(Eu fui surpreendido... O que eu poderia dizer?)

Segui para a saída da escola em silencio.

Estava tão irritada que mal percebia outros alunos apenas quando esbarrava neles e sem querer os olhava com raiva, eles não tinham culpa pelo ocorrido, tinha que me acalmar. E quando estava quase chegando ao portão de saída do colégio vejo Luciano se aproximando.

— O que foi aquilo que você fez? – pergunta ele me parando no meio do caminho, o olho com a cabeça pensando para o lado e consequentemente erguendo uma de minhas sobrancelhas ele inspira e expira.

— Por culpa dele que você se meteu naquela confusão e foi pra cadeia além de responder um processo.

— Deixa que da minha situação cuido eu, você não tem que se meter tá parecendo a minha mãe mesmo.

— É claro, se a tia Anna descobrir que você ainda está andando com esse menino acha que vai gostar?

— Não se envolve Manu, há coisas que não tem explicação mesmo que a gente tente encontrar – diz ele.

— Certo, então quando você se meter em outra confusão não venha me pedir ajuda ou conselhos – digo.

Saio andando dali de volta pra escola, precisava ir ao banheiro jogar um pouco na água fria no rosto.

Nesse instante, a garota que arrumou briga com Ramona sai da escola, e antes de chegar no portão ouve seu nome ao longe e olha pra trás, é o garoto de belos com mechas loiras que a tirou de cima da ruiva.

— Nayara, a gente pode conversar? – pergunta o garoto parando na frente dela e ajeitando a mochila.

— Conversar o que? – pergunta ela – Já não falei que odeio garotos com esse seu estilo e atitude?

— É sobre isso mesmo, eu quero dizer que não sou desse... – Nayara ergue a mão o fazendo se calar.–- Não me interessa e eu não quero conversar com você – diz ela andando apressadamente, ele a observa.

— Menininha irritante, meu Deus do céu – diz o garoto que sai para o outro lado do portão irritado.

O trio Gabriel, Cameron e Ramona saem também da escola todos em silencio a não ser pelos saltos dos coturnos de Cameron.

Os três param em frente ao conversível onde uma mulher de óculos conversa com alguém no telefone e está com uma enorme foto de um trailer nas mãos Cameron observa aquilo assim como os outros dois.

— Obra é um inferno mesmo, até pra colocar as coisas mais simples tudo se complica eu hein – diz ela desligando o telefone e olhando para a foto.

— Aí tia, o qual é a dessa foto aí? – pergunta Cameron a mulher o encara enquanto Ramona e Gabriel riem.

— Primeiro tia é a senhora sua vó e segundo isso aqui e o meu trailer precisam ter coisas boas – diz ela.

Todos sorrimos com o comentário da senhora que nos convida pra comer lá quando tudo estivesse pronto.

Voltamos e entramos em meu conversível vermelho ainda sorrindo com a simpatia da senhora de óculos.

No clube o garoto aparece e vai até um grupo de garotas junto com um de seus colegas de classe e vê Nayara ali junto delas os dois se encaram e Nayara fecha a expressão irritada de ver o garoto novamente.

— Tá me seguindo é? – pergunta ela – Porque não vai lá com a sua turma a ruiva deve estar te esperando.

— Já falei que não sou da turma deles garota chata – diz ele e ela se vira pegando a bolsa e saindo dali.

As meninas do grupo a chamam de volta, mas ela as ignora tomando a direção da saída do Clube Atlântida.

— Não liga não garoto – diz uma menina negra com o cabelo preso – Ela está brava, mas logo isso passa.

Ele sorri e olha na direção que a menina havia tomado, mas ela já havia desaparecido da vista de todos ali.

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