Oblivion escrita por Lucca


Capítulo 18
De volta ao normal: o inédito diário


Notas iniciais do capítulo

Perigos maiores afastados, vamos ver qual será o novo normal que aguarda esse team.
Quem acompanha minhas fanfics, conhece a dificuldade que tenho com momentos que não exigem tanto dos personagens. Espero não decepcioná-los totalmente.
Esse capítulo tem suas surpresas.
Prometo caprichar bastante nas emoções do próximo.

Boa leitura!



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Bastaram alguns olhares para que todos entendessem que deviam permanecer em silêncio ao deixar a sala. Caminharam fingindo normalidade até o elevador. Assim que as portas se fecharam, Rich disse:

— Já podemos falar agora?

O silêncio entrecortado pelo “shshshsh” de Patterson foi toda resposta que ele recebeu.

Três SVUs os levaram até a casa onde Bill Nye e sua esposa estavam cuidando das crianças. Entraram fazendo festa para os pequenos e abraçaram o casal de idosos. Trocaram abraços entre si também, confraternizando a paz finalmente alcançada.

— Que tal um passeio? – Jane sugeriu enquanto tentava afastar Ben que estava determinado a se arriscar na grande escadaria de mármore que começava no canto da sala. Ela mal conseguiu ficar com ele dois minutos em seu colo. – Quero respirar ar fresco e sentir que somos uma família normal, como qualquer outra andando pelas ruas.

— Jane, nossa família é muita coisa... – Tasha começou.

— Normal não é uma delas! – todos responderam em coro.

— Eu adoraria ir a um parque pra gente se sentar na grama, ouvir os pássaros- Roman sugeriu.

— Zoo, zoo, zoo! – Bethany começou a sacudir as pernas no colo do pai e foi seguida por Sophia e Miguel.

— Central Park tem as duas coisas. Eu voto sim! – Reade começou.

Todos concordaram e começaram os preparativos para o passeio: lanches arrumados numa cesta de piqueniques, toalhas para colocarem sobre a grama, brinquedos para a areia do playground. O clima entre eles não poderia ser melhor.

Boston discretamente se aproximou de Rich. Sorrindo para disfarçar enquanto mantinha a cara de paisagem, sussurrou:

— Eles não deveriam estar falando sobre “aquele” assunto?

— Querido, você não conhece essas pessoas como eu. São todos loucos. É claro que não vão falar nada sobre “aquele” imenso e maravilhoso elefante dourado, reluzindo possiblidades que foi tratado na nossa reunião com o presidente desse país. – e balançou a cabeça mostrando sua inquietação. – Acredite, pressioná-los não é uma boa ideia. Sorria e vamos ao parque! Afinal, que outra coisa fariam uma equipe de heróis que praticamente salvou o mundo hoje?

O passeio começou pelo zoo. Após duas horas, finalmente puderam se sentar no gramado do Central Park, próximo a um playground e ao lago onde as crianças poderiam alimentar os patos. Minutos depois, Bill e sua esposa foram com as crianças até o tanque de areia, dando privacidade aos adultos. Patterson retirou algo da bolsa e colocou discretamente embaixo da toalha:

— É um bloqueador de frequência. Podemos falar em paz agora.

— Willie, estamos no Central Park, eles só conseguiriam nos ouvir se a escuta estivesse em um de nós. – Zapata disse rindo do exagero.

— Nunca, nunquinha, me chame de Willie! Entraram nas nossas cabeças e mudaram nossas vidas. Melhor não arriscar.

— Ok, então, já que estamos seguros, eu começo – Rich se pronunciou afobado – Por que não aceitamos de cara a proposta dele? Vocês se deram conta das vantagens?

— A parte sobre deixar nossas fichas limpas é o mínimo que poderiam fazer. – Jane comentou.

— Manter nossas identidades em sigilo nos garantirá segurança. Poderemos levar uma vida normal. – Kurt colocou.

— Meu único medo é que tentem nos controlar depois. – Reade pontuou.

— Acontecerá cedo ou tarde. Teremos que criar estratégias para fugir disso. – Roman sugeriu.

— Liberdade de ação. Isso é importante. Não deixaremos nosso ideal de justiça de lado para cumprir o limite imposto por qualquer agência governamental. – Tasha lembrou

— Com certeza essa parte foi o que mais me atriu. – Weller colocou.

— Sério que foi isso? Vamos falar de outros detalhes. Que tal a remuneração nada discreta e o acesso tecnológico ilimitado! – Rich falou já complemente excitado pelas possibilidades que vinham a sua mente.

