meu corpo convulsionava.

—Edward...

—Eu sei, baby... eu sei.

Ele subia e descia suas mãos pelas minhas costas. Voltei a encarar seu rosto.

—Você...? –fui incapaz de terminar a frase.

—Sim. –ele disse com sinceridade. –Estou tão assustado quanto você, isso nunca aconteceu comigo. Mas, só sua visão em cima de mim, seus gemidos e minha mão em você, foram o suficiente para mim. Eu estou ansioso para saber qual será a sensação de estar dentro de você.

—Eu mal posso esperar por isso.

—Será em breve, precisamos estar preparados para isso. E eu não quero que seja no meio de uma festa na mansão. Quero você a noite inteira, só para mim.

—Que loucura... –abaixei a cabeça. –Na mansão.

—Bella. –ele disse com ternura. –Não se preocupe com isso, confie em mim. Ninguém pode nos ouvir.

—EDWARD!

Batidas na porta e a voz de Alice, estouraram nossa bolha, eu saltei de seu colo, completamente assustada.

Com certeza, eu não queria transar a primeira vez com ele, no meio de uma festa da mansão.

—Alice? –Edward respondeu.

—Bella está com você?

Ele olhou para mim e eu neguei com os olhos arregalados.

—Não.

—Você pode abrir a porta? –Alice perguntou.

—Espere só um momento.

Edward veio para perto de mim.

—Eu vou tira-la daqui e então você pode sair sem que ela veja. –sussurrou.

—Tudo bem. –murmurei.

—Fique aqui, me dê cinco minutos e então você pode sair. –Edward me beijou suavemente na boca, antes de falar: -Espero que você arrume uma boa desculpa para ela.

Com um sorriso torto, ele saiu do quarto, e eu sorri feito uma boba apaixonada.

Eu não queria que ninguém nos visse, não sabia exatamente o que tínhamos, porém, era algo que eu queria proteger e guardar só para nós. Por menor que fosse nossa relação, não era a hora de alguém de fora saber, ainda mais alguém tão ligada a essa história quanto Alice.

Quando desci as escadas, não havia ninguém na sala dos Cullen, então eu sai para o local da festa. Alice me encontrou assim que pisei no gramado, ela não estava brava, estava desconfiada e com um sorriso travesso.

—Ai esta você!

—Oi Allie.

—Como está se sentindo?

—Eu estou melhor, mas acho que realmente devo ir para casa. Estou cansada.

Ela me olhou com um pouco de piedade e segurou minha mão.

—Eu queria que Seth tivesse vindo, pelo menos ele te deixaria um pouco mais animada.

—Alice, eu me diverti muito! Mas, depois do que aconteceu eu realmente me sinto exausta. –disse com sinceridade e esperava que fosse o suficiente para convece-la.

—Eu entendo querida. Vou pedir para meu motorista te levar, certo?

—Não se preocupe...

—Por favor, é o mínimo que posso fazer por você. –ela insistiu.

Eu assenti, enquanto aguardava Alice retornar, aproveitei para dar tchau a Carlisle e Esme, enquanto me dirigia para a saída encontrei com Rose e Emmett e me despedi deles também.

Me encostei em uma das arvores próxima da mansão, a espera de Alice, mas quando olhei em direção as luzes da festa, foi Edward que veio em minha direção.

—Você saiu sem se despedir. –ele cerrou os olhos e parou em minha frente.

Talvez porque eu não consigo me despedir de você.

—Alice pediu para que eu esperasse aqui. –justifiquei.

—Eu sei, ela me pediu para te convencer a ficar mais um pouco.

Eu sorri cansada.

—Estou exausta.

Edward me puxou em sua direção, e me abraçou forte.

—Eu tive tanto medo que algo acontecesse com você. –ele murmurou contra a pele do meu pescoço.

—Eu também. –disse segurando forte em seus ombros.

—Eu prometo que a próxima vez que estivermos juntos, ninguém vai nos atrapalhar. –Edward beijou o topo da minha cabeça.

—Edward, as coisas sempre acontecem quando tem que acontecer.

—Vou te levar embora. –Edward disse, após me soltar.

