Marcas de Guerra (Espólios de Guerra 1) escrita por scararmst


Capítulo 10
Reconexão


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa KSOPAKSPOAKOPSK
Esse capítulo é dos que já tava pronto, eu simplesmente esqueci que tinha de postar. Lembrei quando fui marcar o capitulo da outra história que esse tava na lista também. Desculpa gente, sou uma péssima pessoa -q
Espero que gostem para recompensar ♥



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15 de julho de 1998

 

Greg não tinha percebido o quanto apreciava o silêncio.

Simplesmente nunca o tivera. Quando criança, seu pai e sua mãe estavam sempre gritando um com o outro. Depois, em Hogwarts, estava sempre com Draco, e estar com Draco era estar com a atenção, e a confusão. Os poucos minutos de paz costumavam ser quando saia com Vince para algum lugar como a orla do Lago Negro, mas mesmo isso era frequentemente interrompido pelo som de outros alunos no lugar.

Ali, na casa de Blaise, silêncio era algo absoluto. Tão absoluto que, Greg percebeu, era a primeira vez na qual presenciava isso, e a situação tornava seus pensamentos todos altos demais.

Ele suspirou, se afastando da janela e se sentando na cama. Recebera outra carta de sua mãe querendo saber onde ele estava, mas depois de ter respondido a primeira com um “estou bem” rabiscado sem dar sua localização, acabou decidindo apenas ignorar as cartas enviadas depois.

Estava… cansado. Sequer sabia de que. Blaise incubira empregados de levarem comida para ele no quarto, e no fim das contas, Greg não precisava sair do aposento para nada. Sabia já estar abusando da boa vontade do colega, e que mesmo se fossem melhores amigos já estaria ficando ali por tempo demais, dadas as circunstâncias, mas…

Aquele silêncio era bom. Era confortável, e o mais próximo possível de seus momentos roubados com Vince na escola. O mais próximo da sensação de paz alcançada com ele, mesmo nos lugares mais barulhentos e perturbados da escola.

Blaise tinha arrumado alguns livros para ele, os quais Greg aceitou por educação, porém não chegara a ler. Era um péssimo leitor. Não conseguia se concentrar, era como se as palavras dançassem na sua frente. Seus passatempos com Vince sempre foram mais práticos, como quadribol, e o passatempo mais intelectual no qual chegavam a participar era jogar xadrez bruxo. Ainda assim era raro, e eles preferiam algo como snap explosivo.

Chegara a pensar em chamar Blaise para uma partida, mas não sabia como fazer isso. Os dois não conversavam, exatamente, antes de tudo. Ainda não sabia bem o qual era a relação atual deles, mesmo estando na casa dele.

Greg pegou Quadribol Através dos Séculos, o único livro a despertar seu interesse de abrir, mesmo sendo apenas para olhar os modelos de vassouras. Estava prestes a tentar de verdade ler um trecho quando ouviu batidas na porta.

— Greg? É o Blaise.

O garoto pôs o livro de lado e abriu a porta com um aceno da varinha. Blaise entrou, acompanhado de Pansy, e Greg teve uma péssima sensação de saber porque estavam ali. Iam mandá-lo embora, tinha certeza.

— Olá — ele cumprimentou, com a voz um pouco baixa e desanimada.

— Oi.

A resposta de Pansy foi curta, e ela se sentou na beirada da cama. Blaise subiu no colchão ao lado dela e Greg franziu a sobrancelha. Estava parecendo algum tipo de intervenção.

— O que está acontecendo? 

— Estamos preocupados com você, Greg. — Blaise respondeu.

Goyle honestamente não conseguiu entender. Estava bem, na medida do possível. Não estava mais bebendo tanto e a paz da casa de Blaise vinha fazendo muito bem a ele. Não tinha muito motivo para ficar preocupado.

— Estou bem — ele respondeu, simplesmente, mas ficou claro pelas expressões de Pansy e Blaise que os dois não acreditaram nisso.

— Nós… Queremos te levar a um lugar — Pansy comentou. — Achamos que pode te fazer bem.

Ele não pode deixar de reparar no cuidado de Pansy com as palavras. Quase como se esperasse uma reação explosiva dele.

Não podia culpá-la. Tinha acontecido exatamente isso da última vez, quando os dois tinham o levado para lá. Greg suspirou. Talvez não devesse tê-los acusado de não se importarem com ele. Se não se importassem, teriam o deixado bebendo no cemitério naquela tarde.

