Revolução Vilã escrita por Sirena


Capítulo 2
Capítulo 2 - Penetras




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Úrsula tão especialista em concluir negociações e assinar acordos, é claro que não conteve sua necessidade de bajular a Rainha do Mal, mesmo que não se agradasse dela. Tomou cuidado de manter seus tentáculos afastados da Fada das Trevas e de seu fogo enquanto sua voz dava lugar a palavras falsas.

E todo mundo sabia que eram falsas, porque todo mundo sabe que elas não se gostavam, mas ninguém sabe o porquê.

— Malévola! Que bom revê-la, minha querida. Senti saudades. — vamos ignorar que a ultima vez que se viram, quase se mataram. — Creio que falo por todos quando digo que, por mais que seu convite tenha nos agraciado, esperamos que diferente de todos os que entraram aqui antes, nós saíamos vivos.

Úrsula franziu o rosto tentando não fazer careta diante o olhar distante de Malévola enquanto ela fazia carinho em seu corvo, Diaval. Pelo menos um corvo esse lugar tem, né? Era o mínimo.

— O que? — a rainha das trevas piscou numa fingida expressão de que não havia ouvido. — Ah, não. — sua voz azedou irremediavelmente diante as palavras que saiam de sua boca quase que cuspidas. — Isso foi nos velhos tempos, nos bons tempos, quando as pessoas temiam meu nome e minha fortaleza lhes causava pavor. Mas, desde que aquelas fadinhas nojentas entraram aqui e libertaram aquele principezinho implicante, minha Fortaleza perdeu muita parte do medo que lançava. Agora todo mundo entra e saí quando quer, até parece uma feira!

— E as gárgulas? Não prendem os invasores? — Gancho não conteve a pergunta.

— Não. — ela suspirou. — Elas já não me obedecem como antes. Só querem saber de ensaiar números de danças e canções idiotas.

— Nem me fale, é muito difícil encontrar bons capangas hoje em dia. — Cruela falou em tom de consolo. Especialmente se não tiver dinheiro e poder para tal.

Gaston bocejou entediado e não foi capaz de conter uma alfinetada contra Gancho que já abria a boca novamente.

— Sem querer interromper a conversa das mulheres, mas, creio que não nos chamou aqui para fofocar de problemas com sua criadagem feia, Malévola.

— Não. Não chamei. Tenho mais o que fazer, né Gaston? — ela arqueou a sobrancelhas para ele fazendo descaso. — O que acontece é o seguinte... Nós deixamos um legado para o mal, nós tornamos o mal o que ele é, mas, esses novos vilões que estão surgindo... — ela se calou um instante semicerrando os olhos em direção aos pilares na entrada da sala, jurava ter visto algo se mexendo ali... Com um breve aceno de mão, Diaval deixou seu ombro e bateu asas indo verificar enquanto sua mestra retomava a fala. — Eles estão destruindo tudo que construímos, eles estão enfraquecendo o mal.

Ouviu-se gritos na entrada do salão, fazendo todos os vilões se levantarem assustados, enquanto Gothel e Hans saiam das sombras, sendo agressivamente picados por Diaval. O pássaro voou de volta ao ombro de sua dona, soltando um grasnido sério em seguida, enquanto os penetras se ajeitavam, em busca de recuperar a dignidade perdida. Muito embora tal coisa não fosse possível. Especialmente no caso de Hans, que para recuperar a dignidade teria que um dia ter tido isso.

Imediatamente Gothel gritou agressiva:

— Mas como é que?

— O que demônios vocês estão fazendo aqui? Como se atrevem a invadir a Fortaleza da Rainha do Mal?

— Aí, menos, Malzinha. — Hans riu com deboche. — Esse lugar não dá medo nem em criança mais e você muito menos. “Oh, olhe pra mim, eu não fui convidada! Acho que vou amaldiçoar alguém! Eu posso porque fui interpretada pela Angelina Jolie, mesmo que boazinha.” Mulher, você precisa se tratar, mulher. Arranja um psicólogo, psiquiatra, sei lá. Tá precisando.

— Ficamos sabendo dessa sua reuniãozinha e, eu particularmente, como você mesma pode dizer... Fiquei muito magoada por não ter sido convidada. — Gothel deu risada, mas recuou quando a Rainha Má avançou em sua direção com um olhar de ódio.

Aquele era o olhar de quem queria enfiar uma maçã envenenada pela garganta abaixo de alguém.


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