Shut Up! escrita por Daniela Mota


Capítulo 2
Cápitulo 1 - Duas faces


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Isabella PDV


Fechei os olhos em delírio. Só conseguia ver o rosto daquele homem que me deixava mais louca, conforme os dias se passavam. O problema era que eu costumava fazer isso o tempo todo. Pensar nele já tinha virado uma maravilhosa rotina.


–Minha filha, seria uma boa ideia se descesse. Vai acabar perdendo a hora do colégio, não quer se atrasar, quer? - minha mãe chamou, abri os olhos em choque, costatando que já estava atrasada.


Me levantei da cama, num ímpeto. Fui direto pro espelho pra ver o meu reflexo, que eu evitava na maioria das vezes. Irritada, olhei meu cabelo ressecado no espelho. Ele era cumprido, ressecado e totalmente embolado, não importava o quando eu o penteasse. Não me irritei mais, e também não tinha tempo de desembaraçar aquela Mata Amazônica - conforme apelidavam os meus amistosos colegas.

Peguei o primeiro prendedor de cabelo que vi pela frente e o prendi, não ligando pro volume do meu rabo de cavalo. Em seguida, desatei a procurar pelo meu óculos. Por fim, percebi que ele estava o tempo todo preso à minha blusa. Eu devo ter colocado lá justamente com a intenção que eu não o esquecesse.

–Já estou descendo, mãe. - falei, antes que ela achasse que eu não tinha a ouvido chamar.

Passei pelo corredor, no qual tinha vários quartos. Dentre eles o da minha mãe, o meu, o do Emmett e o de Alice. E outros que nunca foram realmente usados. Mas que, mesmo assim, estavam devidamente mobiliados e prontos pra uso. Desci as escadas, minha mãe Esme estava sentada na mesa, parecia radiante, já que, seus olhos brilhavam muito. Ela realmente era um livro aberto. Aquela felicidade provavelmente teria sido causada pelo seu namorado.


Não gostava de tocar no assunto de namorado da mamãe. Não porque ele era um carrasco ruim de engolir, ou porque o odiava que nem nos filmes clichês. Eu tinha os meus pesados e tristes motivos. Eu achei que ela superou muito rápido a morte do papai. Ela se apaixonou por uma pessoa rápido demais. Não digo que ela deveria sofrer pela perda do papai para sempre. Mas ele era um homem muito incrível pra ser substituido tão rápido. Enfim, o nome do namorado dela era Carlisle, fui apresentada a ele faz uns mêses. Ele parece muito novo. Mas minha mãe disse que ele tem 3 filhos já grandes, que eu ainda desconheço.

(...)

Saí de casa e abri a porta da minha picape, sentando no banco do motorista. Resisti ao impulso de bater a minha cabeça no volante. Eu queria voltar à minha casa e contar a minha mãe como eu me sentia em relação à sua nova escolha de juntar as duas famílias com um cara que, com certeza, não era metade do que meu pai sempre foi. Ela deveria saber que nunca conheceria um homem como meu pai. Eu queria dizer tantas coisas, mas eu não conseguia. A droga daquele lindo e radiante sorriso dela voltando aos poucos não deveria ser apagado novamente. Mas, em compensação, aquele sorrisão que meu pai dava, em quase toda circunstância, o seu olhar humilde, suas palavras de conforto, seus conselhos... Faziam com que eu me sentisse dividida entre a vida e a morte. Por mais que meu pai tenha sido incrível, ele se foi. Aquela maldita doença acabou por arrancar a sua vida. 


Edward PDV

Vesti minha jaqueta de couro e coloquei minha lupa, nem me olhei no espelho, eu já sabia que eu estava perfeito. Perfeito e atrasado. Se eu não chegasse cedo não ia dar tempo de me divertir antes do meu tédio diário.
Desci as escadas correndo, pulando os degraus para chegar mais rápido ao andar de baixo. Olhei Carlisle na mesa, ele estava sorrindo, não sei de quê. Ele parecia estar completamente maluco.

–Edward! - falou Carlisle e continuou - Eu preciso falar com você...