— Onde estamos indo? Devo me trocar?

Considerando como Blaise e Pansy estavam vestidos com roupas de rua, e o próprio Greg nem saíra dos pijamas, isso certamente era uma boa ideia.

Pansy saiu do quarto, dando privacidade aos dois. Greg deixou Blaise escolher algo para ele vestir. Tinha aparatado em casa um dia depois de estar ali, recolhido algumas coisas e ido embora antes de sua mãe o ver. Ao que parecia, fora uma boa ideia, pois nenhuma roupa de Blaise iria servir nele, caso precisasse.

Blaise acabou escolhendo jeans e uma blusa um pouco mais requintados para Greg, e depois de se trocar, admitia, estava curioso com o destino dos três. Embora não quisesse exatamente sair de casa, reconhecia que poderia talvez ser uma boa ideia.

— Pronto. E agora? — Ele perguntou, ao sair do quarto com Blaise.

Blaise e Pansy estenderam as mãos para ele, em um convite claro para uma aparatação acompanhada. Greg guardou a varinha no bolso da jaqueta e deu as mãos aos amigos.

Aparatar acompanhado sempre era uma dor de cabeça para Greg. Não gostava da ideia de deixar alguém o guiar no escuro desse jeito, e sempre acabava sendo um salto de confiança. E confiança não era algo fácil para ele de distribuir.

Eventualmente, a aparatação terminou, ninguém se feriu e Greg olhou em volta, finalmente descobrindo onde estavam.

Nos portões de Azkaban.

Ele engasgou, em surpresa, levando a mão à varinha na jaqueta. Por que os dois estavam o levando ali? Que tipo de brincadeira doentia era essa? Estavam o vendendo?

— Greg! — Pansy bateu o pé. — Se comporte, pelo amor de Merlin! Te trouxemos para uma visita.

O quê?

Oh.

Oh.

Greg franziu o lábio superior, em repulsa. Não. Não queria entrar ali, nem para isso. Draco era seu melhor amigo, mas…

— Sinceramente Greg — Blaise comentou, pousando a mão no ombro do bruxo. —, achamos que pode fazer bem a você. E a Draco também. Pansy esteve aqui uns dias para trás e… Ele não está bem. Nós ficamos preocupados e… Vocês dois são muito próximos. Talvez seja uma boa ideia.

Greg engoliu em seco.

— Como assim ele “não está bem”? 

Pansy e Blaise se olharam brevemente, mas ficou claro a Greg como não teria uma resposta direta. A garota abriu a bolsa, tirando uma torta de abóbora lá de dentro e a entregou a Greg.

— Entregue para o Draco, por favor.

O sonserino pegou a torta, ainda incerto sobre entrar na prisão ou não. Mas… era Draco. Era seu melhor amigo, e provavelmente estava precisando de vê-lo tanto quanto ele precisava ver o Malfoy.

Greg suspirou e caminhou para os portões da cadeia.

Ele foi recebido com bastante ceticismo. Imaginou ser o procedimento padrão. Teve de deixar sua varinha na recepção, e tanto ele quanto a torta foram analisados com feitiços para conferir se não estavam levando nada suspeito com eles. Nada mágico podia entrar na prisão se não viesse com um auror. Greg parou para pensar como Draco devia estar se virando, tendo de fazer uma série de coisas como arrumar a própria cama, e sem feitiço nenhum. Não achava que tivessem elfos naquele lugar.

Céus…

Ele entrou em um longo corredor acinzentado. Tudo ali era cinza, até a roupa dos aurores, cinza muito escura, quase preta. Greg apertou um pouco a torta, nervoso. Se, para ele, era incômodo caminhar ali por alguns minutos, não conseguia imaginar como estava sendo para Draco ficar esses dias todos ali dentro.

O auror abriu a porta de uma sala também cinza para Greg entrar. Ele se sentou na cadeira de metal, colocando a torta em cima da mesa, e esperou. Os poucos minutos passados ali dentro já estavam o deixando bastante ansioso… e triste. Greg não pode deixar de pensar quantas vezes estivera sozinho em algum lugar esperando por Draco, fazendo algo para ele, ou vendo ele obter sucesso em algo enquanto posava de guarda-costas.

Talvez Draco também só o quisesse para isso, afinal de contas. Talvez estivesse ali à toa. Talvez ele nem sentisse sua falta, não como Greg sentia.

