Oblivion escrita por Lucca


Capítulo 12
O antídoto


Notas iniciais do capítulo

A falta de inspiração me afastou por um bom tempo. Hoje tomei a resolução de retomar essa história mesmo que a fada das ideias não esteja me tocando com sua magia. Os leitores que me acompanharam até aqui merecem que essa fanfic prossiga até o final

Bem, após descobertas horripilantes, nosso team FBI favorito finalmente sabe onde está o antídoto que pode trazer suas memórias de voltar. Resta conseguir pegá-lo.

Boa leitura.



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Todos demoraram algum tempo para deglutir as novas informações: Madeline estava aliada a Shepherd. O pesadelo que viviam parecia não ter fim. Já não estava sendo fácil enfrentar a mãe de Kurt e o irmão caçula de Jane e Roman, mas agora a mãe adotiva deles também ressurgiu do inferno para assombrá-los.

Para aquele team, a maternidade sempre fora uma incógnita desde a infância. Patterson se sentia esquecida pela mãe que dedicava mais tempo às pesquisas. Kurt viu sua mãe partir deixando os filhos sozinhos com o pai alcoolátra e assassino de Taylor, uma criança de 5 anos que era praticamente da família. A mãe de Zapata também abandonou os filhos pelo vício. Jane e Roman que desfrutaram de uma mãe totalmente dedicada no início da infância, a viram ser assassinada. Mais tarde, Ellen, a marechal-general das forças armadas que liderou a missão que desmantelou o orfanato de treinamento de crianças como soldados onde viviam, tornou-se sua mãe adotiva fazendo do resgate dos dois o eixo da manipulação que os manteria sob controle, crescendo como seus aliados mais leais e dispostos a tudo em cada missão que lhes confiava.

Não foi fácil superar os traumas da infância, mas eles conseguiram. Agora como pais, olhavam para trás e parecia incompreensível as atitudes das mulheres que foram suas mães, incompatíveis com os sentimentos que os ligava à seus filhos.

Mas repugnante ainda era essa aliança macabra entre Shepherd e Madeline que, em sua busca por poder, estavam dispostas a tratar a vida dos seus filhos com total descaso. Valia tudo: de apagar suas memórias até mesma a eliminá-los forjando um acidente ou permitindo sua execução no corredor da morte.

— A Dra. Sun disse que eu não era capaz de amar, mas jamais seria capaz de fazer qualquer coisa assim com nenhuma das nossas crianças, muito menos com Miguel que é meu filho. Como pode haver seres humanos assim? – Roman murmurou sentado na cadeira, com os braços caídos sobre os joelhos e cabeça baixa.

— Dra. Sun errou seu diagnóstico, Roman. Você era capaz de amar, só precisa aprender como fazer isso de forma não tóxica. E conseguiu. Que bom para todos nós. Especialmente para o Miguel – Tasha disse colocando a mão no ombro dele.

— E para Sophia também! – Patterson completou a fala da amiga. – Seu amor e dedicação à minha filha tem sido muito importante para ela. Ontem até te chamou de papai.

— Christofer e eu somos muito parecidos. Acho que isso ajudou a pequena a se confundir. Eu sei que tenho um longo caminho pela frente na minha recuperação. Talvez o próprio caminho seja a minha cura. Mas eu sei que o que sinto pelas crianças é algo muito bom e forte. Não seria capaz de machuca-los. E se alguma outra pessoa tentar fazê-lo, nem sei do que sou capaz. – disse cerrando os pulsos.

— As crianças estão seguras por enquanto. – Patterson disse se agachando na frente dele e cobrindo seus pulsos com seu toque suave para acalmá-lo.

— Os números que conseguimos não correspondem ao de nenhuma amostra do CCD, nem mesmo das séries de amostras secretas que ficam guardadas no subterrâneo. – Jane disse totalmente presa à tela do laptop à sua frente. – Nenhuma sala, ou porta, nem nada que tenha essa associação numérica. Só pode ser a senha de um cofre.

— E como você se sabe como o CCD numera suas amostras secretas? – Boston perguntou intrigado.

— A gente não esquece um padrão de sequenciamento de números quando tem vários deles tatuados bem na cara. -  ela respondeu dando uma piscadinha para Boston.

— Não vamos deixar nada passar despercebido, Jane. Fique sossegada. Além disso, teremos vocês como backup nos comunicadores. – Reade colocou de forma bem profissional.