— Posso montar um sistema parecido com o Tattoo Alert interligando os acessos que nos ofereceram. – Patterson esclareceu.

— Podemos fazer isso com um quarto do acesso que nos ofereceram. Eles nos subestimaram. – Rich se vangloriou.

— E só entraremos em ação se algo de errado aparecer. Traduzindo: tempo livre pra nos dedicarmos a outras atividades como a arte, por exemplo. – Boston fez questão de lembra-los desse ponto.

— Tempo para nós e para as crianças. Eu gosto disso. – o tom sentimental na voz de Roman não escondia sua emoção.

— Ou para nos dedicarmos a algum trabalho social. – Jane completou apertando o ombro do irmão.

— Tempo para fazer pequenos reparos na casa. Ou até uma reforma para construir um quarto a mais. E tempo para ir ao médico, cuidando das nossas saúdes. -  as sobrancelhas arqueadas de Kurt e seu olhar suplicante para Jane a fizeram revirar os olhos.

— Hmmm, parece que tem alguém aqui pensando em aumentar a família. Essa ideia também me atrai. – o olhar de Reade cercava Tasha que respirou fundo parecendo não estar completamente pronta para atender seu desejo.

— Então, acho que todos concordamos. Amanhã, após o governo desse país nos provar que atendeu nossas exigências, diremos que aceitamos o convite. Formaremos o esquadrão de elite de maior escalão desse país, acima de todas as agencias governamentais, buscando detectar o que nenhuma delas foi capaz de fazer.

— Isso é tão excitante! Precisamos de uma foto: em primeiro plano eu, sentado numa cadeira com uma roupa cara segurando uma taça de vinho, do meu lado Patterson e Boston como montando a tríade tecnológica. Roman em pé logo atrás com Tasha e Jane, uma de cada lado, mostrando o quanto essa equipe pode ser ameaçadora para os inimigos. Kurt e Reade de terno no fundo, de terno, pra passar estabilidades, profissionalismo, compromisso, tipo social mídia da turma.

— Essa ideia é absurda, Rich! Qual parte do termo “equipe sigilosa” você não entendeu? E por que é você em primeiro plano? – Patterson disse já irritada.

— Eu e Roman não somos ameaçadores, somos? – Jane perguntou olhando para Kurt e vestiu seu melhor sorriso torto, balançando a cabeça negativamente pra ela.

— Se disse que pareço ameaçadora de novo, vou te fazer engolir tantos cupcakes que não vai querer comer mais nenhum pelo resto da sua vida!

— Calma, Tash. Ele tá só brincando. – Reade puxou Tasha para seus braços tentando acalmá-la.

— Rich, sinto informar, mas como social mídia, não teremos uma foto de divulgação porque não teremos divulgação. Seremos uma equipe secreta. – Kurt foi enfático ao cortar as ideias loucas do amigo. Queria divulgar outra informação muito mais importante para ele. -  Temos sido uma equipe excelente e isso continuará. Amanhã acertamos tudo. Por hoje, tudo que quero é curtir esse parque com meus melhores amigos, minha linda esposa e meus três filhos!

— “Não teremos uma foto de divulgação” – Rich rosnou imitando Weller. – Qual a graça sem isso? E, só para mostrar que não guardo rancor, vou corrigir seu pequeno lapso porque o zip ainda não deve ter deixado completamente seu sistema neurológico, Stubles. Só tem dois filhos seus nesse parque. Avery não está aqui.

Kurt inflou o peito. Era a deixa que ele queria:

— Se tem algo que nem o zip é capaz de apagar do meu coração é Jane e meus filhos. Contando com Avery, são quatro. Mas tem sim três deles nesse parque!

Todos os olhares se voltaram para Jane que sorriu mordendo o lábio inferior:

— Não é um plano para o futuro, é real. Vamos ser pais de novo.

Todos se emocionaram e foram abraçar os amigos.  Quando a sessão de paparicação terminou, Tasha estendeu a mão direita e, com o dedo indicador esquerdo apontou para a palma da sua mão.

Reade e Patterson enfiaram a mão nos bolsos. Cada um pegou uma nota de cinquenta que depositaram na mão dela.

— O que foi isso? – Roman ficou intrigado.

— Quando os dois assumiram o relacionamento, eu apostei com eles que após o casamento iam se reproduzir feito coelhos.

— Não foi exatamente planejado... – Jane disse meio encabulada já sentindo os braços do marido se estreitarem ao seu redor.