Passei direto, não tinha tempo pra receber bronca do velho maluco. Certamente ele me daria um castigo por algo que eu nem estava lúcido quando fiz. Ou estava. Não sei. A noite anterior havia sido tão louca e eu nem lembrava o porquê.

Liguei meu carro e saí cantando pinel.

Estacionei na minha vaga reservada, e saí do meu carro, batendo a porta em seguida. Passei pelas líderes de torcida com saias curtas e foi impossível não sussurrar um "gostosa!" antes de entrar. Me diverti observando elas brigarem entre si, discutindo e quase se matando porque todas elas acreditavam que eu estava falando unicamente com elas. E já que todas pensavam isso ao mesmo tempo, isso arrumava uma grande confusão.

Entrei pelo grande portão da escola ainda observando as garotas brigarem por mim, assisti uma loira apontar o dedo na cara da ruiva. E então a ruiva, indignada, tirar o dedo dela com raiva. A minha destração na cena que ocorria atrás de mim fez com que eu me batesse com uma pessoa. Eu colocaria a culpa na pessoa, mesmo eu sendo o destraido. Mas a única sensação que tive foi de repulsa. Eu me senti como se houvesse me batido com uma lata de lixo. Aqueles aparelhos, penteado, roupa e óculos eram repugnantes. Se bem que sem eles, acho que não melhoraria muito.

Me afastei rapidamente dela, não lhe dizendo nada. Ela tentou me falar um "Me desculpe", mas o som da sua voz se assemelhava mais ao de um porco sendo sangrado.
Observei ela me olhar como se fosse me devorar, e senti vontade de vomitar. Felizmente observei Jessica, mas, infelizmente, ela não parecia nos seus melhores dias. Quem é ela? Bem... Ela é a minha ficante. Mas não minto, ela não é das melhores. É chata, possessiva e nem é tão bonita assim. Sorte a dela que considero a frase "Certas mulheres são que nem camarão, se tira a cabeça e come." . Me aproximei de Jess, cauteloso. As mulheres ficam assustadoras quando estão em dias assim. Antes de enfim chegar perto dela, notei que o motivo do seu repentino mal humor não era raiva, era ciúmes. Ela praticamente fuzilava a CDF com o olhar.

Jessica parou de encarar as pessoas e se virou pro armário dela, parecia bater nas coisas lá dentro, agredir seus pertences. Isso estava começando a me assustar.

–Ei, gatinha. - falei pegando em sua cintura e continuei - Não me viu aqui?

–Oi - ela falou tirando minha mão da sua cintura e continuou - Sim eu te vi, mas preferiria não ter te visto.


–Nossa, que isso gatinha? - ri.


–Eu que te pergunto, o que foi isso? O jeito que você olhou pra aquela garota. Achei que tinha bom gosto... Todo dia ela te olha como se fosse te comer com os olhos! Você pensa que eu não percebi isso? - ela falou olhando pra CDF, que realmente não tirava os olhos de mim.

Isso era ridiculo. Sempre evitei compromissos pra não ter que lidar com isso e mais centenas de coisas. Além do mais, enjoo rápido das garotas. E já estava começando a enjoar dela.

–Jessica, fala sério! Não tem espelho? Olha pra você, olha pra aquela garota. Acha mesmo que teria alguma chance? Está me achando com cara de instituição de caridade? - ri um pouco.

–Sério? - ela perguntou com uma expressão terna, mas depois mudou pra desprezo.Voltou a encarar a garota.


–Uhun. - assenti, e me aproximei dela, esperando que me beijasse.

–Eu não consigo suportar mais aquela garota! - ela disse entre dentes.

–É uma iludida da vida - ri, tentando tranquilizar.

–Por que acha isso tão engraçado? - ela bateu no meu peitoral - Não vai fazer nada, né? - ela perguntou e eu neguei com a cabeça.

Ela passou na minha frente e se dirigiu a garota, estava num nivel elevado de raiva. Do jeito que ela tava era até capaz de bater na garota, eu deveria impedir, mas dava tudo pra ver uma segunda briga de mulher, ainda mais quando o motivo desta briga era eu.

–Ei, não tem mais nada pra fazer não? - ela perguntou a CDF que tirou os olhos de mim quando a viu na sua frente.

