Depois do Adeus - A ascensão do Lúcifer. escrita por OnlyGirl08


Capítulo 5
Um bom filho a casa torna


Notas iniciais do capítulo

O que acham da Cidade Prateada? Haha
Boa Leitura!



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—O corpo do Ryan Bayle, que era um dos desaparecidos, foi encontrado com vida numa boate do outro lado da cidade. Estou indo junto a uma patrulha até o local. – Dan me atualizou por ligação.

—Certo, estou chegando na delegacia para ter mais notícias.

—Ok, vamos nos falando. – Dan então desliga.

            Estacionei o carro e corri para dentro da delegacia onde tinha uma Ella concentrada numa ligação.

—Por Dios, Mateus! Só faça o que pedi! Não ouse a desligar na minha... Idiota!

—Problema com seu irmão? – pergunto.

—Não com ele, mas ele pode ajudar no caso. Uma senhora, Olívia Evans, teve um infarto ontem de manhã e era um dos corpos sumidos. Olha ela lá. – ela apontou para a senhora do outro lado do corredor na sala do interrogatório. – O parecer médico declarou morte, como pode ela estar viva? É loucura! O Mateus mora próximo a senhora, queria confirmar a morte dela.

—Eu vou lá checar. – disse indo até a senhora na sala.

            Quando eu entrei me deparei com uma mulher idosa, o rosto muito abatido e olhos fundos e avermelhados, ela me olhou e estava visivelmente assustada ainda.

—Senhora Evans, certo? – disse sentando.

—Sim, querida.

—O que aconteceu com a senhora?

—Ontem eu dormi depois da novela e tive uma sensação estranha, similar a um pesadelo, parecia que eu estava no inferno. Eu... eu... – ela hesitou antes de falar. – Quando mais jovem, eu fui enfermeira e num momento de crise financeira eu fiz alguns abortos do qual não me orgulho. Eu vivi num lupe cortando barrigas a sangue frio, vendo bebes sem vida... um castigo pelo meu pecado.

—E o que houve?

—Eu vi o diabo. – ela sussurrou. – Ele perguntou se eu estava arrependida do que tinha feito e eu disse que sim, mas ele riu e falou que eu não estava arrependida. Fiquei por horas eternas nesse lupe até ver uma imensa luz e eu a segui como um inseto segue a luz, quando dei conta de mim estava numa sala hospitalar, me deram como morta! – ela disse horrorizada. – Eu devo ter desmaiado e batido a cabeça. – Estão achando que eu sou louca. Você acha que sou louca?

—Não acho, não. Mas, preciso que me dê detalhes. Como tudo aconteceu?

—O lugar que eu estava era escuro, meio tenebroso, mas ficou ainda mais, num breu absoluto. Então a luz me chamou.

—Como era essa luz?

—Era como uma corredor cumprido, e tinha uns sons estranhos, como gritos, mas não era os gritos do sonho, era quase como uma... guerra.

—Mas é claro! Já solucionamos, Detetive! – ouço uma voz no mega fone da sala e viro assustada para a saleta de observação e lá estava Lúcifer. A senhora olha para ele como se tentasse se lembrar, mas Lúcifer saiu da sala. Fui a seu encontro.

—Achei que iria me esperar com respostas na Lux! – o repreendi.

—Não podia esperar. Além disso somos uma dupla! – ele comentou. – Minha mãe é muito esperta. – comentou Lúcifer sorrindo. – Acho que sei como vamos chegar até ela.

—E como?

—Voando para a Cidade Prateada! – ele concluiu sorrindo enquanto voltávamos para a Lux.

—Mas você não pode ir para a Cidade Prateada! – Amenadiel declarou quando contamos as novas.

—Aí é que está, meu irmão. Nossa mãe quer que eu suba. Ela abriu um caminho até mim, do Inferno a Cidade Prateada. – ele concluiu com o seu sorriso de sabichão.

—Você não pode subir, Luci. – insistiu Amenadiel em desespero.

—O que é, irmão! Está preocupado comigo?

—Estou, Luci! Não sabemos quais são os planos dela, nem se você conseguirá chegar no Céu.

—Só há um jeito de descobrir. – Lúcifer abriu as asas que reluziram por toda a sala.

