A Filha de Mycroft Holmes escrita por Jace Jane


Capítulo 7
Capítulo 7 - Sem calma


Notas iniciais do capítulo

Meus amores me perdoem pela demora, fiquei atrasada com os capítulos da minha fanfic de crepúsculo e tive que agilizar, depois me bate um bloqueio, mas finalmente pude aparecer aqui com a minha linda cara de pau e dar mais um capitulo a vocês.

Apreciem com moderação.



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Realmente, quando fiquei de frente para o meu tio ele não tinha a mínima ideia de quem eu era. A senhora Hudson tentou lembra-lo em quanto eu olhava com desaprovação para as marcas que o adesivo de nicotina deixou no braço desnudo de Sherlock.

— Ela é a filha de Mycroft, Sherlock! – O detetive me encarou com a testa enrugada, ele estava boiando.

— Estava tão chapado no dia que esqueceu que eu vim até você com o caso de achar o meu pai desconhecido? – Inclinei a cabeça para o lado esperando que a informação clareasse sua mente, mas ele ainda me encarava confuso. Revirei os olhos. – Resumindo, por algum milagre você pegou o meu caso, depois de um tempo você foi até o abrigo que eu me encontrava para pegar uma amostra do meu DNA e descobriu que seu irmão tem uma filha.

— Ah sim, não tinha me esquecido, só queria ver sua reação. – O encarei cética, ele queria enganar a quem? Posso ser novata, mas ainda sou uma Holmes, desculpas esfarrapadas não funcionam comigo.

Ele pegou um crânio em cima da lareira e começou um monologo com o objeto, em quanto se sentava confortavelmente na poltrona perto da janela.

— Ele é sempre assim? – Perguntei a proprietária, ela balançou a cabeça desgostosa.

Sente-me na poltrona que o Dr. Watson normalmente ficava e cruzei as pernas, observei o detetive por uns vinte minutos, até que fiquei irritada e decidi interromper seu discurso emocionante, que ficou ridículo ao ser dito para um objeto inanimado.

— Como posso ser cordial com Mycroft? – A pergunta ficou no ar por dois segundos até Sherlock perceber que fora dirigido a ele.

— Não more com ele. – Sugeriu depois de deixar o crânio repousando em seu colo.

— Quero me aproximar de seu irmão, não me afastar.

— Para que? Aproveite o que ganhou e fique bem longe dele e de mim. Aqueles que se aproximam dos Holmes virão armas do governo ou morrem. Esqueça-o!

Falar era fácil, não foi ele que viveu na miséria com uma drogada, não teve que quase entrar na vida do crime para sobreviver.

— Eu quero me aproximar dele, conviver com ele em harmonia, por favor, Sherlock, viver nada aquela casa esta sendo impossível.

O detetive me encarou como se eu fosse uma doente mental, para ele uma pessoa sã não pediria ajuda a ele para ficar bem na fita de seu irmão Mycroft. Seus conselhos não foram bem conselhos, ele disse todos os podres de seu “arqui-inimigo”, me pergunto se eles se davam bem em algum momento, não era possível que Sherlock tivesse só pensamentos negativos em relação ao irmão.

Depois de algumas xícaras de chá e pequenos sustos ao encontrar partes humanas dentro da geladeira a senhora Hudson apareceu para me alertar que a secretária do meu pai estava me esperando lá em baixo dentro de um carro.

— Como ele sabia que eu estou aqui? – Indaguei confusa, olhei para Sherlock que deu um sorriso de canto, era obvio para ele.

Arqueou a sobrancelha me desafiando a achar a resposta.

— Sou uma Holmes sem treinamento, uma dica? – Pedi.

— MI6. – Foi tudo o que ele disse.

MI6, agente do governo... É claro! Mas ele iria tão longe? Estamos falando de Mycroft, o ser humano que colocou a própria filha na mira de atiradores.

— Ele esta me rastreando. – Deduzi.

— Esta com celular? – Toquei o bolso do casaco por reflexo. Ele estendeu a mão para mim e entreguei o celular, em questão de segundos ele analisou o telefone móvel e deu seu diagnostico. – Tem um aplicativo de rastreamento ativado e tem um segundo rastreador, não me surpreenderia se tivesse outros em suas roupas.

Inacreditável, sua confiança é tão pouca para comigo que colocou rastreadores para vigiar cada passo meu. Assim fica difícil me aproximar dele.

— Seu irmão é um cara difícil de lidar. – Por fim disse. O celular voltou para as minhas mãos e fui em direção a janela para ver o carro que me esperava, típico veiculo de alguém da elite.

— Siga o meu conselho e afaste-se dele. – Recomendou.

— Eu só quero uma família, senhor Holmes. – Fui em direção as escadas arrastando meus pés pelo caminho, não estava nenhum pouco a fim de chegar naquele carro.

Quando estava de frente para a janela do carona na parte traseira o vidro se abaixou, revelando uma mulher loira na casa dos vinte e cinco anos, que usava óculos de grau, seus olhos frios me analisaram de cima abaixo antes de abrir a porta para mim.

