Depois do amanhecer escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 23
Time-Walker




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P.O.V. Hope.

Existem regras que todo time walker deve seguir. Não interferir em nada do passado. Ser basicamente invisível.

Olhei em volta ainda na floresta e percebi que estava numa cidade Romana. Eles estavam todos falando latim.

Com um pouco de super-velocidade passei em meio á multidão sem ser notada e peguei umas moedas de um rico senhor. Com elas comprei um vestido qualquer. Eu me sentia como as mulheres do Game of Thrones.

P.O.V. Spartacus.

Estávamos no mercado. Comprando escravos para serem gladiadores, Dominus pediu meu conselho para avaliar os novos recrutas.

Durante a compra uma mulher de toga roxa foi atacada, mas ao contrário do que geralmente acontece, a mulher revidou e venceu. Matou o homem com os dentes. E ele caiu morto.

—Pelo amor dos Deuses!

Ela fugiu correndo pela mata adentro.

P.O.V. Hope.

Ai que merda. Eu não faço nada certo!

Quando estava bem fundo na floresta. Tirei a toga e o véu roxos, as sandálias, as escondi e me transformei. Eles vão procurar uma mulher não um lobo. Encontrei uma caverna no bosque e depois de ter que matar o urso que vivia nela serviu muito bem como esconderijo.

—É como procurar um fantasma. As pegadas acabam aqui. Encontramos a toga, as sandálias, mas nada da mulher.

—O que foi Spartacus?

—As pegadas da mulher acabam aqui, mas há pegadas de lobo. Embora não haja rastro de sangue, sinais de luta ou de um corpo sendo arrastado.

P.O.V. Hope.

Voltei até o lugar onde havia escondido minha toga, mas o tronco tava vazio.

—Filhos da puta eles pegaram a minha roupa!

Felizmente, rastrear esses bestas foi fácil.

P.O.V. Doctore.

Ouvimos alguém limpar a garganta.

—Procurando alguma coisa? Pois é, eu também.

A mulher estava nua e ela não tinha pelos em nenhuma parte do corpo. Tudo o que ela tinha era cabelo. Cabelos cor de fogo e olhos da cor do céu.

—Dá pra devolver as minhas roupas?

—Como escapou do lobo?

—Uau! Alguém é inteligente.

Disse enquanto vestia a toga.

—Vou ter que dar um jeito de lavar isso.

—Como escapou do lobo? Estava sozinha, desarmada.

—É o que você pensa. As lágrimas não são as únicas armas de uma mulher. Um homem humano pode ter a força bruta, é verdade. Mas, as mulheres tem a inteligencia. Elas fazem vocês de trouxas e vocês ainda aplaudem.

—Não é seguro para você ficar aqui á noite.

—Posso cuidar de mim mesma.

—Você matou um homem romano.

—E? 

Perguntou como se não significasse nada.

—E? O homem era membro da minha guarda! Um dos homens de Batiatos, um cidadão romano respeitável. Primo de um senador.

—Ele era um assassino e um estuprador era o que ele era. E se tivesse que matá-lo outra vez... mataria.

A noite caiu e começamos a ouvir os uivos.

—Nada de lua cheia. São lobos. E isso não é uma matilha, é uma alcateia.

Nós desembainhamos as espadas. Puxei meu chicote.

—Guardem isso ai. Agora.

—Como ousa me dar ordens mulher?!

Eu dei uma chibatada nela. Mas o ferimento curou instantes após ser feito.

Ela limpou o sangue com as costas da mão.

—Porque os homens tem que ser tão... idiotas? Agora presta atenção meu filho, se não quiser virar comida de lobo, vai fazer o que eu mandar ou eu mesma vou estraçalhá-lo vivo. Compreendeu?

Tentei dar outra, mas ela pegou a outra ponta do chicote no ar e deu um puxão que me levou ao chão.

—Não testa minha paciência. Porque eu tenho pavio curto e um temperamento de lobo pra vir com o meu apetite. Fiquem parados. Não corram, não se movam. Deixem que eu resolvo.

Os lobos vieram. Ela agachou e ficou frente a frente com o enorme lobo. E a alcateia correu. Foi embora.

—Viram? Ninguém precisa morrer. Sempre tem uma terceira opção, uma brecha. 

—Você espantou uma alcateia de lobos inteira?

—Temos que sair. Ou eles vão voltar e matar vocês.

A mulher nos guiou floresta afora. De volta á Cápua.

—Só espero que não estejamos em Pompeia.

—Estamos em Cápua.

—Nunca ouvi falar. Bom, adeus.

—Espere, vai voltar para o bosque? Com os lobos lá?

—Fico mais segura com os lobos, do que com os homens. 

Ela pegou meu braço e disse olhando bem nos meus olhos.

—Nunca mais me agrida. Sei que fez aquilo porque pensou que podia, mas tente de novo e eu vou te matar.

—Acha que pode?

—O que te faz pensar que eu não posso?

A mulher voltou para a floresta.

—O que em nome dos Deuses foi aquilo? Uma mulher que é capaz de controlar lobos?

—Talvez ela seja Ártemis. A deusa da caça, Dominus.

—Talvez.

P.O.V. Hope.

Viver na floresta nem é tão terrível assim. Eu até me sinto melhor sem toda a barulheira, as buzinas, o povo falando no telefone, os compromissos diplomáticos. Uns soldados que passavam na estrada me forneceram uma armadura boa, armas que eu sabia usar. Tive que reforjar, mas... foi o suficiente. Minha tia Jane havia me ensinado a pentear o cabelo sem precisar de ferramentas elaboradas. E eu assisti a muitos daqueles tutorias do youtube sobre penteados históricos.

Fiz um penteado á la Elena de Troia. Semi-preso com um coque e o resto do cabelo solto. Usei uma rede e acessórios que havia comprado e trazido numa bolsa.

Eu ia e vinha todo dia. Do presente para o passado porque este era o intuito. E não fiz nenhuma mudança significativa na história.

Vitória! Tenho meu Poder sob controle. Tive que mudar o estilo da toga, já que estava usando uma grega estando em Roma. Mas, fora isso... eu ainda sou eu. 

Eu virei meio que uma lenda. A mulher que controla lobos, mas até ai não tem problema. A lenda urbana foi sendo contada e eu era loira, morena, pele castanha, olhos vermelhos.

Pensei que esse era o fim, estava me preparando para voltar quando ouço os três patetas.

—Vou querer saber o que querem de mim?


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