—O que? Não! – Chloe gritou. Lúcifer se virou assustado para ela e todos a olharam. Chloe gaguejou e estava assustada com a própria urgência em sua voz. – Eu... por favor. – ela disse coçando o braço. Lúcifer se aproximou sem entender a reação de sua Detetive tão firme e confiante.

—Amenadiel, vamos levar o Charles para casa. Maze, Ray Ray, que tal nos acompanharem? – sugeriu Linda.

—Mas o Lúcifer mal chegou ... – protestou Maze.

—Maze! – Linda repetiu.

—Ta! – ela grunhiu puxando o anjo da morte consigo e os quatro desceram pelo elevador.

            A sala ficou silenciosa, cheia de expectativa e tensão.

—Detetive, o que houve? – Lúcifer murmurou preocupado se aproximando.

—Por favor, Lúcifer, eu... não aguentaria perde-lo novamente. – ela disse sentindo as lágrimas brotando em seus olhos.

—E como acha que estou? Eu não posso feri-la mais! Não posso ameaçar sua vida de novo por minha causa, pela minha família estúpida ou por qualquer outra coisa. Chloe, eu não suportaria. – ele acariciou o rosto da mulher. – Só o infeliz do meu Pai sabe o quanto eu senti falta de ver seu rosto, do quanto eu murmurei seu nome para me dar forças a permanecer naquele Inferno e me lembrar diariamente do porque eu estava fazendo aquilo.

—Não houve um dia sequer em que eu não pensassem em você, Lúcifer. – Chloe comentou apoiando sua cabeça em seu peito. – Eu tenho tanto medo de perde-lo novamente. – Lúcifer não respondeu.

—Tivemos uma noite muito longa. Amanhã, com todos esses mortais confusos, teremos um longo dia pela frente. – Lúcifer afastou o rosto de Chloe e a encarou com seu sorriso mais gentil e a puxou com delicadeza até sua cama. – Descanse, Detetive! Sempre serei seu diabo da guarda! – Chloe deitou em sua cama e Lúcifer sentou, alinhando a cabeça loira em suas pernas. Chloe não queria dormir, queria apreciar cada segundo ao lado dele, mas a cada vez que ele sussurrava para ela dormir, o sono ia chegando com intensidade e apagou sem perceber.

            Uma hora depois, Lúcifer estava no parapeito apreciando a imagem de Chloe em sua cama. Um anjo, a beleza encarnada no lugar mais indigno de sua presença, pensei consigo. Ele abriu suas asas e tentava ignorar as asas brancas e reluzentes, maiores que de qualquer outro anjo e no quanto sentia ser indigno delas também. Parece um castigo eterno para se lembrar que eu não sou digno de nada disso. Ele sentiu as gotículas da chuva na pele antes de cair do último andar e ao bater de asas se puxado para cima. Não sabia como seria, na verdade era uma sensação estranha voar até a Cidade Prateada. Há quantos milênios não ia para casa? Era até estranho chamar de lar. A chuva ia molhando seu corpo enquanto subia e subia. Via sua amada Lux diminuindo e sua Los Angeles adormecida; ali era seu lar. Foi lá que aprendeu a ser melhor, aprendeu a amar, foi ali que sofreu e aprendeu a ser mais forte, não na Cidade Prateada. Suas asas tomaram um tom levemente prateado nas pontas a medida que subia e se aproximava. Nesse momento sabia que o tempo da Terra não correspondia ao seu, e que estava se elevando a outra camada do Universo, o verdadeiro. Sentiu as lágrimas descendo instintivamente, ele estava chegando, ele havia conseguido.

            Tudo ficou momentaneamente negro até um tom cintilante e alvo cegar sua visão desacostumada e ver as estrelas ao fundo, na clara manhã na Cidade Prateada. Tudo parecia maior, mais grandioso, mais digno. Então viu os portões alados e dourados que resguardava Deus e seu templo criador junto com sua prole. Lúcifer não se sentiu parte daquilo, não se sentiu nem um pouco em casa. Acho que voltar traria de volta sentimentos ruins como a raiva que sentiu ao ser expulso e decaído, ao ser humilhado por seus irmãos, mas só sentiu pena deles. Presos num globo angelical, onde tudo é perfeito.