Patterson, que já tinha se levantado, gesticulou convidando Tasha para se afastarem um pouco do grupo. Assim que estavam a uma distância que tornaria a comunicação verbal entre as duas discreta o bastante para não ser captada pelos amigos, disse:

— Sinceramente, Roman está muito abalado com tudo isso e Jane parece não se importar com isso. – a loura desabafou.

— Jane é focada e toda sua atenção está em conseguir o antídoto do ZIP para termos nossas memórias de volta e maiores chances de acabar com tudo isso de vez. Além disso, a notícia de que Shepherd está viva e ao lado de Madeline também a afetou, está enfrentando os mesmos dilemas dele, só que demonstra isso de forma diferente. Seria um desastre para os dois se nós não estivéssemos aqui. Mas estamos. Cabe a nós dar o apoio que precisam agora. E você está se saindo bem com Roman.

— Estou fazendo tudo que posso. Queria poder ajuda-lo mais.

— Se realmente quer isso, posso dar algumas dicas. O tempo que trabalhamos juntos me fez conhece-lo bem.

— Esse tipo de informação me parece muito relevante e necessária. Se você puder me passar essas dicas, agradeço. Ele parece tão desamparado... e tem feito tanto por mim e Sophia.

— Ok. – a latina começou endireitando a postura disposta a passar o relatório de forma breve e por ordem de relevância. – Deixe ele começar comandando a situação, até mesmo ficar por cima.  O ego dele precisa ser acariciadoo. Shepherd e Remi nunca davam espaço pra isso...

— Espere. Eu não entendi direito. Que situação é essa que ele precisa comandar? Ficar por cima em que? – Patterson questionou, só então percebendo do que Tasha estava falando – Ei, você está sugerindo que eu durma com ele?

A latina revirou os olhos:

— Qual é, Patterson, Dá pra captar a tensão sexual entre vocês à uma distância enorme. Você quer isso. Ele também quer. Os dois são adultos. E nada acalma tanto Roman como uma boa noite de sexo. Aliás, acalma você também.

— Eu não acredito que você está me dizendo isso, Tash! Não, não e não. Você está equivocada. Não é esse tipo de ajuda que estou propondo oferecer à eles. Não que ele não seja atraente e... quase irresistível quando está com todos os músculos tensos, marcando a camiseta...

Tasha soltou uma risada que encheu o ambiente e chamou a atenção de todos.

— Ok, me desculpem. – Disse em voz alta. Depois voltou a sussurrar enquanto se dirigia a Patterson – Você pode até conseguir enrolar o Roman com essa conversinha. Mas a mim você não engana. Está afim dele que eu já percebi. A nossa vida virou o próprio caos, Patterson. Ouça sua amiga: permita-se que não tem como isso piorar as coisas. Acredite: vale a pena!

— É fácil falar. Você e Reade já conversaram? Está aliviando a tensão na cama dele? – a loura disse levantando as sobrancelhas com a certeza que tinha atirado uma bola certeira.

— É completamente diferente, tá? Ele estava na Índia e, por mais que afirme que não havia qualquer envolvimento com Meg, rastejou pra lá atrás dela me deixando sozinha e zipada na Europa.

— Ele não sabia que você estava zipada. Além disso, você sabe que se o “senhor certinho” disse que não estava num relacionamento com a Meg, podemos por a mão no fogo por essa informação. Eu só queria que você não tivesse essa paixão recolhida por ele acumulada a tanto tempo para aceitar me contar algumas coisas quando finalmente rolar uma noite de amor entre vocês.

— Meus sentimentos pelo Reade estão totalmente sob controle. E é assim que permanecerão.  Temos coisas mais importante para lidar do que isso. Vamos numa missão arriscada hoje.

— É por isso mesmo que estou falando, Tasha. Deixar o amor que sentem um pelo outro assumir o controle numa missão já salvou a vida de Jane e Kurt algumas vezes. Pense nisso.

As duas se separaram e voltaram a se juntar ao grupo.

— Você também estão preocupados com o que vai acontecer com esse team depois de recuperarem suas memórias ou só eu? – Boston perguntou enquanto se servia com suco que pegou na geladeira.

Todos balançaram a cabeça como se a colocação dele não fosse importante.

— Quando eles receberem o antídoto, tudo voltará a ser como era Boston. E é isso que mais queremos. – Reade disse para não deixa-lo num completo vácuo.

