The Sirens escrita por jduarte


Capítulo 10
Sea Of Trouble


Notas iniciais do capítulo

Hello, people! Espero que gostem!
Beijos,
Ju!



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— Fiona está te procurando, – disse Pia. — qual foi a merda que você fez agora?

A empurrei de leve.

— Hey! Tenha mais fé em mim, eu não fiz nada de errado!

A não ser ter vomitado nos pés de Carter, pensei comigo mesma enquanto mordia os lábios. Mas ele não teria dito nada, eu fiz com que ele prometesse.

Caminhei com toda a coragem que tinha em direção ao escritório de Fiona e dei uma batida na porta, pedindo passagem. Ela respondeu com um “entre” e meu coração começou a bater descompassadamente.

Encontrei Fiona sentada atrás de sua mesa, e quando viu que era eu a lhe incomodar, suas mãos abaixaram imediatamente os papéis que ela folheava.

— Querida, entre e feche a porta por favor.

Talvez Pia estivesse certa, e eu realmente tivesse feito alguma merda, mas dessa vez monumental.

Fiona se levantou da cadeira e tirou os óculos de grau do rosto, e fez com que eu me sentasse na cadeira disposta na frente de sua mesa. Minhas pernas fraquejaram de leve e eu tive que me concentrar em sentar direito.

— Está tudo bem? Você está meio pálida... – seu tom maternal fez com que eu relaxasse mais na cadeira. Talvez a merda não fosse tão monumental assim. — Conversei com o pessoal do laboratório, eles disseram que os alojamentos estão preparados para receber você e seu irmão.

Respirei fundo e assenti.

Então era sobre aquilo que Fiona queria conversar, e não sobre meu vexame com Carter, ou qualquer outra coisa. O alívio que percorreu meu corpo foi imediato, porém momentâneo.

— Falei também com seu pai.

Meu sangue gelou em minhas veias.

— Você fez o quê? – perguntei debilmente, como se o que Fiona tivesse me dito algo em Grego. — Fiona, me diga que isso foi uma alucinação de minha cabeça, e você não falou com meu pai sobre isso...

Ela cruzou as pernas e segurou as próprias mãos no colo, mexendo com os dedos, inquietantemente.

— Não tive opções, querida. Não se esqueça de que esse trabalho era para ser de seu pai, e eu já havia passado a maioria das informações para ele. – Fiona tentou se justificar, praticamente exasperada. — Ele veio questionar a posição que tomaria no estudo e eu disse que estava ocupada por você.

Assenti, mais calma.

— E o que ele disse?

Fiona olhou para qualquer coisa, menos para mim.

— Ele disse que eu estava cometendo um grande erro, Nerissa.

Engoli seco.

Meu próprio pai, me apunhalando pelas costas. Mas que grande surpresa.

Cruzei os braços em cima do peito.

— Há algo que eu precise saber antes de iniciarmos esse estudo, Nerissa? – Fiona perguntou, cuidadosamente.

Minha feição se retorceu em confusão.

— Como o quê?

— Qualquer coisa que possa comprometer nossos estudos. Desde os mínimos detalhes...

— Fiona, - a interrompi delicadamente, colocando minhas mãos em cima das dela, acalmando-a. — não há nada capaz de comprometer esses estudos. Eu te prometo.

Ela sorriu mais aliviada, e eu estremeci. O que é que meu pai havia lhe dito para fazer com que Fiona tivesse questionado a si mesma sobre minha posição nos estudos sobre os Sirens? Eu teria que tirar isso à limpo com ele, o mais rápido possível.

Meu pai era um grandessíssimo babaca. Colocando minha própria chefe contra mim, era um golpe baixo. Até mesmo para ele.

— Você tem certeza de que está pronta para o que vem a seguir, Nessa?

Assenti.

— Tenho toda certeza do mundo, Fiona. – disse com a maior naturalidade do mundo, mesmo que a maior parte de mim ainda gritasse que essa era a maior mentira do Universo.

Fiona fez questão de me passar todas as informações possíveis para que eu ficasse mais confortável com a missão, me passou dias e horários e inclusive fez com que eu assinasse todos os papéis com seguro de vida – só por desencargo de consciência, dito por ela –, meu salário e tudo mais. Ela também me entregou uma pasta recheada de documentos, e pediu que eu lesse e entregasse um relatório sobre os Sirens no dia seguinte.