–Que? - ela não parecia mesmo entender o porquê de tanta fúria.

–Como por exemplo arrumar o cabelo antes de vim pro colégio - ela falou olhando pra ela com nojo.

FOI NESSA HORA QUE TODO MUNDO PAROU PRA ESCUTAR, todo mundo mesmo, o corredor ficou em silêncio olhando Jessica que parecia descontrolada, e de fato estava. Aqueles alunos amavam uma briga.

–Hã? - ela continuou desentendida.


–Não se faça de desentendida, pare de olhar pro Edward! Se toca ele não gosta de baranga. Vai nascer de novo, se isso ajudar... - ela provocou a CDF.

A CDF ficou parada, nada retrucou. Suas pernas começaram a tremer e a sua expressão estava se tornando como de uma garota chorona.


–Eu... - tentou explicar a CDF.

–Só não quebro sua cara porque isso só te deixaria mais feia do que você já é. Se isso é possivel. Com licença... - as vaias começaram, e isso fez a Jessica sorrir.

Observei a CDF se tremendo, os olhos já cheios de lágrimas prestes a escaparem. As piadinhas continuavam, e a cada vez mais ela se contorcia pra não chorar. Aquela fraqueza a tornava ainda mais ridicula. Jessica riu um pouco dela, e em seguida veio em minha direção, me agarrando. Com os olhos abertos, enquanto a garota enfiava a lingua na minha boca, pude observar a CDF sair correndo, quase que tropeçando na saia de vovó que vestia. Fechei os olhos e tentei me concentrar no beijo um tanto provocador que a Jessica estava me dando. Mas não demorou muito, e ela se afastou, ofegante. Tentei puxá-la de volta, pedindo por mais. Ela apenas balançou a cabeça sinalizando um não, mas mesmo assim continuei tentando agarrá-la.


–Vai, gata. Sei que tem mais de onde saiu esse. - pedi e ela riu.


–Claro que tem, mas tem que fazer por merecer. - ela balançou a cabeça, indicando o lado de fora.


Andamos até lá fora e ela me mostrou a decadente picape que sempre matava o estacionamento do colégio, por ser tão feia e velha. Dei um chute na lata velha, e observei que a lataria era até um pouco resistente. Mas aquele azul desbotado, peças enferrujadas e faróis gigantes estavam além da decadência. Jessica me chamou, e só aí notei que ela havia saído. Ela tinha nas mãos instrumentos de grafite. E eu tinha plena consciência do que ela queria fazer. Estava totalmente acostumado com esse tipo de vandalismo, e não vou mentir... Era o mais divertido.

Isabella PDV

Observei meus olhos vermelhos no espelho do banheiro. Eu ficava ainda pior quando chorava. Enxuguei as lágrimas, enquanto observava mais cairem pelos meus olhos. Comprimi os lábios, tentando não chorar mais, e, felizmente, o sinal tocou. Com a ponta da saia, limpei meus olhos, pus meus óculos, peguei minha mochila no chão, e enfim destranquei a porta do banheiro. Não era a primeira vez que me trancava lá pra fugir das pessoas, e nem seria a última. Dessa vez tinha sido diferente ver o Edward observar tudo e não fazer nada pra impedir doeu. Bastante.

Fui andando com a cabeça baixa, mas mesmo assim observei o mediocre espetáculo do Edward e aquela garota se agarrando no meio do corredo. Desviei meus olhos, que já ardiam de vontade de continuar chorando. Infelizmente notaram a minha presença. Eles pararam, olharam pra mim, e começaram a gargalhar. Senti vontade de morrer naquela hora. De sumir, desaparecer. De ser invísivel.

Saí ignorando os dois e fui em direção ao meu carro quase correndo. Quando o olhei, notei que estava pinchado em letras pretas e mal feitas a palavra "BARANGA". As lágrimas se puseram a rolar com mais intensidade, por mais que eu segurasse, aquilo era demais pra mim. Meu pai que me deu o carro, ele tinha tanto valor pra mim, pra mim era o carro mais valioso do mundo, porque foi dado por um cara que eu admirava, e sentia grande falta.

Minhas pernas se puseram a tremer, e as risadas deles serviam de trilha sonora pra aquele dia horrível que eu estava tendo.