— Mas é muito bem vindo. Foi a melhor notícias que tive nos últimos meses. E só minha esposa, essa mulher maravilhosa, que não desistiu de mim nem nas piores condições, pra me dar esse presente. – e começou a beijar o pescoço de Jane que se virou pra ele para começarem um beijo mais carinhoso a dois.

Após compartilhar a notícia com os amigos, o casal buscou os filhos e os levou até o lago para que também soubesse que um novo irmãozinho estava a caminho. Bethany bateu palmas, gritou viva. Ben imitou a irmão nas palmas, mas logicamente não compreendia o que aquilo significava.

— Mais irmãos! Mais irmãos! – para a menina, era como ter festa todo dia em casa, com companhia para todas as brincadeiras. – Vamos buscar ele agora?

— Não, querida, o bebezinho ainda é bem pequeno e está dentro da barriga de Jane. Ele precisa crescer até poder sair de lá. – Kurt explicou e a filha ficou intrigada.

Aproximando-se da madrasta, falou baixo bem próximo a barriga dela:

— Oi, irmão!

Jane passou as costas dos dedos pelo rostinho da enteada e a puxou para um abraço:

— Ele disse “Oi, Sis!” , mas como está guardadinho lá dentro, só eu posso ouvir. Conforme o bebê crescer, você vai vê-lo se movendo.

— E tudo volta ao normal a partir de amanhã! Mas depois da escola, vamos sair juntos para comer um lanche. Quem quer ir ao playgroud do shopping? – Kurt perguntou arrancando uma chuva de “Eu!” de Bee que pulava sem parar contagiando Ben e arrancando gargalhadas de Jane.

— Ah, mas eu pensei que seria feriado amanhã... o dia todo juntos, andando por aí. – ela disse fazendo beicinho para o marido.

— Hmmmm. Não! Amanhã teremos compromissos inadiáveis na parte da manhã. – Kurt disse irredutível. - Mas posso decretar feriado no dia seguinte. – e piscou para a esposa.

Jane suspirou se lembrando da consulta com o obstreta com a qual concordara. Ela realmente preferiria adiar isso ao feriado em família. Aliás, ela adiaria essa consulta e decretaria uma semana de feriado em família, mas conhecia o marido e sabia que Kurt não relaxaria enquanto não cumprissem essa agenda. Isso, por mais estranho que pudesse parecer, aquecia seu coração. O amor e cuidado que ele dedicava a ela a arrancou de uma vida de solidão. Ela sorriu e franziu o nariz em resposta:

— Nunca pensei que diria isso, mas... estar casada com um cara do alto escalão governamental com poder de decretar feriados é muito ... – e sussurrou o final: - excitante.

Kurt aceitou o flerte e encheu o peito para jogar com ela:

— Alguns podem achar que sou apenas o social mídia, o rostinho bonito que encanta a todos, mas eu sou praticamente o líder, o segundo no posto de comando. – e olhou sedutoramente para Jane que o observava com a testa franzida, se questionando sobre o significado daquele comentário. Então ele resolveu esclarecer. – Acima de mim, só a minha esposa Bad Ass, afinal ela é altamente intimidadora.

Ela imediatamente revirou os olhos arrancando uma risada de Kurt:

— Eu pensei que éramos um team, sem hierarquia de poder. Mas se você quer fechar com Rich sobre meu lado intimidador, podemos realizar aquela sua proposta de anos atrás quando estávamos disfarçados no caso: eu completamente, só com as algemas, que estarão em você!

Kurt continuou olhando firme para ela como quem aceita a proposta.

— Céus, Kurt, eu não acredito que você gostou dessa ideia!

— Você é muitas coisas pra mim, Jane. E seu lado intimidador é só mais uma das coisas que eu adoro em você, sabia? – e a puxou para um beijo em seus cabelos. – Nunca mais teremos algemas entre nós, eu prometo. Nem mesmo por brincadeira ou por sexo. – disse afagando o braço dela.

Jane se aninhou no peito do marido antes de continuar:

— E essa forma como você é capaz de ler tudo sobre mim é uma das coisas que mais amo em você, Kurt Weller. – e deu um longo suspiro enquanto olhava Bee e Ben correndo pelo gramado. – Eu só queria que Avery tivesse um pouco do seu dom. Nem mesmo quando coloco o melhor de mim para explicar as coisas, ela parece não compreender e só me acusar. Foram quase oito meses de ausências dessa vez, eu nem sei por onde começar.

— Bem, sabemos que forjaram mensagens suas pra ela dizendo que estava ocupada numa missão infiltrada e isso a manteve longe de NYC e de nós.