—De forma alguma, eu vou com o motorista. Essas pessoas estão aqui por você Edward, eu não posso deixar que saia da sua própria festa.

Edward me olhou feio, não aceitando nenhuma palavra minha.

—Foda-se, eu quero te levar embora. –ele segurou a minha mão, pronto para sairmos dali.

—Edward. –disse fazendo o parar. –Me ouça. Você sabe que eu estou certa, fique e aproveite sua festa.

Edward me olhou com o cenho franzido.

—Eu quero ficar com você. –ele disse. –Quero garantir que você vai ficar bem.

Eu sorri e me aproximei dele, dando um beijo em seu lábio inferior.

—Eu também quero, mais do que você imagina. Mas, eu sei que você precisa estar aqui. E eu garanto que ficarei bem.

Ele suspirou.

—Isso não é o suficiente.

—Mas, vai ter que servir por enquanto. –eu sorri.

Edward agarrou a parte de trás do meu pescoço e me beijou, profundamente e depois me deu um longo abraço. Ele segurou minha mão e caminhamos até um carro preto, que estava perto da entrada da mansão. O motorista acenou a cabeça para Edward e abriu a porta para mim.

Antes que eu pudesse entrar no carro, o beijei mais uma vez. Eu queria tanto que ele fosse comigo, mas no momento era o certo a fazer, ainda que eu ansiasse por Edward e aquilo me deixasse a beira do desespero, era melhor assim.

Ele beijou meu rosto e eu entrei no carro. Então partimos, deixando aquela noite cercada de acontecimentos para trás.

.

.

Eu revirava de um lado para o outro na cama, com a luz acesa, não suportaria sentir a escuridão novamente. Mas, eu estava estranhamente bem. Não ótima, mas bem. E era a primeira vez em muito tempo que sentia algo assim.

Meu pensamento voou para um par de olhos azuis, cheios de desejo e paixão, para seus toques gentis, sedutores e sensuais. Naquela noite, eu admiti para mim mesma.

Eu estava apaixonada por Edward Cullen.

.

Meu celular tocou, com o toque do facetime, e eu sabia que era Seth. Estava animada e ansiosa esperando por sua ligação. Era domingo de manhã e eu me sentia completamente exausta.

—BELLA! –a voz de Seth soou tão alta que eu recuei um pouco, rindo de seu entusiasmo. Sentei em minha cama, com os fones de ouvido e o celular em minha mão.

—Seth, como é bom te ver.

—Digo o mesmo querida. Não sabia que eu sentiria tanto a falta de casa.

—As pessoas já estão começando a te encher as bolas?

Ele riu.

—Algumas. Mas, sempre com o mesmo argumento “se você sente tanta falta da California, deveria trocar de emprego” e bla bla blá.

Eu revirei os olhos.

—Você deveria escolher melhor suas companhias.

—Eu sei, eu sei. Mas amo o que faço, disso não tenho dúvidas.

—Eu também não.

Seth contou sobre sua viagem a Austrália, eles estavam filmando os animais selvagem em vida livre, filmavam algumas coisas em alto mar e outras em cavernas subaquáticas e terrenas. Eu admirava muito seu trabalho.

—Eu estive pensando...

Era bom conversar com Seth, ele falava muito mais que eu, me poupando as vezes de sentir necessidade de preencher o vazio da conversa. Eu sentia falta dele. Gostaria que ele estivesse comigo durante os últimos acontecimentos.

—Você está me ouvindo? –ele perguntou.

—Desculpe, meu pensamento voou.

Seth me olhou desconfiado.

—Eu disse, que sinto falta de Forks, e da simplicidade daquele lugar.

Seth, assim como eu, não retornara mais a Forks desde quando se mudou para a faculdade, porém, diferente de mim, ele sentia saudades, tinha desejo em retornar para visitar a família. Mas, ele lidava bem com isso, sua irmã, Emilly, morava na Califórnia com o Jacob e seus amigos –que eram meus amigos também-, agora residiam ali também. Apenas sua mãe, ficou em Forks, assim como meus pais.

Engoli em seco.