Era trabalho demais, e eu teria que inteirar meu irmão sobre todos aqueles assuntos. Isso é, se ele ainda quisesse me ajudar e morar comigo.

Na noite anterior, meu irmão não havia saído de seu quarto nem para jantar, – pelo menos não em minha presença – porém eu sabia que ele tinha assaltado a geladeira assim que fui dormir, por ter visto os pratos de macarrão na pia da cozinha hoje de manhã.

Era muito claro para mim, que Kai não aprovava o que eu faria, mas eu precisava demais de meu irmão. Não somente por conta do trabalho, mas por suporte emocional também.

Meu irmão era realmente minha única família direta. Eu precisava dele, muito mais do que deixava transparecer. Era necessário sentar e conversar sobre tudo o que estava acontecendo. Ambos sermos adultos sobre aquela situação.

Peguei os documentos que precisaria ler e entrar o relatório e saí da sala de Fiona com o coração mais tranquilo, e encontrei Jack no meio do caminho, carregando um balde vazio com restos de peixe dentro.

— Jack! – chamei sua atenção e ele largou o balde no canto da cozinha de preparação. — O que acha de sairmos depois do expediente? Comemorarmos um pouco...

Ele estreitou os olhos.

— O que é que estamos comemorando? Você finalmente aproveitando sua solteirice? – ele zombou de mim. — Vai me dizer que fisgou o policial bonitão?!

Fiquei enrubescida quando Jack indicou com a cabeça onde Carter estava conversando com algumas pessoas de nossa equipe. Obviamente, a maior parte da população feminina do Aquário parecia se pendurar em seu braço. E ele nem ao menos parecia incomodado.

— Quem foi que te falou isso? – perguntei, um tanto quanto na defensiva.

Jack riu e enlaçou o braço com o meu.

— Achei que tivesse acontecido algo entre vocês, já que ele não para de olhar em sua direção. – Jack comentou.

Me virei para olhar em direção de Carter e meu coração parou quando percebi que ele me olhava. Jack foi cara de pau o suficiente para lhe acenar com os dedos, feliz demais para meu gosto. Ele deu um sorriso e acenou de volta, empurrando os óculos escuros mais para cima de seu rosto, voltando a atenção ao mundaréu de mulheres ao seu redor.

Meu estômago se revirou.

Merda, aquele homem fazia algo comigo e eu não sei se aprovava o tipo de reação que meu corpo tinha quando se tratava de Carter.

Então, – a voz de Jack me tirou de meus devaneios. — já descobriu qual a cor da cueca dele?

Deus, pensei, Jack não tem filtro algum!

Revirei os olhos e resolvi entrar na brincadeira.

— Se eu descobrisse, você seria a primeira pessoa a saber, criatura enxerida. – comentei enquanto saíamos de perto da cozinha fedorenta com cheiro de peixe, e nos movíamos para longe de Carter e de suas fãs.

— Se não é a sua desvirginação que estamos comemorando, então o que é?

Cutuquei suas costelas com a ponta de minha caneta, equilibrando os papéis em meu outro braço.

— Primeiramente: eu não sou virgem, já faz um tempo...

— Querida, depois de tanto tempo sem sexo, qualquer pessoa voltaria a ser virgem. – Jack me interrompeu, rindo. — Você poderia ser considerada a mais nova Virgem Maria.

— Jack! – chamei sua atenção. — Você é péssimo. Mas não, estamos comemorando uma promoção.

Ele estagnou no corredor que dava acesso aos tanques dos peixes.

— Que promoção?

— Vou trabalhar diretamente no estudo dos Sirens. – lhe disse.

Jack largou meu braço e colocou as mãos no rosto, eu choque.

— Oh, meu Deus! – ele gritou, batendo palmas, e animado. — Isso é um absurdo de sensacional, garota! Precisamos comemorar urgentemente!

Segurei seu braço, e sorri.

— Só por favor, nada de bebidas por hoje. Já passei vergonha demais por uma vida, com o álcool.

Jack gargalhou.

— Essa história eu definitivamente preciso saber!


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