— Quando Clem foi até ela, Avery não estava nada satisfeita com meu silêncio.  Mas ainda acho mais seguro manter a história. Expor toda a verdade pra ela pode assustá-la. Digo: “Sua avó tentou tomar o poder de novo, zipou Kurt, Tasha, Patterson, ordenou a execução minha e de seu tio Roman, matou Allie e, ah, antes que eu me esqueça, seu tio Christofer e a mãe de Kurt, Madeline, estavam com ela, eles também são terroristas.”

— Alguns fatos não poderão ser escondidos, Janie. O assassinato de Allie é um deles. Acho que isso tem força o bastante para fazer Avery compreender o quão sério e complicado foi tudo. Teremos que mencionar o envolvimento de minha mãe e de Christofer. Mas podemos deixar os detalhes sem maiores explicações. Ela é inteligente e forte como você, entenderá que, para mantê-la segura, precisamos nos afastar.

— Assim que voltarmos para casa, vou falar com ela. Por favor, podemos deixar o novo bebê de fora dessa conversa? O fato de que Bee estará o tempo todo conosco sei que já vai despertar o ciúme dela. Se aceitar nos visitar, contamos quando estiver aqui. Melhor saber disso cara a cara.

— Ok. Tenho certeza de que ela virá o quanto antes, nem que seja só para disputar sua atenção com Bethany. A notícia do bebê fica para o reencontro.

Ao final da tarde, eles se separaram, cada um podendo finalmente voltar para casa. Roman ficou com Patterson. Tasha foi com Reade.

Na casa de Jane e Kurt teve pizza para o jantar. Ela estava percebendo que a gravidez deixava seu marido muito mais maleável as gostosuras alimentares. Depois que colocaram as crianças para dormir, o momento de falar com Avery chegou. A conversa foi longa. Muito difícil na primeira meia hora. A garota parecia tentar testar Jane com sua resistência. A mulher, por sua vez, não tinha nenhuma experiência para lidar com aquilo, mas deixou seu coração guiá-la sendo firme algumas vezes, cedendo em outras e, do seu jeito desajeitado que demonstrava toda sua dificuldade nisso, transmitindo o amor que sentia pela filha.

E deu resultado. Duas horas depois as duas ainda conversavam. Jane ouvia e ouvia os relatos da filha, tentando demonstrar interesse por cada detalhes. Quando finalmente desligaram, após ambas sabotarem o rompimento do diálogo, a visita estava marcada para a semana seguinte.

Quando se aconchegou no peito do marido aquela noite, Jane logo adormeceu desfrutando de uma paz que há meses não tinha. Kurt a acompanhou, sentindo o cansaço se sobrepor a euforia que o dominava: finalmente sua família estava segura, em paz e crescendo! Nada podia ser melhor.

Na manhã seguinte, os dois aguardavam na sala de espera do hospital do próprio NYO. Seus documentos e seguros de saúde só seriam devolvidos em 48 horas e Kurt não podia esperar tanto tempo para ter certeza de que Jane e o bebê estavam bem.  Chegaram com mais de uma hora de antecedência. Era muito tempo, ela sabia, mas não conseguiu controlá-lo após deixarem os filhos na escola. Entre o roer as unhas e folhear revistas colocar sua atenção em outra coisa que não fosse os olhares das demais mulheres ali que ostentavam suas fartas barrigas, ela passava o tempo. Também observava discretamente Kurt que não parava de se remexer na cadeira.

De repente, o sistema de som os chamou. Não para entrarem na sala de consulta, mas convocando sua presença no SIOC. Pegaram o elevador sentindo a tensão subir enquanto desciam cada andar.

Encontraram Patterson e Roman lá, também a espera. O médico chefe os conduziu até a sala de reunião.

— Passamos o dia aplicando vários testes em Christofer. Os exames foram conclusivos. – e olhando diretamente para Jane e Roman, deu seu parecer – Seu irmão foi zipado. Estamos ministrando o antídoto agora.

A notícia não podia ser melhor. Os irmãos se abraçaram sentindo mais esse peso de desprendendo deles. Patterson, entretanto, engoliu seco a novidade. O pai da sua filha não era um monstro afinal. Isso devia ser fonte de alívio e felicidade. Mas ela estava com Roman agora. Como equalizar isso? E o dia estava só começando, ainda era 9 horas da manhã.

Enquanto isso, Tasha despertou e se espreguiçou na cama. Nada de Reade ao seu lado. Nem o pequeno Miguel estava na cama, dormiram os três juntos aquela noite.