O garoto suspirou. A porta da sala se abriu e um outro auror chegou, guiando Draco para dentro. Greg estava vendo Draco pela primeira vez desde o fim da guerra, e embora fossem apenas alguns dias, dava para notar algumas diferenças. As olheiras dele tinham aumentado, e o cabelo estava um bocado sujo e bagunçado.

Gregory coçou a garganta. O auror que trouxera Draco saiu da sala e o outro fechou a porta, deixando os dois sozinhos ali dentro. Malfoy olhou para Greg um pouco surpreso. Não demonstrou felicidade, irritação nem nada do tipo. Goyle não sabia dizer o que ele estava pensando da visita, e isso foi a pior parte de tudo. No fim das contas, talvez Draco não ligasse, exatamente como ele tinha imaginado.

Draco se sentou à frente do sonserino, e Greg agradeceu mentalmente a Pansy por ter conseguido aquela torta. Se não fosse por isso, não saberia como começar um assunto.

— Pansy pediu para te entregar — ele disse, empurrando a torta para Draco.

Greg viu o amigo soltar um muxoxo e tirar o pano cobrindo a torta. Pansy já tinha cortado tudo em pedacinhos, e imediatamente Draco pegou um dos pedaços começando a comer. Ele parecia bastante faminto, e considerando como já vinha perdendo peso desde o sexto ano, Greg não achava nada bom Draco ficar esse tempo todo sem comer.

— Ela parece preocupada — ele continuou. — E Blaise. Eu… Eu estou ficando na casa dele, um pouco.

Draco engoliu um pedaço e usou o pano para limpar a boca.

— Isso é bom. Eu disse a eles que não achava boa ideia você ficar sozinho.

Greg ficou boquiaberto. Draco tinha dito a eles… Tinha mesmo estranhado o interesse súbito de Blaise e Pansy em seu bem estar. E ali, de dentro da cadeia, passando por um inferno na terra, Draco tinha se preocupado com ele.

— Me desculpe… — Greg murmurou, se sentindo subitamente culpado por sequer imaginar que Draco não se importasse. — Eu devia ter vindo antes.

— Esse lugar é um saco. Não me surpreende que não quisesse vir. Na verdade, nem sei se devia estar aqui. — Draco franziu a boca em desgosto. — É deprimente. Não é tudo tão cinza à toa. Agora que não tem mais os dementadores pra deixar a gente sob controle, transformaram o lugar no mais chato possível. Mal deixam a gente conversar nas refeições… Mas até que não seria tão ruim tirarem esse direito de nós. Pelo menos não ia ter que ouvir os resmungos do meu pai.

Pelo forma como Draco vivia reclamando de Lucius, conseguia imaginar como isso deveria mesmo estar sendo insuportável para ele.

— Você vai conseguir sair?

A isso, Draco apenas deu de ombros. Era melhor do que um não direto, mas não era assim tão reafirmador.

— Sentimos sua falta aqui do lado de fora. 

— Não podem sentir tanto assim. Se sentissem mesmo, Blaise e Pansy não estariam fodendo. Ou ao menos querendo. Traidores…

Quanto a isso, Greg não sabia o que dizer. Não sabia o que os dois vinham fazendo nas horas vagas e, sinceramente, não queria saber. Não queria ouvir nada da vida amorosa de ninguém agora.

— E quais são seus planos, Greg?

— Planos?

— É. A vida segue. Ao menos pra você, vai seguir. E aí?

Gregory não sabia. Não tinha notas para seguir nenhuma carreira de prestígio alto, e era de família nobre demais para acabar se tornando bartender como Abbott. Só conseguia se imaginar fazendo algum trabalho extremamente muscular, e pouco intelectual. Talvez se tornasse batedor de quadribol? Não sabia.

— Eu vou me virar.

A porta da sala se abriu de repente, e o auror anunciou o fim do tempo dos dois. Greg se levantou, vendo Draco voltar a comer a torta como se não visse comida há dias, e sentiu o coração afundar.

Ele não merecia isso. Não era justo. Tinha sido horrível o suficiente ter de fazer as coisas ordenadas por Você-Sabe-Quem, e ainda ia ter de pagar pela coerção?

— Greg?

— Sim?

— Diga à Pansy que a torta não me faz perdoar nada, e que se ela abrir as pernas pro Blaise, os dois estão mortos para mim.

Ele apenas concordou. Então saiu da sala, se perguntando, sinceramente, o que aconteceria a Draco se ele não conseguisse a liberdade no julgamento.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem para mim :D

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