— Pode não ser exatamente assim. O tipo de ZIP que receberam é diferente daquele para o qual o antídoto foi feito. Apesar de todos os cálculos que fizemos apontarem para a reversão da amnésia, sabemos que cada um de vocês enfrentará uma batalha inconsciente entre quais traços de suas personalidades manterão latentes e quais ficarão adormecidos. Resumindo: vocês podem acordar sutilmente diferentes após receberem o antídoto.

— Explica isso um pouco melhor, Boston. – Patterson ficou preocupada.

Todos pararam o que estava fazendo e deram total atenção à ele:

— Zapata pode ficar simpática. Você menos introvertida e mais sedutora. Apesar de que isso não aconteceu com a Jane, não é mesmo? E Kurt...

— Kurt pode aceitar viver uma experiência a três! – Rich completou olhando de forma melosa para a Jane e recebendo um tapa de Boston. – O que? Eu estava me referindo a ele, Jane e Nas. – e fez cara de total repulsa.

— Eu acho melhor vocês calarem a boca para repassarmos o plano da missão que eu e Tasha faremos na CCD. – Reade cortou o assunto enquanto todos balançavam a cabeça desprezando a teoria maluca de Boston e Rich.

Kurt voltou para casa no final da manhã. Queria passar todas as informações de sua conversa com a Dra. Juliet Chang que era a diretora do Centro de Controle de Doenças. Ela receberia Reade e Tasha e disponibilizaria uniformes para que para que pudessem ter acesso a todos as salas do CCD como supervisores do governo. Teriam cerca de duas horas para a inspeção.

Munidos de todos os acessórios possíveis, o casal de amigos partiu para CCD. Em todos, se renovava a esperança de conseguirem o antídoto.

Tiveram acesso fácil ao local, como Dra. Chang havia prometido. Vasculharam todo o anexo secreto onde ficavam guardadas as amostras mais perigosas de vírus, fungos e bactérias.

Após mais de uma hora, estavam cansados e perdendo a esperança. Nada parecia combinar com a sequência numérica que tinham para o antídoto. E não podia errar. Se pegasse qualquer outra amostra que não aquela que devolveria a memória aos amigos, seria letal e ainda disparariam uma epidemia em NYC.

Decepcionados, decidiram olhar no único lugar que ainda não tinham investigado: o quartinho da limpeza. Tasha entrou e seus olhos varreram o local. A prateleira do fundo chamou sua atenção pela organização impecável. Buscou pistas entre os vidros de desinfetante e álcool, mas a pouca iluminação do local não a deixava examinar com clareza:

— Reade, entra aqui. Preciso de luz. Você pode iluminar pra mim com a lanterna do celular? Preciso das duas mãos para mover esses vidros de forma bem sutil.

Reade entrou no espaço apertando e se colocou atrás dela. Com a iluminação extra, observaram atentamente os rótulos dos vidros. Nada relacionado à sequencia numérica.

— Alarme falso. Juro que pensei que estávamos mais perto do antídoto. – Tasha desabafou.

— Tem que ser aqui, Tash. Nem mesmo eu organizo produtos de limpeza dessa forma. Tem alguma coisa nesses vidros, tenho certeza. Vamos tentar outra coisa.

Então Reade resolveu jogar a luz da lanterna do celular em diferentes ângulos já que parecia necessária uma iluminação extra dentro do cômodo. Talvez a falta de luz não fosse necessária.

De repente, a luz lançada por ele iluminou pequenos detalhes dos vidros que, da forma como estavam organizados, formação uma discreta seta de direcionamento para o fundo esquerdo da última prateleira. Tasha precisou ficar quase deitada no chão para alcançar o lugar. Reade se abaixou ao seu lado. Removendo os objetos de limpeza que estavam à frente, localizaram um quase imperceptível compartimento. Lançando novamente a luz do celular, um visor apareceu pedindo a sequencia numérica. Digitaram os números e o compartimento se abriu exibindo os frascos com o antídoto.

Antes que pudessem comemorar, ouviram a porta do quartinho se fechando e no teto sobre eles, uma espécie de exaustor entrou em funcionamento.

— Patterson, o que está acontecendo? – Reade perguntou pelos comunicadores, um leitor multissensorial acoplado aos relágios de pulso deles enviava informações para o team no laboratório.

— Parece que encontrar o compartimento de segurança disparou alguma forma de dispositivo de segurança. – a loura respondeu.

— Mas nós digitamos a sequencia correta. – Tasha insistiu.