Os sons que vinham da sala aqueceram seu coração, ela ficou imóvel tentando captar tudo. Seus meninos estavam preparando o café da manhã. A sintonia entre os dois era perfeita. Com paciência, Reade mantinha a atenção de Miguel nos planos para aquela tarde: prometia um patinete e uma cesta de basquete na sala. Isso era tão assustar e tão meigo ao mesmo tempo.

Ela se levantou e caminhou silenciosamente até chegar próximo à cozinha. Precisava observar a cena. O que viu, seria inesquecível, ela tinha certeza. Era como ter um pedacinho do paraíso ao alcance de suas mãos. Após tudo preparado, Reade disse:

— Agora que tal acordarmos a mamãe?

Tasha se esgueirou rapidamente de volta ao quarto e se deitou na cama e espera delas. Colocaram-se um de cada lado, chamando baixinho por ela. Os longos dedos de Reade se afundavam delicadamente em seus cabelos enquanto Miguel depositou um beijo em seu rosto. A vida não podia ficar melhor.

De volta ao hospital do NYO, finalmente Jane foi chamada pelo obstetra. Após uma breve conversa que deixou o médico de cabelos arrepiados prescrevendo uma tonelada de exames, foram levados para uma ultrassonografia.

Já preparada para o exame, ela aspirou todo o ar que podia só se dando conta que sentia medo de qualquer coisa que pudesse atrapalhar sua felicidade. Kurt sempre ao seu lado, segurou sua mão. O sorriso no rosto dele era sua âncora.

— Pelo relato de vocês, da fecundação para cá não tiveram incidentes que poderiam prejudicar o bebê. Mesmo assim, faremos um ultrassom mais sofisticado para tentar dissipar toda essa apreensão. Relaxem. – O médico finalmente percebeu a necessidade de ser otimista.

— Só queremos que tudo esteja bem, sem nada surpreendente. Como acontece como casais normais, sabe? Saber que o bebê está bem, ouvir o coraçãozinho batendo e poder ver minha barriga crescendo. Tudo que perdi nas minhas outras gestações.

— Teremos tudo isso, Janie. Vai dar tudo certo dessa vez, de uma forma normal. – Kurt a tranquilizou e beijou sua testa.

O exame mal começou e o médico virou a tela para o casal:

— Bem, acho que sonho de vocês para uma gestação sem nada surpreendente terá que esperar. Olhem só isso: aqui está o seu bebê. – e apontou a parte superior da tela onde estava marcado a letra A – E aqui embaixo temos seu outro bebê – e apontou para onde estava a letra B – Parabéns, vocês vão ter gêmeos!

Jane não conseguiu processar o que sentiu porque a euforia de Kurt tomou conta da sala. Ao final do exame após o médico confirmar que tinham 10 semanas de gestação, tudo estava bem e eram dois meninos, o orgulhoso papai ficou quase incontrolável.

No caminho de volta pra casa, Jane conseguiu que ele concordasse em guardar esse detalhe para ser compartilhado só após a chegada de Avery. Ela via ali uma forma da filha perceber o quanto era importante para aquela família. Mas sabia aquela semana seria bem longa e teria que canalizar a energia do marido de alguma forma para ajudá-lo a controlar sua euforia. Era um grande desafio. Ela respirou fundo enchendo-se de orgulho: tinha o melhor marido do mundo, os melhores filhos, os melhores amigos e um bom desafio para vencer!

Patterson e Roman foram os primeiros a chegar no laboratório após Christofer acordar do antídoto. Conversaram demoradamente. Ele estava bastante confuso com tudo. Manifestou seu amor pela filha e se desculpou por achar que não era capaz de continuar o relacionamento com a loura. Aliviada, ela expressou compreensão.

Jane e Kurt chegaram depois e o entrosamento dos irmãos foi instantâneo. Conversaram, riram, trocaram sugestões pós-zip. Tudo estava caminhando muito bem.

Mais tarde, já em casa, Roman e Patterson conversaram sobre seu recente relacionamento e decidiram manter tudo em sigilo por alguns meses para não impactar Chris. Compartilharam isso com os amigos que compreenderam. Para o casal, isso não representou uma perda ou um retroceder. Viam ali a oportunidade de viver uma relação proibida com encontros secretos combinadas a partir de diferentes enigmas que só os dois conseguiriam decifrar. Nada poderia parecer tão excitante para eles.


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Notas finais do capítulo

Momentos finais à vista!

Alguém aí ainda curte essa história?

A todos vocês que continuam por aqui, muito obrigada pela leitura.

Críticas e sugestões são bem vindas. Deixe nos comentários.



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