—Filho! – ouviu alguém sussurrar e no espaço se encontrava a Mãe e Deusa de toda a criação. Ali ela parecia uma centelha de luz, um fluido cósmico inexpressivo aos olhos humanos. Ela flutuou de braços abertos a receber seu filho, mas Lúcifer não se mexeu.

—O que faz aqui, mãe? Não é seu lugar!

—Sei que não é meu lugar, mas soube de sua dor, querido.

—Minha dor?

—Soube que ficou fadado ao Inferno novamente! Não suportei vê-lo sofrer! Seu lugar é aqui!

—Como soube disso?

—Uma estranha e pequena criatura me contou. Ela orou a mim! – ela disse surpresa e feliz. – Ela tinha uma alma tão pura e estava tão confiante e decidida que sua prece chegou a mim em outra dimensão!

—Pequena criatura? – Lúcifer questionou surpreso. – A criaturinha da Detetive! – ele exclamou num misto entre surpresa e felicidade, como se fosse um alívio saber que a menina sentira sua falta verdadeiramente, pois Lúcifer era capaz de tudo por aquela pequena aberração.

—Sim, ela. Estou construindo meu mundo, mas não posso suportar ver seu Pai maltratar meu filho deste jeito.

—Então está fazendo tudo isso por mim?

—Ah, filho! Eu estive no inferno, lembra? Mas seu pai deixa! Brinca como gato e sapato com os meus filhos! – ela disse com amargura. – Eu cansei! Isso foi só o estopim de tudo o que ele fez – ela declarou. A luz que emanava de seu corpo intensificou de forma vibrante.

—Não, mãe. Volte para sua casa! – Lúcifer a tocou. –Eu sinto muito tê-la tirado da Terra daquele jeito. Eu... senti sua falta. – Lúcifer confessou, e sentiu um grande alívio por ter perdoado sua mãe por tudo o que fez.

—Eu sei, querido. – ela sorriu. – Não sabe o quanto é bom vê-lo novamente! Maior do que nunca! – ela mostrava orgulho.

—Mãe! – ouviram alguém gritar ao longe. O cabelo cacheado acobreado era visível ao longe.

—Miguel! – Lúcifer bufou respirando fundo.

—Ora! Irmão, quanto tempo! – Miguel se aproximou com seu sorriso debochado. – Roupa esquisita para o favorito.

—Esquisita é sua roupa como se fosse posar para Victoria Secrets. – Lúcifer rebateu ofendido ajeitando o terno. – Isso é um terno de alta costura italiana.

—Você fala coisa com coisa, irmão! – riu Miguel. E falou dirigindo-se a mãe. – Vá embora, antes que o Pai se aborreça ainda mais.

—Ainda mais? Ele já está aborrecido? – perguntou ela sorrindo.

—Obvio que está, mãe! – disse Lúcifer. – Abriu minha passagem para o Céu e as portas do Inferno!

—O que? Mas eu não fiz isso! – ela declarou confusa.

—Não? Mas então... – Lúcifer ficou surpreso, então nada fazia sentido agora.

—Seu pai queria você aqui, filho! – murmurou a mãe entre o confusa e fascinada. – Ele queria Lúcifer no Céu novamente! – ela exclamou e se dirigiu a Miguel.

—O pai quer falar com você, Samael. – disse Miguel estridente, como se doesse dizer isso.

—Nunca mais me chame assim. – Disse Lúcifer sério. – Pois agora ele deseja dar o ar de sua graça? Qual das artimanhas ele está usando? Irá me jogar contra a mãe? Porque não há outro motivo para isso. – de repente Lúcifer sentiu toda a raiva que tinha pelo pai, porque até então havia pensado naqueles que ama, mas sua mãe estava certa! Seu pai o deixou à beira do inferno, mesmo não suportando mais aquele castigo, mesmo lhe impondo as asar de anjo. – Diga a ele, Miguel, que não quero vê-lo nunca mais, assim como ele o fez comigo.

—Samael, não faça isso. – Miguel alertou. Lúcifer abriu suas asas que reluziram tão forte que Miguel teve que virar o rosto, sua mãe o olhava admirada e surpresa, mas Lúcifer só queria sair dali o quanto antes.

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que estão achando?? *-*



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