— Devo ter colocado algum outro dispositivo do lado de fora do quartinho que precisava ser destravado antes de entrarem aí. Desculpa pessoal. – respondeu a loura.

— Patterson, tira a gente daqui. Destrava esse dispositivo ou diga para Kurt chamar a Dra. Chang. – Reade insistiu.

— Se chamarmos a Dra. Chang, ela nunca os deixará sair daí levando o antídoto. Vai querer algo oficial do FBI pra isso. Estamos tentando descriptografar o sistema para abrir a porta. – a loura disse enquanto Jane e Rich trabalhavam arduamente nos algoritmos junto com ela.

— E esse exaustor, Patterson? – Zapata perguntou preocupada

— É melhor eu não entrar em detalhes. Sentem-se e relaxem o máximo que puderem. Respiração acelerada não vai ajudar.

Ela não precisava dizer mais nada. Os dois entenderam que o oxigênio estava sendo drenado da quartinho. Sentaram-se e tentaram seguir as orientações, mas logo as lágrimas banharam o rosto de Tasha. Reade tomou a mão dela entre as suas e pouco depois se abraçaram. O silêncio nos comunicadores só mostrava que o progresso de Patterson ainda não era o desejado.

Sem nenhum avanço na situação e prevendo que encontrariam seu fim ali, já que o ar parecia cada vez mais rarefeito, Reade foi tomado de uma súbita necessidade de falar:

— Tash, eu preciso te dizer uma coisa.

— Patt pediu pra ficarmos em silencio.

— Eu sei, mas eu não vou morrer sem te dizer isso. Todos os dias antes de adormecer, meu último pensamento é em você e Miguel. E também é assim todo dia quando acordo. Eu sei que sou um cara complicado, cheio de regras. Mas juro que, se sairmos dessa vivos, vou me esforçar pra mudar, pra tentar ser mais flexível nos meus julgamentos, tentar enxergar os tons de cinza que estão entre o preto e o branco. Eu te amo e o que eu mais quero na vida é tentar fazer esse amor dar certo com você.

Ela sorriu agora chorando ainda mais.

— Eu odeio que você só tenha decidido isso quando temos poucos minutos de vida pela frente. Mas eu sempre estive disposta a te dar o resto da minha vida desde que eu tivesse certeza que era isso que você queria também, então... Eu te amo, Reade.

E os dois se beijaram dispostos a gastar suas últimas doses de oxigênio com o amor que compartilhavam e esconderam por tanto tempo.

Boston e Rich trocaram olhares chorosos ao ouvirem a confissão de amor pelos comunicadores enquanto continuavam a busca pela quebra da criptografia do sistema de segurança.

Jane ligou para Kurt relatando o que aconteceu e pedindo que eles tentasse ajudar. Ele correu para o laboratório de Patterson, talvez houvesse algo lá que ajudasse. Tecnologia era seu ponto fraco, ainda mais agora com a memória apagada. Agradeceu à sorte por Christofer não estar lá. Assim que entrou, um dos agentes junior disse:

— Diretor Weller, que bom que está aqui. Estamos com um problema. Temos um sinal de alarme vindo do CCD que acionou algum dispositivo de segurança, mas nós não sabíamos porque isso aconteceu.

— Destrave agora! – Kurt ordenou e viu a surpresa nos olhos do agente junior. – Eu vim até aqui para avisá-los. A Dra. Chang nos informou há um mês que que passariam por uma vistoria federal e que esse sistema precisaria ser desativado. Deixei Kathy responsável por isso. Ela me ligou agora dizendo que o sistema não estava destravado, vim até aqui pra cobrar isso de Christofer. A esposa dele não pode sair de férias e esquecer de deixar uma planilha com todos os procedimentos agendados que temos com vocês. – o agente tratou de obedecer. Kurt parecia furioso. – Obrigada. Quando Christofer chegar, vou chama-lo a minha sala. E vc, nenhuma palavra sobre isso com ninguém, entendeu? Nem mesmo com Christofer. Eu me acerto com ele. Esqueça isso, se essa falhar sair dessa daqui, sua cabeça vai rolar.

O jovem assentiu tremendo enquanto Kurt deixava a sala e ligava para Jane.

Deu certo: o sistema foi destravado. Reade e Tasha pegaram o antídoto e o acondicionaram de forma segura. Depois se despediram da Dra. Chang e deixaram o CCD indo ao encontro dos amigos.

