Angel of Circus escrita por Milly Malfoy


Capítulo 1
O Anjo do Circo


Notas iniciais do capítulo

A personagem Angel Sharpe e a música que ela canta são de minha autoria.
Eu me inspirei no Teaser Trailer Fallen Angel de AHS: Freak Show
Link do Teaser: https://www.youtube.com/watch?v=q9_NicfJkwA

Os personagens da série que eu usei podem estar com a personalidade um pouco diferente.

Espero que gostem ♥



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Capítulo 1

 

— O Anjo do Circo

 

 

            Em uma cidadezinha pequena no interior, sempre que surge uma nova atração no lugar rapidamente a notícia se espalha.  Dois rapazes conversavam sobre a atração da vez enquanto faziam uma caminhada pelo parque.

—Você viu? Chegou um circo na cidade. - O primeiro disse enquanto tentava controlar o fôlego.

—É mesmo? Não sou muito fã de circos... - O segundo respondeu  antes de tomar uns goles de água.

—Não é um circo comum. É um circo de horrores, eles fazem umas apresentações mostrando vários tipos de aberrações humanas, e até com animais.

—Parece divertido! Quanto é o ingresso? – Como eles estavam caminhando, não foi possível que a garota que escutava sorrateiramente continuar ouvindo a conversa.

         Sentada num banco do parque com óculos escuros, uma jovem com seus 19 anos de cabelo loiro apertou os punhos contendo o instinto de levantar e começar a insultar os dois rapazes. Mas sabia que não devia espantar o público. Elsa a mataria se soubesse que fez algo assim. Se levantou apanhando sua bengala-guia e passou a caminhar de volta para sua casa. Cerca de quinze minutos andando, chegou perto do descampado aonde a tenda e o trailer do Freak Show estavam instalados temporariamente. Ouviu alguém chama-la.

—Angel! A dona Elsa está te procurando, é algo sobre seu figurino para a apresentação de hoje. - Era uma das acrobatas.

—Está bem, obrigada.  –Respondeu calma como sempre.

Só torcia para que aqueles dois idiotas não viessem hoje.

[...]

           Chegou numa sala de bastidores. A mulher barbada estava em pé com uma costureira tirando suas medidas. Elsa Mars estava em pé ao lado das duas passando instruções de como deveria ficar o traje. Porém Angel só podia supor que isso estava acontecendo através da conversa e do sútil som dos movimentos que elas faziam.  Ao perceber sua presença ali, foi até as araras puxando um traje e veio afobada em sua direção.

—Ah ai está você Angel! Finalmente, a costureira acabou de concertar aquele traje. Você já pode usar ele hoje. - Elsa sempre parecia atarefada, é realmente estava. Não deve ser fácil administrar um circo que está sempre mudando de cidade.

— Tá bem. - Pegou o traje  já foi dando meia volta para sair.

—Espere ai garota, fique aqui. Preciso que de uns palpites sobre o traje.

—Acho que não sou a pessoa mais indicada para fazer algo assim. – Falou meio confusa.

—Só tente imaginar, um vestido azul escuro com babados coloridos ou um vestido colorido com babados azuis? – Insistiu.

—Acho que prefiro o segundo. –Falou sem se importar realmente, só queria ir para sua cama.

—Ótimo, por que eu também, então será esse. – Algo lhe dizia que sua opinião só serviu para confirmar algo que já estava decidido.

            Com o ar naturalmente desinteressado que ela tinha, tornou a dar meia volta torcendo para que não a chamem novamente. Com sorte seu desejo se realizou, foi para seu quarto/camarim sem ser parada por ninguém no caminho pendurou seu traje concertado no cabideiro, sentou na cama, descansando a bengala-guia ao lado e tirou um cochilo.

[...]

Acordou com batidas impacientes na porta:

—Angel!! Comece se arrumar para a apresentação! Angel!!  - Era Elsa, sorte que se lembrou de trancar a porta antes de deitar, senão certamente estaria sendo sacudida pela outra.

—Já vou, já vou. - Falou se espreguiçando e levantando para tomar banho. Tateando delicadamente as paredes até achar a porta do box e a fechar, assim ligou o chuveiro e começou a se ensaboar.

Ao finalizar, ajeitou a toalha na cabeça e foi até o cabideiro buscar seu traje, um vestido branco liso, de um ombro só junto de uma venda branca com detalhes dourados e para completar uma sandália delicada de amarrar. Vestiu o traje, amarrando a venda na cabeça para cobrir os olhos. Já podia colocar ela antes do horário da apresentação por que para ela isso não fazia diferença. Foi no armário e buscou pela pequena harpa que tinha e em seguida caminhou até ao lado cama, se abaixou para pegar a bengala guia e assim saiu do quarto.

  [...] 

—Ah ai está você finalmente! Vamos por as suas asas. - Elsa gesticulou para duas assistentes se aproximarem, uma segurava um belo par de asas sintéticas. Angel se virou enquanto as duas prendiam-na diretamente no suporte para asas, duas hastes metálicas com as pontas arredondadas, que fora cirurgicamente implantado em suas costas.

—Estamos quase lotados hoje, eu sabia que era uma boa ideia vir para cá! Esse povo adora uma novidade na cidade! – Elsa claramente já estava quase arrancando os cabelos. Ela sempre fica assim no dia da primeira apresentação em um novo local. Era muito perfeccionista.

—Espero que eles tenham desistido de vir. - Deixou escapar sem querer

—O que?

—Nada. Eu sou a próxima? - Falou enquanto entregava a bengala guia para uma das assistentes de palco guardar para ela.

—Sim, fique de prontidão. - Dito isso, Elsa se virou e entrou no palco com seu megafone —Obrigada pelos aplausos senhoras e senhores! Agora vamos para o nosso próximo número com o anjo do circo... Angel !!

A plateia aplaudiu e a garota subiu no palco, tocando delicadas notas na pequena harpa, uma música se iniciava e ela começou a cantar.

 

Nessa noite os anjos vão cantar,

 

Nessa noite se você pro céu olhar,

 

Anjos vai encontrar.

 

Se você prestar atenção,

 

Um canto de um anjo vai escutar,

 

A voz de anjo veio para encantar.

 

No céu ele vive, a Terra ele visita,

 

Há quem quer ele escutar.

 

 

            A música encerrou enquanto ela tocava as últimas notas em sua harpinha. A plateia então começou a aplaudir. Eles pareciam encantados, não deviam estar esperando ver uma apresentação desse tipo esta noite. Acenando gentilmente para agradecer os aplausos, Angel deu meia volta e saiu do palco.

[...]

            Naquela mesma noite, Angel estava deitada em sua cama tendo um pesadelo, coisa que há muito tempo não acontecia. No sonho apareciam imagens de coisas que havia visto antes de perder a visão. Essas coisas ela pode ter visto em algum filme ou eram lembranças reais suas. Tudo se misturava criando um sonho ruim. Dentro de sua cabeça corria por um corredor escuro tentando fugir de uma sombra que se aproximava e sussurrava lentamente:

 

“Angel”

 

“Angel”

 

“Angel”

 

.

 

.

“Rosária”

 

 

           Angel despertou num sobressalto, e se sentando na cama colocou uma mão no peito tentando acalmar as batidas do coração.


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Notas finais do capítulo

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