–Gostou do presente, baranga? - ouvi a voz zombadora de Edward.


Puxei a porta do carro com força, e ela se abriu. Dei a partida em seguinte, tentando limpar as lágrimas acumuladas no meu rosto. A picape demorou a pegar, o que fez com que surgisse mais piadinhas de mal gosto. Mais lágrimas desciam enquanto eu observava Edward se diverti as minhas custas.


–E o barangamóvel está saindo... - Edward zombou.


Tentei novamente dar a partida, e dessa vez o carro pegou, pisei fundo no acelerador e fiz a curva, corri o máximo que a picape aguentava, o que eu queria era chegar em casa e me refugiar.

Aquilo não tinha sido mais um típico dia ruim pra completar a coleção. Eu sabia muito bem lidar melhor com esses tipos de dias ruins. Mas esse dia ruim tinha acabado com qualquer vestígio de força ou de felicidade resistente em mim. O dia que meu coração se partiu.

(...)


Eu chorava, e parece que existiriam lágrimas pra eu chorar por toda uma eternidade, pareciam que nunca iam secar, eu sentia uma dor tão forte machucar meu peito, eu chorava pela humilhação, pelo Edward, e pela picape. Eu chorava por tudo, e por esse tempo todo eu vinha tentando ser forte. O tempo todo estive no meu canto, amando em silêncio, através de olhares, mas agora, eu posso ver que ele parece não sentir nada por mim, ele não fez nada, deixou aquela garota me humilhar mais e mais.

Eu me sentia uma tola, uma idiota, e não queria mais voltar naquela escola.

Ouvi batidas na porta que fiz questão de ignorar, eu queria ficar sozinha e morrer junto com tudo que fantasiei, pensei, e queria.


–O que foi mana? - ouvi a voz de Alice, e logo depois o barulho ao sentar na cama, ao meu lado. Não consegui lhe responder nada que fizesse sentido –Isabella, eu estou preocupada com você, será que você pode me responder? - ela perguntou novamente.


–Eu não quero falar sobre isso... - falei tirando minha cabeça do travesseiro, e a olhei, ela me encarava.

–Confia em mim, me conta o que está acontecendo.- ela pediu.


–Foi só um garoto... - solucei, tentando me convencer que aquilo era pouco.


–É incrivel como os homens são todos iguais... O que ele fez com você? - ela continuou perguntando, com a voz cautelosa.

Só consegui me levantar e dá um abraço apertado na minha irmã. Chorei no ombro dela, enquanto ela tentava me perguntar coisas que eu não conseguia responder. Ela parecia curiosa em saber o que estava me fazendo chorar tanto.


–Eu me apaixonei por ele... E... Ele me humilhou junto com uma garota. - falei e mais uma lágrima desceu e rolou sobre meu rosto. Me afastei dela, tentando limpar minhas lágrimas.

–Como foi isso? - Alice perguntou.


–A garota que estava com ele me disse coisas horriveis, mas eu só estava olhando pra ele, eu não tinha feito nada, nada demais, e ainda pinchou minha picape na saida, que é a lembrança do nosso pai... Eu, eu... Preciso ficar sozinha... - falei.

–Como quiser. - ela falou baixinho.


Ela apenas se levantou da cama e saiu, saiu de lá sem nenhum questionamento. Acho que ela não tinha palavras que me consolassem, ninguém tinha.

Flash back on*

–Filha, eu tenho uma surpresa pra você! - falou meu pai, eu lavava a louça, apenas enxuguei a mão no pano de prato e fui até ele, ele tapou meus olhos.


–Eu não posso ver? - perguntei rindo.


–Aí deixaria de ser uma surpresa! - ele riu.


Eu fui andando devagar, quase caia, mas a mão do meu pai me segurou, e me deu segurança, ele parou, e tirou as mãos que cobriam meus olhos e disse:


–Olha o que eu comprei pra você!


Olhei a picape simples que estava na minha frente, e sorri, aquilo deve ter gasto toda sua economia, eu deveria reclamar com ele por tá gastado dinheiro comigo, mas não, apenas admirei a picape a minha frente, o meu primeiro carro, que meu pai não tinha condições nenhuma de comprar pelo que ganhava e que tinha se esforçado tanto pra me dar o tal presente, aquele sem dúvida era o melhor presente.