— Não gosto do estilo do seu chefe. – Disse logo ao entrar.

— Poucos ficam confortáveis. – Respondeu com uma voz monótona.

Senti um choque vindo da lateral do meu corpo que fez o meu corpo paralisar em retardo, um segundo choque me fez perder a consciência.

***

Quando eu acordei estava em um espaço escuro e apertado, tentei gritar, mas só saiu resmungos, alguém havia colocado uma fita na minha boca, minha mão também estava imobilizada com um negocio feito do que parecia de plástico, percebi depois de sentir a textura no meu rosto.

O carro estava em movimento, a pior parte de ser confinada na porta-malas de um carro era o cheiro de gasolina e o calor por ser um local fechado.

Eu fui sequestrada.... Por sua majestade EU FUI SEQUESTRADA! Como assim eu fui sequestrada? Eu não tenho valor algum, sou filha de uma drogada.

— ...

Ah.. Sou uma Holmes, filha de um agente britânico. Que inferno! Como não bastasse ter um pai que me odeia, tenho que ser sequestrada por seus inimigos. Na minha vida passada devo ter jogado pedra na cruz, só pode.

— Socorro fui sequestrada! – Gritei inutilmente. Pude sentir as lagrimas quentes descerem pelo meu rosto e se perdendo na fita.

Eventualmente o carro parou. O barulho do transito havia cessado, me encolhi de medo, a porta foi aberta e fechada em seguida, meus sequestradores haviam descido do carro. Um bom tempo se passou, poderia ser minutos ou horas, não tinha mais noção de tempo. Ouvi o barulho de um motor de carro, logo ouvi vozes, reconheci a da mulher do taser, a desgraçada que me apagou, tinha uma voz masculina próxima e a outra que julguei ser do interessado em minha pessoa, não entendi bem pelo sotaque estrangeiro, a conversa parecia se tratar de uma venda.

Pela rainha! Eles queriam me vender.

— O dinheiro esta transferido. – Disse o russo, algo na sua voz me parecia familiar.

— É sempre bom fazer negócios com Moriarty. – Moriarty? Quem seria o desgraçado. Oh Mulher, continua falando estou interessada.

— Agora a garota.

O porta-malas foi aberto, meus olhos demoraram a se adaptar a claridade repentina. O russo pegou o meu braço e me tirou a força, por pouco na caí no chão, minhas pernas estavam dormentes. Encarei o bastardo e meus olhos se arregalaram ao reconhecê-lo, filho de uma meretriz, desgraçado, traidor! Como ousou trair a confiança dos Holmes?

— Bastardo! – Esperneei em quanto era jogada a outro porta-malas.

Agente Smith na primeira oportunidade eu te mato!

Dois tiros, e um grito, o meu é claro. O que estava acontecendo agora? Além da pedra na cruz, insultei a mãe de Jesus. Senhor o que eu fiz pra merecer isso? Isso não pode esta certo.

— O pacote esta a salvo. – Ouvi o traidor dizer sem o sotaque.

A porta foi aberta e nos encaramos por um segundo. Sua mão arrancou a fita desgraçada que me impedia de falar. Aproveitei a aproximação e lhe dei uma cabeçada.

— Au!  - Gemeu o desgraçado.

— Traidor desgraçado! – Exclamei tentando ignorar a dor da cabeçada, nunca mais faço isso, dói demais.

— Fique calma, isso foi uma operação de resgate!

Resgate? Por isso o sotaque russo?

— Calma? COMO PODE ME PEDIR PRA FICAR CALMA, EU FUI ELETROCUTADA COM UM TASER, AMORDAÇADA, COLOCADA EM UM PORTA-MALAS! EU NÃO VOU FICAR CALMA.

Os funcionários do meu pai logo apareceram, portando suas armas enormes, o agente Smith me levou para dentro do carro depois de remover as minhas amarras, tomando cuidado para que eu não visse os cadáveres que eu sabia que estavam lá. O caminho todo foi passado em um silencio constrangedor, eu me recusava a pedir desculpas, e ele não insistiu.

Quando chegamos em casa lá estava o Mycroft nos esperando. Corri até ele sem pensar, o abracei bem forte.

— Desculpa por ser uma filha chata e mal educada, prometo melhorar daqui pra frente. – O senti ficar rígido, acho que ele não esperava essa reação de mim. – Te darei o espaço que precisar para se adaptar com a minha presença e prometo não estourar o limite do cartão de credito, não que eu já tenha o feito.

— Ah.. Certo. Maharet, de algo para a Merope comer e a coloque na cama. – Pediu Mycroft visivelmente desconcertado.

— Sim senhor Holmes.

— Maharet! – Corri em sua direção com os braços abertos e lhe dei um abraço. Caí em lagrimas. – Me perdoe por ter sido uma bruxa com você, prometo nunca mais jogar um livro em você, embora eu tenha feito sabendo que não iria te atingir. Serei uma menina mais educada. Te prometo.

— Vai ficar tudo bem agora senhorita Holmes – Seus braços me abraçaram também.


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Notas finais do capítulo

Que plot senhores, que plot...



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