—Você está bem? –ele perguntou.

—Sim e não.

—Você vai ter que me explicar isso. –Seth franziu o cenho.

Eu lhe contei sobre Edward e nossa aproximação e também sobre meu acidente na festa da mansão, ele ouviu tudo com muita atenção.

—Vou responder por partes. Você está gostando desse cara, né? –ele disse sorrindo.

—Eu me sinto diferente com ele, porque ele é diferente. Entende? Ele me transmite paz, cuida de mim e se preocupa comigo. E eu gosto disso, fazia tanto tempo que não me sentia leve e ...

—Feliz. –ele completou. –Você está radiante, Bells. Isso é bom. Se quer um conselho meu, única coisa que eu posso te dizer, conhecendo todos os Cullen como conheço é que: você deve arriscar e deixar rolar, não se esquive e se Edward Cullen, te fizer mal, eu pego ele.

Eu sorri.

—Acho que não tenho escolha, já estou envolvida demais por ele.

—Como você se sentiu quando afogou?

—Um dos piores momentos da minha vida Seth, parecia que eu estava revivendo todo aquele pesadelo novamente e eu queria lutar, mas não tinha forças. –senti meus olhos se encherem de lagrimas. –Porém, quando vi que Edward estava comigo e me abraçava, foi como se tudo voltasse para seu lugar, a escuridão não me perturbou como antes e a dor em meu peito era menor, parecia que ele era meu porto seguro, eu conseguia respirar. Edward me fez sentir esperança, em vez de medo.

Pude ver uma lagrima escorrendo em sua bochecha, e Seth por fim sorriu.

—Minha mãe sempre me dizia algo muito bonito, sabe Bella? Ela dizia que o que nos deixa forte e maduro é saber lidar com todos momentos de nossas vidas, e você aprendeu muito com tudo. Além disso, ela dizia também que as pessoas sempre entram em nossa vida por um proposito, todo mundo tem sua missão.

—Você acha que a de Edward é me proteger? –disse franzindo o cenho.

—Claro que não Bella. Acho que Edward entrou na sua vida para muda-la e te mostrar muita coisa.

Minha campainha soou, me fazendo pular na cama.

—Que porra. –murmurei. –Deve ser Leah, nós vamos ao shopping.

Me levantei da cama e fui em direção a porta, enquanto Seth ria do outro lado da tela.

—Como assim, você vai ao shopping com Leah? Ela odeia compras.

—Bom, Jacob vai ter um jantar muito importante amanhã e ela precisa de uma roupa elegante. Então é um caso de urgência. –eu disse rindo. –Tenho que desligar.

—Está certo, vejo você em dois dias. Se cuide, Bells.

—Se cuide também!

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—Você pode fazer isso de duas formas, Leah: ou você me ajuda a te ajudar, me dizendo o que você mais gosta, ou nós vamos ficar rodando esse shopping pelo menos mais cinco vezes. –eu disse.

Leah me encarou com expressão de tédio, e eu cruzei os braços em cima do peito. Ela parecia uma criança petulante, e eu ri daquilo.

—Pare de rir de mim, Bella.

—Vamos lá, nós já demos três voltas na parte de roupas femininas e você simplesmente nem olhou nas vitrines.

—Eu odeio isso! Eu odeio Jacob por me obrigar a ir.

—Provavelmente, você odeie mais as mulheres se jogando em cima do seu marido, se você não o acompanhasse.

Ela gemeu e segurou meu braço, voltando a caminhar.

—Você tem razão. Vamos achar logo alguma coisa.

—Você deveria ter contratado Alice, ela ia amar fazer isso.

Leah estremeceu.

—Eu não conheço Alice.

—Isso não impede nada. Olhe! Aquela loja... vamos.

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Depois de experimentar cinco vestidos, Leah finalmente havia encontrado o modelo certo, do seu gosto, em um tom de dourado, dando total destaque para o tom moreno de sua pele e seus cabelos pretos. E enquanto eu a esperava, vi um modelo que havia simplesmente me conquistado, o vestido preto, caia perfeitamente em meu corpo e eu não tive outra opção a não ser compra-lo.