Comemoraram com champagne à noite. No dia seguinte, receberiam o antídoto e teriam suas memórias de volta. Sabiam que era só um passo importante, mas o gostinho da vitória estava presente. Roman e Patterson se dispuseram a ficar com Miguel para que Reade e Tasha tivessem um tempo a sós naquela noite.

Assim que colocaram as crianças para dormir, Kurt e Jane, já deitados na cama, conversaram sobre aquele dia que seria inesquecível e ela acabou desabafando sobre a teoria de Boston e Rich.

— Isso não está te preocupando, está? – ele perguntou com os braços envoltos ao redor da cintura dela.

Ela levantou as sobrancelhas e olhou para o lado sem conseguir encarar os olhos dele:

— Quando eu te vi com a Nas naquele café, acabei pensando que nunca mais teria você de volta.

— Mas eu voltei.  O ZIP não foi capaz de apagar o amor que sinto por você. O antídoto também não vai. Vamos nos apegar a isso.

— Ter nossas memórias de volta não é fácil. Eu tinha tantos motivos para te amar e você era inocente em qualquer julgamento que eu fizesse. Mas a conta do meu passado está no vermelho...

Ele colocou o dedo sobre os lábios dela a silenciando.

— Conhecer o passado é apenas uma forma de aprender a viver melhor o presente. E não tem nada lá que você já não tenha me contado, não é?

— Juro que contei tudo que pude nesses últimos meses. Até as piores coisas. – ela disse com um leve sorriso. – Mas ter vivido é diferente. O peso é muito maior. Eu quero que você saiba que se mudar de ideia com relação a nós dois e quiser viver seu relacionamento com ela...

— Ela? Você está realmente falando da Nas? A mesma que pode estar envolvida com minha mãe e Shepherd nesse plano louco? Elas mandaram te matar e apagaram nossas memórias, Jane. Ela nunca será minha escolha. Assim como o que sinto por você é forte o bastante para sobreviver a qualquer tempestade, desde que você ainda esteja nesse barco comigo.

— Eu estou. Sempre. – ela disse mais aliviada e acariciando o rosto dele. – Eu te amo.

Os dois se beijaram e, suas inseguranças com relação ao dia seguinte, não permitiram que interrompessem aquela troca de carinho por um longo tempo. Se entregaram ao momento deixando suas línguas se entrelaçarem numa dança lenta e intensa. Degustar o sabor do outro trouxe outras necessidades. Velando suas ações pela presença das crianças no quarto, que dormiam profundamente no colchão aos pés da cama, foram lentamente se tocando, fazendo questão de deixar o carinho falar mais alto que o desejo. Quando a necessidade já era grande demais para continuarem se contendo, resolveram deixar a cama para terem a privacidade do banheiro.

O espaço era pequeno e pouco confortável, mas tinham tudo que precisavam: um ao outro. O silêncio de seus corpos que continham cada gemido em novos beijos não demonstrava o quanto suas almas gritavam em sintonia naquele momento. Jane chegou ao ápice primeiro, incapaz de se conter diante das sensações que Kurt provocava dentro dela. Completamente entre à ele, quase que seu gemido se espalhou pelo espaço. Percebendo o que aconteceria, ele levou a mão à boca dela a tempo de abafar o som. Sob o efeito do refluxo das ondas elétricas que tinham varrido seu corpo, ela inclinou-se para frente e sussurrou no ouvido dele sem parar de se mover:

— Obrigada.

A voz dela vibrava tão quente, rouca e sensual que isso só contribuiu para que Kurt chegasse cada vez mais perto do fim. Ele e mais ninguém na terra entendia o significado do que ela havia dito. Não era uma mera palavra. Era toda uma carga emocional e sexual despejada em seu ouvido. Ela a deixou assumir completamente o controle e relaxou sabendo que seu momento não tardaria. A forma como ela se contraria ao redor dele eram ainda mais fortes agora sob o efeito do seu orgasmo. Era irresistível. Quando a onda varreu seu corpo, ele a puxou contra si num forte abraço. Sabia que os dois precisavam daquilo: da certeza que nada entre eles teria um fim.


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Notas finais do capítulo

Se odiaram o capítulo, podem dizer. Se gostaram também. Se algumas partes foram decepcionantes, estou aberta à críticas. Mas, por favor, se você lê essa história, me deixe saber como está recebendo cada capítulo. Talvez eu encontre no seu comentário um motivo para continuar.

Muito obrigada pela leitura.



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