Na praça, dona Cândida saboreava um bombom comprado por seu Ptolomeu de presente a ela.

—Chocolate é tão bom, né?

—Sim, o aumento na produção de endorfina pode nos fazer sentirmos apaixonados.

—Eu não preciso do chocolate pra isso…

—Como disse?

—Quer um pouco?

—Não, obrigado. Fique a vontade.

O vento corria suavemente, levando consigo algumas folhas no chão, que representavam o fim do inverno. Era a semana do começo da primavera, quando as primeiras flores já começavam a surgir no ambiente urbano.

O banco da praça era largo o suficiente para quatro pessoas sentarem tranquilamente, mas seu Ptolomeu arriscou se aproximar da jovem menina, posando novamente sua mão sobre a dela. A brisa continuou a refrescar o ar daquela tarde ensolarada de sábado, mas não conseguiu evitar o calor de subir até a face de Ptolomeu.

Tal sensação foi amenizada quando a mão de dona Cândida gentilmente segurou a de Ptolomeu, aceitando seu pequeno afago.

E ali ambos ficaram, de mãos dadas, falando sobre muitas coisas, mas sem prestar atenção em nada que não fossem os dois.