–É linda, pai! - alisei a caminhonete e pulei nele dando-lhe um abraço apertado.


–Você merece... - ele falou com um sorriso no rosto.


–Ah pai! - falei emocionada.


–Cuide bem dela... - ele falou.


Flash back off*


As lembranças de meu pai eram tão fortes, cada momento que eu passei ao seu lado foi feliz, mas aquela maldita doença tinha que acabar com ele aos poucos, e levar ele de mim, um cara que merecia tudo de bom nesse mundo, ele sempre foi honesto, humilde, ele sempre nos ensinou que o que tinha de importante na vida, era ser feliz, e que isso bastava.


Edward PDV

Como o combinado, Jessica me pagou, e muito bem pela humilhação com a baranga, depois daquilo filamos as aulas e fomos pra casa dela, ela mora sozinha, então não é um problema. Me mechi na cama quebrado, é, a Jessica fez por merecer, estava completamente selvagem.Ela puxou meu cabelo me forçando a ficar na cama, logo após se chegou mais pra perto de mim e abraçou meu corpo junto ao dela.


–Fica mais! - ela falava.


–Tenho que ir, gatinha! - falei e tirei sua mão que envolvia meu corpo e continuei - O velho vai implicar comigo, ele já estava querendo me dá sermão, e eu ainda nem tinha saído de casa.


Me levantei da cama impaciente, e pus minha roupa, logo após Jessica protestou mais, mas, acabou dormindo em seguida. Saí da sua casa e entrei no carro, não estava com tanta pressa assim, só enrolei a Jessica, pra falar a verdade quanto mais eu demorasse, melhor. Liguei o carro e acelerei.
Meu celular tocou dentro do bolso da minha calça me fazendo pular:


"EU POSSO ATÉ CHORAR, MAS NADA VAI MUDAR, VOU ESTAR SEMPRE AQUI CHORANDO POR VOCÊ, ATÉ MORRER" - a música rock pesado tocava, aquela coisa de emo. Aposto que foi coisa do Jasper, eu não devia ter emprestado meu celular a ele.

–Alô! - falei.


–Alô... Edward? - perguntou Jasper.


–Não, não é o Edward... - falei.


–Quem é? - ele perguntou.


–É o presidente Obama! How are you? - ironizei.

Eu sempre tive pavio curto com idiotas.

–Parou? Não precisava de ignorância, Carlisle quer falar com você. – ele falou.


–Eu saio daí pra não levar castigo e você me liga? - perguntei irritado.


–É por causa do jantar! - ele falou.


–Que? - perguntei.


–Agora você tá dirigindo olhe para a estrada pra não morrer, mas até que não seria uma idéia ruim, eu choraria por sua morte, mas não por toda eternidade... - ele falou e eu bufei em protesto.

Olhei pro lado e vi uma garota loira, vestida de lider de torcida, ela tinha cabelos longos, e pelo o que eu via, olhos azuis, parei o carro no mesmo momento.

–É... Jasper, eu já tô indo, e... UUI! - falei examinando a gata que se abaixava pra pegar uma coisa que havia deixado cair, aquela saia curta e a visão ampla que eu tinha da sua calcinha minuscula, estava me enlouquecendo.


–Não Edward! É sério, o Carlisle disse que se... - ele berrava.


–Vá se ferrar Jasper! - berrei e bati o telefone na cara dele.

(...)

Por fim, e como sempre, consegui ficar com a garota. O irônico é que eu sempre usava o mesmo papinho, e toda caiam. No final elas perguntavam meu nome, e eu dizia um bizarro, às vezes prometia ligar, às vezes não.
Enfim cheguei em casa, estacionei o carro e entrei em casa. Tentei usar a mesma tática de passar correndo quando avistei o Carlisle, mas ele preveu isso.


–Edward! - berrou Carlisle e eu tive que descer os degraus que havia subido.


–Fala!


–Vai se arrumar, estamos indo ao jantar na casa da Esme, é hoje que você vai conhecer seus futuros meio irmãos! - ele falou.


–Que careta, velho! Você vai casar mesmo com aquela mulher de nome estranho? - perguntei.


–Ela não tem nome estranho... - ele falou.


–Tem sim! - falei.


–Anda logo, pra eu não me irritar com você – ele falou e continuou – Uma semana sem...

CARLISLE! CARALHO! Esses nomes não se pareciam? Não era por coincidência. Vai começar, Carlisle sempre foi um pai careta e ridiculo, por tudo ele quer dar castigo tirando o que eu mais gosto de fazer, o encarei com raiva e ele sorriu esperando, apenas virei as costas e subi as escadas indo pro meu quarto.


GRANDE NOITE EDWARD, GRANDE NOITE.


Vai passar a noite com um monte de pirralhinhos que da noite pro dia vão virar seus irmãos, você não merece isso...
Tomei uma ducha fria, botei uma camisa preta, e uma jaqueta jeans, vesti uma calça jeans e penteei meu cabelo ao meu modo, pouco me importava se aquilo era um jantar careta, eu não vestiria mais do que minhas roupas de sempre.

Isabella PDV

Além da Alice, minha mãe também adentrou o quarto e me presenciou chorando. Não disse a ela o motivo verdadeiro, e achei que pensasse que se tratava apenas de sensibilidade a algo. Infelizmente, ela me pediu que eu descesse, que os filhos do seu namorado iriam chegar em poucos minutos. Ela parecia tão empolgada e feliz. Que, por um momento, me senti completamente idiota em estar estragando sua grande noite. Nenhuma tristeza era grande demais pra bloquear a felicidade da minha mãe.

Me levantei meio sem vontade, meus olhos ardiam de tanto chorar, mas por minha mãe eu faria esse esforço. Me dirigi ao banheiro, onde me olhei no espelho, a mesma ridicula de sempre. Meus olhos estavam inchados, por consequencia de um dia inteiro de choro.

Tomei uma bela ducha, lavei bem os olhos, na intenção que o vermelho saisse, coloquei uma blusa de manga, e uma saia cumprida, prendi meu cabelo e olhei meu rosto no espelho, eu estava acabada, por dentro e por fora.

Edward PDV

Segui o carro do Carlisle até um casarão que tinha 3 carrões na garagem. Parecia até uma mansão. Estacionei meu carro numa das vagas, e acompanhei Carlisle e os outros. Uma ruiva sorridente abriu a porta, e pediu que entrassemos. Entrei e percebi boquiaberto que a casa era linda por dentro, luxuosa e bem iluminada, parece que o Carlisle de fato havia ganhado na loteria, sua namorada até era uma ruiva bonitinha.

–Esses são seus filhos, Carlisle? – a ruiva perguntou, empolgada.

–Não, somos os pais dele! - sorri irônico.

–Não ligue, Esme. - falou Carlisle constrangido e continuou - Esse é o Edward, Rosalie e o Jasper...

–Prazer! Bem vindos! Carlisle, você tem filhos lindos. - ela falou com um sorriso no rosto e olhou pra escada - Os meus estão descendo. Acho que vão se dar muito bem!

Bufei, enquanto esperava. Uma garota baixinha desceu as escadas, saltitando. Logo depois dela, desceu um garoto de quase 2 metros de altura com cara de retardado. Devo admitir que pensei que eles eram crianças, mas aparentavam a minha idade.

–Onde está a Isabella, Alice? - perguntou Esme.

–Ela tá lá encima, ô mãe... - falou o com cara de idiota.

–Isabella, minha filha. Pode descer, por favor? - ela pediu, educadamente.

Talvez ela tivesse uma filha gata a que valeria participar de toda essa palhaçada. Se ela tivesse, eu poderia aproveitar a noite...Infelizmente, todas as minhas expectativas foram ao chão quando observei a CDF no alto da escada, tragicamente vestidas com suas roupas cafonas. Tentei segurar o riso, mas foi uma tarefa que não consegui cumprir.

Ela me encarou do alto da escada por um longo tempo e desceu com as pernas um pouco bambas, ao chegar no meio da escada tropeçou na barra da saia e desceu a escada rolando.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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